Mãe escrita por Ocarina


Capítulo 1
Mukuro


Notas iniciais do capítulo

Olá pra quem chega!
Essa é uma fanfic despretenciosa sobre algumas personagens femininas de YYH vivendo a maternidade. Decidi começar com a Mukuro porque essa ideia já tava na minha cabeça há muito tempo.

Não tenho programação alguma pra escrever e um capítulo novo pode levar 1 semana ou 6 meses para ser postado ._.

É isso, boa leitura e feliz dia das mães!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809411/chapter/1

O garoto avançou. O punho fechado com força e os pés se movendo em alta velocidade. Foi um ataque rápido, mas previsível. 

Mukuro desviou do soco com facilidade. Ela possuía milhares de anos de experiência e estava a anos-luz de vantagem. Aquela criança teria que batalhar muito para conseguir chegar no seu nível. 

Como uma sombra, ela surgiu por detrás dele, chutando-o nas costelas. O impacto foi estrondoso, o jogando para a outra extremidade da arena. Aquele golpe normalmente teria levado a audiência ao delírio, mas as arquibancadas estavam completamente vazias. Mukuro nunca permitia que os outros do grupo assistissem os treinos do menino, pelo menos não os treinos com ela. O garoto se concentrava mais quando não havia uma plateia para ficar se exibindo. 

De qualquer forma, ele estava livre para competir com os seus subordinados, embora nenhum deles o desafiasse mais. Mesmo tendo só treze anos, o menino já havia derrotado todos os membros do exército de Mukuro. A líder, porém, ainda era superior. Por quanto tempo? Mukuro não tinha certeza. 

Ele se reergueu do solo cambaleando. Estava bravo e irritado; nervoso por perder mais uma vez. Ela riu daquela reação. Ele era jovem demais e ainda não sabia controlar suas emoções. 

— Melhor parar por aqui e admitir a derrota — ela sugeriu, provocando-o.

— Não! Ainda não! — ele retrucou, mordendo a isca.

Ele repetiu o soco, mas, dessa vez, ela não se esquivou. O imitando, fez o mesmo movimento e ambos os punhos se chocaram. Naquela posição de embate, permaneceram se encarando de perto. Os olhos destemidos dele nem sequer piscavam. Faíscas saiam ponto de atrito entre os dois e, somente quanto Mukuro sentiu a mão ferver, ela finalizou a luta, expandindo sua energia para novamente arremessá-lo para longe.

— É o suficiente por hoje. Amanhã continuamos — ela disse.

O garoto não parecia contente, mas não retrucou. Se levantou do chão rapidamente, como se nada tivesse acontecido e limpou o sangue que escorria pelo canto dos lábios. A verdade é que ele ainda tinha energia de sobra. 

— Tudo bem…— disse então, antes de abrir um sorriso — Você está machucada, já viu?

Ela olhou para baixo, em direção à ferida formada no dorso de sua mão, onde a pele agora estava em carne viva. Era pouca coisa, mas tinha um grande significado. Não anulava o fato de que aquela criança tão nova já tinha sido capaz de machucá-la. 

— No mês passado você não seria capaz de fazer isso — ela respondeu — Fazia muito tempo que eu não encontrava alguém assim tão talentoso. Pra sua idade, sua habilidade é surpreendente. Está evoluindo rápido.

O garoto inflou o peito, cheio de orgulhoso de si mesmo. Feliz e satisfeito com o elogio.

— Bom…

— Não precisa de modéstia. Agora vá descansar, já está muito tarde e amanhã temos trabalho a fazer. Vamos para as montanhas do leste, onde os youkais estão mais hostis. Esteja preparado para o que vier.

— Tá bom, mãe — ele caminhou em direção a saída da arena, mas antes de ir se virou novamente para Mukuro, parecendo muito empolgado — Ah, e da próxima vez eu vou te derrotar! 

Ela o observou sumir de vista e somente depois se permitiu sorrir também.

“Mãe”. Era assim que ele a chamava e ela nunca o repreendeu. Mas Mukuro não era sua mãe biológica e ele sabia disso. Ela nunca escondeu a verdade sobre a sua origem. Os pais dele, onde quer que estivessem agora, o deixaram com ela somente para protegê-lo da guerra. Mukuro sabia que era questão de tempo para que a mãe biológica do garoto voltasse para reivindicar a sua guarda. 

Treze anos se passaram desde o dia em que ela segurou o bebê pela primeira vez em seus braços. Enquanto o pequeno dormia profunda e inocentemente sem ter conhecimento do caos que o cercava, a mãe do menino derramou uma lágrima silenciosa. “Eu te amo”, ela disse a ele antes de partir. Palavras poderosas que não tinham significado algum para aquela criança. 

Mukuro prometeu aos pais protegê-lo, escondê-lo e torná-lo forte para encarar o próprio destino, mas nunca tentou assumir o papel de mãe para o garoto. Ela era rígida e o tratava igual a todos os outros, sem piedade. Então, foi pega de surpresa quando ele a chamou assim pela primeira vez, ainda muito pequeno. Ela ficou sem palavras e desejou que ele nunca mais o fizesse, porém, ele continuou, mesmo que ela sequer o tenha retribuído da mesma forma. Mesmo nunca tendo o chamado de filho. 

E agora ela estava ali, encarando a ferida na mão com um meio sorriso bobo, sem querer admitir o quanto realmente aquilo a afetava. O quanto estava orgulhosa pelo desempenho dele.

Ela então parou de sorrir, oprimida pela angústia. Ultimamente era assim que se sentia quando pensava no futuro. 

Um dia, ele teria que ir embora…

Um dia, ele encontraria os verdadeiros pais…  

Um dia, ele abraçaria a mulher que lhe deu a vida e também a chamaria de mãe. 

E Mukuro, como ficaria? 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sei que a história não explica absolutamente nada, mas a ideia era essa mesmo. Gostariam de ver mais sobre a Mukuro? Não que eu vá fazer, mas só pra saber mesmo xD

Próximo capítulo ainda em andamento, mas já com personagem definida. Palpites?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mãe" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.