Oblivion escrita por Gabrielus
Vem uma lembrança da minha infância,
Em que eu vi, pela primeira vez, um Zepelim.
Emergir rompante através das nuvens do céu.
Sua fronte metálica e espelhada reluzia com as cores do dia,
Como um prisma que refletia uma mágoa.
Dentro de mim, não havia nada...
Balbúrdia, caos ou estada.
Só um silêncio agoniante,
Que era inconstante,
como as batidas do meu coração.
Quem existia naquele instante?
Que deleites corriam naquela mente inquietante?
O Zepelim Gigante cortava o ar como uma broca,
E deixava para trás buracos de minhoca.
Com tantas histórias e tantas trajetórias...
Que na minha cabeça não se passavam horas,
Só o infinito, intrínseco ao eu-...
Lírico.
Quem poderia ter sido guiando aquele lindo Zepelim?
Pilotando através das tempestades carmim,
Com a calma de um marinheiro em águas baixas
não profundas.
Seria eu-...
Perdido?
Em alguma correnteza de ar que não poderia ter previsto?
A infância é um marco contínuo,
Mas eu continuo?
O que faz eu ser eu?
Minha manifestação além do físico?
Ou minha memória no psíquico?
Nas dimensões que o Zepelim atravessa...
Há vestígios da minha doença,
Sendo deixados em cada nova rota,
A cada hora,
Que me perco na introspecção do agora.
Finalmente, o Zepelim vai embora...
E abandona as nuances da minha memória.
Está tudo bem... afinal,
Tudo está bem?
Lembro-me, passivamente, dele sobrevoar minha mente,
E mostrar, finalmente,
Que talvez eu seja alguém.
~Gabriel.
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