Call me love escrita por soulxsheart


Capítulo 1
Please, love me back




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 "Você precisa de algo do supermercado?" - perguntou.

Sam havia saído para comprar mais comida para os gatos e mais suprimentos para a casa. A semana tinha sido estressante, ele e Bucky tiveram que ir para o norte da Europa investigar uma família de mercenários que havia trabalhado para a Hydra. O objetivo da missão era observar e reportar para S.H.I.E.L.D. o máximo de informações possíveis, mas em algum momento ele e Bucky foram descobertos e as coisas não terminaram muito bem. No fim a família foi detida, mas Sam e Bucky saíram com sérios arranhões pelo corpo inteiro. Tudo o que Sam queria agora era cuidar de afazeres simples, como ir ao mercado como uma pessoa normal.

"Sim, você pode comprar mais erva de gato para o Alpine?"— Bucky respondeu do outro lado da linha, sua voz um pouco abafada.

Sam riu entre dentes.

"Cara, você precisa parar de drogar seu gato."

Sam podia vividamente imaginar Bucky revirando os olhos naquele exato momento.

"Não é uma droga, Sammy. É apenas um jeito de fazê-lo se acal-" - um barulho de metal caindo invadiu a linha. - "MEU DEUS, ALPINE! QUER ME MATAR DO CORAÇÃO?"

Sam parou no meio do corredor de biscoitos tentando ouvir o que estava acontecendo na casa.

"Você tem certeza que a erva é pro gato? Parece que é você quem precisa ficar calmo, Barnes."

Bucky grunhiu do outro lado. Sam estava tentando segurar a risada.

"Ele apareceu do nada!"

Sam balançou a cabeça achando graça na situação e procurando pelo corredor os biscoitos favoritos de James.

"O que está acontecendo aí?"

"Eu estava tentando pegar a forma de bolo e ele pulou de dentro do armário."

Sam parou novamente.

"E o que diabos o Alpine estava fazendo dentro do armário?"

"EU NÃO SEI!"

Sam revirou os olhos.

"Espera um minuto. Você está fazendo bolo?"

"Sim."

"Pelo amor de Deus, Bucky. Não vai botar fogo na casa."

"Vai se ferrar, Wilson."— mas havia um tom de afeto na voz dele. - "Você já pegou a erva de gato?"

Sam sorriu antes de responder. Ele amava essa dinâmica entre eles.

"Já vou pegar, amor." - Sam respondeu simplesmente.

E então congelou. O peso da palavra batendo forte em sua consciência. "Amor". Saiu sem querer de sua boca. O outro lado da linha ficou em silêncio.

"Sam..."

Porra.

"Desculpe, Bucky. Tenho que ir."

PORRA!

x

Sam respirou fundo antes de abrir a porta do carro. Merda. Ele não sabia como encarar Bucky depois do que disse. Amor? Sério? Como ele pôde ser tão descuidado? Inclinou a cabeça contra o encosto do banco e fechou os olhos.

Sam precisar encarar Bucky cedo ou tarde. Depois de pegar as compras no porta-malas ele se encaminhou para o elevador e pressionou o botão do seu andar. Seu coração batia forte em seu peito e Sam tentava controlar sua respiração. Fechou os olhos mais uma vez, a incerteza do que aconteceria a seguir consumindo cada célula do seu corpo.

Quando o elevador atingiu seu andar Sam deu passos hesitantes pelo corredor. Chegou na frente do apartamento, encaixou a chave e girou o trinco. O medo da rejeição dominava sua mente.

As luzes do apartamento, para sua surpresa, estavam apagadas.

"Bucky?" - Sam chamou. Nenhuma resposta.

Colocou as comprar na bancada após ligar as luzes da cozinha. Com a testa franzida e preocupação correndo por sua espinha ele começou a procurar por Bucky pelos cômodos.

Nem sinal dele, em lugar nenhum.

Merda.

Sam afundou no sofá com a cabeça entre as mãos. Pra onde será que Bucky tinha ido?

E como se o universo estivesse respondendo à sua pergunta, Sam notou um pedaço de papel na mesa de centro.

Sam,

Estou na casa do Steve. Trouxe Alpine comigo.

B.

Simples e direto assim. Sam bufou e amassou o pequeno pedaço de papel. Uma onda de frustração invadiu seu corpo. Ele havia arruinado sua amizade com Bucky com apenas uma mísera palavra. Mas então sentiu um certo alívio ao perceber que não precisaria enfrentar o fato de ter dito o que disse, pelo menos por enquanto.

Sam tentou focar no que precisava fazer no momento. Foi direto para o banheiro na intenção de tomar um banho quente e esquecer o que havia acontecido nas últimas horas.

Quando a água tocou seu corpo toda a tensão evaporou junto com ela. A temperatura da água fez alguns machucados da última missão voltarem a arder e imagens de Bucky não saiam de sua mente, mas Sam ao menos se sentia mais relaxado quando deitou em sua cama após o banho.

Fígaro logo apareceu do além para deitar do seu lado. Sam o puxou para mais perto e enquanto fechava os olhos desejou que Bucky estivesse no quarto ao lado como em todas as outras noites e que tudo voltasse ao normal quando acordasse.

x

Os raios do sol invadiam seu quarto pela janela e Sam, obrigado a despertar, se arrependeu por não ter fechado a cortina na noite anterior. Sabendo que não conseguiria mais dormir foi direto para o banheiro fazer sua higiene pessoal.

Faria o café da manhã para que já estivesse pronto e esperando por Bucky quando ele acordasse. Mas então, encarando seu reflexo no espelho por alguns minutos, o peso da realidade preencheu o ambiente ao seu redor.

"Seu idiota." - xingou seu reflexo.

Fígaro que o encarava na entrada do banheiro miou para lhe chamar a atenção.

"Alpine não está aqui, meu bem." - disse enquanto se abaixava para acariciar o filhote. - "Parece que será só nós dois por algum tempo." - explicou com um sorriso triste.

Pegou Fígaro no colo e se dirigiu com ele para a cozinha.

"Hora do café da manhã" - anunciou. Fígaro miou feliz em seus braços.

"Tudo bem." - colocou o felino no chão e pegou um potinho de dentro das sacolas de compras. - "Que tal uma refeição especial hoje, hein?"

Fígaro, já sabendo o que viria a seguir, se posicionou em frente ao seu pote de comida esperando o que seu dono lhe daria. Sam riu e colocou o petisco de gato dentro do potinho de comida. Fígaro não hesitou em nenhum momento.

Sam, então, começou a preparar seu próprio café da manhã. Sentia-se estranho por ter que fazer apenas uma refeição, normalmente ele já deixava o café da manhã de Bucky pronto antes de sair para a sua corrida matinal. Tentando se desvencilhar de tais pensamentos Sam colocou a playlist mais calma que tinha para tocar e foi até o armário pegar o que precisava.

Foi quando abriu a geladeira que teve uma surpresa, o bolo que Bucky estava tentando fazer estava perfeitamente posicionado no centro do refrigerador. Sam sorriu, ele não havia queimado a casa afinal de contas. Retirou o bolo da geladeira e se surpreendeu mais ainda ao perceber que era do seu sabor favorito, prestígio. Com o sorriso ainda nos lábios Sam colocou o bolo sobre a bancada e foi passar o café.

Enquanto despejava água quente no filtro de café Sam notou Fígaro correr para a porta e seu coração gelou. Alpine e Fígaro sempre faziam isso quando ele ou Bucky estavam chegando em casa. Seu sangue parecia correr por seu corpo em antecipação. Quando ouviu a porta ser destrancada Sam tentou controlar seus sentidos e agir naturalmente.

"Bom dia!" - Bucky desejou assim que entrou e colocou Alpine no chão.

Sam desviou o olhar em direção ao moreno como se tivesse acabado de notar sua presença.

"Bom dia."- forçou um sorriso e voltou sua atenção para o café.

Ele podia sentir o olhar de Bucky em sua direção, como se ele estivesse estudando seus movimentos. Sam tentava ignorá-lo, mas sem muito sucesso. Queria arrumar um jeito de deixar a situação entre eles o menos estranha possível.

"E então, como foi no Steve?"

Bucky se aproximou e sentou em uma das banquetas próximas à bancada da cozinha.

"Um pouco bagunçado. Ele e o Tony estão tentando adaptar a casa para a chegada da Morgan, então têm objetos por todo o canto."

Tony e Steve conhecerem a pequena Morgan em um dos orfanatos da região e estavam lutando pela guarda dela há meses. Há alguns dias eles receberam a notícia de que são aptos para a adoção e que vão poder buscá-la no final de semana. A notícia deixou todos os Vingadores animados para a chegada da nova pequena integrante.

"Aposto que eles não devem estar se aguentando de felicidade." - Sam concluiu sorrindo para si mesmo.

Bucky riu.

"Tony não consegue parar de sorrir. Você tinha que ver, é assustador."

Sam desviou o olhar para Bucky e seus olhos se encontraram, sentiu suas bochechas queimaram na mesma hora. Um silêncio constrangedor tomou conta do lugar.

Sam limpou a garganta.

"Quer café?" - perguntou sem encará-lo dessa vez.

"Quero, por favor."

Sam assentiu e serviu uma xícara para Bucky. Não sabia exatamente o que dizer e fazer depois disso. Não sabia como abordar o assunto e nem sabia se Bucky queria conversar sobre o ocorrido, para falar a verdade, nem ele tinha certeza se estava pronto.

Sam sentou ao lado de Bucky na bancada e começou a tomar seu café.

"Sam..." - Bucky começou.

Sam desviou o olhar de sua xícara para poder encará-lo.

"Sobre o que você disse ontem..."

Sam fechou os olhos. Tudo bem, tinha decidido, não queria tocar no assunto.

"Bucky, eu sinto muito pelo o que eu disse. Mas não quero falar sobre isso, pelo menos não agora."

Bucky tocou em seu braço tentando fazer Sam escutar o que tinha a dizer.

"Você não precisa dizer nada. Só me escuta, tá bom?" - disse suavemente. Seus olhos implorando para que Sam lhe ouvisse.

Sam balançou a cabeça e se levantou, evitando o toque de Bucky.

"Eu não quero fazer isso agora." - disse enquanto caminhava para o quarto sem conseguir encarar Bucky.

"Amor, por favor!" - Bucky implorou.

Sam parou abruptamente e se virou lentamente em direção a Bucky. Lágrimas escorriam de seus olhos.

"Não faz isso comigo, Bucky. Não brinque comigo desse jeito." - a voz de Sam estava embargada e as lágrimas escorriam por suas bochechas enquanto falava.

Sam se virou pronto para correr para o seu quarto, mas Bucky segurou seu braço o impedindo de sair do lugar. Sam respirou fundo e se desvencilhou da mão dele se distanciando de Bucky.

"Sam, eu estou apaixonado por você!" - confessou, seu tom de voz desesperado, como se temesse perder Sam se não dissesse tais palavras.

Ele parou novamente, os olhos arregalados e o coração batendo forte no peito, mas continuou de costas para Bucky.

Bucky, incerto, percebendo que Sam não esboçava nenhuma reação decidiu se aproximar e colocar os braços, lentamente, em volta do parceiro preparado para se afastar caso Sam não gostasse da aproximação.

"Eu estou apaixonado por você há meses." - Bucky encostou sua cabeça na nuca de Sam inalando seu perfume amadeirado. - "Eu nunca disse nada porque fiquei com medo de você não sentir a mesma coisa e não queria que nossa amizade fosse prejudicada caso você me rejeitasse." - sua voz era apenas um sussurro agora, como se fosse um segredo que ninguém mais pudesse saber, apenas o homem em seus braços. - "Porra." - xingou soltando o ar de seus pulmões. - "Você não faz ideia de quanto eu te amo, Samuel."

Bucky fechou os olhos e aumentou a intensidade do abraço desejando que Sam o amasse de volta, desejando que seu coração não fosse partido depois de tirar o peso que carregava em seu coração fazia tanto tempo.

Sam o abraçou de volta, segurando seus braços e o apertando firme. Bucky sentiu Sam tremer e um soluço escapar de sua boca, lágrimas molhavam o braço de Bucky que estava pressionado contra o peito de Sam.

"Ei, por favor, não chore." - Bucky pediu se amaldiçoando por ter estragado tudo entre eles. - "Sam, olhe pra mim." - sussurrou.

Sem hesitar Sam se virou e o encarou, seus olhos vermelhos e brilhando mais do que nunca.

Bucky limpou as lágrimas dele com uma mão enquanto a outra repousava na cintura de Sam.

"Desculpa se tudo isso te apavorou e comprometeu o que a gente tinha, mas eu não podia mais guardar esse sentimento, Sam. Eu-"

E então Sam o beijou. Não um beijo suave. Não. Sam o beijou como se estivesse esperado toda a sua vida por aquele momento. Bucky apertou a cintura dele e o puxou para mais perto, seus corpos colados um no outro. Sam pousou suas mãos na nuca e na lateral do rosto de Bucky aprofundando o beijo. Ambos em total sincronia.

Sam foi o primeiro a se afastar, ofegante. Bucky mantinha os olhos fechados, ainda perdido na sensação que era ter os lábios de Sam colados aos seus. Sam delineou os olhos de Bucky com as pontas de seus dedos admirando sua beleza e seus lábios incrivelmente vermelhos por conta do beijo.

"James." - sussurrou. - "Você pode olhar para mim?"

Bucky abriu os olhos com um sorriso nos lábios.

"Eu posso fazer o que você quiser agora, Sammy."

Sam deu risada.

"Você sabe o que não pode fazer?"

"O quê?" - Bucky perguntou confuso.

"Você jamais vai fazer com que eu deixe de te amar."

Bucky o encarou atônito. Seu coração disparado sem acreditar no que acabara de ouvir.

"Você tá falando sério?"

Sam assentiu e beijou uma das bochechas de Bucky.

"Eu nunca mentiria pra você. Muito menos sobre o quanto eu te amo." - Sam sorriu e lhe deu um selinho que se transformou em um beijo apaixonado. Bucky não queria que aquele momento acabasse.

"Mas sabe, eu tenho uma pergunta." - Sam disse quebrando o beijo.

Bucky assentiu e o conduziu para o sofá. Ele se aconchegou nos braços de Sam enquanto Sam passava os dedos por seu cabelo.

"Por que você foi pra casa do Steve depois do que aconteceu?"

Bucky desenhava com os dedos pequenos círculos imaginários na mão de Sam.

"Porque eu me apavorei. Você me deu esperança de que talvez sentisse o mesmo por mim." - Bucky soltou uma risada fraca. - "Eu pirei por que não queria estragar as coisas, eu não saberia como reagir quando você voltasse para casa. Então, fui para a casa do Steve. Ele e o Tony me ajudaram a acalmar os ânimos e colocar os pensamentos no lugar."

Sam beijou o topo da cabeça de Bucky.

"Fiquei com medo de você estar me evitando. Eu achei que tinha estragado as coisas entre a gente."

Bucky se virou e encarou Sam, tentava memorizar cada centímetro do rosto dele para poder guardar a lembrança desse dia para sempre em sua memória.

"Eu te amo tanto." - Sam declarou observando com deleite as bochechas de Bucky ficarem vermelhas rapidamente.

Bucky se inclinou em direção a Sam com o maior sorriso do mundo e lhe beijou, Sam sorriu entre o beijo e encostou sua testa na de Bucky. - "Não há ninguém como você, James Barnes."


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Notas finais do capítulo

Obrigada por chegar até aqui! Seria muito gentil se deixasse um comentário, até a próxima!



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