A Jornada Para o Último Céu escrita por Kamihate


Capítulo 55
Capítulo 52 - Uma Oportunidade




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— Devemos sair irmão?

Yuan-Shui perguntava para Huo-Lei que usava o reforço de QI em sua visão para observar as pessoas que andavam ao redor.

— Eles foram pro leste, não sei se estavam nos procurando, mas é provável que tenha mais pessoas, preparem-se para ter que lutarem a qualquer momento.

Huo-Lei foi o primeiro a sair do tronco da árvore, todos o seguiram e eles se afastaram sorrateiramente nas matas de bambu.

— A seita do Rio Infinito não tá meio longe de suas terras? Mesmo que estejam procurando vocês, é um pouco estranho.

Hiang-Lin dizia seguindo Huo-Lei, quando ela se aproximava do rapaz, Jia-Li chegava ainda mais perto, quase ficando grudada ao seu irmão.

— Irmã Jia, você está com medo?

O monge perguntou já prevendo a ameaça de morte que receberia de Jia-Li.

— De fato é estranho, mas contanto que eles foram pro leste, como estamos indo pro oeste, parece que demos um pouco de sorte.

Huo-Lei parou de usar sua visão aprimorada mas ainda ficava atento a tudo ao seu redor.

Quando o grupo se aproximou da saída da mata de bambus, eles ouviram um grunhido.

— É um porco!? Eita, se for mesmo vamos ter um belo jantar!

Yuan-Shui ficou animado com a ideia de acharem um porco por ali, mas Jia-Li logo desanimou o rapaz.

— Não, não me parece um animal. Por ali.

A garota apontou e foi na direção em que vinha o ruído, todos seguiram a rota e se depararam com um homem jovem caído diante de bambus quebrados, ele tinha uma roupa verde esmeralda, seu peito estava perfurado por um golpe de espada, o sangue escorria enquanto ele não conseguia se levantar.

— Irmão, o que aconteceu?

O monge se aproximou se abaixando e vendo a insígnia na blusa do homem.

— Seita da jade.

Antes de poder dizer, Yi-Fang sacou uma faca de sua cintura e já se preparou para matar.

— Espere, ele está ferido e não parece ser uma emboscada. Vamos ouvir o que aconteceu antes.

Huo-Lei colocou um braço na frente de Yi-Fang que já fez beiço para ele.

— P-por favor, me ajudem, eu fui pego desprevenido!

O jovem tentou falar alto mas naquele momento soltou um grito de dor.

— Quem o pegou?

O monge perguntou enquanto tentava estancar o ferimento com seus quites.

— O Rio Infinito, aqueles filhos da puta!!!

— O Rio Infinito? Eles estavam atrás da jade então?

Yuan-Shui ficou pensativo ao se lembrar que aquelas duas seitas não possuíam nenhuma rivalidade além de ficarem em territórios distantes.

— Eles...Nos traíram, eles foram pro lado da sombra!

Todos se espantaram com a declaração do rapaz, a seita do Rio Infinito era conhecida por ser uma das seitas mais neutras do murim, nunca se envolvendo em guerras ou disputas políticas, até por conta dos seus ancestrais que visavam pela paz e isolamento, além da maldição que havia na ilha onde a seita ficava.

— E o que você estava fazendo aqui? Por que eles não te mataram?

Jia-Li ainda ficou desconfiada, ela também estava preparada para sacar suas adagas.

— Eu estou com a minha seita, estávamos voltando da seita da terra depois de uma reunião, não sabíamos que o Rio Infinito estava por perto também, eles não estão em muitos, mas eu estava sozinho, minha mestra me pediu para enviar uma mensagem para a seita da cobra, eu sempre fui o mensageiro, quando os vi eu até os cumprimentei, mas do nada um deles apareceu por trás e quando vi já estava esfaqueado, eles me deixaram pra morrer.

— Isso é de fato estranho, mas nós vimos a seita do Rio Infinito também, não temos porque duvidar.

Huo-Lei pediu para que Jin o curasse.

— Se me levarem até minha mestra ela com certeza irá recompensá-los, eu posso não parecer mas tenho minha importância, eu possuo uma mensagem urgente que ela só confiou a mim, tenho várias outras informações também.

O homem implorava por ajuda quando se debruçava em Jin Manchu para ficar em pé.

— E onde sua seita está?

Perguntou Yuan-Shui.

— Eles devem estar em Doshang pelo tempo, eles vão parar pra comer, acho que conseguimos chegar lá até a madrugada, eles podem pagar uma pousada e comida pra vocês também.

— E por que você confia em nós? Sabe quem somos?

Huo-Lei perguntou enquanto parecia pensar em algo.

— Não, mas vocês me ajudaram, minha mestra é uma pessoa boa, não tem como ela não os recompensar, todos que ajudam a jade são aliados, se vocês fossem da sombra ou seus aliados, jamais iriam parar pra me ajudar.

— He, ele tem um ponto.

Yuan-Shui cutucou Huo-Lei e o puxou para trás.

— Irmão, temos uma oportunidade aqui de nos aproximarmos da jade. Não estamos muito longe e se ganharmos a confiança deles, podemos até conseguir o mapa sem problemas.

— É melhor do que chegar em uma seita do nada sem informações, realmente. Vamos até lá e ver o que podemos tirar.

Huo-Lei concordou com Yuan-Shui e ele comunicou a todos que levariam o rapaz até Doshang.

— Você consegue andar? Não pense que irei te carregar. E aliás, qual seu nome?

— Eu sou Kuoran, obrigado irmãos!

Jin Manchu resmungou mas o rapaz depois de tomar uma poção oferecida por Hiang-Lin parecia conseguir andar.

— A poção ajudou mas ainda sinto dor, mas acho que dá pra chegar até lá...

O grupo partiu rumo a Doshang, uma cidade que ficara a uma hora dali.

No caminho, Yi-Fang se aproximou de Huo-Lei e o agarrou pelo pescoço o puxando para trás.

— Sua...

Antes que Huo-Lei a batesse, ela falou baixo.

— Shh, quero apenas confirmar uma coisa.

A garota parou de andar e os dois ficaram um pouco para trás.

— Vamos enganar a seita da jade, né? Eu tenho algo em mente.

A demônio sorriu maliciosamente.

— Eu também já pensei em algo, mas não deixe tanto na cara com suas intenções assassinas.

Huo-Lei a olhou feio e os dois seguiram viagem.

Ao chegarem em Doshang, o rapaz logo reconheceu um dos membros de sua seita e o chamou.

— Xiao-Xin!

O homem se aproximou e vendo que Kuoran estava ferido chamou outras pessoas.

— O que aconteceu!?

— Esses irmãos me salvaram! Eu fui pego pelo rio infinito, eles nos traíram!

O rapaz foi bem direto e sincero.

Todos olharam para o grupo de Huo-Lei e os chamaram para ir até uma pousada.

Ao entrarem, havia várias pessoas de traje verde esmeralda (o que é meio irônico por eles serem da seita da jade), uma delas era uma mulher de meia idade com um belo vestido e um ar de importância que conseguia bater de frente com qualquer pessoas que eles já tinham visto antes.

— Mestra Jion! O irmão Kuoran foi atacado pelo Rio Infinito, essas pessoas o salvaram.

O homem que anunciou à senhora se curvou perante a ela assim como todos os outros, a mulher se levantou do seu acento e todo local ficou em silêncio.

— Eu sei quem vocês são, jovens.

A mulher sorriu olhando apenas para Huo-Lei e Jia-Li.

— Você...

Jia-Li parecia ter ficado incomodada, mas logo a mulher voltou a falar tentando acalmá-la.

— Espere, antes que pense que somos hostis, não temos nada contra vocês. De fato, o império está atrás dos dois da seita do céu prateado, mas nunca tivemos intenção de ajuda-los, a jade serve sempre a ela mesma.

— Como você sabia da nossa identidade?

Huo-Lei perguntou enquanto também se preparava para um possível confronto. Alguns guardas da jade também ficaram atentos ao perceberem a intenção do rapaz.

— Vocês estão bem falados, sabia? Hahaha, mas não, não acho que conheçam seus rostos, mas eu sim, conhecia há muito tempo. Pode não se lembrar mas estive na seita do Céu Prateado algumas vezes, Mujang me falou de vocês, quando os vi, não podia mais esquecer.

Todos ali pareceram inquietos com a afirmação de Jion, mas logo em seguida, ela foi bem clara.

— E como salvaram meu precioso informante, quero fazer uma proposta a vocês.

A mulher se aproximou e pediu para que um garçom trouxesse chá para eles.

— Proponho que, como retribuição por terem ajudado, que venham até meu castelo e se abriguem lá.


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