Minha história de amor brega escrita por Kuchiki001


Capítulo 5
Madrugada de jogos




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Karakura City

Ainda no hospital. No mesmo quarto aleatório, sentindo falta do garoto problema...

Tédio e mais tédio.

Rukia que estava de olhos fechados e suspirando sem parar não percebeu quando o garoto alto de cabelos estranhamente laranja entrou no quarto sorrateiramente.

Ichigo observou a comida intocada no suporte sobre a cama e balançou a cabeça negativamente.

— Apesar de ser ruim, você deveria comer um pouco. –disse.

Abrindo os olhos, Rukia sorriu ao ver Ichigo em sua frente. Estranhamente vê-lo a deixou animada e se conteve para não correr e abraçá-lo. Não queria admitir, mas pelo pouco tempo em que não o viu sentiu a falta dele.

Ichigo a olhou. Aquela garota era a causa de todos os seus recentes problemas, não sabia o motivo de estar ali agindo de forma incomum, fazendo planos mirabolantes só para deixá-la feliz e vê-la sorrir o deixava com um sentimento bom no peito, fazendo-o sorrir junto com ela.

— O que faz aqui? O horário de visitas terminou faz tempo. —Rukia perguntou enquanto se sentava na cama.

— Eu entrei escondido. —ele sorriu travesso. — Eu pensei que estar sozinha em um quarto de hospital era deprimente. E adivinha? Peguei alguns jogos  emprestados que achei no armário do meu pai. —ele mostrou a sacola que trazia em mãos. — Aquele velho algumas vezes pode ser útil.

Rukia bateu palmas empolgada.

— Que tipo de jogo você trouxe? –perguntou.

Deixando a sacola de lado Ichigo pegou a embalagem de plástico com a comida e sentou-se ao lado de Rukia na cama.

— Primeiro coma sua comida depois eu te mostro.

Fazendo bico Rukia negou.

—  Estou sem apetite, apesar de me sentir melhor ainda sinto a garganta doer.

— Seu rosto está bem melhor... A vermelhidão e o inchaço passaram. Meu pai falou que não teve nada anormal nos exames, mas você está um pouco anêmica e com um resfriado.

— A enfermeira falou que amanhã terei alta. –Rukia disse feliz.

Ichigo assentiu. Encheu a colher com comida, aproveitou uma oportunidade e a enfiou na boca de Rukia. Esperou ela terminar de engolir e antes que ela pudesse protestar enfiou mais uma colherada e outra em seguida.

Rukia mastigava a comida enquanto pensava nas garotas que dariam tudo para estar no lugar dela, deu-se conta que estava gostando e muito de ter Ichigo dando-lhe comida e a mimando. Amaldiçoou-se. Aquele era o garoto que odiava. “O que ela estava pensando?” mais que depressa tirou a embalagem das mãos do Kurosaki.

— Eu tenho mãos... posso comer sozinha, obrigada! –tentou soar gentil, a voz não disfarçava a vergonha que sentia.

— Tudo bem, desde que coma tudo. –Ichigo disse dando de ombro.

Rukia abaixou o rosto para a embalagem e revirou a comida com a colher de plástico, a comida não tinha gosto e muito menos parecia apetitosa. Desejou do fundo do coração comer o arroz de sushi que sua irmã fazia e pensar em Hisana a fez sentir saudades.

 Ichigo colocou uma mecha do cabelo de Rukia atrás da orelha e com o dedo indicador levantou o queixo dela fazendo com que ela o olhasse.

—  O que aconteceu? De um momento para o outro mudou de humor, por acaso você é bipolar?

Rukia entortou a boca para Ichigo e colocou a comida de volta no suporte.

—  Sinto falta da minha irmã... por estar dopada eu não pude vê-la. –explicou.

—  Sua irmã é muito diferente de você. –Ichigo comentou casualmente e pegou a embalagem enchendo novamente a colher com comida.

Rukia o olhou surpresa.

—  Você é a primeira pessoa que fala isso, geralmente as pessoas falam o quanto somos parecidas e...

 A calando com uma colherada, Ichigo sorriu ao ver Rukia o fuzilar com o olhar.

—  Sua irmã é mais agradável.

Assentindo, ela limpou a boca e tomou um gole do suco.

—  Ela é a pessoa mais maravilhosa, magnífica e incrível do mundo. –disse ela orgulhosa. – A melhor!

—  Não duvido... Por que ela é sua irmã.

Sorrindo Rukia aceitou mais uma colher da comida que reparando bem não era tão sem gosto assim.

***

Colocando o suporte de volta no lugar depois de comer toda a comida, Rukia esperou Ichigo mostrar o conteúdo da sacola.

— Então o que você quer jogar primeiro? Temos: baralho; um tabuleiro de xadrez; banco imobiliario; dominó; um twister; jogo das varetas e aquele que traz discordia, UNO. –mostrou ao retirar as caixas da sacola.

Rukia observou todos os jogos espalhados na cama e com o dedo indicador no queixo avaliou por qual deveriam começar.

— Que tal começarmos pelo jogo das varetas... Eu começo! —disse empolgada.

—  Vamos melhorar, se eu ganhar faço uma pergunta e você responde e assim vice-versa. –Ichigo sugeriu ao espalhar as varetas coloridas pela cama.

— Ok. –Rukia concordou. — Mas nada de trapaça ou eu quebro a sua cara. — mostrou a mão em punho.

Sem ter como discordar Ichigo tirou os tênis e se sentou na cama de frente para ela. Os dois deram inicio  ao jogo, a cada vareta que era removida por Rukia, Ichigo torcia para que as outras mexessem e soprava na tentativa de fazê-la passar a vez.

— Caramba você é boa. É tarde demais para admitir a derrota? –Ichigo perguntou se concentrando em pegar a vareta que havia escolhido.

—  Se não fosse você me irritando eu teria pegado todas as varetas de uma única vez.

— Ok! Admito não sou bom nesse jogo. Pode me fazer a pergunta. –Ichigo desistiu após sua quarta tentativa fracassada.

— Hum... deixe-me pensar... Qual é seu maior sonho? –Rukia perguntou animada e curiosa.

—  Meu maior sonho? –Ichigo repetiu pensativo. – Eu não tenho um sonho, mas um objetivo.

Rukia se endireitou e olhou com atenção para ele.

— E qual seria? –perguntou cheia de curiosidade.

Arrumando as varetas no tubo , Ichigo sorriu e em seguida olhou para ela.

— Serei o dono da maior empresa de jogos do Japão.

Ele esperou que Rukia começasse a rir ou fizesse piadas com a cara dele, mas ela o olhava de boca aberta, pareciam que seus olhos brilhavam em admiração.

—UAU! Que incrível! Eu realmente quero ser sua amiga. –Rukia disse por fim.

Ichigo sorriu e assentiu com a cabeça.

— Sim podemos ser amigos, quer dizer devemos ser amigos. Eu estava pensando que não quero te tratar como minha inimiga, por que não faz sentido, você é uma garota legal e eu não sei porque começamos a brigar e discutir sem motivos e...

—  Tudo bem, acalme-se um pouco. –Rukia pediu rindo da falta de fôlego do Kurosaki por falar tudo aquilo de uma única vez. — Eu também não quero ser sua inimiga, até porque você não é tão babaca como pensei.

Ichigo a olhou e a estudou cuidadosamente.

—  Você me acha um babaca? –ele perguntou sentindo-se subitamente magoado.

Rukia jogou o cabelo para trás e cruzou as pernas apoiando o rosto no punho, sorriu.

— Não te acho um babaca... na verdade eu quero te agradecer por tudo: pelo bolinho, pelo remédio, por ter me trazido ao hospital e por estar aqui comigo.

Ichigo ficou calado, processando tudo que a garota tinha acabado de falar. Ouvi-la agradecer aquecia seu coração de uma forma inexplicável. Sorriu ladino e sem a olhar balançou a cabeça.

— Não precisa agradecer, eu sou responsável por você está aqui. –disse corando genuinamente.

Rukia achou fofa a timidez do garoto e sorrindo mais do que tudo, decidiu que ser amiga do ruivo não era tão ruim assim.

— Então... Se você vai ser dono de uma empresa de jogos vai precisar de alguém que trabalhe para você... Estou disposta a deixar você me contratar. –Rukia disse e escolheu o próximo jogo que jogariam naquela noite.

Ichigo a ajudou a montar as peças do banco imobiliário e pensou na proposta de Rukia.

— Você quer trabalhar junto comigo em meu sonho? –ele perguntou enquanto embaralhava as cartas sorte-revés.

Rukia assentiu.

— Por que não? Parece desafiador e divertido... Depois que terminarmos o ensino médio vou prestar exame para a universidade de Tókio, quero aprender a administrar uma empresa.

Admirado com a garota a sua frente, Ichigo sentiu as bochechas esquentarem e seu coração martelar no peito. Rukia era sem sombra de duvidas uma garota incrível.

— Você está bem Ichigo? – ela perguntou preocupada ao notar a vermelhidão que cobria o rosto do garoto.

— Rukia. –Ichigo limpou a garganta, se sentia nervoso e ao mesmo tempo tímido. – Conto com você para realizar esse sonho. –disse com toda coragem que reuniu.

Sorrindo, ela assentiu e estendeu a mão direita.

— Seu sonho a partir de agora será o meu objetivo. Kurosaki Ichigo serei a sua sócia.

Ichigo respirou lentamente antes de aceitar a mão da morena.

— Conto com você. –tremendo ele observou como a mão da baixinha era pequena em comparação a sua, os dedos finos e delicados estavam envoltos dos seus e ele podia sentir sua pulsação sanguínea aumentar.

Dando-se conta que permaneciam de mãos dadas por um tempo exageradamente longo, os dois se soltaram ao mesmo tempo. Ambos com as faces carmesins em vergonha.

— Então... – Ichigo tentou disfarçar o clima estranho que ficou entre os dois. – Escolha a carta. –estendeu para que ela pudesse escolher.

— Isso não está certo. –Rukia falou depois de juntar as peças em cima da cama.

— Você quer jogar outro jogo? –Ichigo perguntou sem entender, nem haviam começado aquele jogo e a morena já estava o guardando.

— Não é isso... Traga a minha mochila, preciso de papel e caneta. –ela pediu exigente.

Ichigo assim o fez. Foi até o pequeno armário e de lá tirou a mochila infantil demais para uma garota de dezessete anos e entregou para Rukia que sem demora pegou seu caderno com um coelho enorme estampado e sua caneta preferida.

— Vamos fazer um contrato.

— Um contrato? –Ichigo repetiu começando a entender o que a garota queria.

—  Isso mesmo, uma garantia para o futuro. Para caso um de nós tente mudar de ideia.

Assentindo, Ichigo observou Rukia escrever as clausulas e a admirou silenciosamente: a forma como ela franzia a testa ao pensar ou quanto apertava o lábio inferior com os dentes. Sacudindo a cabeça ele se recriminou.

—  Então... –limpou a garganta. – E se caso um de nós... Sabe... Queira desistir? –Ichigo perguntou enquanto apertava nervosamente os dedos.

Parando subitamente de escrever, Rukia o olhou e sorriu maleficamente.

— Nem ouse desistir. Ou, você vai morrer.

Engolindo em seco, ele assentiu e voltou a prestar atenção na garota.

— Pronto. —Rukia sorriu satisfeita para a folha e a passou para o Kurosaki. — Vê se tem algo que queira acrescentar.

Ichigo leu calado e concordou com tudo que ela escreveu.

— Você é boa. Eu não conseguiria pensar em tudo isso.

— Então assine. —ela passou a caneta.

Ichigo ainda a olhou pensativo. Assinar aquilo era como assinar sua sentença de morte caso ele desistisse de seu sonho.

— Eu tenho uma exigência. —falou e passou a folha para Rukia que bufou impaciente. — Dez anos. É o prazo que esse contrato vai valer... Se não conseguirmos, então...

—Eu entendi. —Rukia disse e acrescentou mais uma cláusula.

Sem pensar muito e sentindo que estava vendendo sua alma para o diabo, Ichigo assinou. Com um floreio ele e Rukia se tornaram sócios de um futuro incerto.

— Perfeito. —ela disse com um sorriso estampando seu rosto. — Agora que eu vou ser sua administradora, você deve me obedecer e ser meu cachorrinho.

Ichigo olhou para ela abismado.

— O contrato não diz nada sobre eu ser seu cachorro.

— Óbvio que fala, bem aqui. Olha! —apontou.

— Aqui diz que eu como parte B do contrato, devo aceitar e respeitar as decisões que partem da parte A. —Ichigo leu em voz alta.

Rukia assentiu e sorriu.

— Exatamente. A partir desse momento você é meu servo.

Ichigo sentiu um frio na espinha, estava se arrependendo de fazer um contrato com aquela garota que parecia mais o capeta.

— Então moranguinho, vamos planejar o seu futuro. — Rukia sorriu e acrescentou. — Mas antes vamos jogar Uno.


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