A Pedra Filosofal: Regulus Black Mestre de Poção 1 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 10
Capítulo 10




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Pouco mais de um ano depois dessa festa, ele já tinha feito coisas que não esperava. Viajando pela Londres trouxa, ao lado de uma nascida trouxa foi muito informativo. Ele aprendeu muito não só sobre os trouxas como também sobre ele mesmo. Regulus descobriu gostar muito de filmes musicais, e em seu aniversário Persie lhe deu uma televisão enfeitiçada para funcionar sem energia elétrica.

Então  em  87 ele recebeu a notícia de que ela estava deixando o posto de professora por causa de sua irmã. A sra. Jameson estava grávida para a grande felicidade da família. Regulus lhe mandou uma cesta parabenizando a família, não que ele achasse que Jo Jameson fosse ficar muito feliz, mas Stevens estava muito feliz com o novo sobrinho. A felicidade, porém, se tornou preocupação quando eles descobriram que a gravidez era de risco, e para cuidar da irmã Stevens deixou Hogwarts apenas com a promessa de Dumbledore que o cargo dela estaria sempre lá se ela quisesse.

Ela foi substituída por Quirrell que tinha se formado a pouco tempo. O homem tímido fez um bom trabalho ensinando os alunos até 1990 quando ele partiu para um ano sabático.

Quando voltou, ele se tornou o professor de DCAT, e um novo ano letivo estava se iniciando.

 

1991

O dia primeiro de setembro caiu em um domingo neste ano, e às oito da noite todos os alunos do segundo ano para cima estavam sentados em seus lugares, na única noite em que os alunos sentiam nas mesas respectivas de suas casas.

Os professores estavam sentados na grande mesa principal esperando pelo início da seleção. Regulus estava em seu lugar habitual na ponta da mesa, o mais próximo da mesa da sonserina, com Quirrell sentado ao seu lado.

Horas atrás ele viu Quirrell e Hagrid respondendo a curiosidade dos outros professores, pelo que Regulus descobriu que ambos se encontraram com Harry Potter, que finalmente havia entrado em Hogwarts.

Regulus preferiu apenas esperar para ver com os próprios olhos, ao invés de se apegar à imagem que os outros coloriam.

A última vez que ele ouviu falar de Harry Potter foi em 1983, quando em uma conversa Dumbledore disse que o garoto estava seguro com a família do menino. Regulus imaginou que fosse pelo lado de Lily, já que não havia nenhum parente direto de James vivo.

Outra pessoa que está chegando a Hogwarts é seu sobrinho Draco, apesar de ele ter um bom relacionamento com Narcisa e até mesmo com Draco, Regulus sabe como é a influência de um pai na vida de alguém tão novo.

Pelo menos enquanto o garoto estiver na escola, o menino poderia aprender algo além do ódio cego pelo diferente.

Quando as portas se abriram, a atenção de Regulus se voltou para a pequena massa de crianças que adentravam ao salão, enquanto o coral cantava o hino da escola. Mesmo depois de vinte anos, a atenção completa dele se torna dispensável.

Então, quando a apresentação acabou, ele apenas aplaudiu educadamente, sua atenção presa nos rostos fascinados dos alunos. Enquanto as coisas eram preparadas para a seleção, McGonagall explicava as crianças.

Regulus encontrou Draco facilmente, suas mechas loiras se destacavam no meio das crianças. Assim como os cachos rebeldes em quem ele percebeu facilmente ser Harry Potter, o menino é a cara do pai, quase como uma cópia perfeita. Mas as diferenças estavam lá para qualquer um que se lembrasse do homem morto. Os olhos eram expressivamente a maior diferença, em tom verde esmeralda em vez de castanho chocolate, os olhos Lily. Fora isso, o menino parecia muito baixo, mesmo em relação aos colegas da mesma idade, havia uma considerável diferença de altura. E ele parecia tímido, algo que Regulus em particular nunca presenciou no pai do garoto. Também tinha os óculos que eram redondos enquanto os de James eram mais quadrados, diferença tola, mas ainda lá.

Regulus também notou de relance as mechas ruivas de um garoto de rosto arredondado e cheio de sardas.

Weasley ele pensou, as semelhanças lá para se comparar com os outros cinco que passaram antes dele Arthur Weasley não podia só ler livros ou outra coisa no seu tempo livre, realmente.

Por alto em sua cabeça, ele contou quase quarenta alunos. As pessoas realmente fizeram valer suas vidas durante a guerra. Ele pensou diante do maior número de primeiranistas desde que ele se tornou professor.

— Hannah Abbott — Minerva chamou. E todos se calaram para ouvir a seleção.

Uma garota de rosto rosado e maria-chiquinhas louras saiu aos tropeços da fila e se sentou no banquinho. McGonagall colocou o velho chapéu falante sobre a cabeça dela.

— Lufa-Lufa — anunciou o chapéu após um momento de silêncio.

O salão explodiu em aplauso e alguns alunos se encolheram com o estrondo. A menina se moveu para a mesa à direita mais próxima ao banquinho.

— Susan Bones!

— Lufa-Lufa — anunciou o chapéu outra vez, e Susan saiu depressa e foi se sentar ao lado de Hannah.

Dois lufanos seguidos já são dois galeões para Persie. Mesmo três anos desde que ela saiu de Hogwarts os dois ainda conversam regularmente através de cartas. E a aposta anual sobre os primeranistas continua como sempre; um galeão por cada cabeça entrando em sua casa e mais quinze para quem tiver mais novatos.

— Eu jogaria na sua cara que você está me pagando pela sua sobrinha — ela disse enquanto ele apagava, após a seleção de  1984 — mas você não parece surpreso.

— Se a conhecesse como eu, e ao pai dela, você saberia que ela seria Lufana, ou Graças a Merlin que não, uma Grifinória.

— A rivalidade nunca morre.

Ele apenas sorriu para ela.

Sua atenção voltou ao grupo quando o chapéu gritou Sonserina, e sua casa explodiu em aplausos enquanto uma menina ia na direção da mesa. Nos primeiros anos de Regulus como Professor, e em sua maior parte como aluno, ele não costumava ver qualquer nível de comemoração quando alguém era selecionado para a Sonserina, todo os problemas que a casa tinha com seus colegas, a maior parte vindo de anos anteriores ao nascimento deles, puro ressentimento.

Hoje ele se sente orgulhoso de ver os alunos, principalmente os mais velhos, das outras três casa aplaudindo suas novas crianças.

— Justin Finch-Fletchley!

— Lufa-Lufa.

Ele aplaudiu novamente, mantendo sua expressão o mais leve possível mesmo estando perdendo em sua aposta, não seria muito maduro da parte dele assustar os alunos só porque está perdendo alguns galeões por causa de um acordo infantil com sua amiga.

Seamus Finningan, Hermione Granger: Grifinória. Outras duas meninas para Corvinal.

— Neville Longbottom.

A respiração de Regulus falhou por um segundo, o menino se encaminhou para o banquinho. Regulus não gostava de pensar no que levou seu ex melhor amigo para a prisão, principalmente depois da morte dele no começo de 1983. O que Barty fez já era terrível e repugnante, conhecendo o pobre bebê que se tornou praticamente órfão pelos atos cruéis e abomináveis de seu amigo e prima, bebê que hoje tem onze anos mas que não teve chance de ter uma família real por causa deles. Causa que um dia ele defendeu. 

Mas o que aconteceu aos Longbottom não foi culpa dele, não havia o que ele fizesse que pudesse ter impedido aquilo. Mas a culpa é uma amiga feia que sempre está à espreita para te abraçar.

— Grifinória — o chapéu anunciou e ele aplaudiu junto com o resto. Assim como seus pais.

O menino saiu correndo para seu lugar ainda com o chapéu em sua cabeça, quando percebeu ele retornou, o rosto vermelho como um tomate de vergonha antes de voltar para a mesa.

Houveram mais duas garotas antes de outro nome que ele conhecia ser anunciado.

— Draco Malfoy.

Draco subiu os degraus com uma imitação barata da pompa de seu pai, cabeça erguida e um ar de se sentir melhor do que todos ali. O ego do menino sempre foi um problema, com Narcisa e Lucius tratando-o como o próximo rei da Inglaterra, mimado até os ossos. O tempo na escola ajudaria ao garoto perceber que ele é apenas uma pessoa normal, pelo menos Regulus espera isso. 

Draco se sentou no banco e McGonagall abaixou o chapéu que mal tocou na cabeça do garoto.

— Sonserina.

É claro.

Regulus sorriu e aplaudiu o sobrinho como fez com todos antes dele. Draco se virou para ele antes de descer e caminhar até a mesa, um sorriso meio feliz, meio arrogante enquanto passava pelos alunos ainda não selecionado.

Moon..., Nott e Parkinson — Sonserina obviamente. Duas gêmeas Patil, uma para a Corvinal, outra para a Grifinória, Perkes..., Sarah... e finalmente.

— Harry Potter! 

 Regulus respirou fundo para se estabilizar, a Marca Negra deu uma pontada fantasma, e ele se perguntou se Potter alguma vez considerou a cicatriz mais uma marca do que uma bênção.

O salão estourou em exclamações e perguntas, os alunos murmuravam, ou pelo menos achavam que o faziam; o som de todas as vozes se misturando em uma cacofonia. Era de se esperar que Potter atraísse tanta atenção, afinal o garoto não só sobreviveu a um Avada, como também é a causa da derrota do Lorde das Trevas.

Ao contrário do Regulus esperava para o menino que sobreviveu, e o filho de James, o menino parecia estranhamente tímido e até meio desconfortável como centro das atenções enquanto caminhava para o banco.

McGonagall pôs o chapéu em sua cabeça, os cachos rebeldes escapando para os lados.

Todos se calaram, se espichando para ter alguma visão. Regulus notou o interesse de Dumbledore na forma como ele se inclinou para frente, assim como metade dos professores. Regulus viu quando após os primeiros segundos, o menino agarrou a borda do banco.

Segundo se tornaram minutos, o silêncio tomou conta do ar em antecipação.

Um empata chapéu, quem diria. Regulus teria apostado em Grifinória sem pestanejar, mas a seleção não foi como ele apostaria. Se ele o fizesse, falaria que o chapéu concluiria tão rápido quanto fez com Draco. Mas novamente ele estava errado.

Nada fora do padrão a voz de Persie soou em sua mente, com seu tom debochado.

— Grifinória! — O chapéu anunciou por fim. A mesa dos leões rugiu. E Dumbledore pareceu particularmente contente com isso.

Mais longos minutos se passaram enquanto os demais alunos eram selecionados. Ele viu Harry se sentar ao lado do mais novo Weasley e conversar com Percy Weasley, o novo monitor da grifinória. E então olhando diretamente para Regulus, ele sorriu de volta, antes de se concentrar novamente em seus outros novos alunos.

No final da seleção, ele devia onze galeões a Persie e ambos terminaram empatados. Quem poderia dizer dez anos atrás, que sua amizade saudável com alguém da sua idade, seria com uma nascida trouxa? As voltas que o mundo dá.

Dumbledore desceu de seu lugar para a frente da mesa principal, seu discurso em andamento.

— Sejam Bem-Vindos — disse o velho — Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos o nosso banquete, eu gostaria de dizer algumas palavras: Pateta! Chorão! Destabocado! Beliscão! Obrigado.

Regulus se forçou a não revirar os olhos, não seria um bom exemplo.

Ele se concentrou no banquete quando este surgiu, observando de relance os alunos confraternizando. Após a sobremesa Dumbledore se levantou novamente.

— Hum... só mais umas palavrinhas agora que já comemos e bebemos. Tenho alguns aviso de início de ano letivo para vocês:

"Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar pela floresta da propriedade. E os alunos mais antigos se beneficiaram em se recordar dessa proibição.

O sr. Filch, me pediu para lembra-los que não podem fazer magia nos corredores.

Os teste de quadribol serão na segunda semana de aula. Quem estiver interessado em entrar no time de sua casa deverá procurar a madame Hooch. E por último, é preciso avisar que, este ano, o corredor do terceiro andar do lado direito está proibido a todos que não quiserem uma morte muito dolorosa."

Porra Dumbledore Regulus xingou, ignorando a voz muito parecida com a da sra. Jameson reclamando do seu linguajar. Pelo menos ele fazia isso apenas na presença de adultos, ou quando estava sozinho.

De qualquer forma, a mente de Dumbledore é um desafio para qualquer sábio entender. Que ideia mais estúpida é essa de colocar o corredor do terceiro andar sobre tanto destaque.

É claro que Regulus sabe o que está guardado lá, e porque o fim de qualquer idiota intrometido seria doloroso, ele mesmo ajudou a garantir a segurança do local, mesmo sendo particularmente contra a ideia de trazer a pedra filosofal para Hogwarts. Por mais segura que a escola pudesse ser, se Voldemort estivesse tentando retornar ou alcançar a pedra seria apenas colocar os alunos em risco.

Mas agora ele deu a todos os pirralhos mais intrometidos algo ao qual explorar. E aqueles dois garotos ruivos gêmeos seriam um problema. Agora ele teria que fazer mais rondas no terceiro andar para evitar que os gêmeos Weasley não se tornarem comida de cão de três cabeça.

Maravilhoso, realmente.

 

 


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