Ela lembrou-se de como era forte e decidida... Lembrou-se de que nada a abalava ou estremecia, enxugou as lágrimas e sorriu, porque tem a certeza que algo melhor está por vir... Pois nossa maior fraqueza está em desistir e o caminho mais certo de vencer é sempre tentar outra vez.

Márcia Reis

Zé Alfredo: Passamos por tanta coisa, não é Marta? — Falou pela primeira vez observando a paisagem daquele enorme oceano enquanto a luz da lua reluzia por todo o canto do mar e do navio, escutava os grilos que faziam alguns barulhos, mas mesmo assim não atrapalhando o percuso dos pensamentos do homem de preto – Custo até mesmo acreditar que aconteceu tudo nessa vida.

Maria Marta: Aconteceu, Zé! – Olhava atentamente o comendador com os seus olhos apurados. Pela primeira vez na vida não saberia dizer da onde estava vindo aquilo. De momento achava uma conversa sem sentido, mas a sua intuição dizia diferente – Me surpreende todas essas adversidades caber num mísero livro só – Deram risada – Mas sim, foram tantos desafios que tivemos que ultrapassar, né? – Suspirou, colocando uma mecha de cabelo por trás da orelha.

Zé Alfredo: E mesmo assim conseguimos sair ilesos, apesar de tudo!

Maria Marta: E sabe o porque isso, Zé? – Perguntou sem esperar resposta – Mesmo com as brigas, picuinhas ou o que seja que fosse, quando se tratava de um de nós nos uniamos. Era todos contra o mundo!

Zé Alfredo: Sempre foi! – Concordou – Somos imbatíveis, Marta! – Disse á frase que em outro momento a morena dos olhos verdes esmeraldas falou.

Maria Marta: Somos, Zé! – Abriu um lindo sorriso – Limitou-se á apenas dizer isso e permanecer presa em seus pensamentos.

Zé Alfredo: Aceita dançar essa música comigo? – Estendeu a mão para ela escutando uma suave melodia – She de Harry Styles.

Maria Marta: Sempre, Zé! – Pegou em sua mão que aproximou de seu corpo soltando o passo vai e vem no ritmo da música.

Os dois presos por aquele único momento de paz entre ambos.

Presos também em seus devaneios e conflitos de sentimentos que apenas aquela dança, seus corpos tão colados poderia proporcionar.

O comendador Medeiros nunca sentiu tamanho conflito de sentimentos como naquele instante.

Queria repuxar o seu bigode, gesto esse que fazia repetida vezes quando estava em estado de confusão, pensativo ou incomodado com algo.

E naquele momento isso tudo era graças á ela:

Maria Marta Medeiros de Mendonça e Albuquerque.

A impiedosa imperatriz dos diamantes.

A mãe de seus filhos.

A sua esposa.

A mulher que mais amou em toda a sua vida.

Quem conseguia torrar a sua paciência com muita facilidade.

A mulher que conseguia deixá-lo em conflito consigo mesmo.

Quem alugava um resort inteiro em sua mente.