Convés escrita por Paloma Machado
Nasce com o sol, na ponta do pé,
Com gosto de sal, a tímida fé.
Sonda a alma como um jacaré,
Ancorada à areia morna ela é.
Encara na xícara o borrão,
O café forte faz um sermão.
Como a quiromante que lê a mão,
Na borra negra há uma visão.
Relembra a batalha do outro dia,
O que fez, o que jamais faria.
Cheiro doce de tangerina,
Escorbuto aqui não se cria.
Cada dia uma conquista,
Fruto de honra destemida.
Sabe o que o futuro espreita,
O tempo da jornada aceita.
Coração e mente são compassos,
Bussola que norteia os passos.
O leme navega por fracassos,
Desejos impuros, devassos.
Pela luneta vê através,
Destino de curioso viés.
Sente nova terra sob os pés,
A vida convoca ao convés.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!