Através de Robert escrita por HEILA HANS SHEFTER


Capítulo 72
Capitulo 72




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Elizabeth havia escondido sua arma na sua panturrilha, amarrada com fitas de sua cinta-liga. Era um esconderijo discreto e eficaz, garantindo que, se alguém fosse verificar se ela estava armada, não encontraria nada.
Ao chegar à cabana, Elizabeth já estava preparada para sair quando foi surpreendida por braços fortes que a agarraram com força. O desespero se apoderou dela, e seus gritos ecoaram pelos bosques circundantes.
Apesar de seus esforços frenéticos para se libertar, o agressor era muito mais forte e maior do que ela. Um soco violento atingiu sua barriga, fazendo com que ela caísse de joelhos no chão, a dor pulsando através de seu corpo enquanto lutava para recuperar o fôlego.
— Esse sim é seu lugar! Sua vaca ... você tem de ficar de joelhos perante a mim.
— Quem é você? Porque está fazendo isso comigo? Elizabeth falava devagar devido a dor.
— Eu sou seu pior pesadelo.
— Por favor! Eu so quero meus filhos. Quem é você?
— Seus filhos ... ria o homem ... eu sou Charles Spurlok, e vim vingar a morte de meu irmão Julio Spurlok, que foi para cadeia por sua causa e de Jack Thorton.
— Mas Julio Spurlok, estava errado. Ele intimidou uma pobre viúva.
— Pois hoje você vai sofrer, como eu sofri. Você perderá aqueles dois jovens.
— Por favor. Não faça nada. Ela chorava.
Charles agarrou Elizabeth pelos cabelos com brutalidade, arrancando-a do chão com violência. Com um gesto brusco, ele a ergueu, imobilizando-a facilmente ao puxar seus braços para trás.
Nesse momento, um homem alto surgiu próximo à porta da cabana. Era Wade, que se revelou como irmão de Charles Spurlok. Seus olhos faiscavam com uma mistura sinistra de triunfo e crueldade enquanto observava a cena diante dele.
Os dois homens tinham olhar frio e sorriso macabro, e Charles foi falando:
— Vamos Wade, acabe logo com isso.
Elizabeth observou horrorizada enquanto o homem derramava o querosene e ateava fogo ao redor da cabana. O líquido inflamável pegou fogo instantaneamente, e em questão de segundos, as chamas começaram a crescer, transformando o local em um inferno ardente. O calor intenso das labaredas era palpável, envolvendo tudo em sua fúria devoradora.
Amarrada com as mãos atrás das costas e os pés juntos, Elizabeth foi deixada caída no chão, impotente diante da cena terrível que se desenrolava diante de seus olhos. Enquanto os dois homens saíam do local, suas gargalhadas cruéis ecoavam no ar, acompanhadas por suas ameaças sinistras.
— Você ainda terá mais dor, zombaram eles. Mas primeiro, vamos deixá-la assistir seus filhos queimarem vivos.

O desespero e a angústia tomaram conta de Elizabeth enquanto ela se via indefesa diante da tragédia iminente, lutando contra as amarras que a prendiam e clamando por um milagre que pudesse salvá-la e salvar seus filhos do destino terrível que lhes aguardava.
Seus gritos ecoavam no ar em meio ao crepitar das chamas, enquanto ela se debatia freneticamente, tentando desesperadamente escapar do inferno que consumia sua existência. Seu mundo estava sendo dilacerado diante de seus próprios olhos, cada lampejo de fogo iluminando sua angústia e desespero.
A dor a consumia, cada respiração uma luta contra a fumaça sufocante que enchia seus pulmões e os gritos agonizantes que ameaçavam roubar sua voz. Mas em meio ao caos e à desesperança, um lampejo de esperança surgiu quando ela ouviu a voz familiar de seu marido.
Nathan chegou correndo, seu rosto marcado pela determinação e o coração pesado de medo pelo destino de sua esposa e filhos. Elizabeth mal conseguiu articular as palavras sobre as crianças antes de ver Nathan, Robert e Bill mergulharem corajosamente na cabana em chamas.
O desespero de Elizabeth aumentou quando percebeu Cody se aproximando, habilmente cortando as cordas que a mantinham prisioneira. Mas a hesitação tomou conta de Cody ao ver a força impressionante de sua professora, forçando-o a recorrer a táticas aprendidas com os mounties para mantê-la segura em meio ao caos ardente.
Ele a derrubou com força no chão, seu próprio corpo praticamente esmagando o dela enquanto a imobilizava. Era uma tática desesperada, mas a única maneira que ele encontrou de mantê-la em segurança naquele momento de caos e destruição.
Os homens retornaram, testemunhando a cena angustiante diante deles. Nathan olhou para sua esposa, o coração apertado de dor e medo pelo que poderia acontecer. Cody alertou Nathan para se preparar, advertindo-o sobre a força surpreendente de Elizabeth, que parecia não enxergar nada além das chamas devoradoras ao seu redor.
Com cuidado, Cody se afastou de cima de Elizabeth, mas foi Bill quem ficou chocado ao testemunhar a velocidade e agilidade com que ela se levantou, derrubando-o em seguida. No entanto, Nathan estava à frente, pronto para conter o furacão de emoções que tomava conta de sua esposa.
Naquela mulher desesperada, ele viu uma mãe determinada, disposta a enfrentar qualquer desafio para salvar seus filhos da morte iminente. O amor maternal era uma força imparável, capaz de impulsionar Elizabeth além de seus próprios limites físicos e mentais.
O impacto foi intenso, e Nathan teve que se esforçar para conter sua esposa, quase sendo arrastado ao chão junto com ela.
— Elizabeth poderia jogar futebol americano e ainda derrubar os melhores jogadores, pensou ele, enquanto tentava conter o riso diante da situação.
Mas ele sabia que havia uma determinação feroz por trás daquela força física. Se Elizabeth pudesse, provavelmente tentaria apagar o fogo com as próprias mãos.
E com muito jeito ele conseguiu abraçar forte sua esposa, e foi falando até que ela compreendesse a mensagem.
— As crianças não estavam na cabana, calma, meu amor.

Ela demorou a compreender a gravidade da situação, mas quando finalmente percebeu, lágrimas de alívio inundaram seus olhos, fluindo como uma torrente em meio a uma tempestade implacável. Cada gota era um testemunho silencioso de sua angústia, de sua dor, e também de uma esperança renovada que brotava em seu coração dilacerado.
Nathan observou sua esposa se desfazendo diante de seus olhos, sua expressão desvanecendo em um misto de emoções avassaladoras. Seus olhos perderam o brilho, e apenas o branco opaco permaneceu, refletindo a intensidade do desespero que a consumia por dentro. Com as pernas trêmulas e sem forças, Elizabeth caiu nos braços protetores de seu marido, encontrando um refúgio temporário em seu abraço seguro.
Com cuidado e determinação, Nathan ergueu sua esposa nos braços, sentindo o peso de sua fragilidade e a força de seu amor. Robert, sempre presente e leal, ofereceu sua ajuda, ajudando Nathan a montar em seu cavalo Newton. Enquanto cavalgava de volta ao café com Elizabeth inconsciente e pálida em seus braços, Nathan sussurrou uma promessa solene em seu ouvido, suas palavras carregadas de um compromisso inquebrável:
— Eu vou encontrar nossos filhos... eu te prometo, meu amor. Cada palavra era um juramento solene, uma promessa feita sob o peso da incerteza e do medo, mas também alimentada pela determinação feroz de um pai disposto a enfrentar qualquer obstáculo para reunir sua família mais uma vez.


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