Uma Segunda e Verdadeira Chance a Nós escrita por AndyWBlackstorn


Capítulo 8
Capítulo 8




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Apesar do sorriso típico, agradável e simpático que Aziraphale estava dando a qualquer estranho que passasse por ela na fila de espera do consultório, Crowley não podia deixar de notar os também típicos sinais de nervosismo dela. Os polegares tamborilando um sobre o outro, as pernas cruzadas se mexendo incessantemente.

—Respira fundo – ele disse de repente, o que a fez dar um sobressalto.

—Me admira você não parecer nem um pouco nervoso – ela sussurrou de volta com rapidez – você não pensa o que pode acontecer lá dentro?

—Ele vai fazer umas perguntas e te examinar, apenas isso – retrucou ele.

—Eu sei, mas sobre... você sabe... se ele achar o bebê... estranho... devido À nossa natureza peculiar... o que respondemos? – ela apresentou suas preocupações.

—Fingimos cara de surpresa – Crowley veio com uma solução prática – e deixamos ele vir com alguma explicação e teoria. Lembra que você mesma disse que o nosso bebê pode ter características humanas? Tá na hora de termos um pouco de fé que é o que vamos comprovar aqui, e se não for esse o caso, vamos pro plano B, conforme o combinado.

—Tudo bem – sua esposa concordou, embora ainda parecesse nervosa e tivesse acabado de engolir em seco.

—Vai dar tudo certo, Aziraphale, confia – ele segurou sua mão da forma mais delicada que poderia fazer isso.

Sua esposa não teve outra alternativa a não ser sorrir em gratidão.

—Sra. Aziraphale Crowley – chamou a recepcionista e os dois se levantaram ao mesmo tempo.

—Boa tarde, sejam bem vindos, eu sou o Dr. Jones – o médico se apresentou, estendendo uma mão amigável a eles.

—Como um intrépido arqueólogo, gostei disso – Aziraphale disse de forma entusiasmada, sentando-se em seguida.

—Sou doutor em bebês, senhora, mas entendi – ele sorriu de volta – imagino que este seja o Sr. Crowley.

—Exatamente – ele respondeu, confirmando.

—Então, vocês me procuraram porque pretendem ter filhos? – o médico iniciou o assunto.

—Oh não, quer dizer sim, quer dizer, tivemos a confirmação de que de fato, eu estou grávida – Aziraphale contou.

—Ora, meus parabéns! – disse alegremente o Dr. Jones.

—Obrigada, como o senhor deve ter notado, foi uma grande surpresa pra nós, acabamos de nos casar, embora tenhamos um relacionamento longo e recíproco, enfim, acredito que não seja essa a parte relevante – ela respirou fundo – nós queremos ver como o bebê está.

—Bom, se foi uma grande surpresa, imagino que tenham sofrido um certo choque, mas dá para notar que a notícia alegrou vocês, isso já é um bom indício – Dr. Jones explicou pacientemente – bom, eu vou ter que pedir que a senhora se deite ali, sra. Crowley.

—Tudo bem – ela concordou e fez como pedido.

Mesmo com os olhos tampados pelos óculos escuros, dava para sentir o olhar protetor de Crowley sobre ela. Ele foi rápido como um gavião para perto dela, observando os gestos do médico.

—Vou ter que pedir que levante a blusa, com todo respeito – o médico instruiu.

Dessa vez, foi Crowley que notou as bochechas da esposa corarem de vergonha. Ele segurou sua mão de novo, assegurando que estava tudo bem. O Dr. Jones então prosseguiu em examiná-la, enquanto Aziraphale sentia a temperatura fria de seus instrumentos sobre a pele de seu ventre.

—Ah muito bem, podem se sentar aqui comigo de novo – disse o médico depois de alguns minutos, começando a fazer anotações no computador – seu bebê tem 3 semanas, está saudável e completamente normal, é claro que essas são as impressões iniciais, mas vou continuar acompanhando toda a gestação, será um prazer atende-los.

—Muito obrigada mesmo – Aziraphale voltou a sorrir como sempre.

—Agradeço – Crowley foi mais contido, mas admitiu que o tal Dr. Jones era bem atencioso.

No caminho para casa, a porta do Bently se abriu para Aziraphale de forma gentil e atenciosa, e ela se esgueirou para o assento em que estava se acostumando como seu. Crowley dirigiu de volta para casa, mas estranhou o silêncio de 15 minutos e 47 segundos de Aziraphale.

—Muito bem, desembucha – foi a resposta curta dele.

—O que? – ela respondeu de volta, levemente atordoada.

—Você está preocupada, tem alguma coisa na sua cabeça, com certeza – ele chegou a olhá-la de relance, se certificando que ele estava presente e disposto a conversa – só me conta o que é.

—Oh Deus... muito bem... – ela suspirou com força pelo nariz – o pânico de o bebê parecer outra coisa ao médico certamente passou, mas agora, parece que vamos ter um bebê humano.

—Humano? Acredita mesmo nisso? – Crowley estalou a língua, incrédulo – assim, eu não quero te alarmar, mas sabe o que faz mais sentido pra mim?

—O que? – Aziraphale se voltou para ele.

—Que nosso filho tem uma forma corpórea mas pode ter poderes assim como os nossos, e ser praticamente imortal também – Crowley deu de ombros.

—É, faz sentido – ela suspirou outra vez, mas com muito mais alívio e tranquilidade agora – mas sabe o que não me faz sentido, já que estamos falando de coisas que fazem sentido?

—O que? – seu marido se voltou mais para ela dessa vez.

—Você não estar muito nervoso com tudo isso, quer dizer, você teve seu momento de preocupação – ela ponderou – mas está muito mais calmo que eu, ou será que não?

—Alguém tem que estar mais calmo entre nós dois, e que história é essa de será que não? Não entendi – Crowley questionou, um pouco impaciente.

—Você pode estar se esforçando pra mostrar pra mim que pra você está tudo bem, mas por dentro você pode estar surtando, e tudo bem surtar, eu estou surtando o tempo todo por causa disso tudo – ela soou bastante compreensiva.

—E é seu direito surtar – ele chegou a sorrir dessa vez, também a entendendo.

—E seu! Você é o pai afinal – ela reiterou.

—Eu sei disso – ele assentiu, mas fazendo uma expressão que dava razão a Aziraphale para estar preocupada – podemos fazer uma promessa sobre tudo isso?

—Claro – ela concordou, docemente.

—Que eu vou surtar, mas no momento certo, não acho que agora seja – ele explicou – é o seu momento de surto, eu preciso que você se acalme, para conseguir lidar com o meu.

—Entendi – ela assentiu e então deu um sorriso, chegando a inclinar a cabeça no ombro do marido, que ainda estava dirigindo – você é mesmo o melhor dos maridos!

—Obrigada, Aziraphale – só restou a Crowley agradecer com modéstia, surpreendido com o elogio repentino.

—Só restava a ele continuar se esforçando para fazer jus ao título de melhor dos maridos.


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