Among Other Kingdoms escrita por Break, Lady Lupin Valdez


Capítulo 10
Conte-me a Sensação


Notas iniciais do capítulo

Tecnicamente esse é o último capítulo, dessa história magnifica. Ficou grande mesmo. Mas, os sentimentos e sensações são coisas que devemos descrever á riscar. Ou tentar...


~Enjoy~♥



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Auterpe sabia exatamente quantos herdeiros estava esperando. Apenas um. Dificilmente o povo de Ruphira tinha mais de um filho, isso era coisa de outros Reinos, mas, sempre haviam exceções. Conversar com a Rainha não ajudava muito, ela era uma mulher tão quieta, frágil, assustada que até um pássaro frágil e apavorado fazia mais barulho do que ela.
A aliança ainda não tinha sido formalmente feita, eles sempre falavam muita coisa e no final não tinha muito com que concordar, era como se o Rei Estevão quisesse algo a mais deles, algo que ele escondia muito bem... Gostava do ambiente diferente, de hábitos e das pessoas estranhas; mas, também estava com saudade do seu Reino, do seus hábitos e dos seus súditos. Mas, o lado bom de tudo era que ali naquele lugar, eles não sabiam quem fora seus pais, não sabiam seu passado, eram apenas os visitantes com lindos cabelos brancos. Aquilo era a parte que a aliviava. Entretanto, ela precisava lembrar a Perseu quanto tempo havia se passado. Não era algumas noites, quanto tempo se passou em Pardóx? Enquanto pensava nisso, William bateu à sua porta, havia trazido frutas para ela, Auterpe sorriu, uniria o útil ao agradável.

Perseu havia aproveitado o começo daquele dia treinando com seus Guardiões, com armas, eles nunca treinavam com armas, era interessante, voraz e elegante. Era uma luta corpo a corpo que raramente ocorria do outro lado, em últimos casos uma lâmina era usada, eles usavam mais as mãos, pernas e corpo. Depois de terminar o treino Nakumma quis enfrentar alguns soldados, Nottpos apenas observava; o Rei de Saphiral estava repensando, mais uma vez, naquela noite que se juntou com a Rainha de Calasir. Era besteira ficar pensando nisso, foi uma coisa especial, foi. Ocorreria novamente? Dificilmente. Impossível. Assim que ele entrou no castelo pode ouvir Estevão conversando acaloradamente com seu Conselheiro. Podia ouvir com clareza.

Eu sou o Rei, eu preciso de Herdeiros! Que tanto poder o pau de William tem?

Perseu continuou caminhando e sorriu. Na verdade, a culpa foi completamente dele, William jamais engravidaria Auterpe, foi tudo uma questão de eventos lunares que mudaram o rumo de tudo.

Deveria ter encontrado esse país antes, me casado com uma mulher que seja capaz de parir

Perseu sentiu repulsa quando ouvir ele dizer aquilo. Por um lado, ao menos Estela não seria tão maltratada, ou seria? O que ele sabia sobre o passado dela? O que ele compreendia daquele tipo de romance e amor doentio?

Deixa de ser louco, você vai assustar eles
 Tem razão, precisamos agradar eles, faremos um torneio em nome do meu sobrinho.

Ele não os assustava, era apenas constrangedor ver um Rei surtar daquele jeito. E aparentemente, ele não estava tão animado pelo sobrinho. Era apenas uma maneira de poder se exibir, como seria um torneio? Não haveria uma fogueira? Coroas de flores, danças e a presença dos deuses para proteger o nascimento da criança... Mas, deviam ter flores, danças e ao menos uma disputa entre William e Auterpe, um torneio mostrava o quão forte a criança nasceria dependendo do desempenho da Rainha.

Perseu havia conversado brevemente com Auterpe, queria que apenas uma vez em toda sua vida ela soubesse que ter filhos com mortais desencadeava muitas coisas. Uma delas era que abria margens para a criança poder atravessar os mundos mesmo com o Portal devidamente fechado. Não queriam mais estragos além do que sua mãe fez, e ter o bebê em Ruphira evitaria que isso ocorresse. Auterpe entendeu, mas, avisou que não podia controlar muita coisa; no máximo ela poderia prolongar a gravidez até estar do outro lado. Mas, em nenhum momento pensou em ter seu filho em Calasir. O que era bom. Enquanto ele caminhava e pensava sobre ter um sobrinho ou sobrinha, olhou pela janela, realmente, aquele Reino era estranho, nisso ele se assustou quando percebeu que Estela se aproximou. Ela estava visivelmente assustada, óbvio, seu marido lhe dava medo, então ele fez o que podia ser feito naquele momento, a abraçou. A deixou se aninhar em seus braços e quando os batimentos do coração se acalmaram ele deu um beijo em sua cabeça.

—Está bem? – Depois de um longo tempo sentindo o calor de seu corpo misturar com o dele perguntou.

—Estou com medo. Estevão está surtando com a gravidez de Auterpe. Ele disse que matará meus filhos se eles não tiverem os cabelos brancos. – Ela estava a ponto de chorar. Perseu sabia. Então ele começou a acariciar seu rosto. Cada detalhe era exuberante, Estela era linda. Magnifica.

—Ele não vai fazer isso... – Porém, ele era um homem enlouquecido com seus objetivos, e aquilo não era bom para nenhum Reino.

—Eu o conheço, sei que ele faria. – Quando ela colocou as mãos na nuca de Perseu ele ficou apreensivo, mas, quando ambos encostaram suas testas, ele entendeu que ela precisava apenas de carinho, de contato, de atenção e além de tudo, segurança.

—Vai ficar tudo bem, você vai ver. – Ele queria poder mudar todo o futuro dela, estaria disposto a arriscar seu pescoço pela segurança dela. – Porque não vai até os dragões? – Era uma ideia que possivelmente a ajudaria. Mas, os guardas não a deixavam sair. Então para amenizar aquele medo, eles ficaram parados, sentindo a respiração um do outro e podendo ouvir a respiração e o batimento sincronizado dos corações que possivelmente deviam estar interligados em algum outro tempo, tanto passado, quanto no futuro.

Mas, Perseu estava pensando nisso demais. Não era correto, querendo ou não, gostando ou não; ela tinha um marido, o Rei que queria fazer uma aliança com ele, e o único motivo para ele estar ali era para fechar o Portal. Não ficar com a Rainha... Não podia ser como Zeus e a roubar. Mesmo que quisesse muito. Não ser como Zeus, mas, a roubar e levar ela para um lugar melhor.

*

— O que fizeram? – Auterpe questionava Perseu, ele parou de prestar atenção no que ela havia dito.

— Eu tive a melhor noite com uma mulher, ela foi perfeita. – Oh, não, ela já viu aquele sorriso antes. – Estela é um doce!

— Ela é casada! Com um maluco, por sinal! – Ela exclamou.

— Perseu, você não pode repetir isso

—Ela merece um pouco de felicidade e carinho. – Auterpe cruzou os braços, observou o irmão, ela fechou os olhos e segurou em suas mãos.

—Quem você é Perseu? – Ele deu um pulo com a pergunta, não era no tom suave e adorável, era no tom sério. – Se todas as dores podem ser sentidas? Basta um sopro e uma respiração! – Perseu a encarou sério. – Quem é você Perseu além do Rei de Saphiral, o Rei mais sério, poderoso e o único Rei das Safiras, quem é você?

—(...) Eu sou Perseu, cria de uma coisa maligna, o Herdeiro das Safiras envenenado. – Auterpe segurou em suas bochechas.

—Eu sei! Mas, você sabe o que você fez? Sendo o que é?

—Somos Herdeiros envenenados. É cruel e é verdade. – Auterpe o puxou para um abraço.

—Não pode salvar todo mundo. Não pode pôr seu pescoço na forca. – Ele a abraçou de volta. – Prometeu que você não vai morrer antes de mim. Agora me prometa que não fará isso novamente. – Perseu fez carinho em suas costas.

—Só posso prometer uma coisa de cada vez. – Ele riu baixinho.

—Não! – Auterpe o repreendeu e ele a abraçou com menos força. Ela retribuiu. – Ninguém aqui sabe que nós somos filhos de uma criatura maligna.

—Isso é bom ou ruim?

—Bom.

Mesmo que estivesse concentrado no que Auterpe falava agora, podia ouvir as suplicas de Estela. Era um choro silencioso, mas, ele ainda podia ouvir, sua irmã também, mas, o que podia fazer? Ir lá e bater na porta? Era uma ideia, mas, não era o ideal. Tinha um motivo real para eles estarem juntos, nada é por acaso.

Perseu teve que se envolver na organização do torneio em homenagem ao bebê de sua irmã. Era estranho porque, não havia nada de muito atraente ali, e Estevão só estava fazendo aquilo por atenção. Ele não teve muita voz nas decisões, foi mais William, Mandrik e Estevão; já ele olhava para o ambiente sem graça. Não sabia como comemoravam a chegada de bebês em Ruphira, mas, em Saphiral não seria tão morto assim. Sem graça ele queria dizer.
 Ele também percebeu que não via Estela mais andando livremente, desde daquela noite horrível. Definitivamente Estevão estava a mantendo presa apenas para ter sucesso em ter um filho?  Será que ele desconfiava tanto de Perseu, quanto de Estela por isso a deixava trancada? Aquela tortura que Estevão fazia, não lhe era agradável aos ouvidos, nem ao seu coração, ouvi-la sofrendo lhe fazia mal. E todos seus esforços de visita-la em era vão; porque um Rei visitante precisaria visitar a Rainha do Reino, porque era algo errado ali, se tecnicamente era certo? Por isso ele começou a dormir no quarto em que Navi estava, já que agora raramente ele estava no quarto mesmo.  

Enquanto ele estava preocupado com o bem estar de Estela precisava focar nas preparações do tal torneiro. William estava animado, dizia a todos que era em homenagem ao “seu filho”. Perseu até sentiu um pouco de pena. Ele parecia animado de verdade, alegre estava se esforçando para deixar sua irmã feliz; ele não o conhecia mais do que Estela o descreveu e mesmo se ele for realmente um bom pai; a criança não poderia nascer naquele Reino, e talvez ele conhecesse. E ele não entendia como ele tinha certeza de que era um menino. Intuição? Auterpe descobriu o que seria e contou á ele? Não ainda era muito pequeno. Mas, geralmente quando a deusa da fertilidade age em uma mulher, ela age em outra.

Essa outra foi Estela. Estevão seria pai. Seu peito se afundou em uma dor inexplicável e impalpável. Era uma certeza vindo da boca do curandeiro. Ele estava no quarto de Auterpe quando ouviu, e mesmo que ela dissesse que o bebê podia ser dele, não podia. Sem ele conseguir explicar para si mesmo, era um misto de dor e tristeza que ele sentia. E olhando a situação agora, Perseu não podia fazer nada. E mesmo a vendo pessoalmente no dia seguinte, mesmo que por pouco tempo ouvir da boca de Estela que ela estava grávida o quebrou por dentro. Abraçar ela não iria melhorar o que ele estava sentindo. Ele sabia que não iria ficar tudo bem, mas, só podia dizer que ficaria sim. Pois, ali ele não tinha nenhuma importância. Maldito Eros. O que ele pensou quando colocou aqueles sentimentos em seu coração? Porque definitivamente não poderia ficar sempre com ela. E com razão ele não iria demonstrar preocupação para ela, que estava muito assustada.

Desde então Perseu não conseguia ficar na mesa junto com Estela e Estevão, ele optou por ter refeições com seus Guardiões, e seus Guerreiros, porque Navi não saia do lado nem de Leodak, ou de Mandrik, quando não era um, era outro. Auterpe já estava começando a perder o apetite feroz, e começou a ficar receosa com Estela, não por ela também estar grávida, muitas Rainhas ficavam grávidas ao mesmo tempo, isso não a incomodava. Agora se envolver com seu irmão mesmo sendo casada sem saber o quão doloroso eram os relacionamentos dele. Era uma barbaridade o que a Rainha frágil estava fazendo com seu irmão.

No dia do torneiro a Princesa fez o máximo para que Perseu recuperasse a sanidade. Auterpe sabia o que suas palavras podiam causar em seu irmão, foram as mesmas palavras que ele ouvia enquanto crescia, relembrar disso o faria se afastar dela, foi o que ele fez antes. Essa era a parte que Auterpe queria alcançar, porque quando Estevão abrisse a maldita boca começar o torneio do sobrinho dele, certeza que ele colocaria o ego lá em cima e falaria do próprio filho. Ela estava apostando isso com William enquanto segurava na mão de Perseu.

—Esse torneio é um momento muito especial, é em homenagem ao futuro de Calasir, em homenagem ao primogênito de meu irmão. – O sorriso de William foi enorme, acontece que como Perseu estava focado na aliança e em Estela, ele não comentou o fato com sua comitiva, além de Navi. Nottpos e Nakumma e Hamal ficaram boquiabertos e começaram a se questionar quando isso ocorreu. Não era possível que Perseu usou o feitiço de mudança da lua. A custo de que? – ... E não só isso, - Estevão continuou. – é em homenagem a algo mais especial, hoje, é com imenso prazer e com uma alegria que não cabe em mim. – Auterpe olhou para William como se dissesse “não lhe disse que seria sobre ele? ” – Hoje eu anuncio que em nove luas teremos outro torneio. E ele será em homenagem ao meu herdeiro!

Ele não quis ver o beijo, abaixou a cabeça e começou a controlar a respiração. Porque era tão importante anunciar a tantas pessoas um detalhe tão importante desses? Quando Perseu deu uma olhada rápida em Estela, ela estava belíssima. Era um sentimento de egoísmo crescente nele, era Perseu quem devia estar beijando Estela. Porque na verdade ela estava ali apenas para ter filhos, e além disso, ela devia ser devidamente amada.
Mesmo que Auterpe estivesse aborrecida por não ser sobre o herdeiro de William, ela não se importava se não era sobre ela, até porque como Perseu lhe disse seria uma celebração fraca, e que com certeza do outro lado deles seria muito mais alegre, haveria tudo o que ela gostava e esperava, e óbvio, apenas depois de nascer, quem comemoraria antes de nascer? É muito tempo e algumas gestações são perigosas, ele não deveria fazer uma festança dessas. 

—Desculpe pelo meu irmão. – William disse acariciando as bochechas de Auterpe. – Era pra ser apenas sobre seu Herdeiro. – Ela riu.

—Sinceramente, isso é uma palhaçada. – Ela beijou William. – Em Ruphira comemoraríamos perto do nascimento. Acaso, se eu tivesse outra criança aí sim, haveria um festival longo de flores, danças e muita comida. – Ele estava encantado com ela. – Claro, haveria lutas, eu lutaria.

—Porque?

—Imagine, se uma Rainha for fraca para se defender, acha mesmo que ela teria um bebê forte? – William olhou brevemente para Estela que sorria e acenava.

—Faz sentido. Devia ter comentado isso com Estevão, seria belo vê-la duelar com outros campeões e.

—Não. – A Princesa o interrompeu. – Isso é uma coisa do nosso lado. Você acha mesmo que Estela lutaria bem sem os dragões dela?  Eu acho que não. – Auterpe se espreguiçou. – A atenção está sobre os Reis daqui, porque não vamos à praia? – O sorriso de William se alargou.

—Acompanhamos mais dois campeões e saímos. – Ela concordou e ficou prestando atenção enquanto apertava a coxa de William com força, aquilo o fez enlouquecer.

Perseu olhava ocasionalmente para Estela, sua cabeça estava cheia, muita coisa acontecendo, os deveres dele sendo colocados de lado, sua missão era fazer uma aliança para não invadirem seus Reinos e fechar o portal. Ele tinha que se focar nisso.

—Partirmos para Saphiral amanhã. – Navi olhou para o Rei surpreso, Perseu não assinou ou estabilizou a aliança corretamente, ele não reviu tudo o que Estevão estava pedindo.

—Como assim?

—Está tudo bem? – Mandrik perguntou se virando para Navi, que acenou positivamente e se virou para o Rei.

—São três dias de Torneio. Para seu sobrinho ou sobrinha e. – Perseu negou.- Não?

A partir do momento em que o Rei Estevão disse que teria um herdeiro, o foco é deles.— Ele sussurrou. – Até Auterpe e William saíram, e ninguém percebeu. – Navi olhou em volta procurando a Princesa. Ele ia se levantar, mas, Perseu o impediu. – Nem pense nisso, eles podem voltar mais tarde, não deixe Estevão irritado.  – Navi acenou positivamente e se endireitou perto de Mandrik e Leodak, Perseu precisava prestar atenção nos campeões, eram bem devagar, mas, até que eram divertidos.

William e Auterpe voltaram pouco antes de Estevão encerrar o primeiro dia do torneio em homenagem ao seu sobrinho, aí sim, Auterpe se levantou junto com William e acenaram para o povo; já era noite, e seria seguido de um grande festejo que duraria uma parte da noite, aliás, Estela precisaria descansar. Mas, Auterpe não queria se recolher tão cedo, William a acompanhou, e mesmo que as festividades estivessem no estilo que ela preferia, havia outra coisa que ela preferiria fazer com William.
O que deixava Estevão um pouco enciumado, não podia tocar em Estela para não ter o risco de perder o seu herdeiro, e até para beijos ela parecia indisposta; agora a Princesa que estava com William tinha um ritmo acelerado, ele podia ver que até seu irmão parecia mais cansado as vezes, principalmente ele tinha hematomas em alguns lugares do corpo, o que o deixava curioso, como seria estar com uma mulher que praticamente era insaciável e facilmente fértil.  Ele tomou dois longos goles de vinho e voltou sua atenção para os Lordes e os convidados, deu a desculpa que a Princesa precisava descansar então os festejos continuaram.

Perseu estava caminhando pelo castelo, por cada canto do lugar, observava, estava pegando ideias para colocar em seu Castelo quando voltasse, tipo um solário, era bonito, um salão de dança interno seria interessante, principalmente porque poderia chamar os deuses para festividades pequenos. Como os que tem para Despina.

Enquanto passava pelos quartos viu que Liandra havia acabado de sair do quarto de Estela, ele continuou andando até Liandra sumir de sua vista. Ele respirou fundo.

Quem é você Perseu? Quem Perseu Archi é?— Ele sussurrou. – Além do filho da personificação do mal? – Ele deu quatro batidas na porta.

—Quem é?

—Perseu, Rei das Safiras... – Estela se aproximou da porta. – O Rei que cria alianças, o oposto dos outros.— Ele sussurrou.  – Quando ela abriu a porta observou que Perseu estava usando a mesma roupa azul que usou no baile. Ela usava um vestido verde claro, aparentemente todo seu guarda-roupa tinha apenas uma cor. – Gostaria de saber como você está.  

—Ficarei bem. – Ela abaixou a cabeça e Perseu colocou a mão no topo de sua cabeça, não deslizou os dedos sobre os fios, apenas repousou a mão ali. Foi quando o coração dela disparou, ela olhou para fora. – Onde está o Rei?

—Está festejando com Auterpe e William. Ele começou a beber e. – Estela fechou os olhos, apenas de lembrar do cheiro já sentia enjoo. – Então eu vim vê-la. Antes que... – Perseu engoliu as palavras. Não queria ser indelicado. – Eu não quero me convidar para entrar. Mas, estou preocupado com você, com a sua gestação, então pensei em. – Ele iria sugerir seu quarto, mas, Estela o olhou fixamente. – Entre. Acho que, você só está preocupado. – Perseu deslizou para dentro do quarto silenciosamente e Estela segurou em seu pulso, caminharam mais adentro, o seu quarto era enorme, e parecia que nunca acabava.

Foi quando chegaram na antessala. Ela bela e bem decorada, seu quarto não tinha nada disso. Nunca teria. Havia uma lareira, com pequenas estátuas de dragões em cada lado dela como uma decoração, havia a da sacada, quadros da fortaleza em construção, vários vasos de tamanhos variados, e um aparador que mantinha alguns outros vasos de flores, tinha também um sofá e poltronas, junto com uma mesa de centro, um tapete enorme e um aparador, Estela o convidou para se sentar no sofá, ele engoliu em seco. Mas, se sentou, não estavam muito próximos, porém, mais perto do que já estiveram desde quando Estevão começou a deixa-la no quarto. Perseu não tinha nada o que dizer, apenas abriu os braços o que fez Estela se aninhar nele, e se encolheu, porque seu marido não podia ter esse mesmo nível de carinho, apenas a abraçar e sentir os batimentos de ambos e ficar em silêncio?

Eu sei que você está assustada.— Ele cochicha. – Eu sei que parece assustador gerar uma criança, mas, ao menos você não estará mais sozinha... – Ela sorriu e fechou os olhos para poder sentir o calor de seu peito. – Não precisa falar nada se não quiser. Mas... Hoje você estava magnifica. Você sempre está.

Perseu queria falar, queria pedir, seu peito ardia. Ele simplesmente não podia toma-la nos braços, beija-la e amar ela como fizeram a noites atrás porque agora ela estava grávida. E era do seu marido. Perseu não sabia que era possível sentir dor, culpa e raiva por uma pessoa que nunca foi sua. Eram pensamentos dolorosos, e além de serem de lados diferentes, ele nunca a poderia levar para cuidar dela e de seus bebês junto com seus dragões. Ela era cônjuge de outra pessoa, e ele não tinha ninguém... O que eles tiveram foi além do mágico e fantástico, foi único, uma sensação que ele nunca poderia experimentar novamente.

—Desculpa pelo que Estevão fez hoje. – Estela se sentou no sofá e colocou os pés para cima, ela estava descalça.

—Perdão. O que? Ele estava perdido em seus pensamentos.

—Em transformar o Torneio de Auterpe e William em algo que acabou sendo para minha gravidez. Eu juro que não queria que ele fizesse isso, pedi pra ele não fazer isso, esperar o Torneio acabar, mas, ele não quis ouvir. – Perseu se sentou de lado, e aos poucos, sem usar força, com mais calma, a fez deitar em seu colo. Para poder passar a mão em seu corpo, fazer um carinho nas costas, nos braços, e na nuca; ela apreciou o carinho.  Era como se suas dores durante a gravidez diminuíssem.

—Bem, Auterpe imaginou que isso ocorreria. Sei que ela não ficará com raiva. A culpa não é sua. Estevão só está... – Uma pequena pausa. – Feliz porque será pai...

—Sim, ele está.  Nós estamos. – Perseu percebeu que era um tom triste, não parecia uma felicidade genuína.

—Está mesmo? – Estela olhou para Perseu com um olhar de surpresa. – Aan. Eu fico observando, parece que ele só tem amor de uma parte.

—Dá para perceber isso? – Perseu coçou a nuca, não havia amor de nenhuma parte, uma parte era medo e outra era poder.

—O que eu quero dizer é que. Desse lado as coisas são diferentes. Os casamentos são diferentes as celebrações, eu... Só queria entender como funciona. Tudo.

—É bem mais fácil do que você imagina. – Perseu sorriu. – Não me pareceu mais fácil antes. Vocês convivem muito antes ou deixa o coração guiar ou as estrelas?

—Bem, convivência. – Ela respondeu, seu rosto era lindo, Perseu queria acordar ao lado dela todas os dias. Não precisa forçar ela a ter muitos filhos, não a impediria de ver seus dragões, nunca.

—Sabe que agora eu nunca mais vou poder olhar para a lua da mesma maneira? – Estela observou a expressão dele, o sorriso do Rei mesmo que curvado era simples, simpático. – Porque sob a luz da lua; eu sempre verei você. Da forma mais bela que eu nunca poderia esquecer.

Ela arfou.

—Eu... Dou alguns sorrisos quando lembro daquela noite. – Ela se sentou e se aproximou dele. – Eu estava certa do que queria e não me arrependo.

—Mas, agora você está esperando um bebê e eu preciso respeitar isso o máximo que puder, o que aconteceu, eu não queria esquecer.

—Não precisa esquecer. Eu também não quero... – Ambos sorriam um para o outro.

—Eu queria... – Perseu estendeu a mão e esfregou no pescoço de Estela, ela subiu ao longo de sua mandíbula e quando chegaram as suas bochechas a suavidade a fez fechar os olhos, era uma sensação boa, ela podia sentir a respiração dele cada vez mais perto da dela, podiam se misturar, era melhor sensação. Então ele parou com o carinho sobre a bochecha. – Você sempre amou o Estevão? – Estela engole em seco, mas, na verdade não tinha medo da reação dele. Não era como quando Estevão fazia uma pergunta.

—Sim. – Perseu pareceu triste.

—E você ainda ama ele? – Antes que Estela pudesse formular uma pergunta, mas, antes que ela pudesse responder, ele diz rapidamente. – Esqueça, eu não preciso saber.

E de repente seus lábios estavam, se movendo para os dela. Os sentidos de ambos estavam explodindo. Ambos se desejavam novamente a tanto tempo, ela apreciava os lábios macios dele enquanto o coração dele batia com força contra seu peito. Gentilmente ele coloca as mãos em suas bochechas e faz um carinho no polegar de forma circular. E com a mesma calma que ele começou o beijo ele se separou devagar.

—Eu não vou conseguir te esquecer. – Estela queria dizer que ele não precisava, que ele poderia ficar lá quanto tempo quisesse e pudesse, mas, para falar a verdade, agora ela estaria sempre presa.

—Você não precisa sair agora. – Perseu ofereceu seu colo para que ela pudesse colocar a cabeça em suas pernas.

—Eu não pretendia rapidamente. – Eles não falaram mais, eles se calaram, ela podia sentir os carinhos que ele distribuía em seu corpo, não necessariamente abaixo do seu umbigo, havia um limite, a presença calma, de um corpo que ela confia, mesmo não o conhecendo a tanto tempo a fez cair no sono depois de um tempo. Quando Perseu percebeu isso, a colocou em sua cama, a cobriu delicadamente e depositou um beijo em sua testa. Ela estava dormindo profundamente, mas, assim que Perseu deu um beijo nela e se afastou para sair do quarto, algo dentro dela se mexeu, como se sentisse falta dele. Ou como se fosse um toque especial, mágico.

(...)

Tão mágico quanto ele, seria um filho dele. Seria possível? Na verdade, seria incrível e preocupante. Como ela explicaria isso para Estevão? O que ela poderia fazer? Senão aproveitar sua companhia? Ela não percebeu quando Estevão chegou e deitou no quarto para dormir, também, não notou quando o sol nasceu, apenas ouviu Estevão dizendo que ela precisava tomar seu banho, se arrumar que o segundo dia do torneio estava começando.
 Assim que Estevão se virou ela tocou em sua barriga e fechou os olhos, queria um sinal “mágico” apenas para ter a confirmação das suas suspeitas. O sinal foi um pequeno choque. Não uma dor, era algo que saiu de dentro dela e não a machucou, fez cócegas, Estela riu. Seu bebê era filho de Perseu. Antes de pular de alegria, ela paralisou.

Não era filho de Estevão. Teria os olhos azuis.

E seu filho morreria na sua frente. Junto com ela.

Estela começou a respirar rápido, não, não. Aquilo não estava acontecendo. Ela precisava se acalmar.

Ela precisava contar para Perseu que ele seria pai. Com certeza, ele a ajudaria a sair dali em segurança.

 Depois do desjejum, Estela e os outros foram trocar suas vestimentas para a o Torneio em homenagem ao primogênito de William e Auterpe, Perseu não estava fazendo refeições com eles, estava passando um tempo com sua comitiva, ele comentou com Estevão que eles eram muito próximos, eram apenas algumas vezes; pois, tecnicamente seus Guardiões e Guardas não podiam sentar-se à mesa por causa que naquele Reino era diferente, e eles não queriam atrapalhar a aliança e os acordos. Perseu se retirou primeiro, cumprimentou as Altezas de Calasir, e foi se trocar. Enquanto Estela passava pelo salão ouviu os Guardiões de Perseu dizerem algo sobre estarem partindo em breve. No mais tardar hoje; como assim? Porque?

Ela precisava contar a ele. O mais rápido que podia, mas, no momento propicio. E separada de todos. Apenas com ele.

O segundo dia do torneio começou, Auterpe estava usando seu vestido roxo escuro com algumas linhas douradas, e as mangas era um tom um pouco mais claro de roxo. William, Estevão e Estela usavam as vestes do dia anterior, o mesmo verde de sempre, assim como Perseu que usava a mesma roupa. Auterpe mudou de roupa apenas porque o roxo que ela escolheu no dia anterior estava apertado nos braços.

— Meus condes, meus lordes, meu povo, é o segundo dia do torneio em homenagem ao primogênito do meu irmão, com a princesa do outro lado. Esse torneio está sendo realizado para mostrar o quanto estamos dispostos a firmar uma forte aliança com esse povo magnifico. – Perseu quase afundou na cadeira, não precisava dizer tanto. Parece que alguém reclamou sobre dividir a atenção. Todos aplaudiram entusiasmados, parece que agora fazia sentido dele estar fazendo um torneio para o filho do irmão. Alianças eram coisas poderosas. – E o segundo dia do tornei está aberto!

Os cavaleiros começaram a duelar, e enquanto estava no meio da primeira luta a Princesa cutucou o irmão.

—O que houve? – Perseu estava prestando atenção na luta.

—Você vai embora hoje? – Ela perguntou irritada, ele se virou para ela. – Sem me avisar?

—Eu achei que era apenas um dia. Não três.

—E eu achei que seria mais divertido. – Houve uma pausa. – Eu também sinto falta de casa, mas, não pode sair assim, ele vai encarar isso como algo ruim. Ele é louco. Lembra? – Ela sussurrou. – Por favor, fica mais um dia, assim que acabar, no dia seguinte partiremos. – Perseu respirou fundo. – Por favor, não queremos ninguém invadindo lá; vai dar tempo de assinar essa aliança e nós fecharemos o portal, como havíamos combinado.  – Ele a olhou de lado.

—Quer levar isso até o fim?

—William está feliz, Estevão vai ter um filho e com alianças fechadas, não tem como eles invadirem mais. Estaremos seguros.

—Certo. – Ele disse dando um leve sorriso. – Preciso conversar com os meus espalhadores de informações...

Quando o segundo dia do torneio se encerrou, Perseu foi conversar com seus “espalhadores de informações. ” Nisso Nakumma começou a tentar convencer ao contrário, não mudar o que já haviam dito, daria para assinar um pedaço de papel rapidamente. Perseu tentou ser compassivo, queria explicar seu ponto de vista, e quando Hamal disse que seria formal avisar da partida de ambos, Perseu apenas deixou eles falarem, não é que eles estavam entediados, aquele lugar era engraçado, mas, Auterpe estava esperando um filho, o correto era chamar a comitiva de Ruphira para levarem ela.  

—Vocês irão partir? – Estela estava ouvindo os jovens da comitiva de Perseu dizendo que iriam partir, ela queria ter certeza era isso mesmo que foi falado. Ela se aproximou sem fazer barulho. – Eu acho que você não poderia partir agora. – Perseu a olhou sem entender.

—Como assim Rainha? – Provavelmente porque tinha o Torneio, mas, sua voz, estava preocupada.

—Ainda não assinaram a aliança corretamente. – Ela começou a caminhar, nisso, Perseu a seguiu queria ouvir o que ela tinha a dizer. – Nem houve uma comemoração formal de ambos e.

—Bem, podemos fazer isso agora mesmo. Sem nenhum problema. – Ah, esse era o problema? Ele não iria dizer que não iriam mais, mas, gostava de conversar com ela, e o Rei Estevão estava longe.

—Rei. Perseu... – Eles estavam mais afastados. – Eu acho melhor você não ir.

—Porque? Você terá seu Herdeiro, e. – Estela se aproximou mais dele.

—Seu filho.

—(...) Meu filho? – Ele emitiu um som de risada. – Não, Rainha Estela, por favor. Não faça isso.

—Fazer o que?

—Dizer que está esperando um filho meu. – O coração dela começou a bater rápido. O dele também, não queria dizer nada, mas, não aguentava as caricias que Estevão ficava fazendo na barriga dela em público. – Eu pude ouvir as vezes que o Rei estava com você. E. Não é meu. Estivemos juntos uma vez.— Ele sussurrou essa última frase. – O herdeiro é de Estevão!

—Perseu, eu sei que é seu. Eu posso sentir e. – Perseu fez um sinal para ela parar de falar.

—Estela, seria uma imensa honra ter um filho seu. Seria gratificante e seria magnifico. Sinceramente, eu adoraria ter um filho para chamar de nosso, porque não seria só meu, seria seu também, nosso. – As lágrimas começaram a cair dos olhos e Estela devagar. “Nosso”, não apenas “Meu”. Como Estevão falava aos quatro cantos. – Mas, essa não é uma possibilidade.

—Mas, eu sinto e. – Ela colocou a mão na barriga.

—É de Estevão. Terão os cabelos brancos como os seus. Minha filha não teria cabelos brancos. – Ele queria acariciar seu rosto. Mas, se conteve não queria chamar a atenção. – Eu sinto muito não ter aparecido primeiro para lhe dar nossos filhos, não é meus E você não tem como provocar que é meu. Não quero que Estevão te machuque se souber de uma coisa dessas. (...) – Ele limpou as lágrimas dela. – Não se iluda. Não é meu. Estevão tem sorte em te ter. Por mais triste que seja essa realidade.

Quando estava afastado o suficiente, Perseu entrou em seu quarto e enquanto todos estavam nos festejos ele deu um berro de frustação e raiva. Aquele berro gerou energia, uma energia que poderia explodir todo o castelo. Então ele se agachou de forma fetal e se segurou ao máximo. Ele começou a respirar devagar, não podia deixar a energia sair dele, poderia fazer outro rasco nas dimensões e abrir outra. De onde Estela teve essa ideia louca? O que ela estava querendo fazer? Acabar com sua mente e com seu corpo? Ele se deixou levar por tempo demais, tinha que parar. O filho era de Estevão, todas as malditas vezes que ele ouviu não tinha como ser dele. Não daria, á quanto tempo ela e ele estavam juntos?  Muitas luas, para dar sinais agora, ela não era de Pardóx, um filho assim não seria possível, e mesmo se fosse, como foi com a sua irmã era impossível, ela nasceu naquele mundo. Auterpe não.
E Perseu a fez chorar. Ele não queria faze-la chorar, mas, ela não podia se iludir apenas por uma coisa que ambos aproveitaram, não podia ser dele. Ele teria que levar a criança com ele, criaria uma guerra, e sinceramente, não era isso que ele queria no momento. E simplesmente não tinha como.

Naquela manhã, ele estava disposto a conversar com o Rei Estevão que partiria no dia seguinte, por isso assim que o último dia do Torneio fosse finalizado, ele queria formar a aliança e partiriam no dia seguinte, ele se sentou à mesa junto com Estela e os outros, ela queria lhe dar um sorriso, dizer o que sentiu, mas, ele apenas acenou a cabeça; enquanto começavam a conversar, Carlisle entrou com tudo onde eles estavam.

—Esse garoto queria invasor o Castelo. – Perseu arregalou os olhos e antes que Estevão dissesse algo, o outro se aproximou do tal “invasor”.

—Rigel... – O garoto estava encharcado, machucado, haviam cicatrizes em seu corpo. – O que aconteceu? O que faz aqui? – O jovem respirou fundo e começou a engasgar, Perseu pediu licença e foi para longe com o mensageiro. Auterpe olhou os dois se se afastarem. Sentiu um aperto no peito e arfou.

—Está tudo bem? – William perguntou observando a expressão da Princesa. – Quem é o garoto?

—O mensageiro do Rei. – Ela respirou fundo. – Como ele chegou até aqui sozinho? – Auterpe se levantou da mesa e saiu correndo. Navi foi atrás dela, e William o seguiu. Estela ficou observando a agitação, Estevão também achou a situação estranha, então ele se levantou, colocou a mão no ombro de Estela enquanto com a outra acariciava a sua barriga.

—Termine de comer querida, tem que se manter forte para meu filho. Kaila! – Ele gritou. – Assim que a Rainha terminar de comer, leve-a a para o quarto para repousar. – Estela queria saber o que estava acontecendo. – Não fique saindo, sua segurança é muito importante para o Reino!

—Precisamos saber o. – Estevão negou com a cabeça.

—Você pode caminhar até o quarto eu cuido disso. – Ele deu um beijo nela e foi ver o que estava acontecendo com o Perseu, o garoto estava se acalmando. – O que houve? – Estevão os interrompeu, Rigel se afastou um pouco.

—Rubis Negros. – Perseu falou sério. Havia raiva emanando em sua voz, Estevão ficou curioso e foi atrás dele. – Conseguiu vir sozinho?

—Sim. Eu sei que não deveria vir sozinho, mas...

—Foi necessário. – Perseu passou a mão sobre os cabelos do garoto. Estevão olhou em volta a Princesa não estava à vista deles, mas, Nottpos e Nakumma estavam do lado de fora. O Rei então se voltou para o outro. – Eu preciso voltar. Meu Reino sofreu um ataque, e eu preciso ir.

—Espere! Vou chamar os guardas, vamos ajudar e.

—Desculpe Rei Estevão. – Perseu o interrompeu. – Agradeço a ajuda, mas, me ajudaria mais se deixasse que Auterpe ficasse com você.

—Como assim? Eles invadem seu Reino e você não quer ajuda? Nossa ajuda?

—Preciso de cavalos para irem até o porto. Vossa Alteza poderia me fornecer alguns?

—O que há no porto? Já vai embora? – Perseu assentiu. – Mas, não. – Estevão não tinha feito nenhuma celebração para a partida deles, na verdade do Rei, não compreendia porque simplesmente não podia ir.

Quando os cavalos foram fornecidos, Estevão foi também, no meio do caminho Perseu ofereceu ajuda à Auterpe que estava correndo e quando ela subiu no cavalo, William deu um grito, ele estava colocando seu filho em risco em cavalgar até o porto. Mas, ela sentou-se de lado e segurou na cintura do irmão que disparou na frente dos demais, havia uma surpresa no mar, quando chegaram lá Estevão se deparou com um dragão, mas, sem asas, era um dragão do mar. Perseu desceu e ajudou Auterpe. Ambos se aproximaram da fera. Porém, apenas Perseu encostou o rosto na cabeça da fera. Não sabia que ele tinha um dragão. Que com certeza era maior que Jaspe, e o dragão tinha uma cor purpura brilhante.

—Rei Estevão espero que entenda que não poderia ajudar nessa batalha. Cuide da minha irmã. Por favor. – Ele se aproximou de Estela. – Eu vou na Nêmesy, quando tudo estiver seguro eu avisarei, e você volta no barco, entendeu? Estou contra Rubis Negros, eu vou resolver isso.  – Ele estava sério. Então ele olhou para Navi que acabou de chegar. – Você vai ficar não é? – O Conselheiro não conseguiu responder. – Estevão de Calasir, obrigada pela estadia e perdoe eu não estar aqui para o fim do Torneio. Enviarei mensagens.

Nisso tanto ele quando seus Guardiões e seu Mensageiro se acomodaram no dragão que era grande, e em poucos segundos desapareceram nas águas do mar. Auterpe segurou o choro e Estevão a abraçou. Agora estava responsável pela Princesa, seu irmão estava bem atrás ainda.

—O que aconteceu? Porque ele não quis ajuda?

—Perseu é um Rei audacioso, se machucaram a Nêmesy, machucaram Mérope. E agora ele vai se vingar em batalhas.

—Quem é Mérope? – Estevão perguntou curioso. – Outro dragão?

—Bem, eu sempre achei que fosse a mulher da vida dele. Ela é uma boa bruxa. E ele se preocupa com ela, porque Perseu, é assim.

O único arrependimento do Rei das Safiras foi não ter se despedido de Estela. A abraçado uma última vez. Mas, precisava salvar Saphiral. Estela iria entender se Auterpe e Estevão explicassem direitinho.


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Notas finais do capítulo

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~♥Beijos da Autora♥~



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