Não caminhe gentilmente na Noite Profunda...

Encare a escuridão com o que sobrar da luz,

Grite contra o abismo construído ao redor de si.

Lembre-se do brio e candura durante a Noite Soturna...

A vaidade de tempos passados pode te ocultar a cruz,

Que reluze como uma flâmula por ti.

O brilho da tua alma é teu lampião na Noite Escura...

Deixe que te guie na fria passagem,

E a persiga através da última vigília.

Quem te acompanha inquieto na Noite Obscura...

São as memórias que deixou na última margem,

À deriva e submersas nessa Noite Sombria...

Próximo à encosta da Noite Infunda...

As trevas irão abrir caminho para sua candura,

Rompante, não caminhes gentilmente nessa Noite Profunda.

E, por ti, quando o momento derradeiro chegar,

Irei lutar, orar, rezar e não me entregar a uma devoção oculta.

Não caminharei gentilmente sobre a Noite Profunda,

O brio e a candura irão ser meu remo e mastro nesse mar.

~Gabriel.