Dizendo sim escrita por Dante Laufeyson


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Basicamente reescrevi a cena do convite do Metatron porque to muito p da vida com esse final ridículo. A série tava perfeita até esse ponto.
Espero que vcs gostem pq eu precisava concertar isso



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Aziraphale estava exultante.

Tudo ia ficar bem agora.

Tudo ia ser perfeito.

Nunca em seus mais loucos devaneios ele esperava receber esse tipo de convite em toda a sua existência.

Ele. Um arcanjo.

Ora, ele faria tantas mudanças. Ele faria tantas coisas para ajudar a todos.

Bem, não que ele pensasse que Gabriel tivesse feito uma má administração...talvez um pouco.

Ah a quem ele queria enganar? Gabriel não tinha qualquer conhecimento descente sobre a humanidade e sobre gestão de pessoal.

Ah Crowley. Seu querido Crowley. Ele estava sempre reclamando que havia estado em más companhias antes de sua queda e ele fez tanto por Aziraphale...agora era a vez dele de ajudar seu bom amigo...parceiro...namorado...marido...amante? Enfim. Sim, Crowley fcaria tão feliz e eles poderiam ficar juntos. Aziraphale poderia finalmente ficar com Crowley sem recriminações e sem julgamento. Eles seriam livres finalmente para poderem ser um casal e ninguém poderia fazer nada sobre isso.

O anjo entrou na livraria, um sorriso incandescente no rosto procurando ansiosamente por seu amado. Ele nem notou que Crowley olhava ansioso para ele a cada passo em que ficava mais próximos. 

"Escute, preciso dizer uma coisa. Temos que falar disso. É melhor eu começar. Você ouve. Se eu não começar a falar agora, não falo mais. Então..." Crowley começou a dizer rapidamente, temendo ser interrompido. O que acabou acontecendo.

O anjo não pôde mais se conter "Como os humanos dizem? 'Aperta o pause!' Eu tenho uma ótima notícia para você"

"Tem mesmo?" Crowley perguntou desconfiado.

"Eu...então. O Metatron não é tão malvado assim. Acho que fiz mau juizo dele. Então, ele disse que o Gabriel obviamente não deu certo como arcanjo supremo e comandante da hoste celestial. Ele queria saber quem deveria assumir no céu com a partida do Gabriel. Eu disse..."

"Ele disse o que?" perguntou Crowley incrédulo. 

"Que eu poderia te nomear como anjo. Você pode voltar para o céu e tudo mais. Como nos velhos tempos só que muito melhor" 

"Entendi. E você mandou ele se ferrar, né?"

O sorriso de Aziraphale vacilou "Não fiz isso"

O temperamento de Crowley explodiu "Nós somos mais que isso. Você é mais que isso! Nós não precisamos deles."

Crowley começou a andar nervosamente pela livraria "Me queriam de volta no inferno, e eu recusei. Não aceite isso."

"Claro que não quis o Inferno. Vocês são os maus. Mas o Céu...É o lado da verdade, da luz, da bondade".

Crowley o encarava sem acreditar em seus ouvidos . O anjo finalmente tinha perdido completamente o juízo?! "Quando o céu eliminar a vida aqui, será como se tivesse sido  inferno. Diga que recusou."

Aziraphale não se sentia mais tão feliz. Será que Crowley não entendia que eles tinham uma chance? que ele tinha uma chance?

Aziraphale desviou os olhos preocupado, Crowley se aproximou "Diga que recusou"

Aziraphale faria Crowley entender "No comando, posso fazer a diferença"

Aziraphale era o anjo mais burro que Crowley teve o desprazer de ouvir "Ai, nossa. Tá, eu nem disse o que queria. Vou dizer agora. Tá, lá vai..."

Crowley respirou fundo. Talvez se Aziraphale o ouvisse ele finalmente percebesse que a ideia de voltar ao céu era loucura. Como dizem os humanos ' o amor vence' "A gente se conhece há tempos. Estamos neste planeta há eras, você e eu. Eu sempre contei com você. Você sempre contou comigo. Somos um grupo. Um grupo de  dois. E passamos a existência fingindo não ser. Bom, não nos últimos anos." Crowley olhou ao redor, sua garganta arranhando de repente "Eu quero passar...Se Gabriel e Belzebu podem viver juntos, também podemos. Só nós dois. Não precisamos do céu e do inferno. São tóxicos. Temos que ficar longe deles. Sermos 'nós'. Você e eu, o que acha?"

Crowley. Venha comigo para o céu. Vou comandar. Pode ser meu braço direito. Faremos a diferença"

"Não pode largar a livraria" Crowley implorou, era seu último recurso.

Aziraphale o olhou triste "Crowley. Nada dura para sempre"

O que?! Não, seu anjo nunca em sã consciência  abriria mão de seus livros mas se Crowley pensou que se ele não fosse o bastante, talvez seu anjo consideraria seus amados livros. Não havia mais o que ser dito. Crowley não conseguia acreditar nas palavras do seu anjo. Isso era algum tipo de metáfora maldosa? Eles de repente não estava mais falando sobre os livros de Aziraphale, de repente eles estavam falando de seu relacionamento. Seu relacionamento que não era para ser porque o amor da vida de Crowley não achava que eles estariam juntos para sempre. Não havia mais esperança então "Não. Parece que não mesmo" Crowley disse resignado, colocando seus óculos no rosto enquanto se afastava. Não havia mais nada a ser dito exceto "Boa sorte"

"Boa sorte? Crowley! Crowley, volte...para o céu. Trabalhe comigo. Lado a lado, como anjos. Fazendo o bem. Preciso de você." Crowley olhava para a porta, temendo que se olhasse para o anjo enquanto ele falava essas palavras ele iria desistir de si  para servir ao lado de Aziraphale "Não entende o que estou oferecendo."

"Entendo, sim. Entendo melhor que você"

"Bom. Então é isso"

"Escute. Está ouvindo?"

"Não ouço nada."

Crowley então disse de coração partido "Exatamente. Nenhum rouxinol. Seu idiota, podíamos ter ficado juntos"

Aziraphale não queria que Crowley visse o quão quebrado ele estava, ele desviou o olhar magoado então não viu Crowley correr até ele até que sentiu suas mão esguias segurarem as lapelas de seu sobretudo até que Crowley o puxou violentamente contra ele, lábios contra lábios"

Nunca em toda a sua existência Aziraphale havia sido beijado. Ele não sabia o que fazer. Ele deveria se livrar do aperto de Crowley? deveria beija-lo de volta? segura-lo com suas mãos e nunca mais deixa-lo ir? Aziraphale não sabia o que fazer com suas mãos.

Ele queria fazer tudo e muito mais, ele só queria que Crowley nunca mais o soltasse. Aziraphale então retribuiu o beijo, suas mão encontrando o lugar perfeito nas costas de Crowley.

Aziraphale nunca esteve tão próximo de alguém, e nunca esteve tão perto de Crowley. O calor, o beijo, o toque, era tudo tão inebriante.

Poderiam ter se passado segundo ou milênios. Mas pouco importava pois nunca poderia ter durado o suficiente.

Crowley os afastou, olhando, suplicando que seu anjo finalmente entendesse, finalmente percebesse mesmo que através de um beijo tudo o que Crowley sentia por ele. Tudo o que ele era, tudo de bom que Crowley tinha.

Aziraphale precisava entender. Eram eles para sempre, se seu anjo quisesse, ele só precisava que seu anjo também quisesse ser livre.

Livre das amarras do céu assim como ele era livre das amarras do inferno. Eles eram o mesmo lado, o lado deles e só deles.

Aziraphale apenas olhava triste e choroso para Crowley e alí o demônio percebeu que havia perdido 

"Eu...eu te perdoo" De novo essas palavras. Ele pode ter as ouvido antes mas elas nunca deixavam perfurar o coração de Crowley como se fossem palavras de ódio. Porque cada vez que ele as ouvia, ele sabia que seu anjo o rejeitava, ele sabia que Aziraphale estava firmemente enraizado nos caminhos do céu cegamente. E ele nunca iria escolher Crowley.

Crowley se virou e caminhou pela porta. Ele não poderia aguentar mais nenhum segundo alí "Não precisa."

E assim Aziraphale percebeu que perdeu a melhor coisa , a unica coisa boa que ele sempre quis e sempre teve mesmo antes de saber.

Ele perdeu seu amor e dessa vez parecia que seria para sempre.

Metatron então o perguntou "Precisa levar alguma coisa?"

"Não. Não que eu me lembre" Aziraphale disse distraído enquanto passava os olhos por todos os seus livros, suas amadas primeiras edições. Tantos anos, tantas viagens, tantos prazeres que ele teve ao ler e resgatar cada edição. Tanto...amor.

Amor.

Afinal tinha algo que Aziraphale precisava mais do que seus livros, mais do que comida, mais do que sua maldita auréola.

Crowley.

Ele precisava de Crowley mais do que tudo e sempre precisaria.

O anjo correu atrás de Metatron "Acho que eu..." ele olhou novamente para sua livraria, seu lar a tanto tempo. Que se foda

Ele sorriu e se aproximou de Metatron do lado de fora da livraria,  do outro lado da rua, ele viu Crowley ao lado do Bentley.

"Com todo respeito, senhor. Eu não posso fazer isso. Eu fico honrado, mesmo, mas eu não posso ir"

"O que você quer dizer Aziraphale?"

"Com toda certeza há algum anjos entre as hordas que seja mais qualificado que eu. Eu não posso fazer isso."

Crowley olhava os dois a distância, ele não queria perder nenhum segundo seu anjo de vista, seria afinal possivelmente a ultima vez que ele o veria. Então ele ficou surpreso e chocado quando seu anjo caminhou até ele. O que ele estava pensando?

Aziraphale sorriu tristemente para Crowley. Então talvez essa fosse a despedida.

Era isso. O ultimo adeus.

"Crowley"

"Arcanjo supremo Aziraphale"

Aziraphale zombou "Por favor, não me chame assim."

"E como devo chamar vossa magnânimidade?"

Aziraphale sorriu "De 'meu anjo'. Gosto muito mais desse título"

Crowley arregalou os olhos "Isso quer dizer..."

"Que eu não estou indo a lugar algum? sim. Eu vou ficar aqui na terra, com meus livros...e você, se você me quiser."

"Como se eu fosse querer outra coisa além de você , seu anjo estúpido. Eu posso te beijar?"

Aziraphale sorriu "É claro que sim, seu demônio tolo. Mas antes... eu quero pedir perdão, pelo o que eu disse e por como eu agi. Você não merecia isso. Eu nunca quero ficar longe de você. Seja no céu, no inferno, aqui na terra ou em Alpha Centuri, aonde quer que você esteja, é aonde eu quero ficar. Eu te amo, me desculpe por demorar tanto tempo para criar coragem e dizer"

"Você... foda-se, eu também te amo" Crowley agarrou novamente a lapela do sobretudo e beijou seu anjo profundamente.

Horas depois ou segundos...quem liga, eles se separaram e sorriram um para o outro.

Crowley olhou para Metatron maldosamente e gritou "Vai se fudeeeeeeer!!


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