O Túmulo de Safira escrita por Hana


Capítulo 5
A Chave da Força




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Alexandre abriu a porta para o próximo desafio, receoso do que viria a seguir. Ao entrar na sala, seguido por Malik e Rachel, eles se depararam com uma parede vertical íngreme e cheia de saliências irregulares, a qual tinham que escalar para chegar ao topo e encontrar a chave da força. No entanto, a parede estava coberta de musgo e teias de aranha, tornando a aderência e a visibilidade precárias. Além disso, a parede era constantemente sacudida por violentas rajadas de areia, o que aumentava o risco.

 Enquanto os amigos tentavam encontrar um caminho seguro para escalar, seus corações batiam descompassados e uma tensão permanecia no ar. Para cumprir esse desafio, os aventureiros iriam precisar usar toda a sua força e habilidade para superar a escalada e chegar ao topo da parede.

 De repente, uma corrente de ar quente começou a soprar, — através de pequenas fissuras que aparentavam ter sido feitas propositalmente, — agitando o pó e fazendo as saliências tremeluzirem. O ambiente se tornou sufocante, como se a atmosfera estivesse sendo sugada para dentro do buraco que os levaria ao salão lateral. Os três se entreolharam. Minutos depois, sentiram o chão começar a tremer sob seus pés, fazendo algumas saliências que precisavam escalar se soltarem e criando um desafio ainda mais difícil e perigoso.

 Rachel, Alexandre e Malik não queriam perder mais tempo. Começaram a escalar a parede, cada um encontrando a sua própria maneira de subir, mas logo perceberam que as saliências eram muito instáveis e pareciam se desfazer sob o peso deles. Eles se seguraram desesperadamente à parede, de modo a evitar cair na escuridão abaixo.

 Quando tudo parecia novamente estar sob controle, Malik sentiu um tremor na saliência em que estava segurando e, antes que pudesse reagir, ela se desprendeu da parede, fazendo-o perder o equilíbrio. O arqueólogo caiu, gritando, enquanto Rachel e Alexandre assistiam impotentes, aterrorizados.

 — Precisamos fazer alguma coisa, precisamos salvá-lo! — gritou Alexandre para Rachel, desesperado. O jovem havia se afeiçoado muito ao homem, naquele pouco tempo em que estavam trabalhando juntos.

 Subitamente, um estrondo ecoou pela tumba, e uma nuvem de poeira subiu do chão. Rachel e Alexandre se agarraram mais firmemente às saliências presas na parede e olharam para baixo, onde Malik havia caído. 

 — Malik! Malik! Consegue me ouvir? — indagou Rachel, esperançosa. Tossindo em meio à poeira que se dissipava no ar. Sua voz ecoava pela sala, mas não obteve resposta.

 Alexandre, preocupado, falou:

 — Se não escalarmos isso aqui logo, vamos acabar falhando nesse desafio. As saliências não vão aguentar muito mais tempo. Mas precisamos resgatar o Malik.

 Rachel, então, reunindo toda sua força naquele momento, chama mais uma vez pelo companheiro de jornada:

 — Malik!!! — Seu coração batia descompassado, enquanto sua voz saía rouca e desesperada. Ela chamou por ele mais algumas vezes, até que escutou um sussurro.

— Estou bem! — a voz de Malik saiu arrastada e cansada. Ele tentou recuperar o fôlego, e retornar ao início da escalada. — Vão na frente, me esperem lá no topo.  

Rachel e Alexandre se entreolharam, com dúvidas pairando. Contudo, sabiam que não conseguiriam sustentar aquela posição por muito mais tempo, pois a cada minuto que passava, mais as saliências ameaçavam ceder. 

Assim que os dois chegaram ao topo, ofegantes, se viraram para esperar Malik. O silêncio agora era ensurdecedor, salvo pelo som de suas respirações. Eles olhavam para baixo, esperando que o arqueólogo subisse. Depois de um momento agonizante, eles finalmente escutaram seu som se aproximando. Malik rapidamente agarrou-se às últimas saliências com toda a força que lhe restava.

Malik parecia exausto e seus braços tremiam enquanto ele se puxava para o topo, mas finalmente conseguiu. Ele ofegou por ar enquanto Rachel e Alexandre o ajudavam a se levantar. Depois de uma rápida inspeção do topo, Rachel encontrou a chave da força escondida em uma pequena fenda na rocha acoplada à parede. Ela apanhou a chave e exibiu para os outros dois. 

— Encontramos! A chave da força está aqui! — disse Rachel, empolgada.

Alexandre e Malik se aproximaram para ver a chave, aliviados por terem superado o desafio de escalada e encontrado o item tão procurado. 

— Agora só precisamos desativar a armadilha — disse Malik, sorrindo.

Então, eles olharam para a frente e viram uma porta de pedra pesada, com uma fechadura grande e antiga no centro. 

— Não se aproximem mais e não se mexam. Chegamos à armadilha de queda — alertou Rachel.

A armadilha de queda era uma plataforma elevada com um alçapão no centro. Parecia pesada e era feita de pedra antiga, com entalhes e símbolos estranhos ao seu redor. Era uma visão assustadora e claramente projetada para enganar os aventureiros desavisados.

O coração de Rachel acelerou de emoção ao identificar o conjunto de símbolos que coincidiam com a chave da força. Ela examinou cuidadosamente a fechadura correspondente e, com mãos ágeis e precisas, inseriu a chave. Um momento de expectativa pairou no ar, enquanto ela girava a chave com cuidado. Com um clique alto e metálico, o alçapão se abriu, revelando uma passagem secreta até então oculta.

Um feixe de luz dourada iluminou o caminho à frente, revelando uma escada íngreme e estreita que levava a um salão misterioso. Parecia que o lugar havia sido esquecido há muito tempo, com poeira e teias de aranha cobrindo tudo. Mas havia algo no ar, algo que os fez sentir que não estavam sozinhos.

Rachel, Alexandre e Malik prosseguiram cautelosamente pelo salão, examinando as paredes e o chão em busca de quaisquer pistas ou objetos úteis. Eles logo perceberam que havia algo de errado com a arquitetura do salão: as paredes pareciam estar inclinando para dentro, como se estivessem prestes a desmoronar.

Enquanto investigavam a sala, ouviram um som estranho vindo de uma porta no final do salão. Era um som metálico, como se algo estivesse sendo arrastado pelo chão. Com cautela, eles se aproximaram da porta e a abriram lentamente. Do outro lado, encontraram uma figura encapuzada, inclinada sobre uma mesa, examinando um objeto brilhante à luz de uma tocha.

 


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