Descobrindo o Amor escrita por Thay Paiva


Capítulo 9
Capítulo 9 - Dias atrás.


Notas iniciais do capítulo

Oii, como estão?

Mais um capítulo quentinho saindo ;)



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Débora e eu estávamos no parque agora, eu estava me sentindo culpada pelo que tinha feito com Marcos, então fui ver se conseguia encontrá-lo já que ele tinha me evitado na escola.

— Me explica novamente, por que estamos aqui?

— Eu já te disse, preciso explicar a ele que não o usei. – Ela ficou me olhando, revirei os olhos. – Você me entendeu.

— Amiga, por que você se importa tanto? – A olhei com o cenho franzido.

— Não sei, eu só... – As palavras ficaram perdidas no ar, eu realmente não sei o porquê me importar tanto, mas o fato de sequer pensar que ele esteja chateado comigo, me deixava mal. – Você sabe como eu sou, não gosto de ninguém chateado comigo. – Ela me olhou com um olhar que dizia um "sei" dei de ombros.

— Helena, vamos pra casa, já estamos aqui a um tempo. – Disse depois de alguns minutos.

— Pode ir, eu vou ficar mais um pouco. – Dizia olhando ao redor, o procurando entre os milhares de rostos desconhecidos.

— Olha amiga... – Me olhou por um tempo antes de continuar. – Eu realmente preciso ir, tenho que ajudar minha mãe em algumas coisas, mas se precisar já sabe. – Apontou pro seu celular.

— Tudo bem, nós falamos mais tarde. – E ela foi, me deixando sozinha. Depois de um tempo estava começando a achar que deveria ir para casa, eu nem sei ao certo por que estava ali, me levantei então do banco onde estava para ir embora, quando...

— O que faz por aqui? – Fiquei um pouco surpresa quando o vi.

— Eu... a gente precisa conversar.

— Amor, eu... – Se sentou ao meu lado.

— Não me chama assim, sério, não depois do que aconteceu André. – Ele me olhou com o cenho franzido.

— O que realmente está acontecendo Helena, você não tem falado comigo esses dias, está distante.

— Você sabe como tem agido esses dias, eu não acho que deva te explicar nada. – Continuei séria.

— Sério, você vai mesmo agir assim?

— Assim como? – Ele suspirou.

— Helena, se quer terminar me diz logo, não fica enrolando porque tá me enchendo.

— E isso que quer fazer, terminar? Porque eu estou aqui tentando entender por que o meu namorado começou a agir diferente depois de eu ter me afastado depois de um beijo. – Ele riu seco.

— Então é por isso. Helena, eu agir como qualquer cara agiria quando sua namorada não quer ficar com ele, você é minha namorada, como eu deveria reagir? – O olhei incrédula.

— E isso que você pensa? André, é por ser sua namorada que o mínimo que eu quero é que me respeite, respeite meu tempo. – Ele abriu os braços exasperado.

— Caramba Helena, quando foi que eu te desrespeitei? – Suspirei.

— Se acha que sair com outra garota as escondidas, e me tratar daquela forma na festa é respeito, eu realmente não tenho mais nada a dizer. – Me encarou por um tempo.

— E por causa daquele cara, o tal do Marcos. – O olhei incrédula.

— Sério? Vai jogar a culpa das suas responsabilidades nele?

— Você vai negar, que quando ele chegou as coisas mudaram entre a gente? – Insistiu, me levantei.

— Olha, eu vou embora, a gente conversa quando você quiser me contar a verdade. – Mas antes que eu me afastasse ele segurou meu braço, encarei sua mão no meu pulso e ele o soltou.

— Espera, por favor. – Me sentei novamente. – Me desculpa, eu estava bêbado na festa, não estava em mim. – O encarei sem dizer nada. – Eu também não quis dizer essas coisas, não quero que a gente termine, eu gosto de você caramba. – Segurou minha mão.

— Por que a Carla estava realmente no seu carro, naquele dia? – Ele não disse nada, então insisti. – Por quê?

— Eu já te falei, eu lhe dei uma carona. – Tirei sua mão da minha. – Helena, por favor não aconteceu nada, eu só lhe dei uma carona. – Ri em seco.

— E precisa me esconder que foi ela, se era só uma carona, há por favor né André. – Me levantei novamente.

— Eu sabia que iria reagir assim, por isso não te contei. – Tentou se aproximar.

— Eu estou cansada de mentiras, de verdade. – Decepção era o que tinha estampada em meu rosto.

— Então é isso? – Me olhou sério. – Você quer terminar?

— Eu... não sei. – Ele se aproximou deixando seu rosto próximo ao meu, colocou sua testa a minha. – Eu só não quero me machucar.

— E não vai, me desculpa amor. – Colocou sua mão em minha bochecha, fechei os olhos, mas me afastei.

— Você não percebe não, é. Você sempre faz suas coisas e depois pede desculpas, eu estou cansada disso. – Eu estava realmente muito confusa, não queria tomar uma decisão precipitada, mas também não queria prolongar aquela situação, então eu disse. – E melhor a gente terminar.

Ele me olhou nós olhos e me doeu ver as emoções em seu olhar, mas eu precisava ficar firme em minha decisão, então tentei segurar a lagrima que queria cair, sem dizer uma palavra ele fez que sim, se afastando lentamente até estar distante o bastante. E eu fiquei lá o olhando partir.

Fui o mais rápido possível para a cafeteria, caminhei diretamente para a cozinha, mas ela não estava lá. Então me organizei e comecei a preparar a massa para um bolo, estava tão concentrada que não percebi quando ela chegou.

— Filha, está tudo bem? Bia disse que passou depressa, não falou com ninguém. – Me encarou, mas eu continuei concentrada na massa, aquele bolo tinha que ficar perfeito. – Helena? – A encarei rapidamente.

— Sim, eu só estou preparando essa massa e... droga. – Resmunguei quando deixei o ovo cair no chão, me apressei em limpar.

— Helena, calma filha, eu limpo depois. – Quase não a deixei terminar, continuei atropelando as palavras, tentando limpar tudo.

— Não... pode deixar que eu limpo... eu só preciso...- Ela se baixou ao meu lado e segurou minha mão me fazendo parar e a encarar.

— O que aconteceu? – Sem perceber soltei as lágrimas que estava segurando. – Há querida. – Me abraçou esperando pacientemente eu me acalmar, quando enfim consegui falar ela me perguntou. – Quer falar sobre isso? – Fiz que não. – Tudo bem, não precisa falar se não quiser. – Me aninhei em seu colo.

Depois de um tempo, quando a cafeteria já estava fechada, ela voltou da cozinha se sentando ao meu lado no estofado.

— Como está se sentindo? – Me ofereceu um copo de água.

— Obrigada. Não muito bem, mas já me sinto melhor. – Ela assentiu perguntando se eu queria conversar. – Eu terminei com o André. – Contei de uma vez.

— Eu imaginei, e como foi? – Pensei um pouco sobre.

— Difícil, não sei se fiz a coisa certa, mas me sinto decidida ao mesmo tempo, é confuso.

— Isso é porque você sente algo por ele, é normal. Mas se foi certo ou não só o tempo para mostrar. – Concordei.

— Mais ainda sim, dói. – Ela me abraçou, eu deitei a cabeça em seu ombro.

— Mais vai passar, sempre passa. – Me aninhei um pouco mais no seu ombro, concordando e por um momento pensei o quanto eu era abençoada por ter lá ali comigo.

— Obrigada mãe. – Tentei sorrir, ela beijou minha testa.

No dia seguinte, depois da escola estava pronta para ir visitar Dona Ana, já tinha alguns dias que eu não a via e já estava com saudades.

— Oi, tudo bem? – Falei ao senhor na sala de recepção, eu tinha voltado lá depois de não a encontrar na sala de leitura. – Desculpe vim lhe incomodar, mas er... Você viu o Dona Ana? – Ele me olhou estranho, franzi o cenho.

— Você não soube querida?

— Soube o que? – Certo, eu não estava gostando do rumo daquela conversa.

— Dona Ana passou mal, tiveram que a levar ao hospital. – Fiquei paralisada por um tempo, voltei a realidade quando o senhor tocou em meu ombro.

— Você está bem? – Pisquei algumas vezes antes de responder.

— Quando aconteceu?

— Bom, há alguns dias. – Há alguns dias, não acredito que eu não estava sabendo. Ainda nervosa lhe perguntei para qual hospital a tinham levado, e antes que ele terminasse de falar sai apressada ao endereço que ele tinha me passado.

Quando cheguei ao hospital, fui até o balcão tentar descobrir em qual sala ela estava, a moça me disse que eu tinha chegado na hora exata de visitas e por isso me deixaria entrar. Segundo andar, era onde ela estava, já no elevador olhei para minhas mãos, nem tinha percebido que estavam tremendo.

Quando enfim cheguei até a sala, entrei devagar, com um pouco de receio do que poderia encontrar. Ela estava dormindo, parecia um pouco debilitada com um tubo para respiração em seu nariz, me aproximei e me sentei ao seu lado segurando sua mão.

— Odeio ver a senhora assim. – Sussurrei. – Nem pense em partir agora viu, a senhora ainda tem muitas história para me contar . – Tentei sorrir, mas quando percebi as lágrimas já estavam caindo.

— Ela anda te contando suas histórias? – Me virei com o susto de saber que não estava sozinha, mas quando vi quem era me levantei e fui ao seu encontro.

— Marcos! – De início ele ficou imóvel, talvez pelo susto de eu o ter abraçado inesperadamente, mas depois relaxou me abraçando de volta. – O que faz aqui?

— Bom, eu não podia deixar minha avó sozinha. – O olhei incrédula.

— Você é o neto de Dona Ana? – Olhei pra senhorinha deitada, imaginando por que ela não tinha me contado nada sobre Marcos ser seu neto, quando provavelmente sabia que ele era o garoto de que eu a falava em minhas visitas. 

— Sou. – Disse simplesmente, não entendendo minha reação. – Ela só está dormindo. – Continuou quando percebeu que eu não tinha tirado os olhos dela, o encarei.

— Tem certeza, ela está mesmo bem?

— Sim. A gente pode ir falar lá fora, você sabe. – Apontou para ela. – Para não a acordar. – Concordei.

— Então é por isso que você não tem ido à escola? – Perguntei quando nos sentamos em um banco no corredor.

— Sim, eu tenho ficado aqui com ela. – Ele me olhou por um tempo. – Você achou que era por sua causa. – Não foi uma pergunta, e eu fiquei um pouco envergonhada porque sim, eu achei que era por minha causa.

— Desculpa, pela noite na festa. – Foi a única coisa que consegui dizer. Ele fez que sim, aceitando minhas desculpas silenciosamente.

— Está tudo bem, as pessoas só dão aquilo que recebem. – Percebendo o que tinha dado a entender, continuou. – Desculpe, não foi o que eu quis dizer.

— Não, tudo bem, eu realmente estou acostumada com muito pouco. – Ele me olhou de uma forma, como se me avaliasse, me deixando um pouco incomodada, por isso mudei o assunto. – Tem certeza de que ela está bem mesmo?

— Tenho, o médico me garantiu que ela só está descansando. Os tubos são só para ajudar na respiração. – Suspirei aliviada. – Vocês são tão próximas assim? – Sorri.

— Sim, Dona Ana é mais que uma amiga, a considero da minha família. – Ele sorriu de lado.

— Faz tempo que se conhecem?

— Um pouco mais de seis meses. – Consegui lembrar do dia que nós conhecemos, ela foi a primeira a falar comigo.

— Como se conheceram? - Me olhou curioso.

— Bem, eu tinha que fazer um trabalho comunitário. – Levantou uma sobrancelha, suspirei, não me orgulhava daquela história. – André tinha me pedido em namoro a poucos dias, e tinha me levado para conhecer seus amigos, em uma festa de corrida clandestina. – Me olhou sem dizer nada, então eu continuei. – A gente estava em seu carro, ele não era habilitado e ainda tinha bebido, aconteceu um acidente e quando fomos pegos, tivemos que cumprir serviços comunitários, daí eu conheci sua avó. – Ri sem graça. – Pronto, agora sabe que eu não sou essa garota perfeitinha.

— Eu nunca disse isso. – Suspirou me encarando. – Helena, desculpe por ter te chamado de mimada e egoísta.

— Mas você não me chamou de egoísta. – Disse pensativa, ele sorriu.

— Mas eu pensei, enfim eu só estava chateado. – Lhe encarei por um tempo.

— Então tudo bem entre a gente? – Me olhou sorrindo com os olhos.

— A gente? – O olhei chocada, ele estava mesmo brincando comigo.

— Você entendeu. – Disse séria. Sorriu concordando, fiquei aliviada, não queria perder a amizade que estávamos construindo.


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