Yoongi persistiu com suas provocações ao perceber que detinha toda a atenção de Taehyung. Uma sensação de plenitude o envolveu, fazendo-o sentir-se atraente, desejado e poderoso. Ele estava se deleitando com a influência que exercia sobre Taehyung, cujo olhar parecia hipnotizado, absorvendo cada detalhe do corpo de Yoongi.

— Agora chega... — Yoongi saiu do colo de Taehyung e sentou-se corretamente no sofá para abotoar sua camisa.

Taehyung o encarou com uma expressão de decepção, incapaz de acreditar que Yoongi o havia provocado tão intensamente e, em seguida, simplesmente se retirou, aparentemente sem se importar com as possíveis consequências de suas ações. Diante do olhar de reprovação de Taehyung, Yoongi deixou escapar uma risadinha.

— Estava esperando algo mais? 

— Você fez eu esperar algo mais. 

— E o que você vai fazer sobre isso? — Yoongi mordeu os lábios, mas Taehyung tentou não cair na sua provocação novamente. 

— Nada? Não vou te obrigar se você não quiser, mas a minha vontade é te pegar no colo, te beijar a noite inteira e não te soltar mais. 

— E por que você não faz isso?

— Porque eu não sei o que você realmente quer. Você me deixa confuso. 

Yoongi se aproximou de Taehyung e o puxou pela blusa para alcançar seu ouvido.

— Então vou ser bem direto, espero que entenda. Eu te quero, Taehyung — Sussurrou em seu ouvido — Te desejo ardentemente. Fui claro?

Taehyung o pegou nos braços, mantendo um contato visual intenso que parecia transmitir todos os seus sentimentos. Ele carregou Yoongi até o quarto e o colocou na cama com tanta delicadeza que parecia tratar seu corpo como porcelana. Yoongi apreciava profundamente o carinho e a atenção que Taehyung demonstrava. Quando Taehyung o beijou, a paixão e o amor que sentia foram expressos de forma tão intensa que não eram necessárias palavras para comunicar o que estava em seu coração.

— Taehy... — Sussurrou — É tão bom estar com você.

— Yoon... — Taehyung beijou sua testa — Te amo e quero estar sempre com você. 

Yoongi o abraçou forte, como se o mundo quisesse tirá-lo dele.

Taehyung o beijou novamente com a intensidade de seu desejo. Yoongi se entregou completamente àquele momento, e o quarto abafado foi preenchido pelos arfares e lubricidade de ambos os corpos em combustão. No entanto, o toque do celular de Yoongi interrompeu o êxtase. Taehyung se afastou por um breve instante, mas Yoongi o puxou de volta, ansioso para continuar o beijo que não deveria ter sido interrompido.

Novamente o celular tocou e Taehyung se incomodou.

— Yoon, tem alguém te ligando. 

— Esquece meu celular e fica comigo… eu te quero.

— Yoon, eu também te quero, mas deve ser algo importante, e se for seus pais?

Yoongi se levantou a contragosto e pegou o celular. Ao olhar para o visor, sua expressão mudou completamente. Ele ficou tenso, como se estivesse com medo. Atendeu a ligação com as mãos trêmulas.

— Ho-hobi?

Taehyung revirou os olhos.

— Oi Yoon, está tudo bem por aí?

— Si-sim, Tu-tudo bem.

— Por que está ofegante? Estava correndo?

Yoongi respirou fundo e olhou para Taehyung.

— Estava... jogando videogame.

— Jogando videogame correndo? Não sabia que cansava tanto jogar videogame. 

— Era no Kinect.

— Ah tah, e o Tae? Tentou fazer algo com você?

Yoongi olhou novamente para Taehyung, mas ele se levantou e foi pro banheiro.

— O Tae? Não, ele não fez nada.

— Está bem, se não tiver gostando e quiser que eu vá te buscar me avisa.

— Ok Hobi, muito obrigado, mas não precisa se preocupar, está tudo bem.

Se despediram, e Yoongi encerrou a ligação. Ele olhou na direção em que Taehyung tinha saído e foi até lá, encostando o ouvido na porta do banheiro e dando uma leve batida ao notar que estava tudo muito silencioso.

— Tae? Está tudo bem?

Por alguns segundos não houve resposta, mas em seguida Taehyung saiu do banheiro com seu radiante sorriso de sempre.

— Está tudo bem, meu amor. O que acha da gente ver um filme? 

— Tae… — Disse choroso — Me desculpa. 

— Pelo que? Você não me fez nada, Yoon.

— Me perdoa… — Começou a engasgar com as lágrimas — Me perdoa por eu ser um covarde.

Taehyung o puxou para um abraço acolhedor. 

— Ei, está tudo bem, eu disse que eu seria paciente e iria esperar até você estar preparado e resolver seus assuntos — Taehyung cheirou seus cabelos — Deve estar cansado de saber, mas... Eu te amo e estou do seu lado. Vou respeitar qualquer decisão que tomar. 

— Obrigado Tae. Por favor não desista de mim.

— Não irei.

...

Jimin dormia tranquilamente, imerso em seus doces sonhos. Sonhava que estava em perigo, sendo perseguido por alguns homens mal-intencionados. De repente, Jungkook, vestindo um traje de realeza e montado em um cavalo branco, chegou para resgatá-lo. O príncipe usava uma coroa de ouro e empunhava uma espada que reluzia sob a luz da lua. Era, sem dúvida, o príncipe encantado que sua mente havia projetado.

Após derrotar todos aqueles homens que importunavam Jimin, Jungkook estendeu a mão para ele e o ajudou a montar no cavalo. Cavalgaram por campos floridos até chegarem a um jardim repleto de flores exóticas. Jungkook desceu do cavalo e pegou Jimin com toda a delicadeza, colocando-o suavemente no chão.

Sentaram-se em um banco adornado com delicadas rosas, onde Jungkook pegou um violão para presentear Jimin com uma serenata. Sua voz fluía suave e doce, em harmonia com a natureza que os cercava. Após a encantadora canção, Jungkook o envolveu em um abraço, expressando seu amor com palavras sinceras, e finalizaram aquele cenário romântico com um beijo apaixonado. 

Jimin despertou pela manhã com um coração cheio de felicidade e um ânimo renovado.

— Que sonho gostoso — Disse se espreguiçando.

Jimin observou o celular para verificar as horas, ainda era cedo, aquela manhã de domingo parecia incrivelmente bonita. Seu coração se encheu de entusiasmo pelo tão aguardado encontro com Jungkook. Um sorriso bobo se formou em seus lábios quando viu a mensagem matinal de Jungkook desejando-lhe um bom dia, um gesto que se repetia diariamente. Ao longo do dia, eles trocavam mensagens sobre tudo, desde eventos triviais até pensamentos aleatórios. À noite, Jungkook lhe desejava boa noite, sendo a primeira e a última pessoa com quem Jimin mantinha contato diariamente. 

— Será que Jungkook também sonhou comigo?

Jimin balançou a cabeça em negação diante da ideia que lhe parecia um tanto distante da realidade. Era hora de deixar de sonhar e começar a se preparar. Em breve, Jungkook estaria lá para buscá-lo, exatamente como haviam combinado.

A ansiedade era tanta que Jimin acabou se arrumando muito cedo, ficando pronto com meia hora de antecedência. Ele batia o pé impacientemente, ansioso para que os minutos agonizantes passassem e ele pudesse finalmente encontrar-se com Jungkook. Olhou para o relógio pela milésima vez e, quando finalmente ouviu a buzina de um carro na frente de sua casa, ele se levantou com excitação, quase saindo correndo, mas sua mãe o deteve com um gesto.

— Calma, não pareça desesperado, não corra, ande como uma diva numa passarela, despreocupada e belíssima. 

— Verdade mamãe. Não consigo disfarçar, é que eu estou muito ansioso. 

— Divirta-se — Ela lhe deu um beijo na testa e ele saiu tentando na medida do possível manter os passos retos e coordenados. 

Quando Jungkook o avistou, saiu do carro para abrir a porta para ele, queria mostrar que era um cavalheiro.

— Bom dia, Jimin.

— Bom dia, Jungkook — Jimin se aproximou e ergueu os pés para lhe dar um beijo na bochecha, o que pegou Jungkook desprevenido. Em suas relações nunca beijava ninguém, não gostava disso, mas aquele beijo foi diferente, de certa forma fez ele se sentir bem e sorrir involuntariamente. 

Jimin entrou no carro e levou alguns segundos para Jungkook voltar à realidade depois daquele beijinho na bochecha. 

— Dormiu bem? — Perguntou Jungkook ao entrar no carro. 

— Muito bem na verdade — Jimin sorriu para ele — E você? 

— Também dormi bem — Jungkook sorriu sem graça ao se lembrar de um sonho bobo que teve com Jimin onde eles andavam de mãos dadas pelo shopping depois de assistir um filme romântico no cinema, pra ele aquilo era a coisa mais idiota do mundo, se sentia um tolo — Então… pra onde vamos?

Jimin pegou o celular para mostrar a Jungkook a localização daquele encontro diferenciado. Jungkook olhou a tela do celular e arqueou as sobrancelhas.

— Um parque de diversões?

— Sim! — Respondeu Jimin, animado — Isso não é o máximo?

“E eu achando que a gente iria pra um motel” — Pensou Jungkook. 

— Ah sim, é o máximo… um encontro em um parque de diversões — Jungkook jamais iria em um encontro desse tipo, pagar de namoradinho não era do seu feitio. Mas de certa forma estava curioso e gostava de conversar com Jimin, ele era uma companhia agradável.

— Você está terminando a escola esse ano, né? — Perguntou Jungkook.

— Sim, graças a Deus esse ano eu termino.

— E já sabe o que quer fazer?

— Estou pensando em um cursinho de enfermagem, gosto da área, ou quem sabe tentar entrar na medicina. 

Jungkook o imaginou de jaleco e seu coração acelerou. 

— Tenho certeza que vai conseguir. 

— Você acha? Eu fico um pouco inseguro...

— Se sentir inseguro é normal, mas não permita que isso o impeça de seguir seus objetivos. Se é o que quer, se empenhe por isso e faça, você consegue.

— Obrigado Jungkook, eu vou me esforçar — Jimin sorriu e sentiu suas bochechas corarem — Mas e você? O que você estuda?

— Eu? Eu estudo administração, vou herdar e gerenciar a empresa do meu pai, ele meio que traçou o meu futuro desde pequeno.

— Mas e você? O que você quer fazer?

Jungkook ficou momentaneamente paralisado. Em todos os encontros que teve, ninguém nunca se importou em perguntar o que ele realmente queria. Todos pareciam presumir que ele só aspirava a ser um CEO e nada mais.

— O que eu quero fazer? — Aquela pergunta parecia difícil de responder, como quando perguntam numa entrevista de emprego quais são seus defeitos e qualidades. 

— Sim, você me disse o que seu pai quer que você faça, mas eu quero saber o que você quer fazer.

Odiava não ter uma resposta para a pergunta de Jimin, queria impressioná-lo e parecer forte, mas se sentiu pequeno e confuso.

— Sinceramente eu não sei, Jimin...

— Não se preocupe — Jimin tocou sua mão — Você vai achar algo que realmente goste de fazer.

Jimin sorriu de uma maneira tão doce que, naquele momento, Jungkook se viu totalmente cativado por esse novo sentimento. Era a primeira vez que alguém demonstrava genuíno interesse nele, a primeira vez que uma conversa tão simples conseguia tocá-lo profundamente. Era a primeira vez que um sorriso fazia seu coração bater mais rápido, criando uma sensação estranha de frio na barriga.