Um Reino de Monstros Vol. 4 escrita por Caliel Alves


Capítulo 16
Capítulo 3: A Guerra das Mil e Uma Noites - Parte 4




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A Aliança Internacional já havia reconquistado todos os baronatos, vilas e cidades por onde a Companhia de Libertadores havia passado.

O Oeste, partes do Centro-Oeste e todo o Norte de Lashra haviam sido anexadas a Aliança Internacional. O Centro-Leste, Leste, Sudoeste e Sul estavam em posse do Reino dos Monstros. Do Leste, só a área que compreende Oásis não estava sob domínio dos Monstros. O Sultanato era a última barreira para a conquista de Wa-no-Kuni.

O Arquipélago de Vitória-Régia eram terras sob controle da Horda. Os povos tauamãs foram contactados há meses atrás, mas devido a uma interferência na telemagia, a AI não obteve resposta.

A situação se gravava com o avanço no controle do Deserto Frio. Uma extensão desértica centenas de metros acima do nível do mar que serve de fronteira com o Sul de Lashra.

Dos três mares internos, dois continuavam em posse de Zarastu, eram eles: o Mar dos Reis, que margeia a Cidade Real e o Mar de Cinzas, com as suas grandes ilhas vulcânicas que separa o Extremo Oriente do resto de Lashra.

O terceiro dos mares internos, o Mar de Gelo, a Sudoeste, onde quatro meses é intenso inverno e oito meses um contido verão. Uma base da Marinha da Aliança Internacional foi montada lá.

― Os tauamãs não responderam porque estão sob domínio de Zarastu e já devem ter sido todos transformados em monstros. E quanto as Ruínas de Nylack e a Fortaleza do Crepúsculo? Territórios dominados por dois dos Generais Atrozes. São praticamente enclaves intransponíveis no momento. Sem a queda dos Generais Atrozes, derrotar Zarastu é uma utopia, meus caros confrades.

Dumas não aguentava a empáfia daquele velho governante. Ele falava como se não se importasse com a vida das pessoas.

― Prefiro não acreditar que o senhor chegou a tal nível de insensibilidade, Vossa Majestade. Mas compreendo o seu revanchismo. Graças a ele um principado sumiu da face de Lashra. Derrotar os Generais Atrozes faz parte de nossa estratégia. Entretanto, se Zarastu avançar por Oásis, não teremos mais esperanças, sejam nossos companheiros de batalha. Nosso inimigo são os monstros.

O barão de Alfonsim tomou a palavra. Ele ajeitou os óculos no seu rosto gordo e disse:

― Vossa Majestade, pense no que o vosso pai falaria se o visse agindo assim. Honre a memória dele e atue como o grande governante que você sempre foi.

O sultão se ergueu do trono. Agitou as vestes e estendeu o dedo para o telemago.

― Não ouse falar do meu pai, alfonsino. Vocês da Casa de Habsburgos não merecem a nossa ajuda. Nunca contribuíram para o meu povo em nada. Fizemos tudo sozinho, e se hoje temos um império assim como Zarastu, é porque trabalhamos para isso. Muramos grande parte do deserto e construímos uma cidade para proteger os oasianos.

― Seja arrazoado, monarca. Vós falai como se Oásis sempre tivesse existido. Oásis foi construída numa área onde havia pequenos principados que você dominou pela força da espada e construiu um muro com trabalho escravo dos monstros. E hoje se esconde atrás de assassinos para fazer o seu trabalho sujo.

― BASTA! Não ouse falar mais uma palavra.

― Ou o que? Vai declarar guerra a nós, os seus aliados?

O clima estava tenso. O governante tremeu de fúria dos pés à cabeça e deixou-se cair no trono. Por um pedido de Amir, Rachid foi até ele.

Saragat pensou o quanto de estresse aquele velho estava sofrendo e mesmo assim mantinha os seus ideais. Não sabia se era forte ou apenas teimoso.

― Pai, o senhor está bem?

― Não toque em mim, filho insolente. Você trouxe desonra a essa casa hoje. Seu avô deve estar se revirando no túmulo.

― Pai, eu...

O alfaraz tentou tocar no braço do genitor, mas ele esbofeteou a sua mão. Rachid expirou o ar profundamente. Ele também se sentia estressado. Odiava decepcionar o pai.

― Não precisamos de frágeis alianças militares. Não queremos ajuda desses tais “libertadores”. Nossos alfarazes são o suficiente para acabar com os monstros. Nossos celeiros têm grandes estoques e nossas muralhas são muito altas, podemos aguentar um ano de cerco. Possuímos um contingente de milhares de homens bem treinados e fortemente armados. E caso seja necessário, faremos acordos bilaterais com os samurais.

― Sinto lhe informar, Vossa Majestade, mas os monstros não vão atacar por um ano, mas por toda a sua existência. Sabendo que esses monstros são seres animados e inanimados poluídos pela magia divina de Enug, e possuindo uma ferramenta para purificá-los, não seria está a melhor alternativa? Quanto a Wa-no-Kuni, Yojimbo levou a nossa mensagem, junto de seus dois guarda-costas, Kurumada e Toriyama, e ela foi aceita. O xogum já deixou claro a sua posição em relação a essa guerra: os samurais estão em coalizão com a Aliança Internacional e só darão apoio aos aliados da humanidade.

Maldição, foram mais rápidos do que eu.

― Não estou convencido do poder dos integrantes da Companhia de Libertadores. É muito arriscado colocar o futuro de um continente nas mãos de crianças. Eles foram testados contra os homens do Esquadrão Assassino Secreto e só um deles conseguiu derrotar os meus homens. Tell de Lisliboux foi o primeiro a ser capturado.

O jovem abaixou a cabeça. Sentia-se envergonhado na frente de Dumas e Clapeyron. Não queria que eles soubessem.

O conjurador oasiano resolveu falar, aquilo já estava indo longe demais.

― Os testes com os jovens libertadores deram empate. Logo, não é suficiente para determinar o seu fracasso. Eu apoio a iniciativa de purificação. Devolver a humanidade aos seres sencientes é uma forma de justiça.

Conjurador, vossa língua não se contenta em ficar dentro da boca.

O monarca se levantou do trono e desceu os degraus se aproximando do telemago.

Os aliancistas ficaram receosos da resposta do adail de Oásis. Mas ele surpreendeu:

― Eu aceito a coalizão, mas com uma condição?

― Que condição?

Saragat sabia que ele faria alguma exigência maluca. O conjurador já estava a ponto de explodir.

― Vocês terão que aguentar um dia e uma noite de combate sozinhos contra a Horda.

Dumas, seu tio e o barão de Alfonsim não puderam acreditar no que ouviam.

― Reconsidere, Vossa Majestade.

― O senhor está sendo rígido demais em seus pedidos.

― Mas isso é um exagero, são milhares de monstros contra um quarteto.

― Um quinteto!

O alfaraz se apresentou como aliado e se juntou ao grupo. Letícia não poderia acreditar.

O sultão se enfureceu de tal modo que desligou a transmissão. Desceu o trono e saiu da sala sem falar com ninguém.


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