Iron Maiden escrita por Tortinha


Capítulo 1
Be Quick or Be Dead


Notas iniciais do capítulo

olá! tenho essa fic a algum tempo postada no spirit e no wattpad... decidi vir pra cá agora também...

espero que gostem!



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Acordo no meio da noite, meus pesadelos novamente me torturando, e assim como sempre, lá no fundo, bem enterrada em minha alma havia a sensação de que algo terrível aconteceria, mas assim como sempre, não havia nada com o que me preocupar, ou assim eu pensava.

Cansado e de mau humor, decido me levantar, não havia motivos para ficar deitado, assim como em todos os outros dias, eu tinha a plena consciência de que não voltaria a dormir, já estava mais do que acostumado com isso e para falar a verdade era até bom, assim eu pelo menos mantinha uma certa rotina.

Me arrumei calmamente, tempo era definitivamente o que eu mais tinha no momento; após colocar uma roupa qualquer e me pentear, mesmo que meu cabelo jamais abaixasse e ficasse daquele jeito todo arrumado da maioria dos garotos, também decidi arrumar minhas coisas, as férias finalmente haviam acabado e eu poderia ir a escola, isso me deixava contente, pelo menos passaria mais tempo fora de casa e de meu quarto, já que eu não era uma pessoa muito sociável e que não gosta de festas, eu pelo menos teria o plano C.

Com todos os meus materiais colocados estrategicamente em minha mochila e meu uniforme esticado em minha cama recém arrumada, decidi sair de meu quarto e ir assistir algo, minha TV havia estragado e no presente momento estava no conserto, então entre assistir em meu notebook ou em uma tela plana de cinema, eu definitivamente preferia me arriscar, mesmo que isso resultasse em dores de cabeça e até mesmo no peito, eu ainda assim faria o que eu queria.

Com todo o cuidado do mundo para não fazer algum barulho me dirigi a sala de cinema. Como a casa era consideravelmente grande e o quarto de meus pais ficava relativamente longe de onde eu estava, não encontrei grandes dificuldades para passar por despercebido, claro que não seria nenhuma surpresa caso minha mãe aparecesse ali, ela tinha um dom super especial para prever certos acontecimentos, então eu estava apenas contando com a sorte, ela tinha uma super audição, parecia até mesmo uma daquelas super heroínas, nada condizente com o estado de saúde em que a mesma se encontrava 

Aconcheguei-me no primeiro sofá e peguei o controle, escolhi a um filme qualquer de terror, mesmo sabendo que era medroso para essas coisas, havia algo em meu ser que dizia "você não verá nem cinco segundos deste filme", e então me deleitei com ele por três horas e meia, porém ao mesmo tempo em que eu assistia minha mente não conseguia sair de meu sonho, esse havia sido real de mais, não era como os outros, onde as coisas aconteciam de forma fantasmagórica de mais para eu perder tempo reparando em todos os detalhes sórdidos da coisa, e sorri satisfeito comigo mesmo por ter acertado meu palpite sobre não assistir nada do filme. Já passava das 6:30 quando o espetáculo de terror finalmente acabara, e apesar de ter assistido a tudo sem desviar meus olhos da tela uma única vez, minha mente ainda vagava para meu sonho, como se ele fosse alguma espécie de lembrete, eu simplesmente não conseguia tirá-lo de minha mente, como se fosse um pequeno recado de que as coisas iriam mudar daqui para a frente.

Fico certo tempo parado pensando sobre as coisas e minha única e total certeza que eu possuía agora, era de que isso apenas faz parte da minha paranoia, como sou uma pessoa naturalmente preocupada sempre foi difícil dizer a mim mesmo que algo não aconteceria, ou que ninguém morreria, ainda assim era estranho o sonho estar tão vívido em minha mente.

Levantei-me com a maior calma do mundo e me dirigi a cozinha, meus pais já deveriam estar acordados, quem sabe eu até mesmo poderia me livrar de ter de ajudar a preparar o café da manhã; eu era de longe a pessoa mais atrapalhada desse universo, era sempre uma diversão, quem sabe até mesmo um passa tempo, para quem está por perto, contemplar minha desgraça deve fazer as pessoas se sentirem melhor, era difícil dizer e acreditar que ainda assim, com todo o meu jeito desengonçado, eu era o capitão do time de basquete e eleito o melhor jogador por três anos consecutivos, era realmente um grande feito para mim e minha total falta de tato, acho que na realidade correr e enterrar uma bola em uma cesta eram as únicas coisas que eu sabia fazer direito, pelo menos na parte das coisas que exigiam certos movimentos, se não fosse por isso, eu tenho certeza de que eu seria um sedentário aos 17.

Adentrei o enorme cômodo me sentindo imensamente grato aos deuses por não ter de cozinhar nada, em um pequeno surto de felicidade contida me aproximei de minha mãe e depositei um beijo em sua bochecha, andei até meu pai e o abracei, desejei um feliz dia a eles dois, peguei meu prato, onde continham três torradas, bacon frito e um ovo também frito e subi correndo as escadas até meu quarto, apesar de ainda ter muito tempo de sobra eu havia prometido a Ino que a ajudaria na floricultura hoje, como um bom amigo que sou, eu chegaria antes do horário combinado por nós, e ainda havia a parte em que eu precisava tomar meus remédio diários é claro.

Comi minhas torradas e o bacon de forma rápida, ao mesmo tempo em que eu escolhia alguma muda de roupa para colocar, sentindo-me completamente realizado ao ver os diversos tons de preto que ali residiam, juntamente com minhas novas peças que estavam contrastando perfeitamente bem com os tons mais escuros. Assim que coloquei a roupa limpa olhei-me no espelho, tudo apenas para me certificar de que estava gostoso, não que isso realmente mudaria em algo.

Desci as escadas aos saltos de dois degraus em dois, mas antes mesmo que eu sequer pudesse sonhar com a porta de entrada, uma cabeleira ruiva se pôs em minha frente de braços cruzados, se não fosse por seu sorriso, diria que eu conheceria a morte nesse exato momento, muito antes de chegar aos vinte anos de idade, que em todo o caso era a data que eu estava verdadeiramente esperando para contemplar Deus nosso senhor mais de perto, mais é claro que morrer para ela seria fazer isso do jeito mais imbecil que poderia ter para morrer.

— Não está esquecendo nada? -Disse minha mãe com uma voz doce e melodiosa, olhei para mim mesmo preocupado de que talvez eu finalmente tivesse esquecido de colocar as calças, mas fiquei confuso ao não ver nada faltando. - Sua mochila Naruto, ou você pretende chegar atrasado em seu primeiro dia de aula?

Abri a boca, mas desisti de falar, apenas subi as escadas correndo novamente e peguei minhas coisas, ao descer gritei um "até depois, amo vocês" para meus pais que me olhavam com curiosidade, esperando que eu tropeçasse e caísse como um ​​pato no meio do asfalto, ou pelo menos foi o que imaginei, podia se esperar literalmente qualquer coisa de mim, já que eu vivia cada coisa intensamente e levava qualquer corridinha ilegal segundo meu médico a sério.

A floricultura não ficava tão longe assim de minha casa, eram apenas dois quarteirões depois, então antes mesmo de Ino sonhar em me encontrar em sua casa, eu já estava lá apertando a campainha. A loira me abriu a porta e me recebeu com um sorriso estonteante, seguido de um abraço caloroso, sorri para ela também e assim que acabamos nosso cumprimento eu entrei em casa, que por ventura era mais minha do que da loira.

Ino era como minha irmã, estávamos juntos desde o momento de nosso nascimento, assim como ela haviam outros, considerados quase tanto quanto ela, mas não tão importantes como; a senhora e o senhor Yamanaka me receberam da mesma forma que a filha, nos sentamos a mesa, e fiquei esperando eles tomarem seu café da manhã, assim que todos eles acabaram de comer eu e Ino fomos para a floricultura, que por ventura ficava ao lado da casa. Pegamos nossos respectivos aventais e abrimos a loja.

— Você cresceu! Meu menino tá cada vez maior!- Comentou a loira com um ar de superioridade enquanto me media com os olhos.

—Vai se foder Ino! - A loira começou a gargalhar. - Uma hora eu fico maior que você, vai esperando, só espera.

— Qual é Naruto! Você tá perfeito assim, fofo como tem que ser. - Como se quisesse completar sua piadinha a mesma aperta minhas bochechas, o que me faz bufar.

— Seus comentários me comovem sua chata. - Digo já sem um único fio de paciência.

— Muito obrigada, mas você tem que se contentar com sua altura, mesmo pequeno é o melhor Jogador de basquete que já vi, não é tão ruim quanto você tenta fazer parecer. - Ela deu uma piscadela e mostrou a língua.

— Crianças, não quero brigas! - A senhora Yamanaka apareceu do nada e disse.

—Claro tia! Estávamos apenas tendo uma discussão saudável. -Falei e Ino revirou os olhos, isso fez com que sua mãe fizesse uma cara nada boa.

— Ino ... - Aguentei a risada, ela com toda a certeza do mundo levaria alguma bronca mais tarde.

— Tá bom mãe! Mas é verdade, olha como o Naruto cresceu! Além do mais, ele só se doeu assim porque é um mimado! Ninguém mandou todo mundo amar esse loiro oxigenado desse jeito!- A garota falou, em suas orbes azuis pude ver o ácido por trás de sua frase, enquanto isso sinto o rubor em minhas maçãs do rosto com o comentário final da mesma.

Sua mãe por sua vez apenas balançou a cabeça algumas vezes e murmurou algo inaudível, eu e Ino suspiramos e voltamos ao que tínhamos de fazer, mesmo que várias piadas viessem a seguir, apenas continuei como se nada tivesse acontecido, eu e ela sempre seríamos assim, não importa o que aconteça, Ino sempre seria a garota dos 1,85 e eu, Naruto Uzumaki Namikaze, o garoto desajeitado dos 1,60. As pessoas até mesmo dizem que Ino roubou minha altura e que talvez tenhamos sido trocados quando pequenos, nós apenas sentávamos e ríamos das piadinhas, mas nada mudava o fato de ela estar correta sobre eu ser mimado, jamais poderia negar este fato, ninguém media seus esforços para tentar NÃO me mimar.

Passamos o resto da manhã atendendo os clientes, que definitivamente não eram poucos, com alguns intervalos para brincadeirinhas de mau gosto e conversas paralelas, sempre sorrindo, podia dizer que estava imensamente feliz, o dia estava sendo muito melhor do que eu esperava que fosse por conta de toda a minha paranoia, porém até isso eu havia esquecido, por outro lado, minha ansiedade gritava comigo, eu não via a hora de rever meus outros amigos, a maioria deles havia viajado nessas férias e sequer tivemos a oportunidade de nos falarmos.

Assim que o expediente acabou fomos almoçar e logo em seguida nos arrumamos para irmos a escola, se as pessoas já não soubessem que nos consideramos irmãos e apenas isso, continuariam batendo na mesma tecla de que namorávamos escondido, apesar de nos divertirmos com isso antes, agora seria um problema, uma vez que Ino namorava com Gaara, este que sempre estava com sua maquiagem gótica na cara, algo que eu jamais entenderia, não que eu tivesse algo contra isso, mas o peso que aquele rímel e o lápis de olho levava a suas íris verdes era de mais.

Logo que terminamos tudo o que tínhamos de fazer na casa da loira nos dirigimos para a escola, esta que era regida por meu avô, Jiraiya, mais conhecido como a pessoa mais atenciosa que eu já havia conhecido, ainda não entendo como vovó Tsunade e ele deram certo juntos, bom, pelo menos meu pai havia herdado a calma de meu avô, parecia até mesmo que minha mãe era a filha deles e não meu pai, nunca entenderia o temperamento trocado dos dois, mas agradecia e muito meu pai ser mais calmo do que a dona Kushina, acho que eu jamais conseguiria viver minha vida direito se meu pai fosse de dar medo como minha mãe era.

Dona Kushina por sua vez era filha de Ashina Uzumaki com o renomado Fusou Uzumaki, ambos com uma personalidade forte, minha mãe era a copia perfeita dos dois, estes que não tive muito contato, mesmo estando vivos, era raro vê-los, eram relativamente jovens e tinham toda uma fortuna para gastarem com viagens, e juntos Minato e Kushina tiveram eu, a oitava maravilha do mundo, que de árvore genealógica entendia tanto quanto sobre cozinhar, ou seja, nada.

Enquanto eu estive perdido em meus devaneios chegamos na escola, como de costume nos dirigimos ao pátio principal, rever nossos amigos era nossa única meta agora, era quase como se nossas vidas dependessem disso, ou pelo menos a minha dependia, o que era completamente idiota, mas eu realmente estava ansioso com esse reencontro.

O resto do dia se passou normalmente, um típico começo de ano letivo, não houve uma única aula em que não nos apresentamos, mesmo que todos os professores já nos conhecessem e nós a eles, acredito que sua vontade era apenas de matarem um pouco de tempo antes de as aulas realmente começarem amanhã, lembrando é claro do tempo em que perdemos ouvindo meu avô apresentando-nos a nossos professores, que quase nunca mudavam por serem tão atrelados aos seus cargos que jamais se moviam.

Mesmo com tanta felicidade era inegável o desconforto que eu estava sentindo, era como se alguém estivesse me observando, como aprendi nos filmes, sempre que tiver essa sensação, acredite, você realmente está sendo observado, eu apenas não conseguia identificar quem ou onde, isso era relativamente preocupante, mas como eu estava num lugar lotado de pessoas acredito que meu medo era algo totalmente irracional, uma vez que as pessoas realmente me olhavam com afinco por eu carregar a jaqueta tão sonhada por muitos aqui neste colégio, junto com as duas abraçadeiras especiais, uma de capitão e a outra certificando minha colocação e nossa estada no campeonato principal do ano passado.

E com esses pensamentos ruins , que ainda não haviam me deixado em paz, deixei a escola, meu sonho invadindo minha mente novamente, já era praticamente noite agora, o que deixava a situação mais macabra ainda, com um pouco de medo e receio comecei a correr, tudo que eu precisava fazer agora era chegar rapidamente em casa, estar no conforto dos braços de meus pais contando como havia sido meu dia e rindo junto deles, era tudo o que eu mais queria, estava com saudades deles, mal passei tempo com os dois goje e isso não era algo muito normal para mim.

Virei a ultima esquina correndo, sorri ao ver que todas as luzes da casa estavam desligadas, isso, na melhor da hipóteses significava que eles estavam na sala de cinema, minha noite seria ainda mais prazerosa, assistindo a filmes junto deles como nos velhos tempos caso esse fosse o caso, mas algo me dizia que não era exatamente esse o motivo e isso estava me fazendo ter calafrios, algo em meu interior me mandava correr para longe dali o mais rápido possível antes que fosse tarde, mas as=inda assim ignorei meu subconsciente.

Abri a porta e tudo o que encontrei fora o silêncio e o vazio, a casa estava inteiramente revirada, como se tivesse sido assaltada, isso realmente me assustou, pela primeira vez em todos esses 17 anos encontrei algo que realmente me colocasse medo, pelo menos depois de descobrir que eu poderia morrer a qualquer momento, nada mais havia me colocado medo, nada mesmo, pelo menos não até agora.

Deixei minha jaqueta e minha mochila em cima da mesa e fui encarar meu destino. Chequei todos os cômodos do andar de baixo, estava tudo desarrumado, porém nada parecia ter sido levado daqui, ladrões que não roubam nada? Subi as escadas com medo do que poderia encontrar, as paredes estavam sujas com algo escuro, porém eu não tive coragem para ligar à luz, assim que cheguei no topo da escada as coisas apenas pioraram, surgindo manchas escuras por todos os lados, minhas esperanças de que isso era qualquer coisa menos sangue tinham acabado, continuei andando pelo corredor, sempre hesitante, até que tropecei em algo, a essa altura do campeonato eu já não conseguia enxergar um palmo a minha frente, a noite finalmente havia caído e eu não tinha outra opção.

Como eu conhecia a casa como a palma de minha mão, fui ao interruptor mais próximo, correndo desesperado para me livrar dessa sensação, enfim ligando a luz, a cena que encontrei foi a pior de todas, jamais havia imaginado que veria algo assim, meu pai estava caído no chão, seu corpo coberto de sangue, o seu sangue, alguém havia entrado aqui apenas para fazer isso? Para acabar com o meu mundo inteiro?

Meu coração errou algumas batidas e continuou batendo freneticamente logo em seguida, em meu olhos, as lágrimas já ameaçavam transbordar, havia uma coisa que me doeria mais do que perder meu pai, que era perder minha mãe, a quem eu amava com todas as minhas forças. Com o coração na mão decidi continuar, procurar por minha mãe, era tudo o que me restava fazer, mas eu já havia aceitado a verdade.

Fechei meus olhos ao abrir a última porta, não tinha certeza se estava preparado para ver ao que quer que estivesse contido no último cômodo de minha casa, mas assim que criei coragem o suficiente meu mundo inteiro desabou, encontrei minha mãe da mesma maneira que meu pai. Meus pais estavam mortos, ambos haviam deixado esse mundo por um ato de crueldade de algum maníaco e eu sabia que seria o prximo se continuasse aqui.

Não conseguindo mais enxergar nada por conta das lágrimas corri para fora da casa, na esperança de conseguir ajuda, mas nenhum som saía de minha boca, mesmo que eu tentasse gritar, eu não conseguia fazer minha voz sair, em minha mente estavam presentes apenas o medo e o desespero seguidos da palavra "mortos".

Eu me vi preso, estava sozinho no meio da rua, todos pareciam ter sumido, como se mais ninguém no planeta existisse, como se todos tivessem sido assassinados brutalmente, toda a vizinhança parecia morta para mim, nada mais parecia ser real. Decidi correr até a casa de Ino, era minha única esperança, mas antes mesmo de conseguir chegar na esquina de minha casa, algo bateu em minha nuca me fazendo perder completamente a consciência.


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