Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão) escrita por Akira Senju


Capítulo 52
Mentes Inquietas


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Mais um capítulo para vocês e espero que gostem!
Tenham todos uma ótima leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808977/chapter/52

Washington, D.C. - Federal Bureau of Investigation (FBI), 9:15 pm

Em uma sala com baixa iluminação, havia um homem mais velho, careca, de cavanhaque grisalho, e de aparência elegante, sentado à uma mesa não muito extensa e de cor preta. Ele usava um crachá que continha uma foto sua e, abaixo, havia a descrição:

This certifies that the signature and photograph hereon is an appointed (Isto certifica que a assinatura e a fotografia aqui contidas são indicadas por)

Special Agent (Agente Especial): Elliott Snyder

O Agente estava com os cotovelos escorados na mesa, cruzando as mãos em frente ao rosto e pensativo, até que alguém bateu na porta de sua sala e ele olhou em direção.

(Agt. Snyder) - Entre.

A pessoa que batia abriu a porta e o agente logo o reconheceu.

(Agt. Snyder) - Eu estava te esperando, senhor Walsh. Entre, precisamos conversar.

O homem magro, de cabelos pretos e trajado com roupas casuais, também pretas, entrou e se sentou de frente para o agente. O mais velho se ajeitou em sua cadeira e suspirou, parecendo preocupado.

(Agt. Snyder) - Minha urgência em falar com o senhor é pelo fato de que acabamos de receber a notícia de mais uma morte, dessa vez, um dos espiões correspondentes na Rússia. Tudo isso indica que, provavelmente, houve a venda de mais um dos nossos documentos, mas, como se não bastasse toda tragédia que nos ronda, depois da também divulgação do software Field Tracking, a Diretoria de Contraespionagem está de mãos atadas. Nossa arma foi usada contra nós mesmos e os cibercriminosos que tanto procuramos, continuam em ação. O que eu ainda quero tentar compreender é: como esse projeto foi roubado e o que faremos, senhor Walsh?

O homem também usava um crachá com a mesma descrição do Agente Snyder, diferindo a foto e a assinatura, que era: Special Agent: Dylan Walsh. Devido a baixa iluminação do local, era difícil enxergar seu rosto, mas o homem se inclinou para frente e escorou os cotovelos na mesa, tendo sua expressão serena e seus belos olhos azuis evidenciados pela luz.

(Agt. Walsh) - Ora, senhor Snyder, eu não tenho uma resposta para isso. Está claro que estamos lidando com alguém muito mais ardiloso do que imaginávamos, mas eu continuo trabalhando arduamente na correção das vulnerabilidades do software de varredura para recuperá-lo.

(Agt. Snyder) - Acontece que, segundo os desenvolvedores, o Field Tracking era perfeito na teoria. Quero que me explique o que deu errado?

(Agt. Walsh) - O Field Tracking é de fato um projeto excepcional, mas houve uma vulnerabilidade que passou despercebida pelos nossos olhos. Mas fique tranquilo, senhor, mesmo que estejamos lidando com alguém muito ardiloso e mesmo que o Field Tracking ainda tenha essa vulnerabilidade, eu irei transformá-lo em um software infalível e nós pegaremos esses criminosos.

O Agente Snyder o encarou por alguns segundos, pensativo, até que suspirou e desviou o olhar.

(Agt. Snyder) - Eu não sei… Algo me diz que estamos deixando passar algum detalhe de extrema importância. Sinto como se a verdade estivesse escancarada em nossa frente, mas… ninguém está sendo capaz de identificá-la.

(Agt. Walsh) - Hum… Talvez isso seja apenas uma impressão que sua desesperança momentânea cause, senhor. Fique tranquilo, eu lhe asseguro que em breve, teremos respostas. – Ele esboçou um sutil sorriso ladino.

(Agt. Snyder) - Espero que você esteja certo.

Enquanto isso, acuado pela pergunta de Jake, Brandon o encarava, mas sua expressão indicava curiosidade, ao invés de tensão.

(Adie) - Jake… Ai… – Ela tentou se levantar, mas logo caiu sentada no sofá. - Ele… Ele é o braço direito do delegado Blommgate.

(Jake) - Hum, ok. – Ele respondeu sem olhá-la. - Mas eu quero uma explicação plausível para que o braço direito do delegado esteja aqui e tenha acariciado o seu rosto.

(Adie) - Ah… Bom…

(Brandon) - Eu estava sendo gentil com ela, apenas isso.

(Dan) - Hum, quanta gentileza. – Ele ironizou.

Adie o olhou com raiva.

(Jake) - Pois bem, senhor policial, agradeço sua gentileza em trazê-los para casa, mas sugiro que contenha-se, se tratando da minha namorada.

Dan arregalou os olhos.

(Dan) - E de mim?! Eu não quero ninguém acariciando meu rosto não!

Brandon e Jake se encaravam fixamente, enquanto Adie os olhava com preocupação. 

(Brandon) - Hum… – O policial esboçou um sutil sorriso debochado. - Fique tranquilo, senhor… Jake?

Jake não disse nada.

(Brandon) - Não é comigo que você tem que se preocupar, afinal, eu sei muito bem o que posso fazer ou não. Mas se aceita um conselho, é melhor que não deixe sua namorada sair sempre sozinha, pois lá fora, tem muita gente mal intencionada de verdade.

Jake arqueou uma de suas sobrancelhas, intrigado.

(Brandon) - Com licença. – Ele olhou para Adie. - Tenha uma boa noite, senhorita e… – Ele olhou para Dan. - Se cuida, senhor Anderson.

Antes de seguir até a porta, Brandon passou uma breve olhada intimidadora em Jake, que o olhava com raiva, e saiu. Após Brandon sair e fechar a porta, Jake bufou e olhou para Adie, que o olhava, ainda preocupada. Toda a raiva que havia em seu olhar desapareceu, se tornando um olhar cheio de ternura e ele sorriu sutilmente, se aproximando dela e se sentou ao seu lado no sofá.

(Jake) - Você está bem? 

Ela assentiu com a cabeça.

(Jake) - Não minta para mim. 

(Adie) - Hum… – Ela suspirou e ficou cabisbaixa.

(Dan) - Ela está ótima, não está vendo? Eu que estou um lixo.

Jake o olhou, enquanto Adie continuou cabisbaixa.

(Dan) - Mas ninguém liga, então, quer saber? Eu vou dormir. – Ele se deitou no sofá e virou de costas para eles. 

Jake voltou a olhar para Adie.

(Jake) - Bem, deixemos as perguntas para amanhã, não é mesmo? 

Ela voltou a olhá-lo e assentiu com a cabeça.

(Jake) - Vem… – Ele se levantou e estendeu as mãos, oferecendo amparo para ela se levantar. - Vamos subir e descansar.

Adie pegou nas mãos dele e após se levantar cuidadosamente, Jake a amparou e os dois subiram as escadas, chegando em seu quarto após alguns instantes.

O dia estava amanhecendo e um homem, trajado com calças e um moletom preto, assistia o nascer do sol estando próximo a estrada. Seu olhar evidenciava uma mente inquieta, que buscava se acalmar através da beleza da natureza, mas havia algo no caminho, o cenário principal, que era a casa onde Adie vivia com seus amigos. Ao olhar para ela, o olhar daquele homem mudou, se tornando entristecido. Alguns instantes depois, interrompendo quaisquer que fossem os pensamentos daquela mente perturbada, uma notificação de mensagem chegou no celular daquele homem, que o pegou do bolso de sua calça para verificar.

CHAT:

          Jaden

(Jaden) - O tempo está passando e você ainda não me trouxe o que lhe pedi.

 

O homem logo se prontificou a responder.

CHAT:

          Jaden

(Desconhecido) - Você não dorme?

(Jaden) - Isso é irrelevante, levando em consideração que estamos a 6 horas de diferença.

(Desconhecido) - Ah, é… às vezes eu me esqueço disso.

(Desconhecido) - Bem, estou ciente de que o tempo está passando, mas essas coisas levam tempo.

(Desconhecido) - Não se esqueça de que estou lidando com a polícia.

(Jaden) - Pensei que seria mais fácil quando estivesse com o seu parceiro.

(Desconhecido) - Repito: estamos lidando com a polícia.

(Desconhecido) - Se quer resultados rápidos, porque não faz você mesmo?

(Desconhecido) - Ah, eu também me esqueci que você já tentou, mas fracassou.

(Jaden) - Não se sinta intocável, você apenas teve sorte. Saiba que se eu realmente quisesse, já teria feito o que é necessário, porém, estou lhe dando uma chance.

(Jaden) - Esteja ciente de que seu tempo está acabando e sua liberdade está por um fio.

         Jaden está agora offline

Enfurecido, aquele homem bufou e travou a tela de seu celular. Em seguida, ele levantou seu olhar, em direção a casa novamente e, depois de alguns segundos, estranhamente, seus olhos marejaram.

Dentro da casa dos amigos, mais especificamente, no quarto de Jake, Adie abriu os olhos, despertando de um sono profundo. Após sua visão desembaçar, ela reconheceu o lugar onde estava e olhou para o lado, vendo Jake, que ainda dormia. Porém, o movimento de olhar para o lado a fez perceber a incômoda dor de cabeça que lhe acometia e ela logo fechou os olhos, franzindo a testa.

(Adie) - Ai, misericórdia… – Ela tapou o rosto com as mãos. 

Enquanto isso, Cleo havia acabado de descer as escadas e seguia em direção a saída. Porém, ao passar pela sala, ela notou alguém deitado no sofá e logo olhou.

(Cleo) - Dan?!

Ele estava todo desajeitado no sofá e dormia profundamente. Cleo se aproximou, olhando-o com estranheza.

(Cleo) - Ah, Deus! – Ela tocou o braço dele e o balançou devagar. - Dan? Acorda… Dan… – Ela suspirou, impaciente. - Dan!

Depois de alguns segundos, ele franziu o cenho e começou a retomar a consciência. 

(Dan) - O que é? Pare de me encher e feche a cortina. – Ele se virou de costas para Cleo.

Ela revirou os olhos.

(Cleo) - Ei, acorde logo! Você tem que ir trabalhar.

Ele ficou em silêncio, como se tivesse dormido novamente e Cleo se irritou.

(Cleo) - DAN!

Ele se assustou e se virou.

(Dan) - Pare de gritar! Não vê que minha cabeça está explodindo?

(Cleo) - Ah, então quer dizer que foi por isso que você desapareceu ontem, não é? Para ficar bebendo até cair. 

(Dan) - Sim e daí? Agora me deixe em paz!

(Cleo) - Tudo bem. Fique aí e perca seu emprego que demorou tanto para conseguir! – Ela bufou e saiu de casa.

Enquanto isso, Hannah, trajada com seu uniforme, saiu do quarto e seguiu até as escadas. No mesmo instante, a porta de seu antigo quarto, onde Thomas agora dormia sozinho, foi aberta e ele saiu. Hannah estava prestes a descer o primeiro degrau da escada, mas foi parada.

(Thomas) - Hannah, espere.

Ela o olhou, levemente surpresa, mas logo desviou o olhar.

(Hannah) - Eu estou atrasada. – Ela desceu os dois primeiros degraus, mas Thomas se apressou para chegar até ela.

(Thomas) - Por favor, vamos conversar. – Ele segurou o braço dela, delicadamente.

Hannah parou e suspirou, pensando por alguns segundos, até que se virou, olhando-o.

(Hannah) - O que mais você quer me dizer? Já não foi o suficiente me julgar da pior maneira?

(Thomas) -  Por favor, me perdoe por pensar isso. Eu… Eu só tenho medo de perder você… – Ele se aproximou um pouco mais e tocou o rosto dela. - Eu não existo sem você, Hannah.

Era evidente que suas palavras mexeram com Hannah, mas após um suspiro e uma breve olhada para baixo, ela afastou a mão dele de seu rosto.

(Hannah) - Eu preciso ir. Nos falamos em outro momento. – Ela se virou e desceu a escada, seguindo o caminho até a porta da casa.

Thomas a acompanhou com os olhos e suspirou com pesar.

Alguns instantes mais tarde, Jake acordou e logo olhou para o lado, vendo Adie sentada na cama. Estando cabisbaixa, ela massageava a têmpora com as pontas dos dedos.

(Jake) - Bom dia. 

(Adie) - Bom dia, meu amor. – Ela respondeu sem olhá-lo.

Jake se espreguiçou e se sentou na cama, olhando-a.

(Jake) - Noite difícil?

(Adie) - Bom, nem tanto quanto a manhã, por conta das consequências da minha solução temporária dos problemas. – Ela recostou a cabeça na cabeceira.

Ele olhou para baixo por um breve momento. 

(Jake) - Isso quer dizer que você confirmou aquilo que não queria aceitar? 

(Adie) - É… – Ela suspirou.

Jake a observou com pesar, por alguns segundos. Em seguida, ele se aproximou dela e ela o olhou. Sem dizer nada, ele acariciou o rosto dela e a beijou na testa.

Alguns minutos mais tarde, Adie saiu do quarto e, ainda estando com uma expressão de dor, seguiu até o quarto onde suas coisas estavam, que era o quarto das meninas. Porém, antes de se aproximar da porta, Jessy a abriu e saiu do quarto. As duas se olharam, mas Adie logo ficou cabisbaixa e Jessy, que ainda a observava, suspirou e caminhou em direção oposta. Após a ruiva passar ao seu lado, Adie deu alguns passos à frente e se aproximou da porta do quarto, mas antes que ela entrasse pela mesma, Jessy parou e se virou, olhando-a.

(Jessy) - Adie… 

Adie parou e a olhou por cima do ombro.

(Adie) - Sim?

(Jessy) - Você… Você está bem?

Adie pensou por alguns segundos e suspirou. Em seguida, ela se virou, olhando para Jessy.

(Adie) - Eu acredito que, talvez, possam existir dias melhores, Jessy.

Jessy ficou cabisbaixa por um breve momento.

(Jessy) - É… Eu também estou me esforçando para acreditar nisso.

As duas se encararam por alguns segundos.

(Adie) -  Bem… – Ela olhou para a porta do quarto e a abriu, voltando a olhar para Jessy em seguida. - Com licença. 

(Jessy) - Eu também tenho que ir.

Adie assentiu com a cabeça e entrou no quarto. Já Jessy, permaneceu olhando em direção a porta por alguns segundos e, após um suspiro entristecido, se virou e seguiu até as escadas. 

Lilly também já havia saído e Adie, notando estar sozinha, se sentou em uma das camas e massageou sua têmpora por alguns segundos novamente, antes de ir tomar um banho.

Ao passar pela sala, Jessy notou Dan sentado no sofá, escorando os cotovelos nas coxas, cabisbaixo e tapando o rosto com as mãos. Ela parou e o observou por alguns segundos, sem que ele a notasse.

(Jessy) - Oi…

Ele imediatamente tirou as mãos do rosto, olhando-a surpreso, mas logo disfarçou.

(Dan) - Com licença. – Ele se levantou e saiu da sala, seguindo até as escadas.

Jessy o olhou se afastar e seus olhos marejaram. Em seguida, ela saiu de casa.

Mais tarde, Jake estava sozinho em casa, mas permanecia em seu quarto, concentrado na tela de seu computador, onde havia um livro aberto. Depois de alguns segundos, sua concentração foi interrompida por uma notificação de mensagem que chegou em seu celular, que estava sobre a mesa, e ele olhou em direção. Ao ver o nome de quem lhe contatava, ele logo pegou o celular e abriu o chat.

CHAT:

               Private

Private enviou um documento.

O documento se tratava de um comunicado do FBI sobre a morte do agente especial que foi executado na Rússia.

Após abrir o documento e ler o comunicado, Jake suspirou.

(Jake) - Que merda…

CHAT:

               Private

(Jake) - Isso significa que Kalih continua agindo.

(Private) - Isso significa que o único e verdadeiro culpado continua agindo, mas tudo é ainda pior...

(Private) - Estávamos pisando em ovos para que ele não publicasse mais nada do que havíamos conseguido, mas, mesmo assim, ele ainda o fez.

(Private) - O que significa que ele está fazendo de tudo para que todos nós fiquemos totalmente acuados e ainda mais longe de provar nossa inocência. 

(Private) - O FBI está convicto de que a ação ainda tem sido em conjunto.

(Private) - Em outras palavras, todos estão sendo igualmente responsabilizados por mais essa morte.

Jake passou as mãos no rosto e suspirou, preocupado. Sem conseguir dizer nada, ele apenas encarava as mensagens, até que recebeu mais uma:

CHAT:

               Private

(Private) - Antes de ir, eu gostaria de compartilhar uma informação com você.

(Jake) - Pode falar.

(Private) - Me parece que Jaden está trabalhando em uma busca simultânea. 

(Private) - Eu obtive uma informação ultrassecreta de que ele está em contato com um criminoso que tem perseguido uma pessoa ligada a você.

(Private) - As conversas dele com esse chamado ‘Desconhecido’ são bastante enigmáticas, a ponto de nem mesmo citarem nomes. Mas percebo que há uma insistência em conseguir informações de alguém que esteve envolvida em um caso de desaparecimento de uma mulher em Duskwood e fez parte das investigações, juntamente com um hacker chamado Jake.

Jake ficou extremamente surpreso.

(Jake) - Adie… – Ele sussurrou preocupado.

Delegacia de Duskwood, 3:12 pm

Enquanto isso, estando em sua sala, o delegado Blommgate estava sentado à sua mesa e analisava a última de duas folhas, que estavam grampeadas. Depois de finalizar a leitura, ele as deixou sobre a mesa e suspirou, voltando seu olhar para frente. 

(Alan) - Você conseguiu essas informações sozinha?

Estando sentada à sua frente, ela esboçou um sutil sorriso ladino.

(Adie) - O que o senhor acha?

(Alan) - A senhorita sabe o que eu acho. E confesso que se não fosse pelo fato de Brandon ter me assegurado que presenciou o momento em que a senhorita obteve essas informações ontem, no bar Aurora, eu estaria completamente convicto daquilo que acho.

Adie sorriu com deboche.

(Adie) - Ah, senhor Blommgate, senti tanta falta da sua desconfiança.

Brandon, que estava sentado à sua esquerda, a olhou de canto.

(Alan) - Hum… – Ele sorriu sutilmente, com deboche. - E eu do seu cinismo.

Adie manteve um sorriso debochado.

(Alan) - Mas minhas desculpas foram sinceras. Devo admitir que a senhorita tem potencial e essas informações são muito válidas.

(Adie) - Que bom. Mas o que eu anseio em saber é: qual será o próximo passo da polícia?

Alan arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Alan) - Senhorita, as provas que me apresentou, incriminam alguém que está morto. Eu vi o corpo e a senhorita mesmo acompanhou o enterro dele. De acordo com essa informação, há alguém se passando por ele e eu estou sendo levado a desconfiar de algum membro do seu grupo de amigos.

(Adie) - Não. Isso é impossível. Em uma das vezes que fui atacada pelo homem sem rosto, aconteceu do lado de fora da casa, sendo que todos os meus amigos estavam dentro da mesma.

(Alan) - Então… Eu não sei o que pensar.

Ela bufou e desviou o olhar.

(Alan) - Vamos pensar de forma racional. A senhorita me disse que já faz um tempo que não o vê, como se, novamente, ele estivesse dando uma trégua. Vamos usar essa trégua para descobrir mais coisas que nos dará a chance de agir.

Adie o olhou, com o cenho franzido.

(Adie) - Está dizendo que vai esperar que algo aconteça para montar um plano de ação?

(Alan) - Não, senhorita. Estou dizendo que vamos usar esse tempo para descobrir mais informações que possam nos ajudar a chegar ao verdade… – Ele pareceu se lembrar de algo que o deixou pensativo.

Brandon e Adie se intrigaram.

(Adie) - O senhor ia dizer, ao verdadeiro culpado?

(Alan) - Sim, mas acabo de me lembrar de uma informação muito valiosa que eu recebi a um tempo atrás.

(Adie) - E que informação seria essa? 

(Alan) - Bem… Eu recebi um vídeo, enviado por um… – Ele olhou para Brandon por um breve momento. - Correspondente anônimo… Que mostrava a imagem do prisioneiro fugitivo, Ted Madruga, próximo ao mercado no mesmo dia em que a senhorita recebeu a gravação feita daquela mesma direção, na entrada na floresta.

(Adie) - Hum, interessante.

(Alan) - Depois disso, nós espalhamos folhetos em busca de Ted Madruga, pedindo para que se, caso alguém o visse, entrasse em contato imediatamente. Mas, até então, não recebemos nenhuma informação. Porém, nesse exato momento, estou sendo levado a cogitar que ele possa estar envolvido nesse caso do homem sem rosto.

(Adie) - Então, há a possibilidade dele ser um dos envolvidos, pois eu já lhe provei que são dois.

(Alan) - Sim, senhorita, eu não me esqueci. O outro, talvez, seja um cúmplice dele… não sei. O ponto aqui é: precisamos focar na fuga de Ted Madruga, nesse momento. Eu irei interrogar os seguranças da Maydol novamente e tentarei achar algo nas informações obtidas.

(Adie) - E o que eu faço enquanto isso?

(Alan) - Apenas espere. Se eu conseguir algo relacionado ao seu caso, entrarei em contato.

Adie arqueou uma de suas sobrancelhas.

(Brandon) - Senhor delegado, permita-me fazer uma sugestão.

(Alan) - Claro, Brandon.

(Brandon) - A ideia de interrogar novamente os seguranças da Maydol é excelente, mas, dessa vez, seria interessante se o senhor contasse com a presença da senhorita Folsham no interrogatório.

Alan ficou surpreso.

(Alan) - O quê?! Você enlouqueceu?!

(Adie) - Hum… Pior que eu gostei da ideia. – Ela debochou.

Alan encarava Brandon, estando surpreso e ao mesmo tempo intrigado, enquanto o policial demonstrava total serenidade.

(Brandon) - Qual o problema? Ela já demonstrou ter capacidade para tais coisas.

Alan arqueou uma de suas sobrancelhas e balançou a cabeça em negação, inconformado.

(Alan) - Senhorita Folsham, poderia nos dar licença? – Ele disse enquanto ainda olhava Brandon. 

(Adie) - Hum… – Ela deu de ombros e se levantou. - Tudo bem. 

Alan ficou cabisbaixo por alguns instantes, enquanto ela saía. Após Adie fechar a porta, o delegado voltou a olhar para Brandon.

(Alan) - Você pode tentar me explicar que ideia maluca é essa?

(Brandon) - Não há nada para ser explicado, delegado. Eu fui muito claro que, para atrair a atenção do hacker, o senhor teria de aproximá-la ainda mais.

(Alan) - Mas, isso, a ter que envolvê-la no trabalho da polícia, é demais! 

(Brandon) - Ora, ela tem feito o trabalho da polícia sozinha. Veja só o que ela nos trouxe hoje. – Ele apontou para as folhas sobre a mesa, que continha as informações obtidas por Adie.

Alan bufou e desviou o olhar.

Enquanto isso, na recepção da delegacia, Adie caminhava tranquilamente em direção a saída e, ao chegar do lado de fora, algo lhe chamou a atenção. Na parede, ao lado da porta, havia o cartaz da busca pelo preso fugitivo, Ted Madruga, evidenciando sua foto de frente e de perfil, deixando bem evidente a tatuagem de caveira em sua cabeça. Adie encarou o cartaz por alguns segundos e ficou pensativa.

(Adie) - Não seria tão difícil de aceitar se fosse só você. – Ela sussurrou e suspirou.

Em seguida, ela pegou do bolso de sua calça seu celular, abriu a câmera e apontou para aquele cartaz, tirando uma foto.

Na sala do delegado, a conversa continuava, mas Alan ainda estava em completa negação com a ideia de Brandon.

(Brandon) - Senhor delegado, temos maneiras diferentes de trabalhar e isso ficou claro desde o primeiro dia. Portanto, deixarei que o senhor siga suas ideias e faça sua melhor escolha, mas espero que não tenha esquecido do nosso combinado inicial. – Ele se levantou. - Com licença. – Ele seguiu até a porta e saiu.

Alan o acompanhou com os olhos, estando clareamento irritado e bufou após ele sair. 

(Alan) - Essa droga de combinado está me saindo muito mais caro do que eu imaginei. – Ele balançou a cabeça em negação, inconformado.

Após sair da sala do delegado, Brandon caminhou calmamente pelo corredor e chegou à recepção. Ao notar a ausência de Adie, ele seguiu até a saída da delegacia, mas ao se aproximar da porta, logo a viu. Adie estava distraída, observando fixamente a entrada para a floresta, que estava a alguns metros de distância, e não notou ele se aproximando.

(Brandon) - Pensei que tivesse ido embora. 

Ela tomou um leve susto e logo o olhou.

(Adie) - Bom, eu… Eu pensei mesmo em ir, mas precisava falar com você antes. 

(Brandon) - Bem… Estou aqui.

(Adie) - Porque sugeriu aquilo para o delegado?

(Brandon) - Porque quanto mais perto você estiver de nós, mais segura estará. 

Sem dizer nada, Adie suspirou e desviou o olhar.

(Brandon) - Não vai contestar?

(Adie) - E adianta? – Ela o olhou.

(Brandon) - Hum... Não. – Ele sorriu sutilmente. 

Ela desviou o olhar novamente.

(Adie) - Sendo assim, eu vou embora. Creio que o delegado precisará de um tempo para processar sua ideia maluca e quando ele se decidir, provavelmente, entrará em contato comigo. –  Ela o olhou. - Então... Tenha uma boa tarde. – Ela logo começou a andar, em direção ao seu carro.

(Brandon) - Adie...

Ela parou e o olhou.

(Adie) - Sim?

Ele se aproximou dela. 

(Brandon) - Quero que saiba que, mesmo que todos os seus amigos a deixem, eu continuarei fazendo o que for necessário para estar ao seu lado. Eu posso lhe assegurar que nunca a deixarei sozinha, independente das circunstâncias… Porque eu amo você.

Por alguns instantes, Adie ficou paralisada por aquelas palavras e seus olhos marejaram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Atenção: Para conhecer o rosto de cada personagem original, clique nesse link:
https://www.wattpad.com/1435791410-dear-hacker-duskwood-continuation-em-revis%C3%A3o

Obrigada por chegarem até aqui ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dear Hacker - Duskwood Continuation (Em Revisão)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.