Bad Mom escrita por Lura


Capítulo 1
Mamãe foi presa?


Notas iniciais do capítulo

One postada originalmente no Spirit.
Estava eu assistindo a saga Eclipse (de novo), e quando Natsu, Lucy e cia foram jogados no subterrâneo, na capital da morte, a ideia do plot veio. Não sei exatamente como, mas muitas crianças e adolescentes passaram pela experiência de descobrir algo interessante sobre seus pais quando eram bem mais velhos. Por exemplo, eu tinha 15 anos quando descobri que minha mãe sabia tocar violão, pois um dia ela simplesmente pegou o meu e começou a tocar na minha frente, acordes com pestanas e tudo. Aquela coisa estava lá a meses e ela não tinha feito questão de me dizer, ou não tinha tocado em um na minha frente nos meus 15 anos de vida, até então. Eu fiquei bem surpresa, e é essa a ideia geral da fic.
A fic é bobinha, familiar e eu usei o nome Nasha na possibilidade de um possível filho Nalu canonizar com esse nome (que eu não gosto, no entanto). Mas se um dia tivermos a criança Nalu mesmo, eu volto aqui e mudo o nome da criança desta fic para o que realmente for escolhido.
É isso. Espero que gostem.



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— Então, qual é a missão inútil dessa vez? — o dragon slayer do fogo questionou, o caderno escolar pendurado entre os dedos indicador e polegar, como se fosse algo temível e nojento.

— Natsu! — Lucy exclamou, de seu assento na mesa. — É dever de casa! Não uma missão inútil! — censurou preocupada, alternando o olhar entre a filha e o marido, sentados um de frente para o outro.

— Ficamos bem sem escola quando éramos crianças, então não vejo qual a vantagem de fazer lições em casa, quando ela já as tem nas aulas — argumentou, apontando para a filha de oito anos e longos cabelos róseos e espigados, sentada do outro lado da mesa, que meneou a cabeça positivamente, concordando solenemente com o que o pai falava.

Lucy suspirou. Eles já haviam tido aquela conversa.

— Eu sei que muitos aqui na guilda se viraram bem sem frequentar a escola, mas agora tornou-se obrigatório e enviaríamos Nasha mesmo que não fosse — lembrou.

— O que ela quis dizer é que não é porque você é burro que a sua filha também tem que ser — Gray alfinetou, observando a discussão da mesa ao lado que, claro, não demorou a ser tomada pelo mago do fogo.

— Como é que é, traseiro de iceberg? — tentou tirar satisfação, saltando no tampo de madeira e inclinando-se ameaçadoramente sobre o mago do gelo.

— Se eu tiver que repetir, apenas vou provar meu ponto, rabo de vulcão! — o homem de cabelos negros retrucou, sem se abalar, colando-se testa a testa com o de cabelos róseos.

— Vocês dois, parem! — Lucy ordenou, batendo com as próprias anotações na mesa, os olhos estreitos como fendas.

De imediato, os dois marmanjos estremeceram. Ambos sabiam que, quando queria, a maga estelar poderia ser tão assustadora quanto Erza.

— Continuem a confusão e eu não vou terminar nunca de calcular os prejuízos da última missão — reclamou. — Então Natsu, ajude-a, e Gray, se não for contribuir, não atrapalhe! — ralhou, voltando a atenção para as próprias contas, enquanto Nasha ria do desentendimento entre os adultos.

— Mas não era minha vez de ajudá-la — voltando ao seu lugar original, Natsu reclamou, fazendo beicinho, atraindo automaticamente um olhar gelado da loira. 

— Eu disse para não derrubar o maldito aqueduto enquanto perseguia aqueles bandidos em Hargeon, e você fez o quê? — pausou brevemente, para enfatizar sua irritação. — Não apenas o pôs abaixo, como levou o porto junto. — lembrou. — Então sim, você vai ajudar a Nasha com a tarefa, enquanto eu termino de contabilizar o prejuízo que isso nos trouxe — decretou, finalmente voltando-se para o que fazia anteriormente.

— Eu não fiz isso exatamente sozinho — o mago do fogo alegou, olhando acusatoriamente para Gray.

— Deixa de ser um bebê e ajuda logo a menina com a tarefa — o mago do gelo falou, revirando os olhos, mas tomou o lugar ao lado do companheiro de time e pegou o caderno escolar de suas mãos. — Assim ela se livra logo disso e pode sair para brincar. Sobre o que é? Eu nem sei o que vocês estão estudando, meu moleque não me pede muita ajuda nessas coisas — comentou enquanto analisava o conteúdo, seu timbre revelando que auxiliar o filho era uma atividade que lhe fazia falta.

— Estamos estudando a história da Capital Crocus, tio. Temos que fazer uma redação sobre o assunto  — Nasha respondeu. — Já estou quase acabando, mas tem algumas coisas que eu queria escrever e não encontrei nos livros. 

— E então você achou que seria uma boa ideia perguntar ao seu pai — Gray concluiu, com ironia, mas a garota era nova demais para entender a razão de sua zombaria.

A qual não passou despercebida por Natsu, no entanto, que o fulminou com os olhos.

— Bem, eu sei que papai e mamãe já estiveram lá — a menina explicou, inocentemente confusa.

— Sim, eu também já estive — continuou falando, sendo maduro o suficiente para não levar adiante uma discussão com uma criança. — O que quer saber? — indagou.

— Sobre a “Capital da Morte: O Palácio do Abismo” — respondeu ela, os olhos brilhando em animação, ao passo que o semblante dos dois adultos à sua frente crispavam em confusão. — Dizem que por baixo de toda a capital de Fiore, há um grande espaço subterrâneo impossível de sair, onde o reino joga os criminosos para que morram abandonados — completou, com animação.

E enquanto Gray estremecia com a empolgação da garota diante do assunto mórbido, a mente de Natsu estalava.

— Oh! — exclamou, recordando-se da época em que participaram dos “Grandes Jogos Mágicos”. — Eu já estive nesse lugar.

Os olhos de Nasha brilharam ainda mais, e ela não tardou a pular do próprio assento e contornar a mesa correndo, para estacionar ao lado do pai.

— Sério, papai? — indagou, maravilhada. — E como é?

Natsu pensou um pouco, antes de responder:

— Realmente enorme. Muito escuro, úmido, com esqueletos por todos os lados — descreveu, sem se importar em passar tais informações para uma criança, a qual nitidamente não estava afetada, ao contrário do mago do gelo ao seu lado. — Levamos muito tempo, mas conseguimos sair no final. Não é impossível — acrescentou, como se não fosse nada, satisfeito por poder contar à filha uma experiência que Gray não possuía.

— Incrível!!! — exclamou a garota. — As lendas dizem que ninguém nunca saiu de lá! — contou, tornando-se repentinamente confusa. — E também dizem que só os piores criminosos são jogados nesse lugar. O que você foi fazer lá, papai? — questionou.

— Ah, eu acabei caindo lá quando fui ajudar sua mãe a fugir da cadeia — o mago do fogo respondeu, com naturalidade.

Infelizmente, para ele, Lucy levantava os olhos de seus cálculos naquele exato momento, satisfeita por finalmente ter concluído, pelo que captou com nitidez cada palavra dita.

Natsu não precisou realmente pensar muito para entender que havia passado uma informação desnecessária, o olhar exasperado que a esposa lançou em sua direção sendo o suficiente para tanto.

— A mamãe foi “pra” cadeia? — a criança perguntou, os olhos inocentes arregalados, revelando que nunca sonharia com a possibilidade de sua doce mãe ter pisado na prisão. 

Ao menos não na parte de dentro de uma cela.

— A mamãe foi presa! — exclamou, em um misto de desespero, incredulidade e animação, fala que foi repetida diversas vezes enquanto corria pelo salão da guilda, atraindo a atenção de todos os presentes, ao passo que Gray se dobrava sobre a própria barriga de tanto rir.

Claro que, a essa altura, os jovens pais não sabiam se continham a criança eufórica de cabelos rosados, se batiam em Gray para que ele calasse a boca, ou se discutiam um com o outro o tópico “a irrelevância de passar aquele tipo de informação para a própria filha x o péssimo exemplo que aquilo poderia ser”.

Na noite do dia seguinte, quando Natsu entrou em casa, com Happy em seu encalço, ele sabia que Lucy permanecia chateada, especialmente porque, na confusão, acabou por queimar acidentalmente o caderno de Nasha, pelo que tiveram que passar a noite reescrevendo o texto de sua lição de casa.

Nada que nunca tivesse acontecido antes, mas a maga estelar ficava de mau humor ainda assim.

Claro que isso não foi o suficiente para intimidá-lo e impedir que perguntasse sobre o desempenho da filha.

— Como ela foi? — questionou interessado, vendo que a pequena não se encontrava em nenhum lugar da sala, mas sentindo seu cheiro vindo de algum ponto do interior da residência, o que o acalmou, como sempre.

Lucy suspirou, antes de responder:

— Tirou dez por precisão histórica — contou, e Natsu não pôde evitar de sorrir, orgulhoso pela inteligência da filha. — Mas o diretor entrou em contato e pediu para falar conosco, para saber porque a redação de uma aluna diz que seus pais foram jogados para morrer em uma prisão de segurança máxima.


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