Os órfãos de Nevinny escrita por brennogregorio


Capítulo 47
O bairro alternativo - Parte II




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809400/chapter/47

 

Ainda no quarto à espera por Allison, a sua curiosidade só aumenta e o nervosismo começara a aparecer nesse meio tempo de ociosidade em que segundos parecem uma eternidade. Não teve que esperar tanto ao ver Allison surgindo na porta do banheiro lhe olhando sorridente dando alguns toques na roupa. Não foram nem cinco minutos.

— Podemos ir? — você pergunta.

— Sim, agora já tô prontx — elx responde.

— Ótimo. Agora vamos porque o meu organismo tá sendo alimentado por quilos de ansiedade.

— Ah, é? Pois então, vamos. Chegou a hora de você conhecer Miríade.

Assim sendo, ambxs saem do aposento e põem-se a descer as escadas até chegarem na porta principal. Nisso, Allison dá uma olhada rápida ao redor da sala como se procurasse por algo, mas rapidamente interrompe a ação. Em seguida põe a mão na maçaneta girando-a até que a porta é finalmente aberta e, sem perder tempo, ambxs cruzam-na de imediato.


Alguns passos depois...



Estando em uma certa viela, enquanto admira o atraente cenário do bairro observando a movimentação dos que perambulam por ali, logo a sua atenção é tomada quando Allison decide lhe fazer uma pergunta.

— Então, tá gostando?

— Muito. Como eu disse antes: é bem diferente. Eu tenho a sensação de estar andando em uma cidade medieval.

— É exatamente o que eu acho. Se bobear pode-se até dizer que Miríade já foi usado aqui pra gravar cena de algum filme.

— Isso dá uma boa ideia. Já pensou em fazer umas fotos aqui e pôr na legenda: “Visita rápida ao set de gravações #300? Ia fazer sucesso.

— Seria legal mesmo — Allison diz.

— Eu vi suas fotos, na verdade suas pouquíssimas fotos nas redes sociais e você não tem nenhuma foto aqui — você profere.

— É verdade. Não tenho.

— Por quê? Aqui é tão bonito, tão excêntrico e elegante. Dá pra fazer um ensaio bacana.

— Você acha aqui excêntrico e elegante? — Allison pergunta, risonhx.

— É claro. Eu sou fascinadx em coisas e lugares diferentes. Sempre gostei — você declara.

— Então é por isso que você tá assim, tão empolgadx?

— Olha, eu confesso. Isso aqui é colírio pros meus olhos. Acho que você tem sorte de morar em um lugar como esse. Quem dera eu morasse aqui.

— Haha, olha só...

— Acho que se tivesse uma escola e até um shopping eu não iria sair daqui jamais. Aqui tem escola, não tem? — você pergunta franzindo a testa.

— Tem uma, mas não pra todas as idades. Ela é pra crianças que estão bem no início da vida acadêmica — Allison explica.

— Entendi. Então é como se fosse uma creche? Apenas pras crianças de Miríade?

— Isso. E quando elas estão quase no fim do período letivo elas fazem algumas provas e testes pra saber se já estão treinadas o suficiente e se estão aptas pra acompanhar o ensino da maioria das escolas.

— Treinadas?

— É.

— Como assim? Que tipo de treino elas fazem?

— Nada de extraordinário. Mas explicando resumidamente o que acontece é que elas desde muito cedo já têm contato com conteúdos um pouco mais avançado do que eram pra ter conforme as suas idades. Por exemplo, crianças de três a cinco anos em vez de ir pra escola só pra brincar e comer lanches, já estão na introdução de operações matemáticas com equações e leitura de mapas.

— O quê?!

— Legal, não é?

— Isso parece um pouco exagerado — você diz.

— Há pessoas que curtem a ideia e outras não. Umas dizem que isso parece ser demais e que as crianças têm que aprender cada coisa no seu tempo. Outras dizem que o quanto mais elas aprenderem desde cedo, melhor.

— É, parando pra pensar acho que nenhum dos dois lados tá cem por cento certo. O que não pode acontecer é sobrecarregar a mente delas com esses assuntos e ir devagar. Comigo não foi desse jeito e eu acho que iria me traumatizar quando tivesse a idade de agora — você diz dando um sorriso.

— É verdade — Allison concorda.

— Bom, estamos aqui falando das crianças “miridianas”, mas você ainda não disse pra onde estamos indo. Ainda falta muito pra chegar?

— Não, já estamos quase lá. Em menos de cinco minutos chegamos.

— Espero que eu goste também assim como o resto.

— Se eu gosto, então tenho certeza de que também vai gostar — Allison garante.

— Eu espero que sim.

— Agora mudando de assunto. Então, o que sua irmão falou quando disse que estava vindo pra cá?

— Ah, eu não disse que viria pra cá. Eu simplesmente disse que tinha um compromisso e vim.

— Sério? E ela não perguntou pra onde ia?

— Pior que não. Ela 'tava tão animada com uma história de taróloga que acabou nem perguntando — você declara.

— Ela gosta dessas coisas?

— Gostar é pouco — você diz.

— Bom, coincidência você falar sobre esse assunto de astrologia. O lugar pra onde a gente tá indo tem uma ligação com isso — Allison diz.

— Tem, é? — você pergunta não muito contente.

— Sim. Mas não se preocupe. É só uma ligação, nada mais que isso.

— Se é assim...

— Por falar nisso, já chegamos. Agora você pode entender melhor o que eu falo.

— Por que diz isso? — você pergunta sem entender.

— S/N, chegamos! Esse bem à sua frente é o santuário Nashite.

Ao olhar para frente, você se depara com uma enorme área cheia de árvores de estaturas medianas das mais variadas espécies. Também dá pra ver uns pontinhos brilhantes que voam entre elas e por todos os lados, na qual essas são as únicas luzes presentes ao passo que o interior do santuário está completamente obscuro, sem nenhuma fonte de luz elétrica.

Nessa situação, quando um desses pontinhos passa bem na sua frente pôde concluir que trata-se de um singelo vagalume com suas asas bem barulhentas por sinal. Somado a isso, piados de corujas, coaxos e grasnados de algumas aves ecoam de dentro do local, deixando-o com aspecto mais místico e sombrio.

— S/N, você não vai entrar? — pergunta Allison bem próximx ao pequeno portão de entrada.

— Entrar aí? Mas não é perigoso? Tá tudo tão escuro — você diz esfregando as mãos nos braços, receiosx.

— Perigoso? Não, aqui não é perigoso. Eu juro que não é. E quanto às luzes, não se preocupe. Eu posso te proteger de qualquer coisa, se quiser. Mas sei que não vai precisar.

— Não preciso que me proteja. Eu não tô com medo.

— Ah, não tá? Então, vamos. O que você ainda tá fazendo paradx aí?

— É só que...

— Você tá com medo, sim. Vamos, você vai entrar comigo. Viemos até aqui, então vamos continuar.

Nisso, Allison vem até sua direção e lhe puxa pelos braços lhe levando até ao pequeno portão fazendo com que você fique na frente para que entre primeiro. Logo, elx se posiciona atrás de você e começa a lhe empurrar levemente para dentro do santuário.

— Tá vendo? Já entrou. Agora não tem mais desculpas, é só continuar — Allison diz.

— Você me forçou a entrar! Pensei que fôssemos mais amigxs.

— Para de besteira e continua! — elx ordena.

No mesmo tempo, mais um barulho vem de dentro do local. Esse é mais tenebroso e se assemelha bastante com o rugido de um leão.

O efeito que causou foi imediato, lhe deixando totalmente paralisadx e com os olhos arregalados e bem atentos por todos os lados. Até Allison fez o mesmo.

— O-o que foi isso? Tem leão aí dentro também? Agora que eu não vou mesmo — você diz saindo do santuário apressadamente.

— Não! Espera, S/N! Não é um leão! — Allison diz aos gritos.

— Eu não quero saber. Não vou mais entrar aí e pronto. Eu? Aí dentro? Tô fora!

E mais uma vez Allison corre em sua direção e lhe pega pelo braço.

— Espera! Isso não é um leão, S/N. Você acha mesmo que ia ter um leão aí dentro? Isso é um santuário, não um zoológico.

— Mas que eu saiba os leões também vivem em santuários, não é?

— Bem, é verdade. Mas esse não é, eu te garanto.

— Se não é um leão e você tem tanta certeza disso, então o que é? — você pergunta.

— Ah, esse é só o Pequeno Tidles.

— Quem e o que é o Tidles?

— Vamos até lá que eu te explico. Mas dessa vez é pra ir mesmo. Você topa?

— Desde que não haja mais surpresas e sons estranhos...

Voltando ao portão principal juntxs, mas dessa vez para adentrar o santuário, Allison acaba lhe dando apoio e incentivo para que não temesse novamente, principalmente por conta do misterioso Tidles estar mais uma vez rosnando e o som parecendo estar cada vez mais perto. Sendo assim, não dando importância para o tenebroso som e acreditando nas palavras de Allison, você mais uma vez põe os dois pés e assim adentra o local, confiante.

Na mesma hora que põe os pés ali, os altos rosnadas estranhamente param lhe deixando estranhamente assustadx e aliviadx ao mesmo tempo.

— O que aconteceu? — você pergunta, confusx.

— Ele se foi — Allison declara.

— Ele quem? Tidles?

— Vamos andando que eu te explico.

Logo na entrada, há um estreito caminho de pequenas pedras brancas e outras escuras, nas quais parecem ser bem semelhantes com as que haviam na casa de Allison, porém o caminho está bem escuro e assim não dá para saber a extensão dele e nem para onde vai.

— Pode ir — Allison diz lhe olhando com um sorriso.

— Mas pra onde? Como vamos enxergar nesse breu? — você pergunta tentando enxergar o caminho da trilha.

— Apenas ande. Confie em mim.

Sendo assim, você suspira brevemente e dá o primeiro passo. Inexplicavelmente, todo aquele caminho começa a ser iluminado por luzes vindas de todos os lados seguindo por uma direção que parece não ter fim. Em seguida, o espaço se resplandece por completo e assim pode-se ver tudo o que está ao redor.

Imaginando essa cena, dá pra fazer uma breve comparação com algo típico que acontece em gêneros de filmes que existem até os dias de hoje: sabe aquelas cenas dos filmes de fantasia em que chega em um determinado momento que um lugar misterioso é descoberto e após explorarem o lugar ou acharem uma passagem secreta tudo começa a ganhar vida? É praticamente a mesma coisa retratada nesse caso. Pode-se até chamar de clichê, se quiser.

Mas, voltando à história...

Quando tudo parecia ter “acabado”, você encontra-se estupefatx pelo o que acabara de presenciar. Realmente era como estar em um filme de magia e que um lugar acabara de ser criado bem à sua frente.

— Isso é tão...

— Mágico? — Allison pergunta.

— Eu ia dizer incrível, mas mágico acho que também vale — você diz ainda maravilhadx.

— Então, você ainda consegue andar ou vai ficar aí paradx? Tenho que te lembrar que aqui é só a entrada e ainda precisamos chegar onde eu realmente quero te levar.

— Espera, eu ainda preciso absorver isso. Aqui é incrível. Eu já tive em muitos lugares bonitos, mas não com essa vida que tem aqui. Esse lugar não chega nem perto das mansõ... Quer dizer, dos lugares que eu já vi na tv — você fala.

— Aqui é único. Como aqui não tem nenhum igual — Allison garante.

— Não tenho dúvidas.

— Então, o que acha da gente prosseguir?

— Claro, claro.

Você e Allison vão caminhando por alguns poucos minutos enquanto observam o cenário com clareza, agora podendo-se ver nitidamente as árvores e suas espécies. A maioria é formada por pinheiros, já as outras não sabe ao certo quais são.

Pelo ar, as corujas passam. Algumas sozinhas, outras em bando. Também há algumas paradas nos galhos das árvores parecendo estarem ali apenas observando seus movimentos por dentro.

Numa pequena área alagada com várias pedras medianas de cores acinzentadas, alguns sapos e rãs coaxam em cima das vitórias-régias enquanto outros ficam bem parados em cima de algumas das largas folhas das pequenas árvores.

Não muito distante, logo após a curva, há uma pequena lagoa com algumas luzes douradas enfeitadas no seu contorno. Nela, tem alguns peixes e tartarugas de diferentes cores e tamanhos. A maioria das tartarugas estão dentro d'água, mas as outras que estão fora quando percebem a presença de vocês se aproximando, logo se escondem.

Esse foi o encantador caminho que acabou levando vocês até uma pequena área mais reservada, na qual contém uma escultura de mármore bem no centro. Sua forma é de uma torre que lembra muito a do Big Ben. Sua altura talvez chegue aos cem centímetros.

Olhando de longe parece uma simples moldura desenhada geometricamente perfeita, porém ela tem um propósito de estar ali. Isso você pôde concluir ao ver Allison chegando bem próximx ao objeto e de sua superfície, que serve como um porta joias, retirando um quadradinho preto com alguns pequenos furos.

— Tá vendo isso, S/N? — Allison pergunta lhe mostrando o objeto.

— Tô — você responde.

— Esse é o Pequeno Tidles. Aquele que você 'tava com tanto medo.

— O Tidles? Como assim?

— Deixa eu te explicar. Mas você tem que prometer que não vai falar isso pra ninguém.

— Pra quem eu falaria e por quê?

— Ok — elx inicia — Isso nada mais é que um mecanismo de proteção. O Tidles é um som projetado de um ser monstruoso pra que fique “de guarda” do santuário pra afastar os invasores e curiosos. Cada vez que alguém que não é autorizado a entrar no santuário se aproxima da entrada, o som do Tidles é acionado graças ao sensor que fica exatamente onde você 'tava quando ouviu o som. Com isso, a pessoa acaba desistindo da entrada por estar assustada.

— Ahh, entendi. Mas e se a pessoa não ficar tão assustada assim? — você pergunta.

— Bem, se isso acontece, o indivíduo vai ter que ser obrigado a sair do local da mesma forma. Pois se ele persistir, o alarme é disparado e os vigilantes reais o capturam.

— Entendi. Mas tem uma coisa que eu não entendo. Você disse que o Tidles é o guarda do santuário.

— Sim.

— Mas por quê? Porque você falando assim parece que tem algo muito valioso pra ser protegido nesse lugar, além da beleza do cenário, é claro.

— Ah, isso é algo mais privado e que diz respeito somente aos vigilantes do bairro. Infelizmente eu não tenho tantas informações sobre isso — Allison explica.

— Nossa, sério?

— É. Mas também mesmo se eu tivesse mais informações sobre, acho que não poderia contar.

Nesse momento a expressão de Allison muda enquanto olha para os lados com um ar de preocupação. Seu rosto passa a mensagem de que há algo a mais que sabe mas que não pode falar. Em seguida, elx pega o aparelho quadrado e põe de volta na caixinha da escultura e aperta um botão minúsculo que está bem ao lado.

— Pronto. Tidles está contido agora. Ainda bem que você veio comigo, senão sabe-se lá o que os vigilantes iam fazer com você.

— O quê?!

— Não se preocupe. Tá tudo bem agora.


Após saírem rapidamente do local onde está o Pequeno Tidles, Allison e você seguem caminho ainda por dentro do santuário. Em uma das curvas, acabam se deparando com um banquinho de metal branco e lá decidem se sentar.

— Olha, ficamos bem debaixo da lua — você diz ao olhar para cima.

— Verdade. Coincidentemente aqui é meu lugar preferido. Minha mãe me trazia muito aqui quando eu era pequeno — Allison declara.

— Então toda vez que você vem acaba se lembrando dela.

— É. Esse é o lugar especial que eu tenho que me traz recordações dela. Minha mãe está sempre viva comigo.

— Que bom — você fala — Eu tenho inveja disso, sabe?

— Disso o quê?

— A sua relação com a sua mãe parecia ser bem verdadeira. Não sei se já falei isso antes, mas se disse, torno a dizer.

— Acho que não disse. Mas sinto muito pela sua também. O abandono não é uma coisa fácil e nenhum dos nossos casos foi fácil. Acho que nem me ouso arriscar qual foi o pior, se é que tem algum.

— Acredito que tenha sido o meu. Pelo menos a sua mãe te amou de verdade — você diz torcendo os lábios.

— É, pensando bem pelo que você me disse na nossa outra conversa, o seu é bem pior — Allison fala — Me desculpe, mas tenho que ser verdadeirx com você.

— Não tem problema. Eu prefiro. Sempre é melhor a verdade bem assim na nossa cara por mais que doa.

— É — Allison concorda.

— Mas me diz, o que vocês faziam quando vinham pra cá? — você pergunta.

— Ah, esse era o meu parquinho, a nossa praça. Mas não era assim do jeito que é hoje. Algumas coisas mudaram — elx diz — Nós três vínhamos pra cá quase todo final de semana. Nós brincávamos, fazíamos picnics. Foi aqui que ela me ensinou a andar de bicicleta e foi aqui também que eles se casaram.

— Aqui?

— Sim, mas não tinha todas essas árvores. Aqui era mais uma praça mesmo. Tinha asfalto e tudo mais. Foi um dos casamentos mais lindos que eu já fui. Na verdade foi o único.

— Sério? Você só foi à um casamento na sua vida? — você pergunta, gargalhando.

— Sim. Por que você tá rindo? — Allison pergunta sorridente lhe dando um leve empurrão.

— Nada. É que é estranho, talvez. As pessoas nessa cidade não se casam?

— Sim. Quer dizer, não muito. Pelo menos não aqui. Às vezes só acontecem algumas celebrações só para os mais chegados — Allison explica.

— Entendi.

— Mas não se preocupe. Quando acontecer o nosso vai ser uma das festas mais bonitas que já teve nessa cidade.

— Espera, o quê? — você pergunta sem entender.

— O nosso casamento. Meu e de Max. Vai ser um grande casamento, mas não tão chamativo assim. Mas se casar é o nosso sonho.

— Nossa, por um momento eu cheguei a pensar que...

Antes de completar a sua frase, repentinamente um apagão acontece, não restando uma luz sequer por perto acesa. Estando ali, ao longe dá pra ouvir o barulho dos moradores do bairro queixando-se pelo ocorrido quase em protesto.

Logo em sequência, uma sirene é acionada e, com isso, os cachorros começam a latir enquanto uma confusão parece se formar em algum lugar.

Você e Allison apenas ouvem tudo em silêncio tentando entender o que se passa, mas é impossível tomar conhecimento de algo diante do breu que está bem maior que antes das luzes do santuário acenderem. Por isso, para quebrar o silêncio, além da curiosidade e receio que te domina, pergunta:

— Allison, o que tá acontecendo agora?

— Eu não sei, mas isso não é bom sinal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os órfãos de Nevinny" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.