Lost: O candidato escrita por Marlon C Souza


Capítulo 8
Capítulo 8 - Passado X Futuro: o foco é a ilha




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O jato de Desmond estava voando em direção a Seul, e a atmosfera a bordo era tensa e desconfortável. Sentados em lados opostos da cabine estavam dois grupos de pessoas: Aaron, Yan e Clementine de um lado, e do outro, Desmond, Roger e Charlie Hume, filho de Desmond. Havia um silêncio tenso que pairava no ar, e ninguém parecia disposto a quebrá-lo.

Charlie Hume mantinha um olhar sombrio em direção a Aaron, que se sentia desconfortável sob sua presença intimidante. Finalmente, Aaron decidiu que era hora de perguntar sobre a identidade de Charlie.

— Você seria quem mesmo? — perguntou Aaron, com uma ponta de desconfiança na voz.

Charlie olhou para Aaron e se apresentou:

— Desculpe-me por não me apresentar antes. Sou Charlie Hume, filho de Desmond.

Ele esticou a mão para cumprimentar Aaron, mas Aaron recusou o gesto. Charlie retirou a mão, frustrado, e olhou pela janela. Aaron percebeu que o clima entre eles não estava nada amigável.

— Mas então, vocês dois vieram nos buscar agora? Por que não fizeram isso antes, sabendo do perigo da missão? — perguntou Aaron, indignado.

Desmond respondeu a pergunta de Aaron, explicando que os movimentos deles estavam sendo monitorados diariamente, e que a viagem comercial parecia ser a opção mais segura. Aaron olhou para Charlie e ironizou:

— Então, este é o herdeiro de todo império Widmore?

Charlie, que estava ouvindo a conversa, interveio:

— Na verdade, eu não me importo com dinheiro. Todo esse papo de herança me enoja.

O clima ainda estava desconfortável, e para piorar a situação, Desmond mencionou que eles fariam uma última parada em Seul para buscar Ji Yeon Kwon, herdeira das Indústrias Paik.

— Pensei que essa indústria havia falido. Foi o que você me disse. — Disse Aaron.

— Não completamente. Ela perdeu parte das ações após a morte do senhor Paik e com o desaparecimento dos pais de Ji Yeon. Ji Yeon herdeu a empresa e está tentando reerguê-la. — Comentou Desmond.

— E por que ela virá conosco nesta missão? — perguntou Aaron, levantando a suspeita de todos.

Desmond evitou responder diretamente à pergunta, mas afirmou que a missão era muito importante e que eles deveriam confiar nele. O clima tenso a bordo do jato só aumentava, e todos se perguntavam o que os aguardava em Seul.

O ano era 2029 e Desmond estava no telefone com Richard. Richard se encontrava na sede regional da Widmore em Sydney. Eles estavam discutindo sobre a última peça que faltava para completar o quebra-cabeça, e Richard estava observando Aaron através da janela, sentado em um banco na pracinha em frente à empresa.

— Está tudo encaminhado — disse Desmond — mas falta apenas Aaron para finalizarmos a missão.

— Não acredito que será muito difícil — disse ele — mas temos que ter cuidado.

Desmond elogiou Richard por presidir a sede na Austrália e disse: — Você é realmente um trunfo para nós.

Richard sorriu desconfortavelmente, enquanto Desmond brincava com ele sobre sua idade.

— Para um homem que tem mais de 200 anos você está bem conservado. — Disse Desmond, rindo.

— E você pode prever o futuro e aguentar milhares de cargas de radiação. Não somos tão diferentes. — disse Richard.

Desmond ficou sério e disse: — Essa conversa é completamente desnecessária. Precisamos nos concentrar na missão.

Richard concordou e perguntou: — Você segue com a missão porque já sabe o que vai acontecer. Certo?

Desmond respondeu: — Eu vi o futuro, Richard. Sei que ficarei livre da ilha para sempre, mas preciso entregar todos os candidatos para que isso aconteça como previsto.

Richard ficou impressionado. — Você renunciou a tudo por essa missão dada por Hugo. Mas tudo isso porque você já previu o sucesso da missão. Não acha isso incrível?

Desmond bufou e disse — não é incrível, é um fardo maldito dado por aquela ilha. Amanhã, neste mesmo horário, preciso encontrar-me com Aaron no Mr Clucks. Ele provavelmente não vai se lembrar de mim.

Richard olhou para Aaron sentado no banco da pracinha, pensativo. — Ele era um bebê quando te viu pela primeira vez. O que você acha?

— Vamos seguir com a missão. Vai dar tudo certo. Vou desligar, amanhã estou aí. — Disse Desmond desligando o telefone. Naquele dia, estava dentro do jato indo diretamente para Sydney.

No presente, o avião pousou em Seul, capital da Coreia do Sul, e todos seguiram Desmond até o saguão do aeroporto. Charlie e Aaron não conseguiam tirar os olhos um do outro, e havia uma tensão palpável entre os dois. Após algumas horas, eles foram conduzidos a uma sala redonda dentro da antiga sede da Paik, no centro da cidade. Ji Yeon chegou rapidamente, lançando um olhar desconfiado para todos os presentes e falando em coreano com seu secretário, expressando sua insatisfação com a visita. Mas Charlie entendeu e deu uma risada irônica.

— Algum problema com nossa presença, senhorita Ji Yeon? — Disse Charlie em coreano, fazendo-a se sentir desconfortável.

Ji Yeon se aproximou deles e se apresentou formalmente. — Sou Ji Yeon. Prazer em conhecê-los.

Desmond foi direto ao ponto:

— Você sabe por que estamos aqui.

— Sim, e minha resposta é não. — Respondeu Ji Yeon, virando-se para sair. Antes que seus seguranças os expulsassem da sala, Desmond gritou:

— Richard está morto. Wilbert está agindo, Ji. Precisamos agir rápido.

Ji Yeon parou por alguns segundos, claramente surpresa. Ela virou-se para encará-los novamente antes de sair sem dizer mais nada, deixando todos atônitos. Do lado de fora, Desmond estava visivelmente perturbado.

— Droga! — Exclamou ele.

— Isso foi um fracasso total. — Disse Clementine, desanimada, com um sorriso irônico no rosto.

— Que surpresa. — Ironizou Charlie. — Deixe-me falar com ela.

— Por que você acha que ela vai te ouvir? — Perguntou Aaron, cético.

— Porque eu falo coreano, meu caro. — Respondeu Charlie, sorrindo confiante. — Não sou um incompetente. Vou resolver isso. — Disse Charlie, afastando-se do grupo. Desmond bufou, cansado das atitudes impulsivas do filho.

— Roger, vá com ele. — Ordenou Desmond, fazendo Roger seguir Charlie imediatamente.

No passado, Desmond havia acabado de conversar com Aaron e o deixou para trás. Enquanto caminhava em direção ao seu escritório, sua mente estava em alerta. Ele sabia que a missão era perigosa e que qualquer descuido poderia custar caro.

Quando finalmente chegou ao seu escritório, Desmond se sentiu momentaneamente seguro. Ele fechou a porta e se serviu uma cerveja, mas sua tranquilidade foi interrompida por uma batida na porta.

— Quem é? — perguntou Desmond, com a mão no bolso, segurando uma faca como precaução. Ele andou silenciosamente até a porta e abriu-a com cautela. Do outro lado estava Wilbert DeGroot, o mesmo homem que o perseguia há anos. Desmond ficou tenso, esperando pelo pior.

— Olá, Desmond. Podemos conversar? — Perguntou Wilbert, com um sorriso falso no rosto.

Desmond respondeu, com voz firme: — Não temos nada para conversar.

Wilbert ignorou a pergunta e avançou para dentro do escritório. Desmond se manteve alerta, mas não esperava que Wilbert tivesse vindo sozinho. O ar ficou pesado e a tensão aumentou. — O que você quer, Wilbert? — Perguntou novamente.

Wilbert fechou a porta atrás de si e respondeu, com a voz suave, mas ao mesmo tempo, ameaçadora: — Quero apenas, conversar Desmond.

De repente, Frank entrou com a arma em punho apontando para a cabeça de Desmond.

— Frank? — Indagou Desmond, completamente assustado. — Está trabalhando para ele agora?

— Desculpe, Desmond. Não tenho nada contra você. — Disse Frank.

— Vai me matar? — Indagou Desmond, se aproximando de Frank, destemido. — Vá em frente.

— Não vim te matar, Desmond. Eu quero conversar, apenas. Frank só veio assegurar que essa conversa iria ocorrer. E pegamos um dos seus homens, Roger Miles. Acredito que ele não esteja muito bem agora. — Disse Wilbert, deixando Desmond tenso. — Relaxe. Ele vai ficar bem — completou Wilbert, acenando para Frank abaixar a arma.

Desmond sorriu ironicamente. — Então, sente-se. Fique à vontade. — Comentou, acenando para os dois se assentarem.

No presente, o coração de Charlie batia descompassado enquanto ele se esgueirava entre os carros apressados, tentando despistar Roger, que o seguia de perto. Ele correu para dentro de uma loja, mas Roger entrou logo atrás dele. Charlie se virou, pronto para lutar, mas Roger desviou rapidamente.

— O que diabos você quer de mim? — Gritou Charlie.

— Seu pai me pediu para ficar de olho em você, é só isso. — Disse Roger.

— Então, por que você está me seguindo como um psicopata?

— Você sabe como é, preciso manter as aparências.

— Eu pago para você me deixar em paz. — Ofereceu Charlie, desesperado.

— Não quero o seu dinheiro. Quero saber o que você está tramando. — Respondeu Roger, firme.

Charlie fugiu e Roger o seguiu, mas logo conseguiu se esconder em um beco e escapar. Ele continuou correndo até chegar a um prédio no centro de Seul, onde pegou um elevador até o último andar. Lá, ele foi recebido por Ji Yeon, e os dois se beijaram apaixonadamente antes de se entregarem ao desejo.

Depois de alguns minutos, os dois se encontravam na cama, quando, Ji Yeon mudou o assunto:

— Você viu a cara do seu pai quando eu disse que não iria?

— Ele é um imbecil. — Charlie respondeu, sorrindo.

— Vai ser uma missão perigosa. Mas eu vou, com certeza — Ji Yeon suspirou.

— Eu sei. Mas estarei torcendo por você.

Os dois se olharam por um momento antes de se beijarem novamente, sem saber o que o futuro lhes reservava.

No passado, Desmond estava no seu escritório conversando com Wilbert enquanto Frank observava tudo de perto. A tensão era palpável e Desmond já sabia que algo estava para acontecer.

— O que você quer comigo, Wilbert? — perguntou Desmond, com voz firme.

Wilbert se aproximou e respondeu: — Eu posso dar a sua vida de volta, Desmond. Toda a paz que você sempre sonhou. Mas você precisa parar com essa ideia de juntar candidatos. É a única saída para você.

Desmond olhou diretamente nos olhos de Wilbert e respondeu: — Eu não vou parar. Não importa o que você diga.

— Você sabe que não pode nos vencer, não é? — disse Wilbert, com um sorriso confiante no rosto.

— Não custa tentar. — disse Desmond, com um sorriso sarcástico nos lábios.

Wilbert continuou: — Você é um desgraçado que virou dono de um grande império de uma hora para outra, Desmond. Se eu fosse você, deixaria toda essa loucura e iria viver sua vida. Deixe a brincadeira da ilha para quem sabe lidar com ela.

Desmond respondeu, com firmeza: — Eu vivi boa parte da minha vida preso naquela ilha. Eu sei muito bem lidar com ela.

Nesse momento, Alvar Hanso entrou no escritório em uma cadeira de rodas. Desmond ficou chocado e tenso, sem saber o que fazer.

— Olá, Desmond. É um prazer finalmente conhecê-lo. — Disse Alvar, olhando diretamente para Desmond.

Desmond perguntou, confuso: — Alvar Hanso?

— Eu esperei muitos anos para finalmente ver os frutos daquela ilha. Uma das primeiras pessoas que conheci foi Charles Widmore. Eu dei tudo a ele. — Explicou Alvar. — Mas nada se compara a você. O homem que sobreviveu a altas radiações. Fico feliz em saber que hoje você preside a Widmore, uma das minhas primeiras iniciativas.

Desmond perguntou, surpreso: — Onde quer chegar? Você fundou a Widmore?

Alvar respondeu, com um sorriso satisfeito: — Sim, rapaz. A Widmore, a Dharma e muitas outras empresas por ai. Charles não seria nada sem mim.

Desmond perguntou, preocupado: — O que você quer de mim?

Alvar respondeu, com simplicidade: — Eu posso deixar a Widmore e sua família em paz. Basta vocês esquecerem essa história de ilha.

Desmond recusou: — Eu não vou parar.

— Achei que diria isso. Mas foi produtiva nossa conversa.

Alvar se virou para sair, enquanto Wilbert sorria satisfeito. Frank, que estava observando tudo de perto, suspirou. Os três deixaram o escritório de Desmond, deixando-o para trás. No caminho, passaram por Aaron, que descia de sua moto e estava indo até o escritório de Desmond. Wilbert olhou para Aaron e disse: — Boa noite.

Aaron respondeu com um sorriso, sem saber o que estava acontecendo. Mal percebeu que aqueles homens vinham do escritório de Desmond.

No presente, Roger voltava frustrado por não ter encontrado Charlie e Desmond viu ele vindo de longe e apenas disse: — Ele te fez de idiota, não é?

Clementine riu. Aaron se levantou suspirando pensando que tudo iria fracassar ali novamente. Desmond se aproximou de Roger e comentou:

— Não liga para isso, brother. Iremos dar outro jeito.

De repente, Charlie chegou com a notícia que abalou a todos: — Então, ela vai.

— O que? — Perguntou Desmond. — O que você fez?

Yan comentou: — Não brinca. Vocês transaram, não é?

— Não importa o que aconteceu, ela disse que vai. Pediu para nos encontrarmos lá no aeroporto daqui há uma hora. — Disse Charlie, com a mão no bolso. Roger olhou para ele e não conseguia conter a raiva pelo o que o rapaz fez com ele.

Aaron olhava desconfiado. Não importava o que acontecesse, ele não confiava em Charlie.

Algumas horas depois, todos se encontravam no aeroporto esperando Ji Yeon para partirem rumo à Sydney. Ji apareceu vinda em um carro particular com motorista. Se aproximou de todos e deu um sorriso para Charlie. Clementine percebeu o que estava rolando e então revirou seus olhos. Sem mais delongas, todos adentraram o jato para partirem para Sydney e finalmente rumo à ilha.

No passado, Roger e Desmond estavam dentro de um ginásio repleto de homens bem treinados, prontos para seguir suas ordens. Desmond não podia deixar de notar a tensão no ar.

— Esses são os homens que você conseguiu? — perguntou ele a Roger.

— Não se esqueça que foram eles que o seu dinheiro comprou e passei algumas horas no hospital. Não tive tempo de reunir todos da lista. — respondeu Roger com um sorriso torto.

Desmond se aproximou de um homem alto de cabelos loiros e bigode, que olhou para ele e apertou sua mão.

— Meu nome é Juan Smith. Sou o capitão do navio que vai levar essa tropa para a ilha. Prazer em conhecê-lo, senhor Hume — disse Juan.

— O prazer é meu. Roger falou muito bem de você. Mas lembre-se de que esta missão é extremamente perigosa — disse Desmond com um sorriso.

— Eu entendo a gravidade, senhor. É por isso que me preparei bem — respondeu Juan com determinação.

Desmond se virou para Roger e disse: — excelente. Agora precisamos que você vá para a Califórnia com Aaron.

— Aquele merdinha da academia? — Comentou Roger, com um sorriso no rosto. — Tudo bem, vou acompanhar ele — respondeu Roger, impaciente.

— Academia? — perguntou Desmond confuso.

Roger ignorou a pergunta de Desmond. — Quando eu saio? — perguntou ele.

— Seu voo é amanhã de manhã. Não se atrase — respondeu Desmond com um tom autoritário.

— Entendido — disse Roger antes de sair.

Desmond deixou o ginásio e parou para pensar do lado de fora. Ele ainda não estava convencido de que essa missão valia a pena. De repente, ele sentiu um toque em seu ombro e se virou para ver Hugo.

— E aí cara — disse Hugo com um sorriso amigável.

— Você sabe que eu não queria te ver mais — respondeu Desmond com frieza.

— Eu entendo, Desmond. Você está chateado porque eu nunca te contei que poderia sair da ilha quando quisesse. Mas você sabe que eu não podia te dizer, né? Você não tem esse poder — explicou Hugo com uma expressão triste.

— Ok, eu já aceitei isso. Mas me responda uma coisa: se eu desistir dessa missão agora, o que vai acontecer? — perguntou Desmond com um olhar preocupado.

— Bom, todos nós estaremos condenados. — Respondeu Hugo com um tom sombrio.

Desmond ficou em silêncio, ponderando suas opções. Hugo colocou a mão em seu ombro para confortá-lo. — Você não está sozinho, cara. A ilha está com você. E eu estou aqui também — disse ele com um sorriso esperançoso.

— Claro, agora estou aliviado — respondeu Desmond com sarcasmo.

— Não se esqueça de que Taurus pode estar por aí tentando voltar para a ilha. — Disse Hugo, lembrando à Desmond o motivo de tudo aquilo. Mas aquela fala de Hugo intrigou Desmond, fazendo-o refletir sobre algo.

— Taurus poderia assumir forma de gente igual o monstro fumaça assumiu a forma de John Locke?

— Acredito que sim. Mas por quê? — Perguntou Hugo, tentando entender o motivo da pergunta de Desmond.

— Faz sentido. — Disse Desmond, antes de se afastar rapidamente de Hugo.

— O que faz sentido? — Gritou Hugo, mas Desmond não ouviu sua pergunta, afinal, já se afastara de Hugo. — Tá bom cara, vou ficar por perto. — Disse Hugo, dando um leve sorriso desconfortável, percebendo que Desmond não estava mais ali.

No presente, o jato aterrissou em Sydney e os passageiros desembarcaram apressadamente. Clementine e Yan observavam ao redor, curiosos com a sua primeira visita à Austrália. Ji Yeon permanecia em silêncio enquanto trocava olhares com Charlie Hume, e Desmond e Roger caminhavam juntos em silêncio, todos se dirigindo às instalações da Widmore Corporation. Aaron estava aliviado por finalmente voltar para a casa.

Enquanto todos seguiam em direção à sala de reuniões, Yan perguntou a Aaron: — É aqui que você trabalha?

Aaron respondeu prontamente: — Sim, é aqui.

Todos os olhares se voltaram para o grupo de Aaron quando chegaram, incluindo Tyler, um amigo de Aaron, que sussurrou algo no ouvido de Janet. Aaron notou, mas optou por ignorar.

Na sala de reuniões, Penelope já estava presente, junto com Juan Smith, Jessy Williams, Bianca Torres, Marcel Jancle e outras pessoas que embarcariam na missão. — Por favor, sentem-se. Estávamos esperando por vocês. — Disse Penelope, indicando as cadeiras vazias.

Antes de começar a falar sobre a missão, Penelope fez uma pausa para honrar a morte de Richard Alpert nos Estados Unidos. — Antes de começarmos, vamos fazer um minuto de silêncio pela vida de Richard, que nos deixou para sempre. É uma grande perda para Widmore.

Desmond, impaciente, interrompeu: — Vamos falar sobre a missão.

Penelope limpou a garganta, acionou a apresentação de slides e explicou:

— Como todos vocês sabem, estamos reunindo vocês aqui porque temos uma missão em uma ilha no Pacífico. Nosso objetivo é explorá-la e descobrir algo de valor para a Widmore. Vocês foram escolhidos como os melhores para essa missão.

— Então, nossa missão é apenas explorar a ilha e ir embora? — Perguntou Yan.

— Basicamente — respondeu Penelope.

— Então, por que querem nos matar? — Yan perguntou diretamente. Todos os presentes olharam para ele, e Desmond explicou:

— Digamos que o que está lá interessa a outras pessoas também.

— Bom, vou apresentar a equipe de vocês — disse Penelope. Ela começou com Aaron Littleton, que foi promovido a Diretor Executivo da Widmore em Sydney. Aaron ficou surpreso, mas não disse nada naquele momento. Jessy Williams, médica renomada do hospital de Sydney, se levantou enquanto todos aplaudiam. Bianca Torres, geóloga formada no Brasil, também foi aplaudida por todos. Yan Tedros, enfermeiro formado na Colúmbia, se levantou ao ouvir seu nome e recebeu aplausos.

Clementine Phillips, física formada em Oxford, também foi apresentada e se levantou para aplausos. Marcel Jancle, arqueólogo francês, foi um dos últimos a ser apresentado. As apresentações continuaram, com Penelope sorrindo enquanto Desmond retribuía o sorriso de sua esposa. O clima era de expectativa e excitação enquanto todos se preparavam para a missão.

A noite caía sobre a cidade e o bar estava cheio de gente animada. Aaron, Yan e Clementine estavam sentados em uma mesa discutindo a missão, quando de repente, Tyler entrou no bar e fez seu caminho até a mesa deles.

— E aí, maninho? — Tyler disse, batendo nas costas de Aaron.

— Tyler, que surpresa! — Aaron exclamou, animado em ver o amigo.

— Muito prazer. Meu nome é Tyler Abaddon. — Tyler cumprimentou Yan e Clementine com um sorriso amigável.

— Prazer, Clementine Phillips. — Disse Clementine.

— Yan Tedros. — Disse Yan.

— Eu ouvi que você foi promovido, cara. Incrível! — Tyler disse, acenando com a cabeça para Aaron.

— Fui sim, mas eu não vou aceitar. — Aaron respondeu, suspirando.

— O quê? Por quê? — Tyler perguntou, parecendo confuso. Yan e Clementine olharam para Aaron, esperando a resposta.

— Eu não quero essa vida, cara. Depois dessa missão, eu quero ser músico. Vou abandonar tudo isso e seguir meu sonho. — Aaron explicou, com um brilho nos olhos.

Clementine soltou uma risada irônica. — E o prêmio de burrice vai para... — ela zombou.

— Eu não entendo por que você tOmeria essa decisão, Aaron. — Tyler disse, parecendo preocupado.

— É porque ele é diferente. Não é padrão como os outros. — Yan respondeu, defendendo Aaron.

— Gosto de pessoas que não seguem o rebanho. — Clementine acrescentou, sorrindo maliciosamente.

Aaron sorriu de volta, achando que sabia o que Clementine queria dizer. — Você sabe que aceitou essa missão por mim, não é, gatinha? — ele provocou, rindo. Estava um pouco alterado pela bebida.

Yan e Tyler se calaram, percebendo que Clementine não estava feliz com o comentário de Aaron.

— Eu espero que você saiba que meu interesse nessa missão é apenas científico. Não pense que eu estou te dando mole. — Clementine se levantou, pronta para sair.

Aaron se levantou também, tentando alcançá-la. — Ei, desculpa. Eu não quis ofender você. — ele se desculpou, tentando recuperar a amizade.

Enquanto isso, Desmond e Penelope estavam em um quarto de hotel, preparados para dormir. Eles tinham acabado de juntar todos os envolvidos na lista de Hugo. Deitados na cama, eles tentavam relaxar depois de um dia exaustivo.

— Finalmente — disse Desmond, aliviado.

— Parece que finalmente conseguimos juntar todos eles, Dess — concordou Penelope.

Mas a mente curiosa de Desmond ainda estava agitada. — Eu ainda estou intrigado com uma coisa, Penny — disse ele. — Você poderia me falar mais sobre as origens da Widmore?

A pergunta pareceu pegar Penelope de surpresa. Ela olhou para Desmond, incerta. — Por que essa pergunta agora, Dess?

— Eu só queria saber — explicou Desmond. — Como seu pai, que era um nativo daquela ilha, se tornou um empresário tão renomado.

Mas Penelope não respondeu imediatamente. A tensão se espalhou pelo quarto, e Desmond começou a se perguntar se havia ido longe demais. Então, ele tentou uma nova abordagem.

— Foi Alvar Hanso quem fundou a Widmore? — perguntou ele.

Ainda sem resposta, Penelope se virou na cama, procurando uma maneira de escapar do assunto. Mas Desmond não estava disposto a deixar isso passar. Ele bufou e saiu da cama, decidido a descobrir a verdade. Penelope ficou sozinha, tensa e pensativa.

Desmond saiu do quarto e se deparou com Ji Yeon, parada em frente à porta do quarto de seu filho. — O que está fazendo aqui? — perguntou ele.

Ji Yeon ficou claramente desconfortável. — Eu vim... saber mais informações da missão. Acho que errei a porta — disse ela, arranhando a garganta.

Desmond riu, mas havia um tom de desconfiança em sua voz. — Seja mais discreta da próxima vez — disse ele. Ji Yeon assentiu com um sorriso forçado enquanto Desmond se afastava. Alguns minutos depois, Desmond estava em seu escritório, pensativo, ele estava com medo do que Alvar poderia ser capaz, mas a sua liberdade valia mais. A missão estava caminhando para o sucesso.


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