Cinco minutos depois , eu estava na casa de Diego .

- Sabia que você viria ... – ele disse suavemente .

Eu desviei os olhos dele e entrei na casa .

- Certo ... por qual motivo você veio ?

Fiquei confusa . Era lógico que eu só tinha vindo para saber o que tinha acontecido ...

- Para você me contar ... – disse tentando fazê-lo tomar iniciativa .

- Ah sim . Mas tudo tem um preço na vida querida .

Um preço ?

- Mas ... Você não tinha falado de nada disso ...

- Eu nunca menti , minha cara . Só omiti algumas informações .

Fui dando passos para trás . A pessoa que antes era meu amigo de infância agora me dava arrepios .

Bati em uma parede . Que ótimo ! Fui virar para seguir para um corredor ou algo do tipo , mas Diego me prensou ali , me deixando presa .

Ele começou a passar a mão pelo meu rosto . Não havia carinho . Só ... satisfação . Satisfação por me ter ali , tão vulnerável .

- Ora vamos Rebeca . Não precisa mais fingir que não gosta de mim ...

Arregalei os olhos . Quem tinha contado tamanha mentira ?

Ele colocou as mãos em minha cintura . Eu me debatia , tentando fugir .

O ar . O ar .

Nada aconteceu .

- Nem tente ... – ele dizia gargalhando . – Somente o fogo funciona nesta casa ... Que sou eu !

Certo , eu disse uma vez e repito : QUE HISTÓRIA ERA AQUELA DE ELEMENTOS ?

- Ah , vamos Rê ...

Ele mordeu minha orelha com tanta força que achei que podia rasgá-la .

Eu não sabia o que estava acontecendo . O que tinha acontecido com o meu amigo ? Quem era aquele ser estranho em seu lugar ? Por que o ar não me salvava , como sempre ?

E principalmente , por que a mão de Diego ameaçava entrar em minha blusa ?

E tão rápido que mal senti , um baque . Um gosto metálico invadiu minha boca .

Sangue ...

- Tire as mãos dela ! – ouvi .

Mais um barulho de algo sendo socado . Minha visão ficou tingida de vermelho .

- Pare de machucá-la imbecil ! É um covarde ?

E uma dor alucinante atingiu meu estômago .

Eu mal conseguia sentir coisa alguma , mas pude distinguir a diferença entre o ar e o chão , que era onde eu estava de repente .

- Você quer saber , não quer Rê ? Pois bem .- outro barulho de soco . Ouvi um gemido de dor . – É você mesma que está fazendo isso . Essa foi sua última chance .

Tentei olhar para cima , mas tudo que vi foi um punho .

- Aproveite seus últimos segundos de vida .

E eu estava caída no chão da sala de estar do meu “querido “ amigo de infância , sangrando todo o meu sangue , enquanto uma luta acontecia entre Diego e seu adversário misterioso .

A última coisa que eu me lembro desse encontro foi que senti uma dor fortíssima na cabeça , e um líquido escorrer por minha face .

Sangue . Eu ainda estava sangrando .

Mais ainda do que antes .