Através de Robert escrita por HEILA HANS SHEFTER


Capítulo 67
CAPÍTulo 67




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Há alguns dias, Grace e Viola desfrutavam de uma tranquila tarde enquanto saboreavam um delicioso chá. O cenário era idílico em sua mansão, até que um senhor inesperado adentrou os portões.
As coisas estavam longe de serem simples. William Thatcher, ainda se convalescendo de seus ferimentos, permanecia em Hope Valle, determinado a recuperar o tempo perdido ao lado de sua filha depravada, cujo comportamento tem sido uma fonte de preocupação constante.
Grace observou com surpresa quando o senhor, cuja presença era inesperada naquele momento, atravessou o jardim. Seu semblante era sério, e ela notou uma tensão no ar que não estava lá antes. Viola, por sua vez, ergueu as sobrancelhas em curiosidade, pronta para qualquer desdobramento inesperado.
O visitante se aproximou com uma expressão que misturava preocupação e determinação. Ele era um homem de estatura imponente, vestido de maneira impecável, mas seus olhos carregavam uma história própria. Ele se dirigiu a Grace com uma reverência respeitosa.
— Senhora Thatcher, peço desculpas por chegar sem aviso prévio, mas há uma questão urgente que preciso discutir com você.
Grace ergueu uma sobrancelha, surpresa com a formalidade e o tom grave do visitante. Ela olhou rapidamente para Viola, que manteve um semblante imperturbável, mas seus olhos revelavam uma curiosidade crescente.
— Por favor, entre senhor...? Convidou Grace, esperando preencher a lacuna de seu nome.
— Senhor Ashford, à vossa disposição, respondeu ele, entrando na mansão com um passo firme, mas cortês.
A tensão no ar era palpável enquanto os três se dirigiam para a sala de estar, onde puderam se acomodar em cadeiras confortáveis ao redor de uma mesa de café. Grace sentiu um calafrio percorrer sua espinha, preparando-se para o que viria a seguir.
— Senhor Ashford, por favor, o que o traz até aqui de forma tão inesperada e solene? Perguntou Grace, mantendo sua compostura, mas com uma inquietação crescente.
O homem retirou um envelope de dentro de seu paletó e o entregou a Grace com uma expressão séria.
— Recebi isso há alguns dias e senti a obrigação de trazê-lo pessoalmente até vocês. É uma questão relacionada a Hope Valle e que requer sua atenção imediata.
Grace tomou o envelope com cautela, sentindo o peso simbólico do que estava prestes a abrir. Ela deslizou o conteúdo para fora e começou a ler, seu rosto passando por uma série de emoções enquanto absorvia as informações ali contidas.
E assim foi que Grace recebeu a visita de Wade, o senhor Ashford, que se revelou ser seu representante legal. Ignorando quaisquer reservas sobre a índole do homem, Grace estava focada apenas na oportunidade que ele trazia consigo. Ela não se importava com quem Wade era, desde que ele pudesse oferecer um plano para realizar sua vingança contra Elizabeth. Este era o momento para Grace assumir o controle da família Thatcher, mostrando a todos quem ela realmente era.
O plano proposto por Wade era tentador. Oferecia uma rota clara para Grace tomar o comando da situação e garantir que tanto sua filha quanto William estivessem sob seu domínio. Ela sabia que essa era sua chance de mostrar sua verdadeira força e determinação, deixando claro que não seria subestimada por mais ninguém.
Grace aceitou a proposta de Wade sem hesitação. Ela estava determinada a seguir em frente com seu plano de vingança, disposta a assumir o papel de líder da família Thatcher e fazer com que todos obedecessem suas ordens. Era hora de mostrar a todos que ela não era apenas uma mulher forte, mas sim uma matriarca implacável que faria qualquer coisa para proteger seus interesses e garantir sua posição de poder.
Com a confiança renovada e um plano em mãos, Grace estava pronta para enfrentar os desafios que estavam por vir. Ela sabia que não seria fácil, mas estava disposta a lutar com todas as suas forças para alcançar seus objetivos e garantir sua vingança contra Elizabeth. A batalha pela liderança da família Thatcher estava apenas começando, e Grace estava determinada a sair vitoriosa.
A raiva fervilhava dentro de Grace, consumindo-a como um fogo incontrolável. A notícia da fuga de Julia e Charles para se casarem era como uma punhalada em seu coração já ferido. Ela não podia aceitar a ideia de que Elizabeth não havia escolhido Charles como seu marido. Era inconcebível para Grace que sua filha mais velha permitisse que tal situação ocorresse.
Julia, a irmã mais nova e muitas vezes irresponsável, era o alvo inicial da ira de Grace. Como ela poderia ser tão imprudente ao fugir com Charles e se casar às escondidas? A jovem parecia completamente desprovida de juízo, uma criança em um corpo adulto, incapaz de entender as consequências de seus atos.
No entanto, para Grace, a verdadeira culpada por trás de toda essa tragédia era Elizabeth. Como mãe, ela esperava que Elizabeth segue o caminho que ela própria havia traçado, casando-se com Charles e garantindo a estabilidade e a prosperidade da família. A recusa de Elizabeth em fazer isso era uma traição imperdoável aos olhos de Grace.
A situação só piorou quando a família de Charles decidiu deserdá-lo após sua fuga e casamento com Julia, a "filha errada". Grace via isso como uma consequência direta da escolha de Elizabeth de não se casar com Charles. Ela culpava Elizabeth não apenas pela fuga de Julia e Charles, mas também pela desgraça que havia se abatido sobre a família de seu pretendente.
A raiva de Grace era alimentada pela sensação de injustiça e traição. Ela sentia que Elizabeth havia arruinado não apenas suas próprias chances de felicidade, mas também as de sua irmã mais nova e até mesmo as da família de Charles. A mágoa e o ressentimento se acumulavam dentro dela, transformando-se em uma determinação implacável de fazer com que Elizabeth pagasse pelo que havia feito.
Enquanto o tumulto emocional se instalava em seu coração, Grace sabia que não descansaria até encontrar uma maneira de fazer com que Elizabeth enfrentasse as consequências de suas ações. A guerra entre mãe e filha estava apenas começando, e Grace estava determinada a sair vitoriosa, custe o que custasse.
Além de tudo o que já havia acontecido, Grace agora tinha um motivo adicional para nutrir seu ódio por Elizabeth. Aquela jovem, de alguma forma, conseguira persuadir seu próprio pai. William Thatcher, mesmo debilitado por seus ferimentos e temporariamente afastado, havia dado instruções claras aos seus advogados: devolver o direito à herança de Elizabeth.
A notícia caiu como um raio sobre Grace e Viola. “Como poderiam aceitar tal desfecho? ” Para elas, isso era uma afronta imperdoável, uma traição suprema por parte de William e, acima de tudo, uma confirmação de que Elizabeth, continuava a exercer seu poder sobre o patriarca da família.
Grace e Viola jamais aceitariam essa decisão. Afinal, era por culpa de Elizabeth que toda a família havia sido prejudicada. A jovem havia rompido os laços com Charles, causando a ira de sua própria mãe e levando a família de Charles a deserdá-lo. Agora, ela estava sendo recompensada por suas ações, enquanto Grace e Viola eram deixadas de lado, como se suas próprias dores e sacrifícios não importassem.
A raiva de Grace transbordava, alimentada pela sensação de injustiça e pela ferida aberta que Elizabeth continuava a infligir. “ Como ela poderia permitir que seu próprio pai atraísse mais dor e sofrimento sobre sua família? ” Grace se recusava a aceitar isso.
Viola compartilhava do mesmo sentimento de indignação. Juntas, mãe e filha se uniram em sua determinação de lutar contra essa injustiça. Elas sabiam que não seria fácil desafiar a vontade de William e os poderosos recursos legais à disposição de Elizabeth, mas estavam dispostas a enfrentar qualquer obstáculo em sua busca por justiça.


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