Das vezes que conversei com o vazio...

(...)

Justo ou não

Pensamento sem pensamento

Palavras me faltam 

Quando me encontro nesse estado

Tropeço em letras

Mas insisto

É tão difícil aprender a comandar isto

Essa mente tão hostil

Hostil a maldades e a felicidade

Quando busco a anestesia,

Ela dorme com os dois olhos abertos

Esperando o alarme tocar

“Mas que alarme é esse?”

Perguntou o vazio com desdém

Afinal ele não sentia nada

Só sentia o vazio

Um grande breu em seu peito

Um buraco que doía

O vazio vivia com uma certa sensação 

De que havia algo faltando

E a mente procurando

Qualquer coisa

Procurando no vazio

Procurando fora dele

“Mas que alarme é esse?”

Perguntou o vazio novamente

“Não sei, mas sei que algo acontece”

Algo sempre acontece, pensou a mente

Dormia, claro, de olhos abertos

E o vazio sempre desperto

Olhando de canto,

“Isso nem é descanso!”

Justo ou não

Era a realidade

Mesmo sem pensamento

A mente pensava.

Não importava:

“Eu acho que o vazio,

Não sabe de nada!”