O cão que mordeu a minha mão

A centopéia em meu pescoço

Tento escapar desse corpo,

Pois carrego esse sentimento intenso de que ele não é meu.

Eu te devoro e você me devora

Em um rio de flores você chora

Na água, há criaturas à espreita

Mas o cheiro é fresco

Sinto cheiro de chuva

Sinto cheiro de sangue

Vejo vultos na estrada

Ou… não há nada?

A noite ainda nem chegou

Ainda consigo ver o sol caindo

Sinto algo indo embora, fugindo

Algo me impedindo no caminho

Evito pensar no passado

Evito caminhar em direção ao futuro

A minha mente me tira do presente,

E o que sobra é só um corpo

Que nem é meu