A Mente escrita por Akemi Mori
Notas iniciais do capítulo
AEEEEE ! Depois de horas e horas de sofrimento para criar um cap ( que eu sei que está MUITO atrasado ) eu finalmente CONSEGUIII ! EEE !
Foi um dia estranho . Foi realmente um dia estranho .
Tinha certeza .
O garoto era uma espécie de vidente ? Possível . Provável .
Depois do que falou ele ficou quieto , talvez pensando que tivesse deixado escapar informação demais . Informação que para mim era inútil . Ninguém podia me conhecer melhor que eu mesma . Era impossível .
Se bem que ultimamente nada parecia impossível . Tudo podia acontecer .
E isso não era bom .
Com minhas fantasias , até onde tudo poderia ir ? Eu podia ser esmagada por um disco voador no meio do oceano lutando com uma lula gigante . Minha imaginação era fértil . Até demais .
E isso era tudo minha imaginação ? Será que tudo faria parte de um sonho ? Será que eu acordaria sem saber quando comecei a dormir ? Será que eu sequer existia ? Eu faria parte de um sonho de outra pessoa ? Eu era somente uma coadjuvante ? Sem alma . Será que minha vida era um sonho ? Meu mundo ? Meu eu ?
Realmente , minha imaginação era muito fértil . Claro que não . Eu existia . Sentia isso .
E ao que parece também estava prestando uma quantidade de atenção nada saudável na aula de filosofia .
Somente eu me conhecia tão bem . Minha vida não era um livro aberto .
Ao voltar para casa , encontrei-a vazia . Estranho .
- Olá ? – chamei
Ninguém . Realmente estranho .
Fui a sala . Cozinha . Revistei todo o primeiro andar .
Ninguém .
Subi as escadas lentamente , olhando para os lados , como se de repente minha mãe e meu pai pudessem simplesmente aparecer na minha frente como se nada tivesse acontecido . Mas isso não ocorreu .
Olhei o quarto dos meus pais . O de hospedes . Nada .
Por que não deixaram nenhum bilhete ? Isso era o mais estranho de tudo . Nunca fizeram isso .
Deixei meu quarto por último . Estava de certa forma com receio e medo do que encontraria lá . O que era besteira , é lógico . Somente minha cama , minha mesa , minhas coisas . Mas tinha algo .. Alguma coisa ... Que eu não sabia explicar .
Me postei em frente a porta , encarando-a . Qualquer um que me visse me acharia uma tola . E de certa forma eu era . Tola por achar que talvez aquele garoto fosse algo sobrenatural . Tola para fazer coisas irracionais . Sim , essa era uma boa descrição para mim . Tola .
Minha mão a centímetros da maçaneta . O metal reluzia sem que houvesse nenhuma luz para isso . Estranho . Convidativo demais .
E uma frase que eu havia pensado a tempos me veio a cabeça :
“ Como se mata a morte ? “
Realmente , agora aquela dúvida singela já me parecia uma questão complexa cheia de emaranhados que eu precisava decifrar . Simplesmente precisava .
Não se pode matar a morte . Isso é óbvio .É como tentar beber ar . Impossível . Mas se podemos viver a vida , por que não podemos matar a morte ?
“ Os opostos de atraem “ – falou uma voz conhecida . Não de minha cabeça . De ... Outro lugar .
Os opostos se atraem . Claro ! Mude os verbos . Troque-os de frase . Matar a vida . Viver a morte .
De uma forma estranha , faz sentido .
Para fazer sofrer alguém vivo , mate-o . Faça-o ir para o desconhecido . O mesmo com alguém morto . O nosso único medo é o desconhecido .
Como se dá a vida a alguém morto ?
“ O oposto “ – disse aquela voz tão conhecida que não vinha de minha cabeça .
Vejamos , para matar alguém ... é preciso algo trágico ocorrer com ela . Acho . Existem tantas maneiras de matar alguém ... O que significa ...
“ O oposto “
Que só existe uma maneira de fazer alguém viver .
Vejamos ... O que nos mata é a morte . O que nos faz sofrer é a morte . Então o que faz os mortos sofrerem ...
“ O oposto “
É a vida !
É claro ! Por isso a morte é rápida . Por isso quando vamos , é de uma vez . Por isso quando morremos , não ficamos indo e voltando . É rápido .
Ela sofre perto de nós .
Bem , tudo que tenho que fazer é isso . Ficar viva . Ah , que fácil ... Ela tem foices , armas e tudo que eu tenho é um coração que bombeia sangue e ar nos pulmões .
Eu diria que estamos em pé de igualdade .
Encostei na maçaneta . Não podia mais esperar . Não podia mais agüentar . A girei levemente , ouvindo um barulho quando a mesma se destrancou . Ela abriu de certa maneira sozinha .
E lá estava . Meu pior pesadelo . Literalmente .
Dentro de meu quarto , estavam meus pais , em um canto , com os olhos fechados e as cabeças encostadas toscamente uma na outra , se dando apoio . Sentados . Sem se mexerem .
E na frente deles , parada olhando para mim com olhos cor de sangue e uma capa preta , segurando um instrumento de tortura que tantas vezes eu havia pensado ver , estava a Morte .
Um arrepio percorreu minha espinha . Minhas pernas começaram a bambear . Viva . Eu tinha que me manter viva .
Ela avançou devagar para mim e eu finalmente entendi porque ninguém nunca foge da morte . É quase impossível . A simples presença dela entristece a todos . Fogem os lembranças felizes e alegres e vem a tona tudo de ruim que já vimos . Como um filme . Isso faz a pessoa não querer mais viver . Sem felicidade , sem alegria . E você morre .
Ela avançava para mim sorrindo , com seus lábios secos e sem nenhum dente visível . Ela não tinha nariz . O resto de seu rosto era preto ou estava encoberto pelo sombra do capuz . Só podia ver seu sorriso cruel e seus olhos de sangue .
“ Viva “- pensei
E aconteceu . Afundei as lembranças ruins . Trouxe as boas . E tudo pareceu melhorar . Ah , agora sim . Agora sim .
Agora sim estávamos no mesmo nível .
Vi seu sorriso se esvaecer e dar lugar a uma expressão de ódio . Ela torceu a boca e cerrou os olhos , demonstrando que podia ver o que eu via . É isso !
“ O oposto “
É isso ! Obrigada voz do além ou seja lá de onde você veio !
O oposto ! Ela quer pensamentos tristes , não é ? Vejamos o que ela acha das minhas lembranças mais felizes . Ah , isso vai ser divertido .
Rodei um filme de minha vida em minha mente e a vi apertar ainda mias os olhos de ódio . E então...
Ele apareceu .
Vi uma figura avançar para a Morte e a mesma retorcendo o rosto de fúria e de ... sofrimento ? Ela começou a ficar cada vez mais desesperada e de repente ... Ela desapareceu .
Olhei confusa para os lados . Onde ela estava ? Seria mais uma tocaia ?
- Ela já foi embora – ele disse – Só se rendeu . Por enquanto . Fugiu . É típico .
Olhei-o com espasmo . Como ele havia vindo até minha casa ? Como ele havia feito a morte recuar? Como ?
- Me... Meus pais ... – disse , gaguejando um pouco pelo recente choque .
- Ele estão bem . Só desmaiaram . Ela fez isso para te deixar mais vulnerável .
- O .. Obriga- gada - falei , ainda me recuperando .
Ele me olhou com ternura e se aproximou , tocando meus lábios de leve com os dedos . E então encostou a testa na minha . E me beijou .
Era terno . Doce . Suave . Era simplesmente ótimo . Nunca havia me sentido daquele jeito . Eu me senti ... Viva . Mais do que nunca .
- De nada - ele disse
E desapareceu numa nuvem de fumaça , mas a tempo para que eu visse novamente os cabelos dourados de Peter Fintynni .
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