— Gatinho, quantas vezes tenho que dizer? Não vamos assistir a esse filme!

— Mas porque? Tem tudo que você gosta, romance, ação, eu... - Ela lhe lançou um olhar que se Chat Noir fosse outro, ficaria com medo.

— Não vou assistir ao filme de LadyBug e Chat Noir com você, e afinal quantos filmes Thomas Astruc vai fazer sobre nós?

— Hum.. Não sei. Mas como eu sou gatismatico tanto dentro como fora da tela, provavelmente vão ser muitos.

Olharam para o cartaz no pequeno saguão do cinema de Sorbonne, já era o quinto filme que era lançado contando as aventuras dos Heróis. E todos eles tinham sido ótimos na opinião dela, menos o ultimo. Aquele em que o Hawk Moth tinha sido nada mais nada menos que Gabriel Agreste o pai de Adrien, seu amigo.

— Eu juro que é bem provável que no próximo filme desse cara, eu seja a vilã.

— Você, Ladybug. A heroína mais certinha de toda Paris como vilã? - E então ele começou a rir do absurdo da situação. Talvez LadyBug estivesse certa e Thomas Astruc estivesse indo longe demais, primeiro o pai ser o Hawk Moth, depois a sua Bugboo ser uma vilã?

— Não duvido, eu... - Um voosh foi ouvido perto deles antes de um portal ser aberto e Bunnyx surgir por ele.

— MiniBug, KittyNoir, rápido eu preciso da ajuda de vocês.

— Bunnyx? Oque... - Mas a mesma foi interrompida ao ser puxada para a Toca do Coelho junto a Chat Noir.

— Oque está acontecendo? Bunnyx? - Bunnyx que bufava a cada passo, parou em uma das janelas do futuro.

— A LadyBug e Chat Noir do futuro precisam de vocês.

— De nós?

— Claro que precisariam, somos incríveis juntos não é Bugboo? - Nesse momento, tanto Ladybug quanto Bunnyx reviraram os olhos.

— Então o que está esperando Bunnyx? Vamos nos juntar a luta!

— Certo, mas antes tenho que avisa-los sobre algo. Vocês estão entrando 9 anos no futuro e muita coisa mudou, então nada de fazer perguntas, ouviu gatinho?

— Minha boca é um tumulo! - As duas mulheres o olharam com ceticismo - Eu juro!

— Ok, certo. Vamos lá!

E então eles pisaram em uma Paris futurística. Nada tinha mudado realmente, a cidade continuava a a mesma, tirando o robô gigante que atacava Paris naquele momento.

— Pronto gatinho?!

— Eu nasci pronto Bugboo!

Disse ao acompanhar a parceira ao correr em direção aquele robô gigante, não tardaram a chegar ao local. LadyBug jogando seu ioiô e se jogando em direção ao robô e Chat Noir fazendo o mesmo com seu bastão.

Não demorara muito para a luta ficar fora de controle, o robô que se supunha ser alguém akumatizado parecia invencível. Chat Noir já estava começando a ficar cansado quando uma LadyBug pra lá de raivosa parou ao seu lado.

— Chat, o que diabos está fazendo aqui?

— Eu estou ajudando Bugboo, seguindo o plano de sempre...

— Onde está a Emma? - Ela o virou de observou seu corpo como uma águia - Você não a deixou com... Espera. Tem algo diferente em você. Você não é o Chat Noir! - E puxou o ioiô com uma velocidade alucinante. - Quem é você?!

— O-Oque? Eu sou o Chat Noir! Eu...

— Gatinho! - Outra LadyBug parou ao seu lado, o ioiô também girando - O que está acontecendo aqui?

— Bugboo! A você do futuro disse que eu não sou o Chat Noir!

Ambos agora olharam para a LadyBug mais velha, que alternava o olhar entre os dois.

— Vocês... Vocês...

— Somos do passado, nove anos para ser exata.

— Bunnyx! Disse a ela para não fazer isso! Eu disse que poderia dar conta sozinha eu...

— Não poderia não Bugboo. - A voz viera ao mesmo tempo em que um Chat Noir adulto pousara perto deles. Presa em seu peito em um canguru, estava um bebê loiro de olhos extremamente verdes, que segurava com força uma pelúcia de Chat Noir.

— Chat Noir, o que eu disse..?

— Eu sei, eu sei! Ficar em casa e cuidar da Emma, mas você precisava de mim! E Manon não atendia o telefone, então eu vim e trouxe ela.

Todos eles agora olhavam para a bebê que soltava gritinhos de felicidade e babujava a pelúcia.

— Ela tá amando se pendurar pelo ar, não meu é meu docinho? - A mão do gato acariciou suavemente a cabeça do bebê que olhava com adoração para a mãe, nenhum deles reparou nos adolescestes chocados ali ao lado. - A gatinha do papai ama pular por aí, não é? Não é? - O bebê deu uma risadinha fofa.

— Ah gatinho! - A LadyBug mais velha se derretera pelo parceiro. Sempre se derretia quando via ele com sua filha.

— Tudo bem aí cara?! - O mais novo olhava para ambos com um olhar aterrorizado, não entendia como aquilo podia ter acontecido, ele estava apaixonado pelo Marinette, então como tinha uma filha com a LadyBug?

— Você tem uma filha... Eu tenho uma filha... Com a LadyBug?! Mas como?

A LadyBug adolescente corava loucamente ao lado de seu parceiro. Ela tinha uma filha, uma bebê linda com Chat Noir! Era uma loucura!

— Ah! Vocês tem quantos anos? 17, 18?

— 17.

— Antes ou depois da derrota do Hawk Moth?

— Nós derrotamos o Hawk Moth?! - Perguntaram os adolescentes na mesma hora que a mulher ofegou.

— Chat Noir!

— Ai My Lady, desculpa eu esqueci. Mas sim nós derrotamos um dos Hawk Moth, por que eles nunca acabam sempre aparece mais um, ai Bugboo! Cuidado com a bebe. - Chat Noir olhara para a filha ao ver a mão da esposa se aproximar de seu braço ao lhe dar um de seus beliscões.

— Desculpa meu amorzinho, mas o seu pai as vezes me dá nos nervos! - E então, ambos estavam olhando a bebê que aproveitava para enfiar a pelúcia babada na boca da mãe.

— Pai, eu sou pai.

— Você é, e é a coisa mais maravilhosa que já nos aconteceu.

— Chat Noir.

— Desculpa, desculpa, mas voltando. Vocês tem 17 anos, então ainda não sabem a identidade um do outro né?

— Não.

— Cara, você vai ter uma surpresa das boas. - Disse e logo após soltou uma risadinha, lembrava muito bem quando descobriu que sua namorada e LadyBug era a mesma pessoa.

Outro Boom foi ouvido, seguido de um voosh e uma Bunnix para lá de brava.

— O que diabos vocês estão fazendo aí?! Tem um Robô gigante destruindo a cidade! Deixem pra bater papo depois!

— Ah, é verdade. Vão lá vocês, eu vou ficar aqui e cuidar da princesinha - Se aproximou de LadyBug adulta e segurando o queixo da mesma deu uma bitoquinha - Cuidado!- E saiu voando por entre os prédios.

A LadyBug adulta olhou para os adolescentes, Chat ainda a olhava chocado, a LadyBug adolescente a encarava com um olhar de especulação no rosto vermelho.

— Quem descobre primeiro?

— Você.

— Nós recuperamos os Miraculous?

— Sim.

— Thomas Astruc ainda faz filmes sobre nós?

— Sim, e agora também tem uma série. - Um gemido foi ouvido da mais nova, assim como a risada da mais velha. Não se importava mais com os filmes, só queria saber como Astruc sabia de tudo aquilo.

— Ótimo, tudo que eu precisava!

— Vamos LadyBug, vamos lá acabar com esse robozão. Chat vou precisar de seu Cataclismo!

— Deixa comigo!

E então os três saíram para enfrentar o perigo.

(...)

Quando tudo estava finalmente em seu devido lugar, os cinco se reuniram para mandar os mais novos para casa.

— Não se preocupe LadyBug, tudo vai ficar bem. Não se cobre demais. - Chat Noir disse ao abraçar a mais nova, a neném presa ao corpo dele a encarou. Por algum motivo, aquela criança lhe parecia incrivelmente familiar.

— Obrigada Chat.

— E você! Cara nem tudo é o que parece, então por favor seja mais atento.

— Ei, eu sou super atento tá? Sou o gatinho da atenção!

— Hum.. Sei... Vou fingir que acredito!

Puxando a mais nova para um abraço, LadyBug sussurrou no ouvido da outra.

— Se cuida LadyBug, e por favor não surta quando descobrir tá?

— Vou tenta...

— E Chat, confiei em seu coração, já disse isso uma vez e vou dizer de novo. Você é mais do que acha que é.

— Obrigada?

— Vamos lá seus bobos, é hora das crianças irem para casa.

Bunnyx que observava tudo do canto, revirou os olhos para os amigos. Quando foi que aqueles dois tinham ficado tão sentimental? Ainda ontem eles estavam brigando por conta de apelidos.

— Tenho 17 anos, não sou criança! Você parece o meu pai.

— Humft.

— Tchau galera!

— Tchau LadyBug, Chat!

— Tchau Ladybug. Tchau Chat! Bom conhecer vocês!

— Tchau Mari - Marinette que tinha sido a ultima a passar pelo portal, acabou tropeçando ao olhar para Chat Noir que lhe deu uma piscada.

Quando ambos já estavam de volta a sua respectiva época, se encararam chocados.

— Então..

— Nós dois...

— É...

Dos dois, Chat Noir parecia o mais preocupado com o futuro afinal para ele aquilo não era possível, estava apaixonado por Marinette e não podia acreditar que tinha feito isso com ela.

— Chat..

— Eu não sei como isso tudo vai acontecer nem como, só que agora eu estou apaixonado por outra pessoa e eu não quero magoar você Bugboo.

— Está tudo bem Chat, tudo ao seu tempo. Lembra o que eles falaram: Para não se cobrar de mais. Tudo vai ficar bem, como você viu.

— Certo, casados e com uma filha.. Certo? Eu tenho... Eu tenho que ir. Te vejo amanhã na patrulha ok?

— Tudo bem gatinho, tenha uma boa noite...

Ele saiu voando pelos prédios ao redor, o bom humor do inicio da noite tinha evaporado. Mas pelo menos para Marinette tudo estava bem, por que ela sabia que ela e Chat tinham um futuro juntos, um que Hawk Moth não existia mais, (pelo menos não atual) um que eles tinham uma linda bebezinha, bebezinha que a fazia lembrar de alguém, só que ela não se lembra quem.