Um encontro de almas. escrita por Adnoka


Capítulo 1
Um encontro de almas. (capítulo único)




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Esta é a primeira vez em minha vida que fico completamente sozinha, eu estou sentada no chão de um parque encostada em uma árvore que me faz sombra enquanto olho as coisas ao meu redor para começar a ler meu livro, há algumas pessoas passando por aqui então penso que o “estar só” é mesmo relativo.

Abro meu livro e começo a ler, despreocupadamente vou indo cada vez mais longe na história enquanto sinto a brisa do vento, vou me perdendo, enquanto meus verdadeiros pensamentos começam a querer dominar minha mente eu luto para que eles se mantenham longe.

Até aqui posso dizer que em minha vida as coisas não saíram como o planejado e talvez seja por este motivo que me encontro aqui e agora.

Um vento mais forte bate de repente levando com ele o lenço do meu pescoço. Eu adoro aquele lenço então me levanto rapidamente para pega-lo, corro olhando para cima quando de repente bato em algo, ou melhor em alguém.

—Opa! Cuidado. — Ouço sua voz, grave e gentil —.

Abaixo a cabeça e apesar de ser menor que ele eu não tinha visto seu rosto.

— Me desculpe, por favor é que o vento levou meu lenço e eu precisava recuperá-lo.

— Peguei ele pra você! — Disse de forma descontraída —

— Ah sim, muito obrigada! — Pego o lenço de sua mão meio sem jeito —.

Paro meu olhar no dele e o percebo pela primeira vez, ele possui uma forte presença o que me intimida um pouco, e ele é lindo! Uma intensa mistura de traços marcantes e uma palpável ternura. Seu rosto era claramente feito para ser admirado e eu sem me dar conta fiquei o admirando. Olhos castanhos profundos o cabelo castanho escuro caindo sobre eles, seu nariz acompanhava perfeitamente os traços de suas bochechas, era perfeito de olhar. E sua boca? Nela eu parei por um instante pois aos meus olhos era impossível uma boca ser tão perfeitamente bem desenhada assim.

Ele sorri timidamente quando percebe que o encaro.

— Você está bem? — Ele me pergunta de forma ainda mais gentil —.

—Sim estou, e você? Espero não o ter machucado. Sou uma desastrada, sinto muito.

—Não se preocupe, na verdade eu também estava andando meio distraído então também não te vi chegar.

— E como veria... — Minha intensão não era mesmo dizer aquelas palavras, elas só saíram —quero dizer, o dia está tão lindo que aqui dificilmente as pessoas olham para as outras, com tanto a observar.

— Não sei, gosto de observar pessoas também, ver suas reações...

— Ah, entendo... Bom, peço desculpas novamente não quis te atrapalhar. — Falo tão rapidamente que dou risada sozinha quando penso que poderia ser uma rapper —.

— Na verdade não atrapalhou em nada, acredite, eu gostei de esbarrar em você.  — Ele fala de forma tão gentil que parece estar me abraçando com suas palavras —. E fala bem rápido também chega ser divertido, ele inclusive seria um rapper melhor que eu.

Fico ruborizada com a mistura de suas palavras e meus pensamentos.

— Vou voltar a me sentar então. Obrigada por não me deixar cair e por pegar o lenço pra mim. — Me afasto sorrindo —.

— Não por isso. — Ele também sorri ao se despedir —.

Enquanto volto ao lugar onde estava, penso que poderia ter dado um jeito de perguntar seu nome e me sinto triste por não ter o feito.

Me sento ali e passo o olhar para ver se ainda consigo vê-lo, nada! E simplesmente sumiu.

Pego meu livro, volto a ler, mas aquele moço gentil e confiante voltava a minha mente repetidas vezes e eu me peguei sorrindo sozinha, ele era realmente lindo, era intenso de uma forma... suave? Isso é possível? Bom uma coisa é certa, nunca mais o veria, eu estava novamente ali, apenas comigo e isso novamente me entristeceu.

Alguns dias se passaram, e devido ao momento da vida que me encontro, fiz a leitura no parque virar um habito, então todos os dias, no mesmo horário eu estava lá lendo meu livro, buscando nada mais que novos momentos para guardar.

Hoje decidi ficar um tempo a mais no parque, já estou mais da metade do livro que estou lendo então quis finalizar o capitulo que estou antes de ir. Ainda me sinto só, mas agora com o passar dos dias essa solidão vai me trazendo novos olhares, novas percepções, quase não me distraio mais...

— Olá você!

Eu não acreditei! Meus ouvidos me fizeram reconhecer a voz do homem do lenço de imediato. Estou ficando maluca, não tem como ser ele..., mas era, e estava parado bem ali em pé na minha frente.

— Olá você... — Era ele mesmo —

— A propósito me chamo Changbin, muito prazer!

Changbin, esse era o nome dele... mas porque será que ele veio falar comigo? Não importa...

— O prazer é meu! — De fato era — Sou a Yooni! — Aproveito o momento para estender a mão pra ele que retribui o gesto —.

— Finalmente sei seu nome! Yooni...

— Finalmente? — ele me passa uma segurança que não consigo explicar —.

— Sim, finalmente. Afinal faz o que? Alguns dias desde que seu lenço voou até mim né? Uns sete dias ou algo assim?

Sete dias? Me pareceram bem mais...

Sorrio para ele genuinamente feliz por poder olhar pra ele de novo pois, com ele perto eu esqueço minhas dores.

— Você contou? Não acredito! — Sorrio sem nem perceber que o fato dele me dar um número exato de dias me deixou genuinamente feliz—.

— Contei, sim e todos estes dias você veio ler aqui, sempre no mesmo horário, como faço minhas caminhadas aqui sempre no mesmo horário também acabava vendo você de longe.

Ele me viu todos estes dias? Ele também esteve aqui todos estes dias, então por que não veio antes? Péra, ele ME VIU? Meu coração estava descompassado, precisei parar e respirar um pouco pra assimilar o que ele disse apesar de não conseguir esconder isso muito bem o que claramente o divertia e então ele continuou...

— Você tem uma forma bonita de absorver o que está lendo, gostei disso em você e por isso decidi só olhá-la de longe, mas hoje me bateu um receio por isso vim até você e agora estamos aqui. — Ele fala se sentando em frente a mim—.

—Um receio? Sobre o que? — Eu realmente queria que ele continuasse falando, pois, sua voz era como uma forte presença que me envolvia de forma intensa —.

— De você não vir mais, e eu nunca mais encontrá-la.

Silêncio, ele fala isso me olhando nos olhos e nossa, como ele é intenso até no olhar.

— Entendo, também tive receio em relação a você.

— Você teve?

— Sim, no dia que nos falamos pela primeira vez tive um grande arrependimento por não ter sequer perguntado seu nome, pois eu “acreditava” que nunca mais o veria.

Ele nitidamente expressa uma certa “alegria” ao ouvir o que acabo de dizer, e o mais interessante, eu jamais teria falado aquilo de forma tão natural, seja pra quem fosse e talvez ele soubesse disso.

— Bom Yooni, aqui estou!

Sim, ali estava ele, em frente a mim, e eu só conseguia pensar que eu nunca mais queria me despedir dele. Esse pensamento me levou para longe dali — Minha mente viaja demais —. e tudo o que penso passa pelo meu rosto de forma clara, volto a mim com um aceno dele diante dos meus olhos.

— Você está aqui? Se eu estiver te incomodando por favor me diga.

Segurei em sua mão que estava ali tão perto em uma tentativa de me ligar a ele

— Sim, estou aqui, me desculpe só estava pensando demais, e não, você não está me incomodando, por favor não pense assim.

Ele se surpreende por eu ter segurado em sua mão e sorri meio que abaixando levemente a cabeça, mas logo volta seu olhar novamente para mim.

— Pensamentos tem esse poder, de nos levar, são como vento soprando em nossas mentes livres, pode ir com eles, estarei aqui quando voltar e enquanto isso ficarei observando você sorrir pois não há mais nada que eu possa pedir.

O que foi isso? E nossa, como eu amei ouvi-lo dizer aquelas palavras. Como se ele me entendesse de uma forma única.

— No momento Changbin, eu não quero estar em nenhum outro lugar que não seja aqui e com você.

Ao falar isso notei que ele me faz sentir tanta segurança com sua presença que eu apenas falo o que realmente sinto pra ele, sem medo, sem receio.

Ele acena com a cabeça como se concordasse comigo e nos dois juntos olhamos para o céu, depois um para o outro e sorrimos de forma sincronizada.

— Quero confessar algo — Ele me diz tranquilamente —, eu observei você por todos estes dias.

— Observou? — Fiquei curiosa com o que viria daquela confissão —.

— Sim, observei! Olhei atentamente pra você pois queria entende-la melhor.

— Me entender? — Estou repedindo suas palavras apenas para guarda-las para mim —.

Ele sorri...

— Sim, te entender, e apesar de me deparar sempre com uma linda imagem sua que a cada momento da leitura demonstrava reações de todo tipo e com todo o corpo como se estivesse vivendo o que lia, eu ainda estou curioso sobre você.

Ele realmente me observou.

— Se está curioso então me pergunte.

— Gosto disso em você, você é direta de uma forma divertida.

— Você também é assim! — Quero que ele me pergunte, quero responder o mais sinceramente possível para ele —.

— Na verdade conforme for eu quero ouvir todas suas preocupações quero que você se sinta à vontade para compartilhar comigo todas elas. Mas por hora o que mais me intriga é o por que você está triste? Mas se ainda não quiser me contar tudo bem tá.

A voz dele foi ecoando em minha mente... ele não só me viu, ele quis me ver, ele me enxergou.

— Triste... — Sorri querendo parecer leve com o comentário —. Você percebeu...

— Mais que perceber, consigo sentir você.

Ele não sorria ao dizer isso, pelo contraio ele me olhava firmemente para que eu entendesse o quanto de mim ele sentia.

— E o que sente de mim?

Ele me encara como quem tem um universo de coisas a dizer, mas apenas diz:

— Sinto você.

Eu sorrio, entendo que ele quer de alguma forma me mostrar algo além do que diz.

— Bom, sim! Eu estou triste, talvez até mais do que deveria e com certeza bem mais do que gostaria. Minha vida perdeu o rumo a muito tempo e eu venho em uma luta pesada para suportar tudo a tempo demais e acho que isso me desgastou, é isso, estou cansada também.

Quando falo aquelas palavras tenho a sensação de finalmente ter encontrado meu “lugar seguro” nele e é como se falar aquelas coisas para ele me fizesse ter algo em que me apoiar até que minha nuvem de preocupações se dissipasse e com isso deixo uma lágrima escapar dos meus olhos e nisso ele se aproxima para enxuga-la.

— Obrigada!

Ele realmente me agradeceu por isso?

— De... n-a-d-a? — Falo pausadamente com um meio sorriso em uma tentativa de voltarmos a leveza de nosso encontro —. Na verdade, sinto muito por jogar isso em você. — Falo timidamente —.

— Não pense assim, por favor. Eu que perguntei por querer saber mais de você e fico feliz que tenha me falado tão abertamente. E sabe do que mais, mesmo que você pareça mais bonita quando sorri, não haverá problema em chorar quando eu estiver com você, então quando você só quiser chorar comigo ao seu lado não precisa fingir um sorriso, apenas chore e eu secarei suas lágrimas esperando ansioso pelo retorno do seu verdadeiro belo sorriso.

Ele me fazia sentir como se tudo que passei até ali em minha vida fosse apenas o caminho até aquele momento, como se meu “quebra cabeça” começasse a se montar diante de mim e tudo se encaixasse perfeitamente.

E neste momento ele passa a sentar ao meu lado.

— Vamos olhar juntos naquela direção. — Ele aponta para gente, e depois a frente, mas para nada em específico —.

Estou confusa, mas vou na dele sem hesitar.

— O que estamos olhando?

— Nosso futuro!

Acho que o entendo melhor agora.

— Quero que você olhe juntamente a mim a partir de agora, para a mesma direção, mesmo que ela mude, vamos olhar juntos também as mudanças.

Ele segurou minha mão para continuar falando.

— Não vamos mais precisar parecer brilhantes, vamos iluminar nossos próprios caminhos, e podemos fazer isso juntos daqui pra frente se você quiser.

Era só o que eu queria, após senti-lo segurando minha mão, estar perto dele era tudo que eu realmente queria.

— Mas e você Binnie? — De onde eu tirei esse apelido? — o que te trouxe até aqui? Até mim?

Ele pareceu genuinamente feliz ao me ouvir chama-lo por um apelido íntimo.

— Bom, posso dizer que me vi em você, não o eu de agora que está aqui ao seu lado, pois este conseguiu algumas respostas para minhas antigas questões...

— Você conseguiu? — Droga, eu o interrompi — ai, me desculpe. Não esperei você terminar de falar.

Ele riu.

— Não se desculpe, gosto de saber que desperto sua curiosidade.

— Sim, você fez isso comigo! — Falo isso enquanto sorrio e aperto levemente sua mão que ainda segura a minha—.

—Voltando as respostas, entendi que nossa vida está em nossas mãos Yooni, nos perdemos, mas também podemos nos achar com a mesma facilidade se simplesmente trocarmos as cobranças pelo “papel em branco”.

— Papel em branco? — Achei bem interessante sua colocação e realmente queria ouvi-lo mais —.

— Sim, nos deram um papel em branco e nele podemos escrever tudo que quisermos... — Ele para por um instante, mas logo continua bem entusiasmado — Rabiscos, desenhos, podemos colorir ou deixar em preto e branco, podemos apagar, reescrever podemos deixar as anotações lá para depois reler entende?

Ele é envolvente! Cada palavra que ele me diz parece ser exatamente aquilo que me faz querer estar viva de novo. Ele me entende sem eu precisar dizer nada.

— Eu entendo sim, e acho também que você chegou até mim para me mostrar que tudo bem pensar assim pois eu concordo com você. — Digo a ele com toda minha convicção pois de fato penso como ele. —

Nossa conversa a partir dali foi para diversos rumos, falamos de tudo, rabiscamos juntos em nossos papéis em branco, e eu depois de tanto tempo me sentia novamente leve e feliz, sem nem perceber.

Falamos por horas, sim, mas também observamos, olhamos pessoas passarem, e a cada uma que passava montávamos seus rabiscos em forma de histórias de maneira descontraída apenas uma “brincadeira nossa”.

As mãos que se seguravam agora já não estavam mais juntas, ao invés disso ele agora estava sentado um pouco mais atrás de mim e me abraçava.

Como isso chegou ali naquele instante, não sei bem dizer, foi apenas fluindo como se sempre tivesse sido assim e agora já estava anoitecendo e então ele disse gentilmente.

— Você está com fome? Vamos comer algo juntos?

Ele me fez perceber que sim, eu estava com fome.

Ele ainda estava abraçado a mim, o calor do seu corpo junto ao meu me fez desejar nunca mais me afastar dele, então eu não o respondi, apenas apertava os braços dele para mais próximo ainda de mim...

— Eu sei, também não queria soltá-la, mas não se preocupe, eu não vou mais te largar.

E naquele momento ele também aperta, mas de forma gentil seus braços fortes em volta de mim me fazendo sorrir envergonhada.

— Precisamos mesmo comer né.

— Sim e devemos! Vamos, vou te levar em um lugar que gosto muito, não é longe daqui.

Eu dou um suspiro e concordo com a cabeça.

Ele se levanta primeiro, para em minha frente, espera que eu pegue meu livro, minha bolsa e meu lenço e me estende as mãos para me ajudar a levantar.

— Vamos, me deixe ajudar você meu bem.

“Meu bem”, por que isso soa tão lindo vindo dele?

Já arrumada para me levantar me entrego a ele com as mãos estendidas em sua direção.

Ele as pega de forma firme e me puxa para si e quando estou indo ao seu encontro ele me abraça encaixando seu corpo no meu e me fala ao ouvido:

—Que bom que finalmente tivemos nosso encontro de almas.

Me senti flutuar, suas breves, mas intensas palavras e seu breve, mas forte abraço, me levaram para seu mundo sem caminho de volta — e eu não queria mesmo mais voltar —.

Nos afastamos do abraço, ele segura minha mão e começamos a andar.

Caminhamos até chegarmos a um restaurante que realmente não era longe do parque, ou talvez por estar com ele eu nem tenha notado a distância, já não sei.

O lugar era aconchegante, ele escolheu uma mesa para nós e fomos nos sentar.

Pedimos, e enquanto esperávamos falamos mais sobre tudo que vinha a mente, conversar com ele era incrivelmente estimulante.

— Gosto de te ver falando Yooni, você tem pontos de vista únicos e os expõem de forma tão simples que tudo parece fazer sentido. — Ele me diz de forma inesperada —.

— Ah nem vem, você que é assim de nós dois. Eu me perco em suas ideias que são sempre brilhantes. Nosso papo flui de uma forma gostosa e descontraída, e eu gosto disso.

Eu gosto de você!

Paralisei, apesar de tudo estar indo de forma tão intensa entre nós, ao mesmo tempo também está natural, eu também gosto dele, mas ouvi-lo dizer isso me fez sentir borboletas no estômago, eu reagi a isso de forma espontânea, corando, sorrindo, mordendo meus lábios...

— Olha aí a reação que eu queria. — Ele disse sorrindo, talvez o maior sorriso que ele tenha dado até agora, revelando sua ternura, e uma timidez extremamente fofa ao sorrir —. Como disse me apaixonei pela forma que você reage as coisas e ver você reagindo a mim... — Ele parou de falar —.

Estou muito sem graça, mas completamente apaixonada pelo Changbin.

— O quem tem em me ver reagindo a você? — Estou de fato curiosa —.

— Tem que me faz te querer ainda mais, e por favor não morda seus lábios quando não estiver mais próxima a mim, mesmo que a uma mesa de distância eu te proíbo...

Dessa vez eu sorrio, fecho meus olhos e sem querer aperto rapidamente meus lábios uns contra os outros e abaixo minha cabeça completamente envergonhada.

AAAH não faz isso também, que fofa! Você ainda está longe de mim, isso é covardia Yooni.

Ele “gritou” e isso me fez gargalhar, eu sou fofa? Ele não tem ideia do quão fofo foi ele “gritando” simplesmente por não aguentar me olhar.

— E você também, não grite assim tão fofo quando estiver a uma mesa de distância de mim, posso não me segurar e pular em você. — Falei sem nem notar, ele me faz tão bem —.

— Você vai pular em mim? Não! Eu vou pular em você antes.

— Vamos parecer dois malucos. — Eu não paro de rir com toda essa situação, nos dois combinamos até nisso —.

— Somos malucos, esse é nosso instinto, vamos segui-lo.

— Sim, vamos... De agora em diante seguiremos nossos instintos juntos.

Nossa comida chega, peito de frango crispy, batata frita, suco de tangerina.

— WOW que fome! Vamos comer.

— UAU está muito lindo, vamos!

Comemos e conversamos mais sobre muitas coisas, o papo com o Changbin flui naturalmente.

— Quer sobremesa?

— Não, não, comi demais obrigada.

— Okay, vamos pedir a conta então.

Pedimos e quando chegou falei para dividirmos, mas ele recusou.

— Eu trouxe você, e esse é nosso primeiro encontro pode ficar tranquila.

E acabei deixando. Ele de fato era muito atencioso, não só por agora, mas durante todo o tempo que ficamos juntos ele sempre demonstrou essa sua atenção e cuidado comigo.

Nos levantamos para ir embora e ele pegou novamente minha mão tão naturalmente que já parecia ser o correto.

— Vamos caminhar um pouco.

Fui com ele.
Nitidamente nosso tempo juntos foi a melhor coisa que tive em anos.

— Obrigada Binnie! — Solto as palavras levemente para que ele sinta o quão grata estou em tê-lo ali comigo.

— Não precisa agradecer, hoje foi apenas o começo e essa será nossa realidade a partir de agora.

Continuamos a andar noite a dentro até pararmos de repente, eu estava completamente envolvida com Binnie nem percebi onde ele estava me levando.

— Onde estamos? — Perguntei voltando a realidade —.

— Chegamos no meu carro, vou levar você em casa.

O pensamento que me ocorreu não tinha haver com o carro dele ou o fato dele me levar pra casa, mas sim com o fato de que estava chegando a hora de nos despedirmos por hoje.

— Ah não precisa se preocupar comigo, posso voltar de ônibus, não quero te atrap...

Neste momento enquanto eu falava ele veio até mim como quem mal ouvira o que eu disse, e me beija silenciosamente de uma forma intensa e cheia de vontade.

Eu me entrego, nem sei mais o que estava pensando quando falava e nem sobre o que falávamos, vou sentindo-o me envolver em seus braços fortes e vou me deixando levar pelo seu ritmo, eu passo meus braços por seu pescoço e assim completamos nosso encaixe. Tudo está onde deveria, nossos corpos, nossas bocas, nossa respiração, tudo em uníssono com o universo.

Não queria que aquilo acabasse, queria que o tempo parasse e ele parecia querer o mesmo.

Ele me encosta no carro dele, — Ainda bem que não tem movimento aqui — e me segurando firme vai diminuindo a intensidade do beijo, eu o sigo, é automático a forma como estamos nos comunicando sem dizer nenhuma só palavra.

— Estou apaixonado por você Yooni, e não consigo controlar.

— Apenas não controle!  Também não irei. — Digo isso puxando-o para mais perto de mim — agora só posso me desculpar por estar gostando tanto de você.

— Nunca mais repita isso! Você nunca terá que se desculpar comigo.

Ele me olha nos olhos profundamente.

— Tem uma coisa que é inexplicável para mim.

— Ah é? O que?

— Seu charme, sério Yooni não consigo resistir, seu charme é inexplicável para mim.

E falando aquelas palavras ele que ficou super charmoso.

— Eu também não sei explicar como me sinto perto de você, é como se toda minha história começasse a partir daquele encontro que tivemos. Não me sinto mais sozinha neste mundo.

— Você nunca estará sozinha. Nunca mais. Eu sei que machuca estar sozinha, e você não sentirá mais esta dor.

Ele volta a me abraçar. O aperto de seus braços me mantém firme, eu me encaixo em seu abraço e com a cabeça encostada em seu peito começo a chorar. Mas não é um choro triste e o Binnie sabe disso.

— Com você eu finalmente me encontrei. Você me trouxe tudo que eu achei impossível ter, e eu estou tão feliz agora.

Sim, ele andou por seus caminhos e eu pelos meus, nossas almas andaram por aí por tanto tempo vendo e passando por tantas coisas. Agora nos encontramos, a brisa do vento me levou até ele, e ele veio até mim por vontade, veio por que sabia que o correto para nós era ficarmos juntos.

— Nossas almas se uniram no momento em que nos esbarramos, nós nos reencontramos, eu esperei por você, e aí está, toda a espera foi válida. — Ele enxuga minhas lágrimas—. Eu acredito que nunca estivemos sozinhos de verdade você sempre esteve comigo, e eu com você.

— Também sinto assim. Não importa se por tempos não fazíamos ideia da existência um do outro de forma consciente, nossas almas sabiam disso, sabiam que estaríamos juntos em algum momento.

— Sim é exatamente isso. — Ele fala essas últimas palavras terminando em um novo beijo —.

Diferente de tudo que já senti, beijar o Binnie me levava muito além de mim, muito além do momento presente, era bom de muitas formas inexplicáveis, era a melhor sensação que já tive.

Continuamos a nos beijar e ele começa com umas provocações leves, mas não importa pois eu caio completamente nelas quando ele morde meu lábio...

— Agora descontei. — Ele diz em meio ao beijo e com um leve sorriso —.

Isso me desnorteou, e eu mesma aumento a intensidade do nosso beijo, devolvendo uma leve mordida em seu lábio e me entregando completamente aquele momento.

Vamos parando aos poucos, mais daquilo e estaríamos perdidos, prontos para o próximo nível.

Ele me abraça me encaixando ainda mais nele e eu aproveito seu pescoço ali na altura dos meus lábios e vou dando beijinhos nele que se arrepia com minha ação.

— Agora eu também descontei. — Falo baixinho em seu ouvido —.

AAAAH o que foi isso Yooni?

Volto a beija-lo no pescoço.

— Muito bem, pode dar esse grito fofo quando eu estiver assim com você, mas saiba que não vou deixar passar nenhum.

— Você é uma delícia! Minha delícia! E eu já estou rendido a você.

Eu que amei ainda mais quando ele me chamou de “minha delícia” tive que voltar a realidade.

— Acho que precisamos ir agora né?

— ÉÉÉ... Eu realmente não queria, mas sim, vem vou te levar pra casa.

Ele abre a porta do carro para que eu entre e uma vez lá dentro percebo o cheiro dele em mim e isso faz meu coração parar, e depois acelerar novamente de forma que quando ele entra no carro ele me olha e percebe tudo que estou sentindo.

Eu realmente te amo! E você é a única razão pela qual eu realmente amo!

— Eu também te amo Binnie, e é como se eu sempre tivesse amado e acredite, eu sempre irei te amar.

Sorrimos e partimos dali.

Ele coloca uma música linda e enquanto dirige vai sorrindo e por algumas vezes segura minha mão e a beija.

Não há mais nada que eu queira além de tê-lo comigo e ele me faz ter a certeza de que sente o mesmo em relação a mim.

Vamos rumo a nossa história agora. Velocidade máxima à frente pois agora vamos rabiscar nosso futuro juntos!


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Notas finais do capítulo

Espero que curtam!



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