Minha história de amor brega escrita por Kuchiki001


Capítulo 7
Manhã ensolarada




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Karakura City

Em um lugar aleatório, uma garota nenhum pouco aleatória espera pelo garoto de sua história...

“Embora apenas cinco minutos tenham se passado
Desde que eu disse, “tchau”
Eu quero ver você de novo logo, oh, baby
Mantenha-me próxima, menino, sinto sua falta.”

Com os olhos fechados, Rukia ouvia a música em seus fones de ouvido. “Dear...” de Nishino Kana. Não que ela gostasse de músicas melosas ou muito menos românticas, mas sua amiga Inoue tinha insistido que ela devia dar uma chance a essas breguices.

O dia estava estranhamente agradável, o sol batia no rosto da morena e a música a deixava de alguma forma envolvida com a atmosfera. Rukia abriu os olhos ao ouvir seu nome e retirou o fone dos ouvidos.

  — Eu te procurei por todo o lado. —Ichigo disse ao se sentar ao lado dela no degrau da escadaria e pegar uma das pontas do fone. — O que você está ouvindo? —ele perguntou e colocou no ouvido.

“Quando não podemos estar juntos, eu te amo tanto
E se eu fechar meus olhos, eu sempre vejo você lá
Isso é tudo que eu preciso para crescer mais forte
Nós estaremos juntos de agora em diante.”

O rosto de Rukia tomou vários tons de vermelho e se negando que estava passando essa vergonha no débito. Tentou recuperar seu fone. Ichigo olhava para ela sorrindo de orelha a orelha. Não sabia que sua baixinha, que era brava e briguenta podia ter um lado meloso, já tinha conhecimento do seu lado fofo com toda aquela adoração por coelhos, mas aquilo era novidade.

— Me devolve! —ela pediu com o rosto, se ainda fosse possível, carmesim.

— Não sabia que você gostava desse tipo de música. —Ichigo comentou enquanto ria da cara da garota.

— Se você não me devolver, eu vou...

— Tudo bem, tudo bem! Não precisa me bater sua bruta... Linda. —completou e levantou as pontas dos lábios em um sorriso.

Rukia o olhou brava e se levantou do degrau que estava sentada pulando mais dois e deu as costas.

— Eu estava te esperando. —ela disse baixinho e cruzou os braços. — Se você demorasse mais um pouco eu teria ido sem você.

Não que Rukia realmente fosse cumprir o que ela disse. Sem o ruivo de cabelos alaranjados, ela não teria se levantado daquele degrau da escadaria da praça enquanto ele não chegasse.

Ichigo fez bico e se ajeitou.

— Desculpa! Eu perdi o ponto do ônibus. Mas também, por que escolheu esse lugar distante se podia me esperar na sua casa?

Rukia se virou irritada.

O fato era de que, apesar de ter beijado Kurosaki Ichigo, ela tinha a leve impressão de que eles não estavam no mesmo plano cartesiano. Ela era de um planeta e ele de outro.

— Por quê? Por que... Eu quis ué! —ela disse e suspirou para não gritar histericamente.

Ichigo sorriu ladino para a morena.

— Você está cada vez mais brava, nem parece que me beijou loucamente há três dias.

A garota o olhou de queixo caído e apontando para si mesmo, quase não conseguia pronunciar as palavras em indignação.

— Eu?  Você está dizendo que, eu?  —chiou. — Você enlouquece e me agarra e eu que sou a culpada?

— Cedo ou tarde, íamos nos beijar. Toda a raiva acumulada tinha que acabar em algum lugar. Só não esperava que seria com sua boca na minha.

Rukia fitou a boca do garoto e assentiu. Tinha custado acreditar que sua própria boca estivera bem feliz na dele, por longos minutos e se não fosse pela falta de ar teria continuado, bem alegre e confortável, talvez até o presente momento. —sacudiu os ombros se arrepiando com a ideia.

— Não conte para ninguém ou eu te bato até a morte. —ela ameaçou.

Colocando os braços atrás da cabeça, Ichigo sorriu mais uma vez. O rapaz notou que ultimamente quando estava na presença da baixinha não conseguia parar de sorrir.

— Relaxa Rukia, não é como se já não houvesse boatos suficientes de nós dois nos pegando no pátio. —ele disse isso e estendeu uma de suas mãos, puxando o braço de Rukia para ela se sentar novamente no degrau ao lado dele.

— De quem é a culpa? —ela perguntou sem o olhar e fez um bico. — Você é um sem noção.

Ichigo virou o rosto para ela. Gostava de vê-la irritada. Não tinha dúvidas. Passou a mão pela nuca e respondeu sem jeito:

— Sua. —acrescentou quando Rukia o olhou indignada. — Quem foi que estava doente e me deixou preocupado?

Os dois se olharam sem desviar o olhar, Rukia se aproximou ao mesmo tempo em que Ichigo encurtava a pequena distancia entre eles.

Dessa vez, não havia desculpas para justificar aquele beijo. Nem mesmo quando a morena de olhos violáceos. Abriu a boca e permitiu que aquele encostar de lábios se intensificasse. Ichigo, lógico, que não ia perder a oportunidade de constatar se tinha a beijado a primeira vez no impulso. Suas suspeitas de que ele realmente queria beijar a baixinha, estavam se confirmando cada vez que sua língua tocava a dela. Ele queria apenas beijá-la.

Então não foi surpresa quando ele passou as mãos pela cintura de Rukia e a puxou para mais perto e, mesmo quando ela abriu os olhos e se separou minimamente dele. Ichigo acariciou o rosto da garota e voltou a beijá-la. Se eles tinham planos de fazer qualquer coisa que fosse naquele sábado, bom isso ficaria para outro dia.

***

 Com o rosto apoiado na sua escrivaninha, Rukia suspirava entediada. O sol gostoso que surgiu pela manhã tinha se dissipado e agora ela podia assistir a chuva cair lentamente pela janela de seu quarto.

Hisana antes de bater na porta olhou para a irmã e deu um sorriso. Podia suspeitar onde os pensamentos de Rukia estavam e, ele tinha nome sobrenome e cabelos alaranjados.

— Rukia? —bateu na porta e a chamou. Em mãos trazia uma pequena bandeja repleta de doces.

Rukia preguiçosamente se ajeitou na cadeira e olhou para a irmã sem ânimo. A pequena morena percebeu que Hisana aparecia em casa cada vez mais brilhante e reluzente, parecia que toda vez que ela voltava da mansão dos Kuchiki`s alguém tinha a polido.

— O que aconteceu? Pensei que você voltaria muito mais tarde, já que estava com o ruivinho. —Hisana disse e deu um sorrisinho.

Rukia fez bico e deitou o rosto novamente na mesinha, suspirando dramaticamente.

— Ele me tira do sério. —disse simplesmente.

Os dois tinham se beijado até os lábios ficarem inchados e vermelhos, mas assim que se separaram fingiram que nada tinha acontecido e a baixinha depois de se levantar e desamassar a saia se despediu do garoto sem jeito.

Hisana entrou no quarto de Rukia e olhou ao redor, sua irmã estava crescendo admitiu ela. O papel de parede fofinho de coelhinho estava quase escondido atrás de vários pôsteres de bandas de rock e fotografias de amigos, vários desenhos que Rukia tinha desenhado estavam desbotados e o papel amarelado denunciava o tempo que havia passado desde que ela os tinha pintado. A prateleira que antes abrigava livros infantis e posteriormente de romance, agora estava lotada de livros de terror e suspense. Apesar da menina amar coelhos e ainda existir várias pelúcias e desenhos, aos poucos Hisana podia perceber a presença de naves espaciais, bruxos e vampiros.  

— O que aconteceu? Pensei que vocês estavam se dando bem. — a mais velha colocou a pequena bandeja com macarons e bolinhos sobre a escrivaninha de Rukia.

A menor se sentou corretamente e suspirou.

— Impossível eu me dar bem com aquele ser. —disse irritada.

Hisana tampou a boca e escondeu o riso. Sabia que a irmã cedo ou mais tarde se daria conta dos próprios sentimentos.

— Acho que vocês são bastante compatíveis.

Rukia estreitou os olhos para a irmã e fez bico.

— Talvez, mas eu nunca vou admitir. —ela disse e suavizando a expressão pegou um dos macarons e mordeu se deliciando. — Meu Kamisama! Isso é bom. Tipo é mais que bom. É divino.

Sorrindo para a irmã, Hisana assentiu.

— Byakuya me deu uma caixa inteira. Coma devagar, ainda tem mais.

Rukia assentiu e sorriu com a boca cheia. Apesar daquele doce ser muito bom, não se comparava ao bolinho que tinha ganhado do Kurosaki.

— Aliás, Hisa. —limpou o canto da boca. — O velho não achou ruim seu namoro com o riquinho? Quer dizer, Aquele coroa andava tanto com o nariz em pé que eu pensei que um dia ele acabaria caindo do degrau e quebrando o pescoço.

Hisana lançou um olhar repreendedor para a irmã mais nova.

— Não diga essas coisas, o senhor Kuchiki Ginrei é como um pai para Byakuya e mesmo quando eu trabalhava na mansão, ele sempre me tratou bem.

Dando de ombros, Rukia não se importou com a repreensão.

— Agora que você foi promovida a patroa, o que vai acontecer comigo? —Rukia perguntou e colocou o macaron mordido de volta na bandeja.

Do jeito que as coisas estavam andando mais cedo ou mais tarde sua irmã se casaria com o Kuchiki e Rukia não queria se meter na vida da irmã mais velha. Já se sentia um fardo por si só.

Hisana sentou na cama e apoiou os cotovelos no colchão.

— Que eu saiba nada. Byakuya me pediu para nos mudarmos para a mansão, mas eu recusei.

Rukia observou a irmã minuciosamente e mesmo que lhe doessem as cordas vocais e, a língua se recusasse a modelar as palavras, ela ainda assim pronunciou.

— Eu me viro perfeitamente bem sozinha. Você pode se mudar quando quiser.

Hisana negou veemente.

— Não mesmo! Eu não lutei pela sua custódia à toa, e outra, você pode se achar à adulta, mas tem apenas dezessete anos.

Rukia sorriu minimamente e voltou os olhos para o livro que tinha desistido de ler horas antes.

— Só estou dizendo. —disfarçou a alegria.

Hisana se levantou e envolveu os braços ao redor dela.

— Você é mais importante do que qualquer namorado.

— Mesmo sendo ele... Podre de rico? —Rukia perguntou travessa.

Dando uma tapinha na cabeça da irmã, a mais velha sorriu.

— Você não tem jeito.

Rukia riu e separou as impressões que tinha feito na biblioteca da escola. Talvez a irmã estivesse certa e ela realmente não tivesse jeito.

***

A aula estava um tédio, Rukia concluiu assim que o professor entrou na sala e começou a falar sobre as causas de dilatação do tempo. A garota não estava a fim de saber sobre um fenômeno relativístico que nem sequer conseguia compreender. Só queria que o tempo passasse na velocidade da luz e que o sinal do intervalo tocasse logo.

Estava quase cochilando quando uma folha de caderno brotou do nada em sua frente. Ela passou os olhos sobre as linhas preenchidas com várias caligrafias diferentes e se surpreendeu quando o assunto que estava sendo abordado ali era a seu respeito.

A garota olhou ao redor franzindo as sobrancelhas, e percebeu quando Chizuru olhou feio para Renji. Aparentemente o amigo não deveria ter passado aquela folha para Rukia.

Aquela folha tinha caído em mãos erradas.

 Uma única pergunta tinha gerado uma discussão silenciosa, seguida por várias respostas e opiniões diferentes. Rukia leu uma por uma e riu quando chegou na resposta de Renji.

Aparentemente a amizade com o Kurosaki tinha dado o que falar. Alguns até teorizavam que a morena estaria grávida do ruivo e que fugiriam para Las Vegas para se casarem escondido. Outros fantasiavam uma historia de amor surreal que começava com um tropeço e braços fortes segurando uma donzela indefesa. Rukia quase não se aguentou quando leu que alienígenas tinham se apossado dos seus corpos, e também que eles estavam trabalhando para uma corporação secreta do governo e esse era o real motivo do disfarce, mas foi a resposta de Renji que Rukia achou graça. O ruivo de madeixas escarlates tinha escrito que não passava de uma bobagem e que Rukia tinha enlouquecido.

A morena de olhos claros concordou silenciosamente. As últimas semanas tinham sido muita loucura. Uma atrás da outra. Ela de fato tinha enlouquecido. Completamente.

Era muita loucura se esgueirar pelos corredores para se agarrar com o Kurosaki, ansiava pela hora do intervalo para se trancar em uma sala vazia e passear as mãos pela nuca e cabelos do ruivo, estava enlouquecendo por aproveitar a sala de estudo na loja do Urahara para sentar no colo do rapaz e beijá-lo até todo o ar do pulmão acabar. Só o simples fato de adorar beijar o ruivo de cabelos alaranjados era muita loucura. Ela estava realmente louca e precisava de um psiquiatra.

Dobrou a folha e passou para a mesa atrás. Não ia acabar com as teorias malucas dos seus colegas de classe.

— Não liga para o que escreveram nessa folha. — o garoto de cabelos vermelhos em formato de abacaxi se virou e sussurrou. — Eles logo se cansam e arrumam outro assunto.

Rukia riu e concordou com o colega, mas verdadeiramente não se importava.

— Estou interrompendo o namoro de vocês? — o professor chamou a atenção dos dois, fazendo com que a sala inteira os olhasse.

Com as bochechas vermelhas a morena negou e escondeu o rosto com o livro. A garota tinha encontrado mais um motivo para odiar a aula de física.

Olhou de esgueira para o lado e encontrou os olhos raivosos do Kurosaki. Ichigo estava com a cara, se fosse possível, ainda mais amarrada.  Aquela era a cara mais feia que Rukia tinha o visto fazer.

A garota deslizou furtivamente na cadeira e percebeu quando a folha voltou a circular de mesa em mesa. Agora sua turma teria com o que mais teorizar.

.

.

Assim que o sinal do intervalo soou. As garotas puxaram a pequena morena pelo braço. Estavam eufóricas e Rukia podia ver nitidamente os queixos das garotas tremerem, mal contendo a ansiedade de fofocar.

— Você disse que não tinha nada rolando com o Kurosaki. — Orihime falou com sua voz doce e estridente. — Era realmente verdade? E agora com o Abarai? Me conta tudo! —exigiu.

Franzindo o cenho, Rukia olhou para a ruiva e depois para Tatsuki que esperava ansiosa por uma resposta.

— Vocês são muito emocionadas. —a baixinha disse e suspirou. — Eu não tenho nada com nenhum dos dois.

— Eu bem que suspeitei que você não tivesse nada com o Abarai, mas tenho minhas dúvidas a respeito do Kurosaki. — Tatsuki falou e em seguida deu tapinhas no ombro de Rukia. — Não adianta negar. Todo mundo viu quando o Kurosaki te puxou e te prensou na parede perto das escadas.

 Rukia corou intensamente e se estivesse tomando alguma coisa teria cuspido na cara da amiga, mas contra fatos não havia argumentos e lhe faltava palavras para negar tudo e, fingir demência era sua única alternativa. Tentou desconversar.

— E-Ele... Obvio que não rola nada entre eu e aquele morango azedo. —ela disse resoluta.

As amigas se entreolharam nenhum pouco convencidas.

— É só admitir que estar namorando com o Kurosaki. —Inoue falou e olhou para a morena com um bico. —Somos suas amigas, certo?

Rukia assentiu e insistiu:

— Mas eu não estou namorando com ele. É SÉRIO!

Tatsuki bateu palmas de exultação em pura ironia.

— Tudo bem Kia, quando quiser nos contar estaremos esperando sua confissão. —ela disse e entrelaçando o braço com o de Inoue, as duas saíram pelo corredor decepcionadas com a baixinha.

Rukia suspirou e deu de ombros. Ela realmente não estava namorando com o ruivo. Não sabia exatamente que tipo de coisa que rolava com eles. Quando não estavam brigando estavam se beijando e esmagar os lábios com os do Kurosaki estava se tornando um vicio incurável para a morena de cabelos curtos e olhos claros.

Rukia estava dobrando o corredor quando deu de cara com Ichigo, a garota só teve tempo de abrir a boca e vê-lo passar por ela com uma carranca maior que o sol. A baixinha até pensou em ir atrás dele e lhe dar uma voadora, mas desistiu. Ela tinha coisas importantes a fazer como, por exemplo: usar o computador da sala de informática para sua pesquisa de mercado e, perder tempo com o ruivo emburrado não ajudaria em nada o seu futuro.

***

Duas semanas se passaram desde a última vez que Ichigo e Rukia se falaram. O ruivo evitava a baixinha com obstinação, se ela estava de um lado da calçada ele estava do outro.

Rukia estava se esforçando para não dar o braço a torcer e pegar o ruivo birrento pela gola da camisa e lhe socar a cara até ele deixar de ser otário. A garota nem sabia exatamente o que tinha feito, mas atribuía tudo ao fato de que, na quinta passada— na aula de educação física — tinha (sem querer) chutado uma bola nas partes baixas do garoto. O Kurosaki se dobrou no meio e a amaldiçoou com todo ódio e a garota só conseguia rir da cara de dor do maior.

 Rukia suspirou, não queria admitir e por mais que odiasse o Kurosaki, sentia falta dele e de seus beijos enlouquecedores. O garoto era um bom beijador, apenas isso. Nada mais. Não que ela gostasse de conversar com ele, ou teclar altas horas da noite e compartilhar links de gatinhos fofinhos, ou quando ele falava de sua parceria com ela para o futuro até ela pegar no sono. Ela não gostava de nada que tivesse a ver com o ruivo de cara azeda, nem dos bolinhos de morango que ele sempre comprava e lhe dava. Mas toda vez sentia o coração falhar várias batidas quando ele passava por ela ou, quando ouvia a voz dele conversando com alguém.

O celular vibrou a assustando. Estava muito aérea que demorou alguns segundos para pegá-lo e ler a mensagem da irmã. Hisana avisava que não conseguiria voltar para casa, estava em uma viajem com Byakuya e devido ao mal tempo o vôo tinha sido cancelado e ficariam em um hotel. Rukia respondeu rapidamente, estava na aula livre e não conseguia prestar atenção no livro que inutilmente tentava ler. Já tinha relido a primeira frase umas trezentas vezes e nem sabia do que o livro se tratava.

Desistiu e o guardou na bolsa. Sua melhor amiga Inoue Orihime não estava na sala, nem Ulquiorra e muito menos Uryuu e a garota podia imaginar o que sua amiga andava fazendo com aqueles dois morenos. Seus olhos pousaram na mesa do ruivo que sempre tinha lhe enchido a paciência e que ultimamente estava lhe demonstrando todo seu desprezo. A morena sentia as mãos coçarem ansiosas para descontar toda a frustração no alaranjado idiota. O socaria até a morte.

Com o celular em mãos Rukia digitou palavra por palavra irritada.

Me encontre no pátio. AGORA!!!!!!!

Ela se levantou e caminhou pelo corredor e antes de enviar a mensagem seus olhos capturaram uma visão que fez seu interior incendiar em puro ódio.

Ichigo estava sorrindo como um idiota com as costas apoiada na parede, suas mãos enfiadas nos bolsos da calça, a camisa branca do uniforme com dois de seus botões soltos e arregaçada até os cotovelos. (Você provavelmente esteja se perguntando onde está o problema nisso, claro não tem problema nenhum, a menos que) Ele conversava alegremente com duas garotas que escancaradamente babavam por ele. Rukia podia ver o chão molhado de tanta baba que escorria e nos olhos das meninas coraçõeszinhos. Aquelas garotas com toda certeza estavam no cio.

A morena enfiou o celular na bolsa com raiva e caminhou com passos pesados pelo corredor e parou subitamente quando chegou perto do rapaz e das garotas esculturais.

 — Vocês estão obstruindo a passagem. —ela disse com a voz dura.

As garotas desconhecidas e assanhadas retorceram seus belos rostos em desagrado ao olharem para Rukia. Ichigo apenas riu, mas logo murchou o sorriso quando o colega de cabelos escarlates se aproximou da baixinha. Abarai Renji deu um sorriso maroto e se ofereceu para acompanhar a garota até sua casa — já que ela não tinha ido para a escola com sua fiel companheira — Chappy.

Bom não deu outra, o ruivo de cabelos ridiculamente alaranjados se desencostou da parede e retirou suas duas mãos dos bolsos. Ele estava (como posso dizer?) com aquele cara esquisito entalado na garganta, desde o dia em que o professor insinuou que supostamente ele estava namorando com sua baixinha. Bom não completamente sua, mas sua o suficiente para pegar na mão de Rukia com toda autoridade que achava que possuía.

— Ela não vai a lugar nenhum com você. —Ichigo disse bem altivo parecendo um galo de briga.

Rukia o olhou, olhou e olhou e depois desviou os olhos para a mão do ruivo que agarrava a sua de forma possessiva.

Ela achou aquilo tão brega. Eles não estavam em uma comédia romântica e ela não era nenhuma donzela em perigo para ser disputada por dois machos alfas ridículos. Por mais que o Kurosaki estivesse demonstrando um comportamento peculiar. Rukia decidiu que não iria interromper, seja lá, o que o garoto estava fazendo, pois as caras das meninas, que antes babavam por ele, estavam impagáveis de feias.

Abarai empinou o peito e encarou o Kurosaki de frente.

“Que ridículo!” —Rukia pensou.

— E quem é você para me impedir? —o escarlate perguntou.

Ichigo o olhou confuso e depois olhou para Rukia que o encarava milagrosamente calada. Ela só queria ver o circo pegar fogo e não correr para o incêndio.

— Bem, eu sou... —e coçou a nuca. — Sou. Sou. O sócio.  —lembrou. —Vamos Rukia! —o garoto disse e puxou a baixinha pela mão.

O Kurosaki deixou as garotas para trás e um Renji raivoso. Passaram pelos portões e Ichigo não notou quando a morena apertou os lábios para esconder o sorriso.

— Você pode me soltar. —Rukia avisou depois de um tempo. A mão do garoto estava suada e escorregadia e aquilo era tão fora de moda.

Ichigo então se virou e largou a mão dela.

— Quer me dizer alguma coisa? —Rukia perguntou com sua voz plana, tão plana como uma superfície ou um mar de águas tranquilas. —Tipo o motivo de ter ficado esse tempo todo sem entrar em contato com sua sócia? —ela se aproximou e sussurrou. — Não me diga que você ficou com medinho? Eu não mordo Ku.ro.sa.ki.

O garoto olhou para ela e endureceu (não nesse sentido que você, querido leitor, está pensando), ele não sabia como responder. Acontece que ele tinha ficado com tanta raiva de vê-la sorrir para outro que perdeu as estribeiras e quando percebeu que tinha exagerado, o orgulho falou mais alto e se recusou a dar o braço a torcer.

— Bom não importa. —Rukia concluiu ao se afastar. — Mas você vai trabalhar em triplo, por me deixar sozinha com todo planejamento da empresa e nem venha reclamar ou vou arrastar sua cara no asfalto.

A morena sorriu e chutou a canela do Kurosaki com gosto e saiu cantarolando.

Ichigo sorriu e alisando a canela seguiu Rukia por todo caminho até a casa da pequena. Tinha que aceitar a derrota. Ele não estava mais suportando ficar sem ver, beijar ou apanhar da garota de cabelos escuros como a noite e de olhar encantador.


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