História After You - escrita por Clawen


Capítulo 20
Capítulo - Our Place of Love


Notas iniciais do capítulo

❤️



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— Ruiva... - Owen falou com a voz rouca e com respiração acelerada, implorando pelos seus lábios continuarem o que estavam fazendo.

E assim ela o fez, sentiu o corpo dele estremecer e isso a deixava excitada. Queria satisfaze-lo por completo. Cessou por um breve momento os movimentos, olhando a face perfeita do amado.

— O que você quer, ein? - sua voz saiu extremamente sexy. Voltou a fazer os movimentos apenas com as mãos, enquanto o encarava esperando a resposta.

— Você sentando ruiva... daquele jeito que sabe fazer... - Piscou para ela de forma descarada, já com os braços atrás da cabeça observando a cena. - Meu Deus, Claire...

— Uhmmmm... - Ela sorriu fazendo um coque nos longos cabelos. Levantou a camisola, segurou o pênis dele enfiando em sua intimidade. A ruiva não pensou duas vezes, começou a cavalgar loucamente sobre a virilha do marido, gemendo e gritando. Podia sentir que estava quase lá, intensificou os movimentos, queria que Owen chegasse ao ápice junto a ela.

O marido a segurou por um breve instante, ela estava fazendo demasiado esforço com aquela barriga e temeu que ela estivesse excedendo mais do que o necessário. Definitivamente eles teriam que inovar nas posições. A colocou deitada entre os travesseiros e ficou de pé ao lado da cama, trazendo o corpo dela para beirada. Logo mais a barriga dela estaria maior do que já estava e qualquer outro modo seria desconfortável, então decidiu testar aquela. O loiro a penetrou lentamente indo e voltando sem muita pressa.

A ruiva sorriu com tamanho cuidado do marido, era muito atencioso e carinhoso. O envolveu comas pernas, enquanto segurava os lençóis desfrutando daquele momento e do prazer que ele lhe proporcionava. Fechou por um breve momento os olhos, sentia falta de abraça-lo e beijá-lo durante o ato, mas com a barriga que a cada dia estava maior era impossível. Os corpos suados se moviam em sintonia.

Com o polegar sob a base, Owen pressionou-se em sua intimidade, e penetrou inicialmente a glande, sentindo o orifício em torno da ereção, que logo penetrou completamente, escondendo-se no interior estreito de seu corpo. O gemido mais alto deixou os lábios de Claire, apertando os lençóis entre os dedos e fechou os olhos, abaixando a cabeça ao senti-lo empurrar-se aos poucos para dentro de si, virando-se a observá-la e estreitou os olhos. Moveu-se, estocando-a mesmo embora já estivesse inteiramente dentro.

Ter Owen dentro de si, agora era uma necessidade constante e a cada vez que faziam amor, todas elas eram diferentes e especial. Ele era o combustível dela. Gemia com o prazer insano que sentia, ela precisava de mais.

— Mais rápido amor... - tentou segurar a mão dele que estava em sua coxa. Sentiu o orgasmos se formando, estava quase lá. Mordeu o lábio inferior jogando a cabeça para trás.

Owen agora movia-se já com certa frequência, em ritmo, e ainda que não tivessem toda liberdade, movia-se como queria, sem impasse. Claire sorriu e vez ou outra deixava escapar um gemido baixinho, dolorido por senti-lo tocar a si no fundo, mas igualmente prazeroso. Empurrou o quadril contra o dela e sentiu-o novamente tocar a si a fundo, gostoso, estremecendo o corpo.

Ao soltá-la, o homem tomou o ar que era necessário aos pulmões e fechou os olhos, sentindo um leve arrepio na pele enquanto lambia os lábios, limpando-os do sangue. Moveu-se, estocando-o com mais força, em solavancos e os apertos em seu sexo. Claire não conseguia mais segurar o seu orgasmo, e ao senti-lo mais uma vez ir todo dentro de sei. Gozou gemendo, quase gritando.

O loiro sentiu os espasmos que denunciavam seu clímax e consigo atingiu o próprio, incapaz de conter diante das contrações involuntárias e prazerosas de seu corpo, gozou, satisfazendo-se dela, de seu corpo, e gemeu, embora baixo era audível e rouco. Por fim suspirou, deixando escapar um gemido.

— Hmmm...

Claire sorriu se ajeitando na cama, o puxando para deitar ao seu lado. Queria muito beijá-lo, já que durante o ato era difícil.

— Uau... Amor eu... - Foi interrompida por uma chamada em seu celular. - Quem é essa hora? - Bufou pegando o aparelho na mesinha ao lado da cama. - Número desconhecido.

Owen arqueou a sobrancelha e sentou ao lado dela. A manhã havia começado da forma mais intensa, sem dúvidas estava morrendo de fome aquele momento.

— Quem é?

— Vamos descobrir... - atendeu a chamada. - Alô.

— Senhora Grady? - ouviu a voz de um homem, mas não sabia de quem se tratava.

— Sim... Sou eu.

— Sou eu Ian Malcolm. - ao saber de quem se tratava, a ruiva ficou surpresa.

— Dr.Malcolm... - olhou para Owen. Como ele conseguiu seu número? Pensou na hora. - Em que posso ajudar?

— Gostaria de saber se você e seu marido poderão me acompanhar na visita ao parque? - ela não sabia o que dizer.

— Só um momento Dr. - deixou a chamada no mudo e encarou Owen, respirando fundo. - Amor... o Dr.Malcolm quer saber se vamos acompanhá-lo na visita ao parque.

— Ah, era só que me faltava... momento bastante oportuno para ligar. - Fechou a cara.

Claire tinha que concordar, ele estava certo. Voltou com a ligação.

— Sim, podemos. As dez horas, pode ser? Nós encontramos em frente ao centro de inovação.

— Ótimo, nos vemos lá. - desligou. - Hey amor... - se aproximou dele. - Não faz essa cara, não precisa ter ciúmes dele.

O marido riu, divertindo-a e pegou-a na cintura, apertando-a no abraço e beijou-a no pescoço, logo atrás da orelha. Owen fitou-a de perto, visto que já ali antes e fitou seus lábios, achava-os adoráveis e selou-os.

— Boquinha gostosa. Vou te beijar muito na frente daquele trouxa...

— Uhmmmm... - retribuiu o beijo de bom grado. - Vou adorar isso... - sorriu o dando mais um beijo. - O que quer para o café?

— Uma coisa que você nunca me deu... - Seu sorriso naquele momento era um dos mais perversos.

— O que? - o olhou sem entender.

Owen afastou os cabelos dela e sussurrou da forma mais depravada já dita pelo próprio.

— Anal...

— O que? - o olhou rapidamente arqueando a sobrancelha. Estava surpresa com aquele pedido. - Não... - levantou indo para a cozinha. Estava desconcertada.

Owen conhecia ela e já esperava aquela reação. Então em meio a risadas foi tomar um banho rápido e logo se juntou a ela na cozinha.

— O que foi ruiva?

— Nada... - Já havia terminado de fazer o café, estava colocando tudo na mesa.

Quando ela cruzou o espaço entre a bancada e a pia, Owen se meteu na frente dela.

— Qual é? Vai ignorar seu maridão aqui? - Com a destra, segurou-lhe o queixo e ergueu fazendo ela olha-lo.

— Não estou te ignorando... - sorriu tímida e desviou o olhar. - Vamos comer?

Tentou disfarçar, o pedido de Owen tinha a deixado surpresa demais. E na verdade ela tinha medo, daquilo. Ele respeitou o silêncio dela, na verdade achou muito fofo e se juntou a ela na mesa. Comentaram sobre o passeio no parque e sobre a viagem em família até a Grécia na próxima semana.

— Vamos no traslado do parque, e espero não ver você sorrindo demais para aquele babaca galanteador de quinta...

Claire riu pelo nariz. Owen era muito ciumento quando queria, mas ela não reclamava, afinal ela também era.

— Amor... Deixa de ciúmes bobo. Só tenho olhos para você... - se levantou indo até ele sentando no seu colo. - Vou me arrumar...Tenta não se estressar, tá bom? Lembre-se que tudo isso é pelo parque e por nossa filha que vai herdar tudo.

— Está bem. Vai lá se vestir... - Por mais que o loiro quisesse insistir no assunto, ele iria dar um tempo até ela se acostumar com a ideia. Assim, a beijou no rosto e desapareceu com as 6 panquecas da mesa.

Não demorou, logo ela já tinha tomado um banho e estava arrumada, com um vestido azul claro de gestante, os cabelos longos soltos, uma maquiagem leve.

— Não acredito! - murmurou do closet. Seus pés estavam bem inchados, não poderia usar seus saltos.

Owen já esperava impaciente com a demora e entrou no closet.

— Céus, o que foi agora? Vamos ruiva...

— Amor, eu estou parecendo um sapo inchado. - começou a chorar. - Olha como meus pés estão... Não vou poder usar mais meus saltos...

— Não não, pode parar. - Ele atravessou o closet e pegou uma sandália leve e calçou nela. - Sabe que o peso da Clarisse afeta seus pezinhos, ruiva. Pára com isso... - Owen levou uma esposa chorosa até o local em que marcaram. - Já acabou? - Perguntou enquanto estacionava o carro sob a sombra de uma palmeira.

Os olhos dela ainda estavam um pouco vermelhos.

— Já... - suspirou e se aproximou dele o dando um beijo nos lábios. - Obrigada. Vamos? Lembre-se de não deixar nada de abalar. Você é incrível. - tinha um sorriso bobo de apaixonada nos lábios.

— Aprendi com a mulher mais incrível ainda. - Sorriu para ela, enquanto piscava para a esposa e ambos saíram do carro. Encontraram o doutor Malcolm tirando fotos com algumas turistas, uma delas deixou o telefone com o mesmo e saiu saltitante. Owen revira os olhos.

O passeio terminou no paddock dos raptores. Blue geralmente detestava visitas novas, mas com Ian Malcolm foi diferente, e Owen não pode deixar de demonstrar seu descontentamento com aquilo.

— Esse é nosso paddock... tínhamos 4 raptores vivendo como irmãs. Infelizmente perdemos 3 delas e só restaram a nossa Blue. A mais obediente e com extinto protetor. Estamos em fases de testes e adaptação com ela e os novos raptores recém nascidos...

— Preciso confessar que estou bastante impressionado com tudo o que me mostraram, Senhor Grady. Vocês sabem o quanto sempre fui contra a desestinção do dinossauros. Tivemos vários problemas, desde o incidente com o primeiro parque... - Claire o interrompeu.

— Nós sabemos Dr. Malcolm. Toda a sua teoria tem fundamento, mas vivemos em um era avançada. Temos a tecnologia que John Hammond não tinha no primeiro parque.

— E mesmo assim, vocês tiveram um grande incidente com a Indominus Rex.

— Sim, tivemos e aprendemos com isso. Mutação genética foi um dos maiores avanços da ciência, temos uma grande arma nas mãos. E agora sabemos o que não devemos fazer. Amamos esses animais, assim como as pessoas amam gatos e cachorros.

— Minha esposa tem razão. Os avanços estão cada dia maiores, no bom sentido. Creio que foi um aprendizado para todos nós e para futuras gerações. - Owen acrescentou.

— Se nem na minha geração as pessoas aprenderam, será que agora irão? - Malcolm alfinetou o loiro.

Claire revirou os olhos, não queria que começassem uma discussão.

— Digamos que as pessoas da sua geração, tinham uma pensamento mais retrógrado. Vivemos na era tecnológica Dr.Malcolm, podemos lhe garantir que agora as coisas são diferentes.

— Estamos falando de centenas de vidas senhora Grady.

— Eu sei. Estamos investindo na melhor segurança, em todos os sentidos. Tanto para as pessoas, quanto para os animais.

— Okay.... Como já disse uma vez. " A vida encontra um meio". - sorriu.

Claire se arrepiou ao ouvir aquela frase, que fazia total sentido e que lia desde pequena nos livros sobre dinossauros.

Owen trincou os dentes com ódio e tratou de encerrar aquela excursão.

— Doutor Malcolm, espero que tenha ajudado e esclarecido suas dúvidas. Terei que trabalhar. Qualquer coisa tem o MEU número, certo?

Ele sorriu e assentiu com a cabeça.

— Claro senhor Grady. Será que podemos tirar uma foto? Os três juntos e depois só os dois? Irei colocar no meu novo livro. - Claire sorriu e olhou para o marido.

Ele concordou de má vontade, mas fez as fotos bem sério. Logo mais partiram para o escritório. Owen quis levá-la junto dele, pois não queria deixá-la mais sozinha. Ficaram trabalhando na sala dele, Claire estava com o seu notebook lhe ensinando algumas coisas. Tinha pouco tempo para lhe ensiná-lo tudo.

— Amor... Estou com fome. Vamos almoçar?

— Quer sair? Seu pé ainda dói? Se sim, prefiro pedir nossa comida aqui meu am... - A porta foi aberta bruscamente e Lauren surgiu com uma pasta na mão sorridente. Estava acostumada a encontrar Owen sozinho nas manhãs rotineiras no escritório, ao ver Claire levou um grande susto.

— Ah-me-me-meu Deus... errei de sala... - Disfarçou andando para trás.

— Será que errou mesmo? - a expressão dela mudou completamente. - O que veio fazer aqui?

— Eu, eu... eu... é... me desculpe. Na verdade... eu errei de porta mesmo...

Claire a encarou séria e depois olhou para Owen. Ele sabia que ela detestava aquela mulher, tinham conversado sobre trocar ela de área e mesmo assim. A infeliz entrava como queria na sala dele.

— Acho melhor eu ir almoçar em casa... - levantou pegando suas coisas.

— Vamos almoçar juntos, Claire. Pare com isso... - A loira observava a cena atentamente, até Owen tomar atitude. - Senhorita Graham, eu sugiro que aprenda a se colocar no seu devido lugar. Não tem como você errar de sala pois tem meu nome na porta. - A mulher o olhava estática. - Faça o favor de se retirar por favor!

Lauren se sentiu tão constrangida, que se retirou rapidamente. Provavelmente foi chorar no banheiro, já que Owen nunca havia falado assim com ela antes. Claire o encarava com um sorriso de canto, nem sabia o que dizer. Estava mais que satisfeita.

— Será que ela vai aprender agora?

— Fui grosso, não fui?

— Não amor... Falou o óbvio e a colocou no lugar dela. Grosso você é comigo, quando a gente briga. - sorriu.

— Ah é? Sabe muito bem que grosso é meu p...

— Shiu... - gargalhou. - Pede a nossa comida, vamos comer aqui. Aí já aproveitamos e compramos as passagens da viagem.

Claire estava muito empolgada com a viagem. Owen assim fez e optou pelo restaurante de comida italiana do parque. Logo a porção chegou em três, uma da ruiva e duas do loiro. Ao terminar a refeição Owen ainda beliscava do prato dela.

— Deveria ter pedido 5...

Ela sorriu e colocou um pouco de comida na boca dele.

— Na próxima já sabemos... Eu já estou bem cheia. Literalmente. - brincou e puxou o notebook. Então amor, o que acha? Viajamos na segunda-feira e passamos cinco dias lá. Não podemos nos ausentar muito, logo vou sair de licença.

— Pode ser. Vai precisar comprar algo antes da viagem? teremos que adiantar isso... Ou você compra pela internet e eu busco no correio.

— Não amor... Já compramos tudo aquele dia. Vamos ter que viajar para os Estados Unidos, pegar o vôo de lá. Vamos separados da nossa família. Encontramos eles lá. - enquanto falava, entrou no site para comprar as passagens. Passou praticamente o dia todo, ligando para cada familiar pegando os dados para comprar as passagens. Além de fazer as reservas no hotel. - Prontinhooo... Agora é só arrumarmos as malas.

Owen concordou e a deixou deitada no sofá enquanto terminava o trabalho.

— Trouxe seu livro. Pode ir lendo e me falando os pontos interessantes.

A verdade era que Claire praticamente havia lido todos os livros existentes sobre o tema de gravidez, e obrigava o marido a fazer o mesmo. Ela sorriu e assentiu com a cabeça. Ficou por um bom tempo concentrada lendo, enquanto Owen estava concentrado trabalhando na sua mesa. Ela arqueou as sobrancelhas ao ler coisas sobre o parto.

— Amor... Escuta isso... "as mamães podem levar alguns pontinhos bem no local, simplesmente porque a pele pode romper durante a retirada do recém-nascido."..."muitas mulheres, devido à força que fazem, acabam defecando em pleno trabalho de parto. geralmente os médicos fazem uma lavagem intestinal, para evitar que o bebê nasça em um momento inoportuno..."

Só de imaginar tudo aquilo, a ruiva estava começando a ficar com medo e ansiosa para o grande dia.

Por outro lado, Owen sentiu uma leve vertigem só de imaginar o bebê saindo daquele espaço tão pequeno que ele adorava, pior ainda, levar pontos logo depois. Ignorando a náusea passageira, fez algumas anotações em seu caderno de bolso.

— Como... como limpa o intestino? Meu Deus...

— Não sei... Mas só de pensar na dor, está me dando mal estar. Não quero mais ler. - fechou o livro e começou a acariciar a barriga. - Princesa, você não pode fazer a mamãe sofrer muito não. Tem que sair rapidinho... - sorriu e sentiu sua barriga mexer. - Amor... Corre aqui. Ela está mexendo.

Owen estava abrindo um e-mail de uma das empresas fornecedoras de alimentos para os dinossauros.

— Olha só isso... aumentaram em 5% o custo da carne, Claire!

Ela olhou para ele com os olhos semicerrados, percebeu que ele não se importou muito com o que tinha acabado de falar.

— Uhm... - fez com a garganta e continuou parada sentindo a filha se mexer. Sem dúvidas era estranho e incrível ao mesmo tempo, então sorriu. Todo o receio que estava sentindo sobre o parto, passou na hora.

— Acho incrível, parecem que eles sabem quando o parque aumenta a porcentagem de lucro, eles fazem questão de subir o custo das coisas também.

Ela não deu atenção para o que ele falava, então a pequena parou de mexer. Claire levantou e foi pegar suas coisas.

— Vou para casa, bom trabalho. Qualquer coisa me liga. - disse enquanto guardava seu notebook na bolsa.

— O que foi agora? - A puxou gentilmente pelo braço fazendo-a sentar em seu colo. - Olha isso... - Apontou para a tela do computador lhe mostrando os e-mails.

— Uhm... Já era de se esperar. - disse sem muito interesse. - Não estou me sentindo muito bem. Quero descansar.

— Eu te deixei deitadinha ali e você levantou Claire... qual é?

— Qual é que quero a minha cama. A Clarisse mexeu muito agora e me deixou um pouco enjoada. - levantou. - Preciso de um banho.

— Oh, ela mexeu e você não me avisou? - O loiro abraçou-a pela cintura, a testa apoiada no ventre. - Oi filha... que tal dar um pouco de sossego á mamãe?

— Avisei Owen, mas você deu mais atenção ao seu trabalho. Espero que pelo menos no dia do parto, esteja lá. - o encarou achando aquela cena muito linda, arrancando-lhe suspiros.

— Não fale assim, quanto drama hein... - Brincou envolvendo-a ainda mais. - Você que está deixando a mamãe sentimental desse jeito, Clarisse? Hm... - O ventre da ruiva recebeu leves afagos e beijos.

O que Owen Grady sabia mais do que ninguém era que todos os meses, chegado o seu período menstrual, Claire se mostrava arredia e mal-humorada. Ela reclamava de dores musculares e não gostava quando ele tocava nos seus cabelos, porque dizia estar com o couro cabeludo sensível em função da enxaqueca. Às vezes, ela ficava feliz demais e resolvia cozinhar; às vezes, ficava deprimida demais e chorava no seu peito. E isso piorou em decorrência da gravidez. Mas naquele mês em especial, Claire se mantivera perfeitamente instável.

A parte do fato de que a ruiva era um vulcão prestes a entrar em erupção a qualquer momento, soltava fogo pelas ventas quando chegava o início do mês. E, contrariando as convicções do marido, aquele mês ela estava pior. No fundo, Owen se sentiu primeiramente contente - engravidá-la era a prova concreta de que ela era sua e o fato despertava sentimentos possessivos em seu interior. Depois, quando tudo se tornou mais incrível, uma pequena sensação de receio o dominou e foi ela que fê-lo se dar conta do fato de que não entendia nada sobre bebês, mesmo após inúmeras leituras noturnas sobre.

Embora logicamente ele não estivesse preparado para lidar com as consequências daquele fato, sabia que era concreto: O dia do parto estava cada vez mais próximo.

Os dias foram se passando, Owen trabalhava mais que o normal. Enquanto Claire diminuiu suas cargas horários, agora ficava facilmente cansada. Ela sabia que muitas coisas iam mudar, mas agradecia a Deus por Owen ser um homem tão incrível e paciente com ela. Seus hormônios da gravidez a estavam deixando completamente instável. Não tinha uma noite sequer que ela não o agradecesse por tudo, mesmo ele reclamando e falando que ela não tinha que agradecer nada. Sem contar nas frequentes sessões de sexo, que estavam cada vez mais fora de hora..

Logo o domingo chegou, as malas já estavam prontas. Claire e Owen estavam na mesa almoçando, era folga deles.

— Amor... Quero te levar em um lugar... Aproveitar a nossa folga.

— Que lugar? - Fala de boca cheia quase cuspindo no prato.

— Estou morrendo de vontade de comer sorvete... Vamos na sorveteria? Depois podemos fazer alguma coisa... - Não era só aquilo.

— Não sendo um sorvete de frango com batata igual da última vez...

Ela o encarou com cara de nojo, só de lembrar.

— Não... Mas tem que vestir uma roupa confortável.

— Tudo bem.

*

Um vento gelado sacudia os cabelos de Claire quando ela abandonou o hotel ao lado de Owen e ajeitou a bolsa sobre o ombro, levando a franja para trás da orelha.

Eram já 14h, dizia o seu relógio. Embora não fosse hora do almoço mais, Owen já estava começando a sentir fome. Ao entrarem em uma cafeteria e se acomodarem em uma das mesas, o loiro pediu uma taça de sorvete e uma fatia generosa de bolo de chocolate, que não era nada nutritivo, mas deveras gostoso. E, esperando a chegada do pedido, abriu o livro sobre bebês sobre a mesa, ignorando ardorosamente a introdução, a qual parabenizava aquelas que esperavam. Ele ainda não sabia ao certo se a chegada de uma criança em suas vidas seria benéfica ou maléfica e isso o amedrontava.

Seu relacionamento profundo e sério, se comparado aos seus padrões. Como um casal, ele e Claire desfrutavam de todas as intimidades muitas vezes guardadas apenas para marido e mulher, desde o início. Ele a conhecia. Não raro conseguia adivinhar os seus pensamentos, embora nunca com a mesma precisão com que Claire descobria os dele.

"Controle" era a marca registrada do ruiva. Ela não permitia que as emoções ficassem visíveis em seu rosto, não rodeada por seus funcionários. Fosse por proteção própria ou para evitar que inimigos descobrissem as suas fraquezas, Owen não sabia dizer. A fisionomia feminina era como pedra quando ela queria. Silenciosa e constante, eram palavras que a definiriam no ambiente de trabalho. E ainda que a sua personalidade dura e inflexível e a sua falta de sentimentalismo devessem amedrontar homens menos corajosos, Owen a amava. Ele a adorava. Cada parte sua. E não suportaria perdê-la. Ele sabia que ela, intimamente, esperava que ele ficasse satisfeito com a descoberta de que a pequena família deles aumentaria.

— A sobremesa de vocês, senhores. - O garçom retirou o sorvete e a fatia de torta de chocolate de cima da bandeja, postando-as em frente a Claire e Owen, que empurrou o livro para o lado. Pegando o garfo de plástico, ele fez um maneio com a cabeça.

— Obrigado. - Disse.

Enquanto comia, passou do primeiro para o segundo capítulo, que ensinava como identificar quando o bebê estava com fome, sono ou cólica e como tratar das necessidades básicas. Nervoso, percebeu que tudo parecia deveras complexo. Chegou à conclusão de que não seria um bom pai. Não tivera um exemplo pelo tempo que precisara, não lembrava mais como fazer tranças nos cabelos da irmã ou como a sua mãe cantava para eles, quando machucava o dedo ou ralava o joelho.

Claire o observava minuciosamente em silêncio, as expressões na face do marido não a enganava. Ele estava muito preocupado, o que a deixava incomodada. E isso acontecia frequentemente nos últimos dias.

— Com o que está preocupado? - segurou a mão dele. - Se será um bom pai? - seu tom de voz era suave, realmente ela podia praticamente ler os pensamentos dele, só pelo o olhar de Owen, ela sabia o que ele estava sentindo.

— Sim... parece ser tão difícil... - Respondeu sem surpresa alguma com a "adivinhação".

— Amor... Esses medos que você tem, eu também tenho. Não sei o que fazer como mãe. E não será os livros que vão nos ensinar como fazer, eles só nos orienta. - sorriu. - Neste momento temos que nos preocupar apenas em amá-la e esperar sua chegada ao mundo. Vamos saber exatamente o que fazer, quando tivermos com ela em nossos braços. - disse calmamente. - Estamos nisso juntos, meu amor. Só de você já amá-la e estar tão preocupado, já mostra que será um ótimo pai.

— Tem certeza?

— Absoluta. - deu um sorriso acolhedor e se aproximou o dando um selinho. - Agora vamos passear? Tenho certeza que vai adorar onde vou te levar, mas... Eu que vou dirigir.

— Hmmm... e essa barriguinha cabe entre o banco e o volante?

— Claro, Senhor Grady. Vem... - levantou e o esperou ir pagar a conta, enquanto pegava a chave do carro na bolsa.

Owen a seguiu tentando não transparecer sua curiosidade. Logo o casal já estava a caminho do tal lugar. Assim que adentraram a mata, Owen pode reconhecer. Era o caminho da praia escondida que a levou, e a árvore que na época estava no caminho, já não estava mais. Claire tinha um enorme sorriso nos lábios, sabia o quanto o marido amava aquele lugar e parou o carro um pouco antes de começar a areia. Mas já dava para ver o mar azul. O encarou.

— Achei que iria gostar de vir um pouco aqui...

O olhar perdia-se pelo mar afora quando ele desceu um pouco do carro, deu meia volta e abriu a porta para a esposa. Esperava que ela não falta de cuidado em que se encontrava o lugar, antes tão bem cuidado por ele. A única coisa que diferenciava da última vez em que eles estiverem ali, era uma base de uma fundação de uma casa. Owen rezava para que ela não perguntasse muito.

Ela estranhou muito ao ver aquilo, quem estaria indo até lá. Ninguém mais sabia como chegar até ali.

— Amor, sabe o que é? - apontou.

— Hmmm... você é muito bisbilhoteira, minha ruivinha. O que farei se a Clarisse sair puxando você? - A abraça pela cintura, por trás enquanto distribuía beijos quentes pela pele clara.

Ela começou a rir enquanto o agarrou pela nuca.

— Vai ficar doidinho... - pode sentir reações começarem em seu corpo. - Então você sabe o que é? - o afastou um pouco apenas para olhar em seus olhos.

— Antes da Clarisse nascer você saberá curiosa...

— Aaaaaaah... Que injusto isso. - sem dúvidas ela ficou extremamente curiosa, mas não iria estragar a surpresa dele. Então o deu um selinho e o puxou para sentarem na areia, um pouco mais próximo da água. Ela deitou a cabeça no ombro dele. - Por onde passo com você, só tenho ótimas lembranças... Imagina amor, a nossa filhinha aqui. Correndo nessa areia... - sorriu.

— Correndo, comendo areia e vice-versa... - Owen tocava o ventre dela cuidadosamente estimulando o bebê a se mexer, mas aparentemente ela estava dormindo. - Quer entrar na água?

— Quero... Me ajuda a levantar... - esticou as mãos para o amado e logo estava de pé. Tirou o vestido ficando de calcinha e sutiã. Deixando sua grande barriga á mostra. - Owen...Eu queria muito fazer uma sessão de fotos grávida. Eu e você, e depois quando ela nascer. O que acha?

— Iremos fazer sim. Quero lembranças dessa barriguinha linda... - Owen retirou as roupas as jogando na areia e retirou o sutiã da ruiva logo depois.

— O que está fazendo? Não posso ficar assim. Se alguém nos ver? - cobriu os seios com os braços.

— Ninguém vem aqui ruiva... o que foi?

— Nada... - sorriu e o puxou para um beijo apaixonado. Se aproximou o máximo que conseguia, enquanto sua língua explorava a boca dele.

Owen a beijava da mesma forma, nem mesmo interrompeu os beijos quando retirou a calcinha dela e entrou na água que estava bastante fria, fazendo a esposa dar gritinhos.

— Não precisa me deixar surdo, ruiva...

— Desculpa, mas essa água está mais fria que o normal... - sorriu. - Não sabia que queria nadar pelado.

— Aqui é nosso cantinho, porque não nadaria pelado? É proibido entrar de roupa no mar do Grady. - Beijou o pescocinho dela indo para parte mais rasa e se sentando.

Ela permaneceu no mar, e começou a nadar. Sentia falta daquilo, e como não prejudicava a gravidez. Aproveitou para dar vários mergulhos. Owen observava aquela cena e aproveitou para fotografá-la escondido.

Ao mergulhar mais uma vez, Claire sentiu uma enorme cãibra na perna, provavelmente por não fazer aquilo a meses. O que impossibilitou de voltar a superfície com tamanha dor. O loiro resolveu sair da água ao observar pela última vez o sol se pôr no horizonte.

— Claire, vamos embora. Está esfriando.

A ruiva ainda não tinha voltado a superficial, estava ficando sem ar nos pulmões.


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Notas finais do capítulo

❤️



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