Descobrindo o Amor escrita por Thay Paiva


Capítulo 19
Capítulo 19 - Dias atuais.


Notas iniciais do capítulo

Oii, mais capítulo quentinho saindo.

Obs: Estamos chegando aos capítulo finais, me deixem saber o que estão achando. E me digam, estão prontos para dizer adeus (ou quem sabe um até logo) a esse casal? Porque eu não estou.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/809248/chapter/19

Abri os olhos ainda um pouco sonolenta, passei a mão pelo colchão em busca do celular, desbloqueie para vê as horas, já era manhã, dei um pulo da cama.

— Já é manhã. – Sussurrei alarmada. Eu tinha passado a noite fora, minha mãe iria me matar. – Marcos? – Abri a porta do quarto e o procurei com os olhos e lá estava ele, preparando algo pra comer percebi. Não pude deixar de sorrir, ele estava com a mesma cara concentrada do dia em que o chamei para me ajudar na cafeteria. – O que está fazendo?

— Você deve estar com fome, quer me ajudar? – Parecia um pedido de socorro, segurando o sorri me aproximei.

— Hum, o que você fez até agora? – Olhei ao redor. – Ovos mexidos? – Ele deu de ombros.

— Especialidade da casa, café? – Foi uma mistura de tudo, a cara dele de concentração enquanto fazia ovos mexidos, eu podia jurar que ele estava fazendo algo mais elaborado, não consegui conter o riso. – O que foi? – Eu não conseguia parar de rir e a essa altura ele já estava rindo junto. – O quê?!

— Ai, aí minha barriga. – Respirei fundo pra tentar conter a crise de risos. Apoiei as costas no balcão ficando de frente pra ele. – Eu já te disse que você fica muito fofo tentando cozinhar?

— Não, não disse– Parei de rir quando ele parou na minha frente, fiquei estática olhando em seu olhos, quando achei que ele ia se inclinar, ele esticou a mão pegando algo em minhas costas e se afastou. – Esqueci o queijo. – O olhei boquiaberta, ele tinha feito de propósito.

— Você fez de propósito. – Se fazendo de desentendido respondeu.

— Fiz o que? – Não lhe respondi, me virei passando manteiga no pão. – Helena.– Continuei sem dizer nada, até ouvir ele rindo. Quando percebeu que eu não achei graça me puxou para si, me fazendo ficar de frente para ele. – Eu já te disse que você fica fofa quando está chateada? – Repetiu a minha frase e eu quase sorri, mas ao invés me afastei.

— Não. – Ele me puxou de volta lentamente. – O quê é?

— Você não me disse, bom dia.

— Bom d... – Antes que eu pudesse terminar ele me beijou. – ...dia.

— Bom dia, Helena. – Sorrindo com os olhos ele se virou para colocar seu café, fiz o mesmo, me lembrei então da minha mãe.

— Marcos, eu preciso falar com a minha mãe, ela deve estar preocupada.

— Ela ligou enquanto você dormia. – O encarei.

— Foi? E o que você disse?

— Que você tinha pegado no sono. – Ele dizia tranquilo, franzi o cenho.

— E ela aceitou de boa, sem reclamar nem nada? – Ele me olhou antes de responder.

— Bom, não exatamente. – Fiquei curiosa sobre o que ela tinha lhe dito.

— O que ela disse?

— Coisas de mãe. – Certo, ele estava sem jeito.

— Marcos, que tipo de coisas de mãe? – Insisti. – Que coisas ela te disse?

— Ela estava preocupada com você, então ela fez algumas perguntas bem diretas. – Concordei lentamente para que ele continuasse. – Ela queria saber se a gente...

— Ela não devia ter perguntado isso pra você... – Não acredito que ela tinha perguntado isso pra ele. – O que ela disse quando você disse que não aconteceu nada? – Ele segurou em minha mão.

 - Helena, é normal uma mãe fazer essas perguntas, isso significa que ela se importa com você.

— Eu sei, mas...

— Seria ruim se ela não se importasse, não acha? – Ele estava certo, eu estava chateada não pela sua preocupação, mas sim porque estava envergonhada. Concordei.

— Tudo bem, você esta certo. – Sorrindo de lado ele acariciou minha bochecha com o polegar, descendo a mão pela lateral do meu braço entrelaçou nossas mãos.

— Vem, vamos comer. – Fiz que sim. – E aí, o que esta achando da especialidade da casa, aprovado? – Quis saber depois de um tempo, sorri em resposta.

— Com certeza. Hum... – Me dei conta de algo, ele esperou que eu falasse. – Desde de quando vocês se falam pelo telefone?

— Desde de o seu acidente. – Deu de ombros, o olhar perdido em sua xícara de café.

— Marcos eu... – De repente me senti mau por ter tocado no assunto. – Sinto muito. – Me olhou com o cenho franzido.

— Porque esta se desculpando?

— Não sei exatamente. Acho que por o ter feito passar por tudo isso.

— Tudo isso, o quê? – Ele sabia o porquê, mas parecia querer me ouvir falar, então eu disse.

— Você estava lá enquanto eu estava desacorda e continuou lá, mesmo que eu não lembrasse.

— Helena, os dias em que você ficou desacordada foram os dias mais angustiantes, eu achei que fosse te perder como... – Como seus pais , eu iria dizer, mas ele continuou. – Mais ai você acordou e não se lembrou da gente, no início eu precisei de um tempo pra processar, mas quanto mais eu te olhava os meus sentimentos mudavam.

— Como assim? – Ele se aproximou, acariciando meu rosto com sua mão.

— Eu só conseguia me sentir agradecido por você estar acordada, mesmo que não existisse mais a gente, eu estava agradecido por você está viva. – Apoiei minha mão sobre a sua, ainda em meu rosto. E eu percebi que eu nunca tinha dito as palavras que estava prestes a dizer a ninguém, porque tinha medo de me apegar em alguém e ter que vê-la partir.  Mas olhando em seu olhos eu percebi que eu não queria mais perder tempo, eu queria que ele soubesse o que sinto.

— Marcos, eu... eu te amo. – Eu sabia que parecia algo simples, mas dizer aquelas palavras tinha um peso muito forte pra mim, eu esperava que tivessem para ele também, não sei se foi o olhar apaixonado ou seu sorriso abrindo aos poucos, mas ele conseguiu me fazer se apaixonar mais ainda.

— O que disse?– Joguei os braços ao redor de seu pescoço. Sorrindo sussurrei próximo aos seu lábios.

— Eu disse, que te amo, Marcos. – Concordou lentamente e com um sorriso de ponta a ponta depositou um beijo na pontinha do meu nariz, me beijando em seguida.

— Sua mãe vai ficar chateada comigo. – Disse depois que nos afastamos um pouco , franzi o cenho.

— Como assim?

— Eu prometi para ela que te levaria pra casa  depois do café, como eu vou te levar agora? – Brincou.

— Hum, e se a gente ficasse só mais um pouquinho. – Fiz sinal com o polegar e o indicador, ele sorriu.

— Melhor não, é perigoso. – Levantei a sobrancelha em sinal de interrogação, ele se alto corrigiu. – Você é perigosa, Helena. – Depositou um beijo na dobra do meu pescoço e se afastou me deixando desconcertada.

Estamos a caminho de casa, como prometido a minha mãe ele me levou depois do café da manhã, rapidamente chegamos.

— Você não vem? – Quis saber quando desci da moto, mas ele não fez o mesmo.

— Tenho que ir resolver umas coisas.

— Tem a ver com a sua viagem? – Quando eu disse que não nós veríamos mais ele disse que precisa ir fazer uma viagem, foi assim que eu acreditei na conversa da minha mãe com Débora, e só agora percebi que não tínhamos conversado sobre.

— Sim. – Acho que deixei transparecer minha curiosidade, porque ele completou. – A gente conversa sobre isso depois, tudo bem?

— Claro. – Lhe dei um meio sorriso. – Então, eu já vou indo. – Fez que sim. Ele esperou eu me aproximar na porta pra ir.

Quando entrei em casa, estranhei tudo estar muito silêncioso.

— Mãe? – Olhei na cozinha e nada, subir pro meu quarto.

Lhe mandei mensagem, mas ela nem visualizava, fui então tomar um banho, logo depois quando sentei na cama escutei um barulho estranho sobre a coberta, era um envelope. – Mas o que é isso?! – Sussurrei comigo mesma. O abri e estava escrito “ vá até a cozinha", mas que brincadeira era essa, pensei. No fim dei de ombros e desci indo até a cozinha, olhei ao redor e não vi nada de mais, mas olhando novamente percebi outro envelope sobre a mesa. Nesse estava escrito “olhe no forno" obedeci, pela curiosidade.

— Helena? – Minha mãe tinha chegado e me encontrou com o que era pra ser um cookie nas mãos. – Tá tudo bem? O que é isso em suas mãos?

— Oi mãe. – Ela se aproximou olhando de relance enquanto pegava um copo de água. – Isso é, um cookie, eu acho. – Eu não estava entendendo, a última vez que vi um cookie assim foi... – Mãe, o Marcos te falou alguma coisa?

— Não, nada porquê? – Dei de ombros.

— Por nada, deixa pra lá.  – Eu já ia saindo da cozinha quando ela me chamou.

— Filha, você viu que esses cookies tem letras? – Voltei para conferir, eu tinha visto, mas não achei que fosse algo para me atentar. – Acho que formam frases. – Ela me ajudou então a formar a tal frase, quando juntamos estava escrito “ você é incrível, ac...”

— Tem mais aí? – Ela fez que não. – Não entendi, estava incompleto? – Ela deu de ombros. Mas eu sabia que era coisa do Marcos, resolvi então lhe mandar uma mensagem dizendo que tinha adorado a surpresa e perguntando o que significava Ac. Esperei, mas nada dele me responder. Quando vi que ele nem estava online, fui pro sofá, depois de um tempo minha mãe me chamou.

 - Helena filha, atende a porta pra mim, por favor.

— Tudo bem. – Me levantei para ir atender a porta. – Acho que foi engano, não tem ninguém aqui... – Gritei em resposta, mas antes de fechar a porta um rapaz a segurou, me impedindo de fechar, ele estava com um buque de flores, sorri. – Marcos, oi.

— Oi. – Peguei o buque de suas mãos.

— Obrigada, eu adorei. – Segurei as flores de lado, e lhe dei um selinho. Não pude deixar de perceber que ele parecia um pouco nervoso, franzi o cenho. – Está tudo bem? – Fez que sim.

— Tem mais um último envelope, é só virar o buque. – Fiz o que ele disse, o envelope tinha a mesma frase dos cookies, dessa vez completa, “ Helena, você é incrível Aceita namorar comigo?” o encarei estática, as palavras simplesmente não saiam, ele me olhava com expectativa.

— Aí meu Deus. - Coloque as mãos sobre a boca, os olhos marejados, agarrei seu pescoço em um abraço, ele riu.

— Isso foi um sim? – Fiz que sim freneticamente.

— Foi, eu aceito. – Depositei um selinho em seus lábios, escutamos um clique, minha mãe tinha tirado uma foto. – A senhora sábia. – Não foi uma pergunta.

— Helena não sabe o quanto estou feliz por vocês dois. – Sorri lhe agradecendo. – Vamos entrar. – Olhei para nossas mãos, nem tinha percebido que estavam entrelaçadas, ele percebeu meu olhar e levou minha mão aos lábios, depositando um beijo.

Quando entramos nós sentamos no sofá, enquanto aguardávamos minha mãe voltar da cozinha.

— Vocês dois hein, me enganaram direitinho. – Dizia ao Marcos quando minha mãe entrou na sala.

— Eu disse que ela não ia desconfiar. – Se sentou ao nosso lado trazendo os cookies consigo.

— Que complô. – Brinquei. – E os cookies, quem fez? – Peguei um para provar.

— Eu quem fiz. – Dizia Marcos, parei o cookie no ar, lhe encarando antes de dar uma mordida. – Helena...– Me encarou surpreso, ri um pouco.

— Estou brincando, deixa eu provar. – Ele me olhava, realmente esperando minha resposta, segurei o riso. – Hum... não esta ruim. – Eu ia brincar mais, mas a verdade é que estava ótimo. – E brincadeira, esta ótimo. – Dizia já me inclinando para beijar sua bochecha. Quando olhei pro lado minha mãe nós olhava sorrindo. – Er... não vai provar mãe? – Falei um pouco sem jeito.

— Claro. – Depois de provar ela o elogiou, o que o deixou muito feliz, levando em conta que ele não cozinha muito. Ela saiu pra cozinha e eu lhe perguntei.

— Quando foi que fez os cookies? – Fiquei curiosa. – Porque sabe, eles demoram pra ser feitos.

— Eu fiz hoje pela manhã. – O olhei boca e aberta.

— Hoje? – Ele fez que sim. Imaginei ele acordando bem cedo, preparando tudo e todo o trabalho que deve ter sido.

— Em que está pensando?

— Em nada, só... o que foi? – O olhei sem jeito, ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Eu te amo, sabia? – Sorrindo fiz que sim, ele aproximou o rosto do meu e... Minha mãe chegou na sala e não sei exatamente por que, acho que por impulso, me afastei de sobre salto. Ela nós encarou sem entender nada, se percebeu não falou nada, e deu de ombro se sentando novamente. Os dois começaram a conversar, eu só os olhava.

—... Meus país sempre gostaram de fotografia, me ensinaram tudo que sei...

— Mas você deve ter estudado mais sobre, Helena me mostrou umas fotos suas, estavam incríveis. - Ele me olhou de canto com um sorriso de lado, que eu o retribui.

— Obrigado. Minha tia percebeu meu interesse e me inscreveu em cursos...- Enquanto eles conversavam percebi algo em seu super cílio, uma cicatriz, franzi o cenho pensando em como ele tinha a conseguido.

Eles conversavam mais um pouco até que ele teve que ir, o acompanhei até a porta.

— Te vejo amanhã na escola?

— Sim, nós vemos. – Quando ele foi embora, voltei pra cozinha para pegar o buque, quando minha mãe entrou.

— Ele é um ótimo rapaz. – Sorri. – Você esta realmente apaixonada. – Não foi uma pergunta. De repente algo me veio a mente.

— Mãe.

— Sim?

— A senhora acha que... – De repente as palavras fugiram, mas sem eu as dizer ela pareceu compreender.

— Filha, é perceptível que os dois são completamente diferentes.

— E verdade, não é. – Balancei a cabeça em negativo, como se pudesse assim expulsar o pensamento. Ela se aproximou segurando em meus ombros.

— Helena, sabe o segredo para um bom relacionamento? – Fiz que não. – O seu amor tem que começar aqui. – Apontou pra minha cabeça. – Com a razão e depois descer pra cá.

— Pro coração? – Ela fez que sim.

— Sabe que quando eu conheci seu pai, nos saímos bastante. – Ela não costumava falar dessa época da sua vida, então me atentei a suas palavras. – No começo eu neguei seu pedido de namoro.

— Verdade? – Ela fez que sim, sorrindo como se lembrasse do momento. – Como o papai reagiu?

— Há, ele não desistiu. Sabe filha, eu neguei não porque não o amasse, mas porque achei que se um dia terminássemos, nossa amizade também iria acabar. Mas seu pai me deu muitas razões para amá-lo. – Agora ela sorria enquanto falava. – Eu decidi que não valia a pena temer algo que não era certo, eu preferi arriscar do que deixar minhas dúvidas me impedirem de viver o que foram os melhores dias da minha vida.

— A senhora sente muita falta dele?

— Todos os dias, mas sou grata por não ter dado ouvidos ao meu coração enganoso. Se tivesse o feito, teria perdido o meu maior presente. – Depositou um beijo em minha testa antes de sair.

Eu continuei lá mais um pouco, observando o buque de rosas, um sorriso bobo surgindo em meus lábios. O meu relacionamento passado podia até tentar assombrar o atual, mas eu estava decidida a não permitir. Eu iria viver esse amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Descobrindo o Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.