Andromeda Black aprendera a camuflar suas emoções desde o momento em que nasceu. Os elfos domésticos que serviam a família Black contavam a história da menina que viera ao mundo rindo com grande desdém. Seus pais odiavam ouvir qualquer palavra sobre o episódio e castigavam aqueles que o relembravam, causando tristeza nos elfos e revolta em Andrômeda. Ela odiava como era tratada pelos pais, seu pai venerava Bellatrix como uma deusa e para sua mãe Narcissa era uma boneca de porcelana russa e ela era apenas a garota de personalidade revoltosa e beleza mediana, que discorda veementemente de suas crenças,valores e no tratamento que davam aos servos. Os elfos domésticos  Não eram uma raça inferior, sempre cuidaram dela com muita dedicação. Porque maltratá-los? Foram muitos anos defendendo-os de maus tratos e palavras ofensivas, até que Andrômeda aprendera a se calar na Mui Antiga e Nobre Casa dos Black e também para o mundo. Em meio a uma discussão acalorada entre ela e sua mãe, a garota foi fisicamente castigada por suas missivas a favor da velha elfa que queimou as luvas de seda de sua senhora. Depois deste episódio ninguém conseguia ler seus sentimentos, adotou uma expressão distante nos jantares em família e conversava pouco com seus pais e irmãs. Fora assim durante anos, até que em seu quarto ano em Hogwarts, sua capacidade de esconder qualquer sentimento foi colocada à prova. A garota se aproximou de um nascido-trouxa tímido e encantando por Astronomia, que amava contar histórias sobre sua vida no mundo trouxa e assim conquistou o interesse da jovem bruxa. Edward Tonks era o ser mais radiante e inteligente que Andromeda Black teve o prazer de conhecer. Lentamente, ela aprendeu a expor suas opiniões para Ted. Permitindo ser ouvida e questionada por alguém diferente, que verdadeiramente gostava de sua companhia, que ria de suas inseguranças e que segurava sua mão em momentos difíceis e principalmente, aquele que sempre direcionou um olhar gentil e deu-lhe espaço para ser quem ela era. Edward Tonks, o lufano nascido-trouxa, com seu sorriso tímido e sua paixão pelas estrelas, reacendera a chama rebelde que há muito tempo a Black apagou. 

Diante disso, a garota sentiu-se atônita com a chegada silenciosa do lufano na Torre de Astronomia. Ela tinha uma expressão muito abobalhada em seu rosto? Aquelas covinhas em meio ao sorriso tímido e suas camisas marrons faziam seu pobre coração disparar. Quem ela se tornou? Uma jovem encantada. por covinhas  

— Hey Andy! – o loiro acenou. 

Ela se esforçou para manter uma expressão neutra no rosto, fezendo seu melhor para disfarçar a cara de pateta. 

— Hey, Ted! Não percebi você chegando. 

— Te assustei? – Ted arqueou as sobrancelhas em sinal de preocupação, tornando sua feição ainda mais adorável. Este garoto não tinha ciência de seu poder sobre ela. 

— Oh não! Só estava perdida em caraminholas. - ela tocou as têmporas, sinalizando a confusão em sua mente. – Venha, tenho muito o que lhe mostrar hoje. É Lua Cheia!

Ted se aproximou e sentou-se ao lado dela na manta que cobria o chão frio. Largou alguns livros ao seu lado e a encarou. 

— Você sabe que pode compartilhar seus anseios comigo, não é? Principalmente sobre sua família. 

— Sim, claro. – a garota sentiu o coração palpitar freneticamente mais uma vez diante de tanta ternura e preocupação estampados naqueles olhos amendoados. Ela pegou sua mão e afagou. – Está tudo bem, garanto que não é nada demais.  

— Se você diz, garota brilhante, eu acredito! 

Andrômeda suspirou e apontou para a constelação brilhante no céu. 

— Aquela é a Constelação Boieiro, ela representa o filho de Deméter que inventou o arado e assim conquistara um lugar no céu. Era um jovem e tanto! Particularmente amo sua história, como era sensato e tinha consciência social. A invenção do arado se deu ao notar a dificuldade pela qual os humanos obtinham comida.

— E por isso Boeiro ajudou-lhes? 

— Sim! Boeiro acreditava que os humanos eram capazes e deveriam ter meios para semear sua própria comida. O que mais gosto nesta história é como a solução se apresenta. O arado não resolveu imediatamente o problema de escassez de comida, foi algo que ajudou-lhes a longo prazo. Eu acho que todos devemos pensar assim. 

— Assim como? – perguntou Ted encantando pelas palavras proferidas de forma tão apaixonada. 

— Temos que buscar a solução na raiz do problema. Não em medidas que aliviam a curto prazo. Pode doer e levantar alguns protestos e até demorar, mas há problemas que só acabam com mudanças radicais.

— Você tem razão, Andy. – Ted se aproximou e beijou suas bochechas rosadas. – Temos que lutar por mudanças e não somente por melhoras. Você é uma jovem rica com muita rebeldia. Eu adoro isso em você. 

Andrômeda sentiu todo o ar saindo de seus pulmões. O contato físico acendeu uma fogueira em seu corpo, sentia cada célula pulando e fervendo. Sentiu-se acalorada e confiante. Céus, o que era tudo isso? Por que era tão bom? A sua respiração e a do loiro possuíam a mesma frequência. O que era isso? 

— Obrigada! – ela sorriu e levantou-se rapidamente. – Terminamos por hoje. Até a próxima, Ted!- Andrômeda não conseguiu encará-lo e correu o mais rápido que pôde. Precisava fugir, pois estava em chamas.