Na aconchegante sala da casa de Rafaela, a luz suave do final da tarde iluminava o ambiente, criando uma atmosfera acolhedora. As cortinas levemente balançavam com a brisa suave que entrava pela janela, trazendo consigo o aroma de flores do jardim lá fora. Uma música suave tocava ao fundo, preenchendo o silêncio da casa.

Pascoal sentou-se no sofá, com uma expressão preocupada, enquanto Rafaela ficou ao seu lado, ansiosa para saber o conteúdo da mensagem. Ela levemente desbloqueou a tela. Seus olhos curiosos percorreram as palavras na tela com surpresa e incredulidade. As emoções se misturavam em seu coração, tornando difícil encontrar as palavras certas.

A luz do entardecer destacava os detalhes do rosto de Rafaela, revelando as marcas de expressão que demonstravam suas inseguranças e inquietações. Seus olhos verdes brilhavam intensamente, refletindo a surpresa diante da revelação inesperada.

Pascoal observava atentamente a reação de sua irmã, notando a mistura de emoções que dançavam em seus olhos e expressão. Ele decidiu dar espaço para ela processar tudo antes de fazer qualquer comentário.

Após um momento de pausa, Rafaela olhou para Pascoal, buscando por alguma resposta em seu rosto. Ela ainda não sabia como reagir a essa descoberta, sentindo-se confusa e insegura.

Pascoal, percebendo a agitação interna de sua irmã, colocou uma mão reconfortante em seu ombro, transmitindo apoio e empatia.

Pascoal: (suavemente) O que foi? O que ela disse?

Rafaela: (pausando) Ela... ela gosta do Miguel. Ela realmente gosta dele.

A casa ficou envolta em um silêncio momentâneo, quebrado apenas pelo som suave da música ao fundo. Rafaela olhou novamente para o celular, como se buscasse uma explicação para o que estava sentindo.

Pascoal, sempre atento, percebeu a necessidade de acalmar sua irmã.

Pascoal: (suavemente) Rafaela, vamos tentar relaxar um pouco. Isabela sempre foi muito próxima do Miguel, não é surpresa que ela possa sentir algo por ele. Mas isso não significa que tudo vai mudar.

Rafaela suspirou, tentando assimilar as palavras de seu irmão. Era difícil lidar com a ideia de que Isabela poderia estar apaixonada pelo mesmo garoto que ela gostava.

Pascoal: (sorrindo) Lembra quando a gente era criança e fazia planos malucos? Vamos enfrentar isso como fizemos naquela época.

A voz suave e reconfortante de Pascoal trouxe um pouco de serenidade para Rafaela. Ela sorriu, sentindo-se grata por ter um irmão tão compreensivo.

Após um breve momento de reflexão, Rafaela decidiu responder a mensagem de Isabela, combinando de se encontrar no dia seguinte.

Enquanto isso, Pascoal olhou para sua irmã com seriedade, sabendo que precisavam ter uma conversa importante.

Pascoal: (sério) Rafaela, eu percebi que essa situação está mexendo com você. É normal se sentir insegura ou confusa, mas quero que saiba que estou aqui para te apoiar em qualquer decisão que você tomar.

Rafaela: (olhando para o celular) Eu não sei o que fazer, Pascoal. Eu realmente gosto do Miguel, mas também não quero perder a nossa amizade com a Isabela.

Pascoal: (colocando a mão no ombro dela) Eu entendo. Talvez seja hora de conversar com a Isabela abertamente sobre o que você está sentindo. 

Já na casa de Isabela. Ela sentia a ansiedade tomando conta de seu ser. Seu olhar perdido no teto refletia a agitação interna que a consumia. Ela segurava o celular com firmeza, esperando por uma resposta que poderia mudar tudo.

De repente, o som de uma notificação quebra o silêncio. Seu coração acelera ao ver o nome de Rafaela na tela. Com um misto de emoções, ela abre a mensagem e lê as palavras cuidadosamente.

Rafaela: "Isabela, obrigada por me convidar para conversar. Também preciso esclarecer algumas coisas. Podemos nos encontrar amanhã no parque perto da minha casa? Às 15h?"

As mãos de Isabela tremem levemente enquanto digita sua resposta.

Isabela: "Claro, nos vemos amanhã. Obrigada por querer conversar."

Com o celular ainda em mãos, Isabela fica olhando para a tela por alguns instantes. Ela se pergunta o que será discutido naquela conversa, e a incerteza a deixa inquieta.

No dia seguinte, o sol brilha intensamente no céu enquanto Isabela se dirige ao encontro no parque. Seus pensamentos estão emaranhados, ansiosa para finalmente esclarecer tudo com sua amiga.

Ao avistar Rafaela sentada no banco do parque, Isabela sente um turbilhão de emoções dentro de si. Seu coração parece apertado no peito, e uma mistura de ansiedade e expectativa a envolve. Ela caminha com passos hesitantes, como se estivesse prestes a entrar em território desconhecido.

O vento suave balança as folhas das árvores ao redor, criando uma atmosfera tranquila, mas Isabela mal consegue sentir a serenidade do ambiente. Seu foco está todo voltado para a conversa que está por vir, e a incerteza do que será revelado a deixava nervosa.

Com cada passo mais próximo de Rafaela, suas mãos se apertam uma na outra, buscando algum conforto. Ela respira fundo, tentando acalmar os nervos que parecem querer dominá-la.

Com a coragem que surge de algum lugar dentro de si, Isabela se senta ao lado de Rafaela.

Isabela: (com voz trêmula) Rafaela... eu... eu não queria que as coisas ficassem assim. Sinto muito...

Rafaela: (com os olhos marejados) Como você pôde esconder isso de mim por tanto tempo, Isabela? Nós somos amigas, deveríamos contar tudo uma para a outra!

Isabela: (chorando) Eu sei, eu sei... mas eu estava com medo, Rafaela. Eu não sabia como você reagiria...

Rafaela: (com raiva) Medo? Você tinha medo de mim? Como você pode pensar isso? Eu só queria ser sua amiga de verdade, e você escondeu isso de mim!

Isabela: (lutando para se explicar) Eu não queria arruinar nossa amizade... eu pensei que se eu ignorasse esses sentimentos, eles iriam embora!

Rafaela: (com tristeza) Mas ignorar não resolve nada, Isabela. Agora tudo está ainda mais complicado.

Isabela: (soluçando) Eu sei... eu não queria que isso acontecesse. Eu só... eu só não queria te magoar.

Rafaela: (suspirando) Eu entendo, mas é difícil... é difícil saber que você gosta dele também.

Isabela: (com sinceridade) Eu não queria sentir isso, Rafaela, eu juro. Mas é mais forte do que eu.

Rafaela: (tentando ser compreensiva) Eu sei... mas isso não torna as coisas mais fáceis. Eu preciso de um tempo para processar tudo isso.

Isabela: (com tristeza) Tudo bem, eu entendo. Só... não quero perder sua amizade por causa disso.

Rafaela: (com emoção) Eu também não quero te perder como amiga, Isabela. Mas precisamos conversar mais sobre isso.

A discussão se acalma momentaneamente, mas a tensão ainda paira no ar. Elas se olham, com lágrimas nos olhos, e se abraçam com delicadeza.

Após o abraço reconfortante, elas permanecem em silêncio por um breve momento, observando o movimento do parque. A atmosfera era carregada de emoções não ditas, mas Rafaela quebra o silêncio, curiosa para saber sobre a relação de Isabela com Miguel.

Rafaela: (com cuidado) E quanto a Miguel? Ele já se abriu para você?

Isabela olha para Rafaela com uma expressão triste e, em seguida, desvia o olhar para suas próprias mãos timidamente.

Isabela: (com sinceridade) Não, ele nunca se abriu para mim. Mas... às vezes, sinto que estamos mais próximos, apesar disso. Acho que somos apenas amigos.

Rafaela: (compartilhando) Eu também nunca tive uma conversa profunda com ele. Parece que estamos todos mantendo segredos.

As palavras de Rafaela ressoam na mente de Isabela, e elas compartilham um olhar cúmplice, percebendo que têm mais em comum do que imaginavam. Decidem, então, que é hora de resolver essas incertezas juntas e confrontar Miguel.

Isabela: (decidida) Vamos falar com ele. Precisamos esclarecer tudo isso de uma vez por todas.

Rafaela: (concordando) Você está certa. Não podemos deixar as coisas assim.

Elas concordaram em encontrar Miguel mais uma vez, desta vez com a intenção de serem abertas sobre seus sentimentos.