Rainbow 5 escrita por Lee George


Capítulo 19
Entregando-se a paixão




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Di caminhava pelas ruas conhecidas do vilarejo, seus passos relembrando histórias de uma época mais simples. As casas no antigo estilo coreano exalavam a tradição que ela conhecia tão bem. A tarde já havia passado da metade quando seus olhos encontraram a construção abandonada que um dia abrigou seu restaurante favorito. Um suspiro nostálgico escapou de seus lábios ao perceber que o local fechara tempos atrás.

O ronco faminto de seu estômago a fez lembrar que estava sem almoçar. Justo quando ponderava sobre encontrar algum lugar para comer, tentando lembrar onde poderia encontrar outros restaurantes, avistou Jun virando a esquina, entrando na mesma rua que ela.

"Oi, Jun," Di cumprimentou com um sorriso cansado.

Ele retribuiu o cumprimento. "Encontrei o lugar onde vou ficar, mas estou à procura de um local para almoçar.” O jovem, percebendo o cansaço no olhar da idol, completou. ”Já que estamos aqui, que tal almoçarmos juntos?"

Di concordou, seu estômago agradecendo pela oportunidade de finalmente receber algo de comida. Os dois seguiram em direção a um restaurante local que Jun havia notado antes. O aroma de especiarias e cozinha caseira envolveu-os à medida que entravam.

Sentaram-se em uma mesa, e enquanto folheavam o menu, Di pensou sobre as reviravoltas que a vida tinha dado, levando-a de volta às suas raízes em um vilarejo que ela chamava de lar.

Di e Jun compartilhavam histórias de infância e risadas enquanto aguardavam seus pedidos no restaurante aconchegante. O clima descontraído do lugar parecia amenizar, pelo menos por um momento, as preocupações que pairavam sobre as últimas semanas tumultuadas.

"Você sempre foi uma pessoa de bom humor, Di. Mesmo nas situações mais difíceis, consegue manter um sorriso no rosto," observou Jun, lançando um olhar sugestivo que fazia Di corar levemente.

"Acho que é a única maneira de lidar com isso tudo. A vida de idol nem sempre é fácil," respondeu Di, aceitando o elogio com um sorriso tímido.

Os pratos chegaram, trazendo consigo aromas tentadores que despertaram ainda mais o apetite da dupla. Enquanto saboreavam a comida, Jun decidiu explorar um território mais pessoal.

"Como é a sua família, Di? Nunca falamos muito sobre isso," perguntou ele, olhando-a com interesse sincero.

Di baixou o olhar por um momento, uma sombra passando por seus olhos. "Já tive uma família feliz, sabe? Meu pai era incrível. Ele era a pessoa que mais admirava no mundo. Mas, tudo mudou quando ele morreu."

A expressão da idol tornou-se mais séria, as lembranças da perda ainda frescas em sua mente. "Depois disso, as coisas começaram a desmoronar. Minha mãe mudou, eu mudei. Não somos mais a família que éramos."

A tristeza no olhar de Di não passou despercebida por Jun, que percebeu que a história dela ia além do brilho dos holofotes e dos palcos. A vida de uma idol, ele compreendeu, muitas vezes escondia camadas profundas e emocionais.

Jun estendeu gentilmente o braço, fazendo um carinho reconfortante no braço de Di enquanto ela compartilhava mais sobre sua história pessoal.

"Meu pai era um homem incrível, era tão inteligente. Quando jovem, ele fundou uma pequena empresa, e, à medida que ela cresceu, ficou com cargo de diretor de desenvolvimento. Era um empreendedor nato, sempre cheio de ideias brilhantes," começou Di, seu olhar perdido em memórias distantes.

"Só que as coisas mudaram quando a empresa começou a expandir para Seul e o Japão. Meu pai passou a viajar muito, e foi durante essas viagens que ele desenvolveu um vício em jogos de azar. Parece que ele encontrou nos cassinos uma fuga para as pressões do trabalho."

Di suspirou, uma mistura de tristeza e ressentimento em sua expressão. "Eu não sabia de nada disso na época. Achava que as viagens eram normais, que ele estava apenas fazendo o melhor para a família. Mas, gradualmente, a empresa começou a enfrentar problemas financeiros. A verdade era que meu pai estava perdendo tudo para o vício."

Ela fitou a paisagem além da janela do restaurante, como se buscasse respostas nas ruas tranquilas do vilarejo. "Quando ele morreu, descobri a verdade. Minha mãe sabia de tudo, mas escondeu isso de mim. A empresa, a casa... tudo se desfez."

O olhar de Jun refletia compaixão enquanto ele ouvia a história de Di, reconhecendo as cicatrizes emocionais que moldavam a vida da garota.

Jun, mostrando um interesse genuíno no que ela compartilhava, perguntou: "Sobre a sua mãe... por que ela a trata assim?"

Di suspirou antes de responder, mexendo a comida no prato enquanto escolhia as palavras. "Minha mãe mudou completamente depois que perdemos a casa, quando meu pai faleceu. Ela nunca aceitou minha escolha de ser uma cantora. Sempre quis que eu casasse com alguém que pudesse sustentar nós duas, como se isso fosse resolver tudo."

A expressão de Di denotava tristeza e frustração. "As coisas só pioraram quando fui aceita como trainee em Seul. Ela via isso como um desperdício de tempo, como se eu estivesse sonhando alto demais. Nossa relação nunca se recuperou desde então."

Di terminou de comer seu almoço em silêncio, afundando-se em suas próprias lembranças. O restaurante, antes cheio de conversas animadas e risadas, tornou-se uma cápsula de melancolia enquanto a jovem idol relembrava tempos mais felizes, quando sua vida não estava tão envolta em desafios e expectativas.

Em um ambiente pequeno e fechado, era esperado alguém reconhecesse uma cantora com shows em Seul e apresentações em rádios, mas, ali, a jovem não era Di, era mais uma dos nascidos no vilarejo, Kim Daeun.

Di e Jun saíram do restaurante após pagar a conta, e começaram a caminhar pelas tranquilas ruas do vilarejo. Enquanto caminhavam, Di avistou ao longe a antiga escola que ela e Lea frequentaram na infância. Sem hesitar, ela correu em direção à escola, e Jun a seguiu.

"Di, o que aconteceu?" perguntou Jun enquanto a alcançava.

Di olhou para trás, sorrindo com uma mistura de nostalgia e emoção. "Essa é a nossa antiga escola. Eu e a Lea costumávamos passar horas aqui quando éramos crianças."

Chegando em frente à escola, Di ficou em silêncio por um momento, lembrando-se dos dias mais simples e felizes de sua infância. Então, com um brilho nos olhos, ela se virou para Jun.

"Sabe, existe um lugar que eu costumava ir muito quando era criança. Vamos até lá," disse Di, começando a correr em direção às ruas mais afastadas do vilarejo, onde o asfalto gradualmente dava lugar a estradas de terra batida e árvores tomavam o espaço das calçadas.

Jun, intrigado e curioso, seguiu-a, observando a energia e a nostalgia que envolviam a jovem idol.

Di corria pelas ruas de terra do vilarejo, afastando-se cada vez mais das ruas principais que Jun conhecera. Ele a seguia, admirando a determinação e a energia que emanavam dela.

"Ei, você e Lea eram exploradoras quando crianças?" perguntou Jun, tentando acompanhá-la.

Di riu enquanto corria. "Sim, costumávamos nos aventurar por todos os cantos. Este vilarejo era o nosso playground." Respondeu ela, pulando entre os troncos de duas árvores caídas que apodreciam no chão.

Os dois chegaram a um parquinho desativado, onde vários brinquedos infantis estavam deteriorando-se pela força do tempo. Di sentou-se em um balanço, observando a estrutura enferrujada.

"Lembro-me deste lugar com tanto carinho. Parecia tão grande quando éramos crianças," disse Di, olhando ao redor.

Jun sentou-se em outro balanço ao lado dela, observando-a com curiosidade. "Parece que o tempo passou rápido demais. E agora, o que pensa sobre tudo isso?"

Di suspirou, balançando suavemente no balanço. "Às vezes, a vida nos leva por caminhos inesperados. Mas estou aqui agora, tentando encontrar o meu caminho de volta."

Os dois ficaram em silêncio por um momento, absorvendo a atmosfera nostálgica do parquinho deserto.

O parquinho desativado mergulhou em um breve silêncio, apenas o rangido enferrujado dos balanços quebrava a quietude. Jun, decidindo quebrar o silêncio, olhou para Di com um olhar curioso.

"Di, você se arrepende de ter voltado aqui?" perguntou ele, cauteloso.

Di olhou para o horizonte por um momento, ponderando a pergunta. "Não sei ao certo. Acho que a nostalgia me puxou de volta, mas agora estou aqui enfrentando meu passado.

Jun, parecendo preocupado, começou a se desculpar. "Se esta viagem foi demais para você, eu sinto muito. Foi uma ideia minha para Min Jae..."

Antes que Jun pudesse terminar suas desculpas, Di o interrompeu com um sorriso suave. "Não precisa se desculpar. Estar aqui, passando um tempo com você, com a Lea, faz tudo valer a pena."

Jun, sentindo o alívio nas palavras de Di, aproximou-se dela, lançando um flerte direto. "Você sempre tem um jeito de fazer as coisas valerem a pena, não é mesmo?"

Di riu levemente, sentindo-se à vontade na presença do investigador. "A vida é muito curta para não aproveitar os momentos."

Jun levantou-se calmamente do balanço em que estava sentado e posicionou-se atrás do balanço em que a sua amiga estava, começando a empurrá-la gentilmente pelo balanço. “Ei, o que acha de uma ajuda com o brinquedo?” Perguntou, ouvindo as risadas de Di como resposta.

Entre estas risadas, a garota juntou coragem para perguntar algo que apertava-lhe o coração nos últimos dias. “Jun… eu preciso de uma resposta sincera sua.” A jovem respirou antes de continuar, percebendo que Jun prestava atenção em suas palavras, mesmo enquanto a empurrava no balanço. “Sing… vocês andam muito próximos, eu vejo como ela flerta com você e… suas respostas me deixam confusa… eu preciso saber se vocês…”

Jun a interrompeu antes  mesmo que pudesse terminar a frase. “Di, meu trabalho aqui é proteger as Rainbow 5, eu preciso me conectar com todas vocês, eu só estou me aproximando da Sing do melhor jeito para ela me ver como alguém que possa confiar.” Um triste olhar desenhou-se no rosto da garota, antes que o investigador pudesse terminar o que queria dizer. “Mas, claramente, não estou me conectando com todas vocês por motivos profissionais. Dê algumas, eu realmente gostei…” Terminou ele, com um tom de flerte, enquanto a jovem deixa um sorriso escapar.

Os dois continuaram a brincar no balanço, deixando para trás qualquer ar de desconforto. A tarde se desenrolava enquanto as risadas tomavam conta do espaço aberto do parquinho que testemunhara muitas de suas aventuras de infância.

Di, em um pulo, saiu do balanço, como costumava fazer quando era criança. Ela caiu de pé, lutando para manter o equilíbrio, mas conseguiu mostrar que ainda conseguia fazer o movimento.

Enquanto virava-se para encarar o seu companheiro de aventuras no parque, a idol viu, entre os arbustos, uma trilha que imediatamente lhe trouxe lembranças. Ela correu até Jun e o puxou pelo braço, até a curta trilha que iniciava no parque. O jovem tentou protestar, mas, ao chegar na trilha, viu uma antiga, mas muito bem conservada, construção de madeira.

“Olha! Esse é o antigo templo do vilarejo!” Disse Di apontando para a grande porta que estava alguns metros à frente dos dois.

O templo antigo erguia-se majestosamente entre os arbustos, e Di puxou Jun pelo braço, guiando-o através do curto caminho até o prédio sagrado. Ela olhou para o templo com reverência, explicando sua história.

"Este é um templo construído há séculos para honrar os deuses de nossos antepassados. Um sacerdote costumava vir aqui ao nascer do sol, organizava tudo e depois ia embora, deixando o lugar para a privacidade dos devotos."

Jun olhou ao redor, maravilhado com a serenidade do local. "Deve ter sido um lugar incrível para crescer."

Di sorriu com nostalgia. "Era. Eu e Lea costumávamos brincar muito aqui quando éramos crianças."

Curioso, Jun perguntou sobre a utilidade do templo. “O que vocês comemoram aqui no templo?”

"Antigamente, as pessoas usavam para casamentos. Gerações atrás, este lugar testemunhou muitas uniões."

Jun, com um sorriso brincalhão, flertou um pouco. "Bem, acho que poderia casar com alguém como você em um lugar tão bonito."

Di riu, sentindo-se à vontade na presença de Jun. O clima entre os dois era leve, e eles se aproximaram ainda mais. Até que, inevitavelmente, foram levados, seja pelo emocional de ambos ou seja pela mística do lugar, à um beijo demorado, compartilhando um momento especial no antigo templo que contava histórias de tempos passados.

Os lábios de Di e Jun permaneciam unidos, trocando um beijo demorado dentro do antigo templo coreano. Com cuidado, Di afastou-se lentamente e caminhou em direção a um dos bancos do templo, ansiosa para prolongar o momento mágico que estavam vivendo.

Ela sentou-se delicadamente no banco, e Jun a acompanhou, sentando-se ao seu lado. Havia uma hesitação no ar, mas Jun quebrou o silêncio, incentivando-a a continuar.

"Você não sabe o quanto eu queria saber qual o gosto dos seus lábios… mas, e se alguém chegar aqui?," disse ele.

"Estaremos a sós aqui até o amanhecer," respondeu ela suavemente.

Os dois se entregaram novamente ao desejo, trocando beijos apaixonados, deitando-se no chão em frente ao banco. Ali eram apenas dois jovens aproveitando um momento em que ninguém mais poderia interrompê-los, enquanto, carinhosamente, um começava a sentir a pele do outro. Em meio à penumbra do templo antigo, exploraram juntos o momento de intimidade, entregando-se aos sentimentos e à emoção que os envolviam. O ambiente silencioso do templo parecia absorver cada suspiro e toque, transformando o local em um refúgio para os dois amantes.

Ambas as mentes pareciam fundir-se em uma só, guiadas pela intensidade das emoções que compartilhavam. Os toques e carícias revelavam uma paixão que transbordava entre Di e Jun, tornando aquele momento, no antigo templo, único e inesquecível.

Os momentos juntos pareciam voar, com as mãos de Jun tocando o corpo de Di enquanto ela tentava manter o contato visual com seu parceiro. Era a primeira vez em muito tempo que a jovem idol sentia-se compartilhando tanta intimidade com alguém, e ela não poderia querer fazer isto com mais ninguém neste momento.

Nesta noite, Di e Jun tornaram-se um só, ligados por uma forte conexão física, mas também emocional, a garota sentia que a única pessoa que poderia confessar seus poderes, seria o seu parceiro. Que naquele momento, os dois estavam iniciando algo mais profundo do que a simples relação que acabavam de ter.

Após algum tempo abraçados no chão do templo, Di quebrou o silêncio com uma voz suave, mas carregada de desejo. "Fique comigo esta noite, Jun. Não quero voltar para a casa da minha mãe. Quero apenas ficar aqui, neste momento, com você."

Jun olhou nos olhos de Di, capturando a intensidade do pedido. Um sorriso suave surgiu em seus lábios, e ele concordou. "Ficarei, Di. Quero estar com você."

Os dois jovens entregaram-se novamente à paixão, permitindo que o templo silencioso fosse testemunha de um amor ardente e visceral. O silêncio da noite envolveu-os como um manto, quebrado somente pelos sons produzidos pelo casal em seus momentos de paixão, protegendo o segredo compartilhado entre eles naquelas horas de intensidade emocional.

O amanhecer tingiu o céu com tons suaves de dourado e laranja, banhando o templo em uma luz etérea. Di e Jun acordaram no chão do templo, envolvidos pelos primeiros raios de sol que penetravam pelas frestas das janelas antigas.

Ao abrir os olhos, Jun não resistiu ao impulso de beijar Di calorosamente, saudando o novo dia com paixão. A jovem, ainda sonolenta, retribuiu o gesto com um sorriso suave, mas logo lembrou-se da necessidade de saírem dali rapidamente.

"Jun, precisamos nos vestir e sair antes que o sacerdote chegue. Ele costuma organizar o templo ao amanhecer," disse Di, levantando-se do chão com agilidade. Ela olhou em volta, procurando as roupas dos dois.

Jun ajudou Di a encontrar suas roupas, e ambos vestiram-se rapidamente. O tempo era curto, e o sacerdote poderia aparecer a qualquer momento. Com os corações ainda acelerados pelo que compartilharam naquela noite, os dois saíram do templo com discrição.

Di quebrou o silêncio ao dizer: "Preciso encontrar a Lea. Ficamos de nos reunir hoje."

Os dois se despediram com um último olhar intenso, carregado de memórias daquela noite especial.


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