A temperatura noturna estava bastante fresca e agradável, enquanto a pequena Jennifer subia silenciosamente as escadas que a levariam para o quarto imundo onde ela se encontraria com sua amada Wendy.

A carta que Wendy escrevera, havia sido deixada em cima da cama de Jennifer, que ao ler não perdeu tempo e foi logo ansiosa para o local indicado pelas letras da doce princesa solitária.

Porém, ao chegar no lugar de habitual encontro das duas garotas, Jennifer não avistara a sua pequena e loirinha Wendy, e sim a alta, maliciosa e ruiva duquesa Diana; conhecida por todos pela alcunha de princesa perseverante.

— Diana? O que você faz aqui? — Perguntou Jennifer um pouco temerosa.

— Olá, minha coelhinha. Por acaso você está assustada com a minha presença? Eu apenas vim para me divertir um pouco. — Respondeu Diana ao sorrir maliciosamente e começar a se mover lentamente na direção da pobre, pequena e assustada garota azarada.

— Não se aproxime! — Pediu Jennifer. — Eu vim me encontrar com a Wendy, e apenas ela pode me chamar de coelhinha. — Sussurrou mais para si mesma do que para a garota ruiva.

— Não se preocupe. — Sussurrou Diana ao embraçar Jennifer em seus fortes braços. — A Wendy não precisa saber disso! — Zombou a ruiva ao usar de sua força para empurrar Jennifer em direção ao pilar de madeira que ficava no centro do quarto.

Jennifer tentou gritar, mas Diana logo enfiou um pedaço de tecido em sua pequena boca, e ao enforcar Jennifer levemente, sussurrou — Se você gritar eu arranco a sua língua na mordida! E você sabe muito bem que eu sou muito capaz de fazer isso. — Finalizou a duquesa ao simular uma mordida bem forte.

Jennifer logo percebeu que não tinha mais escapatória, porém no fundo de seu coração, a garota azarada desejava que Wendy aparecesse logo e viesse ao seu resgate.

Infelizmente os segundos se passaram e logo se tornaram minutos, e o único som que Jennifer ouvira fora os das lambidas, gemidos, sussurros e murmúrios de Diana que festejava por sobre a macia e sensível pele da pobre e azarada garota.

Foi então, que ao receber uma forte mordida da ruiva no lado direito do pescoço, que Jennifer deixou cair o tecido da boca e deixou escapar um breve gemido de dor misturado com prazer, o que fez a porta do armário que estava dentro do quarto imundo se abrir e revelar uma pequena garota loira que segurava um fofinho coelhinho branco nos braços.

— Diana! Pare agora e deixe a Jennifer em paz! — Gritou Wendy usando de sua escondida autoridade para finalizar o ato ousado que ali estava ocorrendo.

Jennifer se encheu de esperança ao ver finalmente a sua amada; Diana por outro lado apenas largou Jennifer e ao se aproximar delicadamente de Wendy, murmurou — Como desejar a minha princesa e rainha. — Fez então uma leve reverencia e foi até a porta do quarto.

Wendy imaginou que Diana logo desapareceria, mas antes da garota ruiva sair do quarto, a princesa perseverante se virou e falou — Até outro dia, minhas duas coelhinhas. — E deixou o local com um sorriso sedento e malicioso nos atrevidos lábios.

Jennifer não perdeu mais tempo e logo correu para os braços de sua querida amada, onde começou a chorar e a balbuciar tudo que Diana lhe falara e fez.

— Não se preocupe, meu amor. Eu estava vendo tudo. Peço perdão por não ter aparecido antes, mas tive medo que ela pudesse machucar a nós duas. — Explicou Wendy enquanto consolava e acariciava a sua amada que agora segurava o coelho branco com carinho e cuidado.

— Você acha que ela pode voltar? — Perguntou Jennifer ainda bastante temerosa.

— Creio que não, meu amor. Agora vamos conversar sobre coisas boas e esquecer tudo de ruim que aconteceu. — Respondeu Wendy ao secar as lágrimas de Jennifer com o polegar e depois provar o salgado liquido em sua própria língua.

Jennifer apenas concordou com a cabeça e logo se rendeu aos carinhos e cuidados da princesa solitária, enquanto isso, no dormitório Diana retornava para sua cama e pensava consigo mesma. — Por que alguém faria algo daquilo com a pessoa que ama? —  

Foi então que ao olhar para a cama do lado e avistar o rosto delicado e sábio de Meg dormindo tranquilamente, a duquesa sussurrou. — É, eu acho que eu eu sei o motivo. — E então dormiu contente sabendo que havia feito tudo do jeito que a sua rainha das rosas vermelhas ordenara.

Moral: As vezes queremos ver as pessoas que amamos sofrendo um pouco. :3