Stormwatch escrita por Gothic Princess


Capítulo 1
Capítulo I - As Sete Forças


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes!! Finalmente chegando com a nova fic do Stormwatch!! Queria dizer que planejo essa fic há mais de 5 anos e tô muito animada pra contar as aventuras desse grupo pelos próximos meses.

Lembrando que os eventos dessa história acontecem logo depois do fim da minha outra história Deep Six: Novos Horizontes, então seria legal ler os últimos capítulos para entender a história.

Lembrem de seguir o tumblr e de mandar seus comentários, perguntas e sugestões de edições pra lá: https://novostormwatch.tumblr.com/



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Joe podia jurar que sentiu seu anel falhar naquele momento. Na escuridão do espaço, observou o corpo de Rusty flutuar para mais longe de onde estavam, seu primeiro impulso sendo voar até ele. Ele podia sentir a energia do medo se esgueirando para perto, porém ela apenas o acometeu quando finalmente abraçou o corpo sem vida do seu amigo. 

Ele o apertou com força e fechou os olhos, porém sabia que não podia fugir da sensação, do desespero e do pavor. A entidade estava ali, envolvendo seu corpo e tentando entrar, o deixando fraco e tremendo, sabendo que já havia falhado. 

Agora definitivamente sentiu seu anel falhando, quando uma queimação extrema explodiu em seu peito, quase como se ácido corresse por duas veias. Ele soltou um grunhido de dor, mas não soltou seu amigo, não abriu os olhos. 

— Saiam — foi a única coisa que ele conseguiu sussurrar, ainda tremendo e mal aguentando a dor. 

Criança insolente! — a voz estrondosa de Butcher, a entidade da ira, ecoou alto em sua mente. — Ousa recusar nossa dádiva, uma criatura inútil e fraca como você! 

Ele pensa que tem escolha, quando sabemos que ele já é nosso — Parallax fincou suas garras em sua cabeça e Joe sentiu o corpo de Rusty se desfazendo como areia em seus braços. 

Meu! — ele, então, sentiu a forma de serpente de Ophidian se movendo ao redor de seu torso, o apertando com força. 

Quando começava a sufocar em meio a tantas emoções negativas, ouviu o rugido que estremeceu o espaço ao seu redor. Ele instantaneamente se encolheu, sabendo que o Predador estava perto e não podia deixá-lo se aproximar.

Joe focou em sua respiração e parou de fazer força para se afastar das entidades. Deixou seu corpo flutuar como se estivesse boiando em um mar sem ondas, apenas seguindo o fluxo da corrente até não sentir mais todos aqueles sentimentos ruins. 

Sabe que não pode fazer isso para sempre — ele abriu os olhos pela primeira vez desde que sentiu a presença da primeira entidade.

Na sua frente, viu a figura gigantesca de um tipo de pássaro alienígena, suas penas azuis iluminando a escuridão com seu brilho azul. 

— Não estou pronto — ele respondeu. 

Você não quer estar pronto, Joe Jordan — Adara, a entidade da esperança retrucou. — Mas sabe que agora é o momento. Essa guerra vai destruir mais do que apenas seu planeta se falhar. O equilíbrio deve ser devolvido ao universo e você foi o escolhido para trazê-lo. 

Ele sabia disso. Desde a primeira noite em que havia recebido o anel azul, ele sabia que precisaria fazer esse sacrifício. Mesmo assim, uma parte de Joe esperava que outra pessoa pudesse carregar esse fardo. 

Aceite seu destino, ou assista tudo o que conhece ser destruído — com apenas um bater de asas, Adara sumiu em um flash de luz azul e seu anel parou de funcionar. 

Joe acordou puxando o máximo de ar que pôde, seu corpo ainda acreditando que estava sem seu anel no espaço. Ele sentiu as mãos de Dale em seus braços antes de perceber que seu namorado o segurava. 

— Joe, que droga! — Dale estava pálido e parecia apavorado com o que havia acabado de presenciar. 

Isso não o impediu de puxar o outro para um abraço apertado. Foi quando o Azul percebeu que estava coberto em suor e tremia. 

— Parecia que você estava tendo uma convulsão, aí ficou frio e… — ele parou para analisar o rosto do namorado. — Você tá bem? Eu vou chamar a Donatella. 

— Não, Dale, eu tô bem — ele o segurou no lugar, tentando acalmar sua respiração. 

— Isso não me pareceu algo de alguém que “está bem” — o Lanterna Verde pareceu relaxar um pouco mais vendo a cor voltar para o rosto dele. — Amor, o que foi isso? 

Joe abriu a boca para responder, porém as palavras não saíram. Como ele poderia contar que precisaria deixá-lo, porque uma entidade cósmica decidiu que ele precisava ser seu hospedeiro. Que caso não o fizesse, as outras entidades do espectro emocional poderiam deixar de existir. 

Ele se lembra de ouvir os relatos de sua mãe sobre quando o Predador decidiu possuí-la, como ele e as outras entidades manipulavam seus hospedeiros e os tornavam cascos vazios e completamente entregues às emoções impostas a eles. 

Isso era o que o deixava mais apavorado com a situação; Não se lembrar daqueles que amava. E esta era a atitude mais egoísta que ele já teve até hoje. 

— Só está difícil — Joe esperava que ele entendesse o que quis dizer. 

Os olhos de Dale assumiram um brilho triste e ele o abraçou novamente, de forma mais terna desta vez. Estava sendo difícil para todos na nave, mesmo depois de semanas terem se passado desde morte de Rusty. 

— Eu sei, mas vamos consertar tudo. Vai ficar tudo bem, sempre fica tudo bem — ele tentou acalmá-lo, o que só fez lágrimas se formarem nos olhos do Jordan. — É ok você ficar chateado, é normal, não precisa ser forte por nossa causa. Não se sinta na obrigação de nos manter bem e esqueça de você mesmo. 

— Eu sei, me desculpa. 

— Não precisa se desculpar, não fez nada de errado. É só que geralmente sou eu quem quase mata você do coração com minhas loucuras, só fiquei um pouco abalado — Dale deu uma risada nervosa e acariciou o rosto dele, lhe dando um beijo suave. — Só me promete que vai me falar se estiver sobrecarregado. 

— Eu prometo — ele conseguiu dar um leve sorriso e beijou a testa do namorado. — Te amo. 

— Também te amo, Joey. Agora, eu vou preparar um chocolate quente pra você, porque nada é melhor do que um doce quentinho depois de um pesadelo — ele se levantou da cama e andou para a porta. — Eu ia fazer uma piada sobre ser um doce quentinho também, mas acho que não estamos no clima. 

Joe soltou uma risada involuntária com o comentário e isso fez Dale sorrir também. Porém a realidade voltou com o peso de toneladas sobre os ombros do Jordan, e ele se levantou para pegar uma caixa dentro de seu armário. 

A abrindo, pegou o anel verde que havia recebido dos Guardiões quando recebeu a notícia de que seria o escolhido. Ele o levou até perto da enorme janela circular do quarto, observando a imensidão do espaço conforme viajavam para mais longe de seu sistema solar. Se sentou na borda e abraçou os joelhos enquanto segurava o anel. 

Algumas lágrimas escorreram por seu rosto, mas ele as limpou o mais rápido que pôde, apertando o anel verde dentro de seu punho. Ele respirou fundo e concentrou sua energia para meditar sobre o ocorrido no sonho, absorvendo todas as sensações ruins e as transformando em experiência.

Não podia perder o foco em uma situação tão importante, seus amigos e a Terra dependiam dele. Mas, se as entidades estavam tão ansiosas para se unir a ele, gostaria de estar preparado para colocá-las em seu lugar quando o momento chegasse. 

Pelo menos, iria tentar. 

Ele teve dez minutos de paz, antes de sentir a nave balançar tão repentinamente que quase o derrubou da beira da janela. O Lanterna guardou o anel verde novamente na caixa e correu para o corredor, onde viu que Dale também aparecia. 

— O que foi isso? — Joe perguntou, vendo o namorado tentar correr sem derramar a caneca de chocolate quente que carregava. 

— Não faço ideia — Dale entregou a caneca para o outro e saiu voando pelo corredor. 

O Azul apenas suspirou e andou o mais rápido que pôde, parando na sala de comando onde Ranger e Dale já estavam. Eles estavam acostumados a ver o líder da equipe acordado a maior parte do tempo, em certas ocasiões o grupo fazia apostas para adivinhar se ele estava dormindo em pé dentro da armadura. Não era saudável, mas Ranger geralmente ignorava tentativas do Lanterna de fazê-lo descansar. 

— Isso foi alguém tentando nos matar? — ele perguntou, mesmo já sabendo a resposta pela aparente calma dos dois. 

— É só a Dona torturando o Kevin — Dale pôs a mão nas costas do namorado e o guio para a enorme janela na parte da frente da nave. 

Dela, ambos conseguiam ver, um pouco longe de onde estavam, um borrão que parecia ser Kevin se movendo em alta velocidade dentro de um aglomerado de asteroides. Havia uma das naves menores da Skyblaster acompanhando o progresso dele, Joe assumia que Donatella estava dentro da mesma. 

— Eles já estavam treinando quando fomos dormir — Joe comentou. 

— Não que tenha sido muito tempo de sono, mas ainda é bastante para quem tá no espaço — Dale virou o olhar para o Azul, que bebia seu chocolate. — Quer que eu vá lá chamar eles?

— Por favor — ele deu um leve sorriso quando seu namorado beijou sua testa e ativou seu anel. 

Joe bebeu mais do seu chocolate enquanto esperava pela volta dos três, sentindo-se bem melhor do que estava há alguns minutos. Ele estava distraído quando sentiu o bracelete em seu pulso vibrar e apitar, o sistema de comunicação que Ranger havia criado para convocar o grupo e localizá-los caso fosse necessário. 

— Vamos aproveitar esse tempo, já que todos resolveram acordar, para falar sobre o próximo passo — o líder respondeu quando Joe lançou um olhar confuso em sua direção. — Chame os outros para a sala de reuniões. 

Ele deixou a sala de comando e algum tempo depois, Dale passou pela porta com uma expressão de que havia tomado um esporro de Donatella. Ela e Kevin estavam bem atrás dele e não pareciam muito otimistas. 

— Você foi mais lento dessa vez — foi tudo o que ela disse quando Kevin passou pela porta. 

— Foi mal — ele soou levemente esbaforido, ainda parecendo estar se acostumando com não precisar realmente respirar. 

— Desculpas não vão ajudar agora. 

— Dona, chega — Joe advertiu. — Ele não vai conseguir aprender nada se estiver cansado demais pra ficar em pé. Além disso, Ranger chamou todos até a sala de reuniões, vamos decidir o próximo passo. 

A loira apenas assentiu e seguiu pelo corredor, claramente contrariada. Dale deu de ombros e foi atrás dela, mas antes que Kevin pudesse passar, Joe parou na sua frente. 

— Kev, essa é sua primeira missão no espaço, e ela envolve viajar por várias galáxias e lidar com coisas não entende. Não é porque é filho do Superman e um kryptoniano que precisa esconder quando não estiver bem — ele lembrou, algo que já havia conversado com o jovem antes de partirem do Sistema Solar. — Todos nós passamos por anos de treinamento antes de chegarmos aqui e mesmo assim passamos por momentos difíceis. Você não precisa ser perfeito em tudo. 

— Vocês precisam que eu seja — ele respondeu. — Não posso me dar ao luxo de errar de novo, a Terra e a Liga dependem disso. 

— Não vai servir de nada você ser o mais forte do universo se não cuida disso — Joe cutucou levemente a têmpora do amigo. — Eu estou aqui pra ajudar todos na nave com isso, e eu gosto disso. Por favor, converse comigo caso precise, só assim posso te dar conselhos e evitar que fique maluco treinando com a Dona. 

Kevin deu uma leve risada com o comentário, talvez de nervosismo, mas foi algo genuíno. Ele pôs a mão no ombro do Azul e deu um leve aperto nele. 

— Obrigado, Joe, vou tentar — ambos assentiram e foram para a sala de reuniões. 

Chegando lá, viram Dorian jogado em uma das cadeiras, aparentemente ainda sonolento, e Karina de pé ao lado de Dale. Ele notou que Natasha parecia estar tão cansada quanto Kevin, não devia estar dormindo bem com toda a ansiedade da missão. Fez uma nota mental deter uma conversa com ela logo. 

— Agora que todos chegaram, podemos discutir nosso primeiro plano de ataque contra Apokolips — Ranger começou, abrindo algumas telas holográficas sobre a mesa. — Sabemos por causa da naves únicas criadas em Apokolips que, no momento, duas delas estão circulando por setores que temos acesso. Apokolips só pode ser acessada por um tubo de explosão, então a única chance que temos de entrar no planeta, é conseguindo uma caixa materna. 

— Mas elas não ficam só jogadas por aí, certo? Existem, tipo, duas no universo no momento — Karina comentou. 

— Exato, o que dificulta a situação, porém não acaba com a possibilidade de conseguirmos uma — o líder mostrou imagens de alguns planetas neutros espalhados pelos sistemas. — O plano é reunirmos o máximo de aliados que conseguirmos o quanto antes, mais do que temos no momento, e convencê-los a nos ajudar em uma batalha direta contra Apokolips caso eles realmente consigam voltar para a Terra. 

— O plano não era impedi-los antes que isso aconteça? — Dale questionou, agitado com a possibilidade. 

— Sim, mas nossa prioridade será garantir que haja um plano B para o caso de tudo dar errado. Em outra nota, a tecnologia alienígena de Apokolips é um mistério para a maioria das espécies, até as mais avançadas, então Donatella não consegue acessá-la ainda. 

— Eu vou conseguir — ela disse, firmemente. 

— Você precisa de tempo para se adaptar à ela, e nossa primeira investida contra eles, vai ser exatamente com o propósito de começar — Ranger moveu as mãos e a localização de uma nave no Sistema Polaris. — Não parece ser uma nave importante o suficiente para transportar algum dos Generais, então é nossa melhor chance de descobrir mais sobre os planos deles, e de aprender sobre sua tecnologia. 

— Não quero ser a pessimista do grupo, mas a Skyblaster não consegue vencer uma nave dessas, com Generais ou não — Natasha apontou. 

A nave do Stormwatch era feita para exploração e ocasionais conflitos contra naves simples. Para uma luta equilibrada contra eles, precisariam de toda a Olho no Céu. 

— Dorian e eu vamos entrar furtivamente e sair quando conseguirmos as informações — Donatella anunciou, surpreendendo seu noivo, que acordou imediatamente. 

“Não prometi ser furtivo.” — ele sinalizou. 

— Vai ser, ou vou te deixar lutando contra os capachos do Gravestorm sozinho — ela soou estressada, enquanto o cowboy apenas deu um sorriso e piscou para ela.

— Isso é bastante arriscado — Joe disse, olhando preocupado para Ranger, que parecia já saber do plano. 

— Tudo o que fizermos a partir de agora é arriscado, Azul — Ranger respondeu. — Depois disso, vamos para Thanagar. 

— Por quê? — Natasha se pronunciou imediatamente. — Eles já recusaram inúmeras vezes uma aliança com a Terra, é perda de tempo continuar tentando. 

— Agora a situação é diferente. Existe uma possível guerra se aproximando, aqueles que não estiverem do nosso lado, estarão contra nós — o visor da máscara estava focado na jovem thanagariana. — Você sabe que precisamos tentar. 

Ela permaneceu em silêncio, mas assentiu com a cabeça. 

“Hora de ir explodir uma nave de Apokolips, então?” — Dorian perguntou e Donatella soltou um grunhido de irritação. 

Joe os ajudou a se equipar, garantindo que ambos os trajes espaciais estivessem ajustados e que Dorian não levaria seu chapéu dentro do seu. Depois de uma hora de viagem, chegaram ao Sistema Polaris, onde os dois partiram para o destino da nave em uma das cápsulas de fuga indetectáveis. 

O Lanterna se sentou ao lado de Natasha conforme o grupo observava a pequena nave sumir de vista no espaço. Ele segurou a mão dela e lhe ofereceu um sorriso tranquilo, passando a ideia de que tudo daria certo, mesmo que ele não tivesse tanta certeza disso.


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Notas finais do capítulo

Detalhe importante: Sempre que eu não falar o local onde o grupo está no começo do capítulo, provavelmente é um sonho ou algo parecido.

Detalhe importante 2: Essa fic se passa no mundo da DC, vou tentar ao máximo seguir o canon dele, mas ainda é minha história então vou tomar a liberdade de modificar alguns detalhes.

Espero que tenham gostado desse primeiro capítulo!! Ele é mais pra dar uma direção pros nossos heróis depois dos eventos de Deep Six 2. Já tenho os primeiros 7 capítulos planejados e pretendo postar eles uma vez por mês, espero conseguir hehe

Até a próxima!!



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