Tempos atrás…

Tsunade e Harumi estavam sentadas a uma mesa de um bar e conversavam enquanto dividiam uma garrafa de Saquê.

— Eu sei que você pode me fazer lembrar, Tsunade! – Harumi socou a mesa e disse levemente alterada.

— Eu já disse que não posso, Harumi! Sei que é difícil de acreditar, mas você sempre foi muito misteriosa. Tudo que sei é que você morreu carregando diversos segredos que ninguém jamais soube.

Harumi suspirou desapontada e desviou o olhar, em seguida, virou um gole de Saquê.

— Espere… – Tsunade parecia ter se lembrado de algo ou alguém. 

— O que é?

— Acabo de me dar conta de que houve alguém que pode ter estado ciente de todos os seus segredos, mas os guardou a sete chaves.

Harumi se surpreendeu.

— E quem é essa pessoa?! – Ela perguntou impaciente.

Tsunade bebeu um gole de Saquê.

— Hum, se eu disser o nome dele você provavelmente agirá sem pensar. 

Harumi a olhou com raiva.

— Me escute, eu tenho que ir até a Vila da folha para saber sobre o lançamento do livro, se você quiser vir comigo, eu lhe mostrarei de quem estou falando. – Tsunade disse.

— E do que vai adiantar apenas vê-lo?

— Não seja impaciente. Tenho certeza que sua ida até lá poderá lhe trazer diversas memórias, inclusive de suas grandes habilidades médicas.

— Hum, você ainda não acredita que eu já tenha me lembrado de tudo relativo a medicina, não é? – Harumi perguntou com um sorriso ladino.

Tsunade cruzou os braços…

— É algo difícil de acreditar, mas sendo você, estou tentada a crer. 

Harumi manteve seu sorriso ladino e Tsunade serviu um pouco mais de Saquê para si.

— Tive uma ideia. – Ela disse com um sorriso ladino. - Vamos fazer uma aposta. 

 Harumi sorriu com deboche…

— Você tem certeza que deseja apostar comigo, Tsunade?

Tsunade se irritou.

— SIM, EU TENHO!

As demais pessoas do bar se assustaram e a olharam, mas Harumi continuou calma e com um sorriso ladino.

— Pois bem, qual será a aposta?

— Bom, no passado você não usava o Jutsu de Transformação enquanto trabalhava como médica Ninja, pois executar técnicas médicas extremamente avançadas e manter um disfarce perfeito, é algo praticamente impossível, exceto para mim.

Harumi a olhou com uma de suas sobrancelhas arqueada.

— Por conta disso, quero desafiá-la a usar a técnica de transformação e depois, execute técnicas de alto nível no hospital de Konoha. Se fizer isso, acreditarei não só que você voltou a ser a mesma de antes, mas sim, que voltou a ser um gênio que superou o próprio limite. O que eu acredito ser impossível, já que mesmo sendo tão brilhante antes, você não foi capaz de tal coisa. 

Harumi pensou por alguns segundos, até que bebeu mais um gole de saquê.

— Você disse bem, antes. – Ela sorriu com determinação. - O que eu ganho se provar que posso conseguir isso? 

Tsunade cruzou os braços enquanto mantinha um sorriso ladino.

— Se me provar que é capaz de executar técnicas médicas de alto nível e manter um disfarce perfeito, eu lhe direi como chegar até a pessoa que sabe tudo sobre você, e você poderá decidir se quer voltar a viver em Konoha. Não irei mais escondê-la.

Harumi arregalou os olhos.

— Mas se você não conseguir, terá que aceitar minha proteção e buscará entender que só faço isso pelo seu próprio bem.

Harumi pensou por alguns segundos, até que colocou o copo sobre a mesa enquanto sorria com determinação.

— Feito!

Tsunade também sorriu com determinação e bebeu um gole de saquê.

Alguns dias depois…

Yuna estava a caminho do hospital de Konoha e não notou que alguém seguia seus passos. Ao chegar no hospital, ela foi diretamente falar com Sakura que estava na sala de reuniões. 

Sakura estava de costas para a porta, distraída fazendo algumas anotações, até que ouviu a mesma ser aberta.

— Com licença, Sakura. – Yuna disse.

Sakura logo se virou.

— Bom dia, Yuna! Pensei que não viria hoje. – Ela disse com um leve sorriso.

Yuna entrou e fechou a porta. Ela estava com um olhar entristecido e Sakura logo notou.

— Está tudo bem?

Yuna desviou o olhar por alguns segundos…

— Bom… Eu vim lhe pedir três semanas de afastamento do hospital.

Sakura ficou surpresa.

— T-Três semanas?

Yuna a olhou com os olhos marejados.

— É a minha mãe, Sakura. Ela está muito doente e eu preciso desse tempo para cuidar dela.

Sakura continuou surpresa, mas depois desviou o olhar pensativa.

— Três semanas sem você aqui… Bom, tudo bem… mas se você quiser, eu posso ir até sua…

— Não… Sei que não sou tão habilidosa quanto você, mas farei o meu melhor para que ela fique bem.

Sakura suspirou.

— Tudo bem. Então… – Ela se aproximou um pouco mais de Yuna. - Nos vemos daqui a três semanas. – Ela sorriu com doçura.

Yuna assentiu com a cabeça e se virou, saindo pela porta. Por estar distraída demais, ela não percebeu que havia alguém perto da porta, era um médico. Depois de Yuna ter saído do hospital, aquele mesmo médico também saiu. Ele começou a seguir Yuna de forma discreta e, para não chamar a atenção, andou a uma distância considerável dela. Após caminhar alguns minutos, Yuna entrou em uma casa e o médico parou para observá-la de longe. Depois de alguns minutos, ele decidiu se aproximar da casa e, ao olhar pela janela, avistou uma senhora acamada que parecia sentir algumas dores no estômago. Enquanto isso, Yuna tentava aliviar as dores daquela senhora com Ninjutsu médico, mas nada parecia adiantar, o que fez ela suspirar desapontada. Depois de observá-las por alguns minutos, o médico se afastou da janela e também suspirou entristecido.

Aquele médico saiu e caminhou pensativo. Depois de se afastar um pouco da Vila, seu corpo foi envolto por fumaça e logo revelou sua verdadeira forma, era Harumi.

Na madrugada daquele mesmo dia, a mãe de Yuna adormeceu depois de algum tempo sob os cuidados de sua filha. Yuna a observava com tristeza, tudo que ela mais desejava era ser mais habilidosa, ser mais segura para poder curar sua mãe totalmente. Após um suspiro de exaustão, ela se sentou em uma cadeira reclinável que ficava ao lado da cama de sua mãe e recostou sua cabeça. Não demorou muito para que ela pegasse no sono e, depois de alguns minutos, alguém entrou no quarto pela janela. Agora estando sem nenhum disfarce, Harumi caminhou cuidadosamente pelo quarto e se aproximou da mãe de Yuna. Ela a observou por alguns segundos e notou que já a conhecia, mesmo não se lembrando totalmente de onde. Depois de observá-la, ela aproximou sua mão e a colocou sobre o estômago daquela mulher. Seu Chakra logo se tornou visível e, depois de alguns minutos, ela tirou sua mão. Ela se virou em direção a Yuna e a observou por alguns segundos, até que suspirou e sorriu sutilmente. Antes de sair, ela pegou uma garrafa média que continha um remédio feito a base de ervas e deixou sobre a mesa de cabeceira. Em baixo da garrafa, ela deixou um bilhete escrito…

“Esse remédio ajudará sua mãe a se recuperar. Dê uma dose duas vezes ao dia.”

Em seguida, ela saiu pela janela. 

Pela manhã, Yuna acordou antes de sua mãe. Ela logo se levantou e foi verificar como ela estava, mas estranhou que estivesse dormindo tão tranquilamente pois as dores sempre voltavam em poucas horas após ela ter tomado os remédios. Depois de observar sua mãe, ela logo notou a garrafa de remédio em cima da mesa de cabeceira e foi até lá para olhar, notando o bilhete. Após pegar o bilhete e ler o que estava escrito, ela ficou intrigada, mas depois de alguns segundos, se assustou…

— E-Essa letra…

Flashback on

(Cena do Capítulo 11 - Um Amor Improvável - Itachi Uchiha)

…

Akira/Harumi foi andando devagar em direção a garotinha que estava abraçando sua mãe e a entregou um papel de seu bloco de notas...

"Não se esqueça de contar para ela as novidades e se puder, mantenha segredo sobre meu rosto."

Após ler, a criança a olhou sorrindo...

— Obrigada, doutor!

Flashback off

Yuna ficou boquiaberta e não conseguia acreditar. Ela ficou sem reação por alguns minutos, até que tomou um leve susto.

— Bom dia, filha! 

Ela logo olhou em direção a sua mãe.

— Mamãe! – Ela se ajoelhou próximo a ela. - Como se sente? 

— As dores já não são tão fortes, mas sinto que ainda preciso de seus cuidados. 

Yuna a olhou com carinho e logo suspirou.

Harumi havia deixado que ela fosse a responsável pela cura total de sua mãe, ela apenas ajudou para que a intensidade das dores diminuíssem.

Enquanto isso, no hospital de Konoha, Sakura chegou e logo foi até a Sala de Cuidados Intensivos pois havia um paciente que precisava de uma cirurgia de alto risco naquele dia. Após obter o diagnóstico que foi preocupante, ela logo suspirou.

— Bem, prepare tudo para a cirurgia. Começarei em alguns minutos. – Ela disse a um médico que a acompanhava.

— Certo.

Ela se virou e saiu, indo para a sala de reuniões, mas, ao chegar lá, tomou um susto ao ver alguém de frente para a porta, como se a esperasse.

— Y-Yuna? 

— Olá, Sakura! – Ela disse com um leve sorriso.

— O que faz aqui?

— Bem, eu sei que é confuso, mas… – Ela suspirou com satisfação. - Eu consegui!

Sakura se surpreendeu.

— Eu finalmente me senti segura e curei a doença de minha mãe. 

Sakura continuou surpresa, até que sorriu.

— Eu sabia que você conseguiria, Yuna! 

Yuna sorriu sutilmente e Sakura logo ficou séria…

— Bom… – Ela colocou a mão no queixo pensativa. - Por conta deste grande feito, acredito que você esteja pronta para realizar a cirurgia do paciente da Sala 6. Você se lembra dele?

Yuna arregalou os olhos.

— Sim… me lembro.

— Acabo de obter um diagnóstico e ele precisa urgentemente ser operado, não podemos esperar mais. – Sakura suspirou com determinação. - Eu quero que você faça essa cirurgia, Yuna!

Yuna continuava surpresa…

— V-Você tem certeza?

— De acordo com o que você me contou sobre a doença de sua mãe, tinha um quadro de gravidade elevado, e se você foi capaz de curá-la, você também é capaz de realizar essa cirurgia. – Ela sorriu com satisfação.

Após mais alguns segundos estando surpresa, Yuna sorriu sutilmente.

— Se você está dizendo…

Depois de alguns minutos, Yuna estava na Sala de Cuidados Intensivos e estava concentrada, com um olhar determinado enquanto executava técnicas de cura extremamente difíceis naquele paciente. Seu rosto denotava um enorme esforço e controle de Chakra, gotas de suor desciam de sua testa, mas tudo parecia estar dando certo.

Depois de mais alguns minutos, ela abriu a porta da Sala de Cuidados Intensivos e havia dois médicos vigiando a porta. Ela passou a mão na testa e suspirou de exaustão enquanto caminhava para fora da sala.

— E então, como foi? – Um dos médicos perguntou apreensivo.

Yuna parou de caminhar e o olhou por cima do ombro, estando com um sorriso satisfeito.

— Foi um sucesso!

Os médicos se surpreenderam e ela voltou a caminhar, se afastando deles.

Quando era noite, Yuna passou a noite em sua casa pois tinha esperança que seu marido, Shigeki, fosse jantar com ela e seu filho, Sosuke. Depois de muito esperarem, ela e seu filho adormeceram juntos, na cama de casal. Shigeki chegou quando era madrugada e logo foi até seu quarto para ver a esposa. Ao chegar lá, ele observou os dois dormindo juntos e sorriu sutilmente, mas também suspirou entristecido, ele sentia falta de estar com eles. Ele fechou a porta do quarto cuidadosamente para não acordá-los e voltou para a cozinha. De sua bolsa de armas ele pegou um livro e deixou sobre a mesa, era um presente para sua esposa.

Enquanto isso, na casa da mãe de Yuna, a senhora havia acabado de adormecer e havia uma mulher de cabelos castanhos observando-a, era sua filha. Depois de se certificar que ela estava tranquila, Yuna saiu da casa de sua mãe, mas do lado de fora, havia alguém lhe esperando e, ao notar, ela se assustou.

— O que faz aqui? 

— Tenho que admitir, você continua sendo a mesma. – Tsunade disse estando com as mãos na cintura e um sorriso satisfeito.

Yuna se surpreendeu e a encarou por alguns segundos, até que suspirou e seu corpo foi envolto por fumaça, era Harumi.

— Eu soube sobre a cirurgia, mas sei que você não pretendia me contar sobre essa senhora. – Tsunade disse.

— Porque isso não faz parte da aposta.

— É, eu sei. Mas isso me ajudou a compreender algo sobre você, Harumi.

— Hum? – Harumi se intrigou. - E o que é?

Tsunade se aproximou dela e a olhou com carinho.

— Não importa o que aconteça, nem mesmo a morte foi capaz de mudar seu coração. – Ela sorriu, um sorriso sutil e orgulhoso.

Harumi ficou surpresa por alguns segundos, até que suspirou e também sorriu sutilmente. 

No dia seguinte, Yuna levantou cedo e se surpreendeu ao encontrar um livro na mesa da cozinha. O lançamento havia sido no dia anterior e ela havia ficado chateada por não ter conseguido ir comprar um, mas seu marido sabia do seu amor pela medicina e por conta disso, comprou um para presenteá-la, mas não pôde entregá-la pessoalmente pois teve que sair muito cedo. Ela pegou o livro e suspirou…

— Shigeki… – Ela sussurrou com carinho.

Ela se sentou ali e começou a ler. Naquele livro continha muitas informações sobre uma médica do passado e foi inevitável não se lembrar daquela médica que devolveu a vida para sua mãe. Imersa naquela incrível história e levada pelas lembranças, ela suspirou com um leve sorriso nos lábios, até que foi interrompida.

(Cena do Capítulo 1)

— Mamãe! – O garotinho a chamou estando com a máscara que ela mesma havia feito para ele.

— Sim, filho.

— Estou pronto.

Ela sorriu e fechou o livro...

— Então vamos... – Ela se levantou. - Sua avó está nos esperando.

Ela saiu de casa com a criança.

                                                         ...

Enquanto caminhava pelas ruas de Konoha, Harumi a observava de longe, estando disfarçada de médico, mas depois de alguns minutos, ela mudou de direção e seguiu até o escritório do Hokage. Sua intenção não era entrar, ela apenas queria observar de longe enquanto se lembrava das palavras de Tsunade no dia anterior.

Flashback on

— Então, você perdeu a aposta e me deve um nome. – Harumi disse com um sorriso ladino.

Tsunade fechou os olhos e sorriu sutilmente.

— Essa é a primeira aposta da qual eu não me irrito por perder.

Ela olhou bem dentro dos olhos de Harumi.

— Como prometido, você agora é totalmente livre para continuar vivendo onde bem entender. O nome da pessoa que conhece seu passado você descobrirá por conta própria, mas a partir de agora esteja ciente de que está a procura do Sexto Hokage.

Harumi arregalou os olhos e Tsunade a tocou no ombro.

— Espero poder vê-la em breve de novo, Harumi. – Ela disse com um leve sorriso.

Flashback off

— Sexto Hokage… – Harumi sussurrou enquanto observava a torre.

Depois de alguns minutos, ela se assustou ao ver alguém saindo de lá. Um homem de cabelos brancos e que usava uma máscara que tapava sua boca e nariz. Após ele caminhar por alguns metros, ela viu o kanji em suas costas (六火 - Seis Fogo) e logo compreendeu que era ele.

(Cena do capítulo 1)

Kakashi decidiu passar na biblioteca bem cedo para matar sua curiosidade sobre o tal livro. Para sua surpresa, havia sobrado apenas um, o lançamento foi um enorme sucesso por se tratar de um material tão valioso. Quando Kakashi se aproximou do livro, leu o título e era bem diferente do que ele imaginava...

"As Crônicas de Uma Médica Invisível."

Ele arregalou os olhos assustado e ficou sem reação por alguns instantes.

— Que pena, só sobrou um. – Uma voz feminina disse atrás dele.

Ele tomou um leve susto e a olhou por cima do ombro, se virando em seguida. Kakashi ficou um pouco mais surpreso ao olhar para aquela mulher, ela tinha cabelos castanhos e possuía uma leve semelhança com Harumi. Ela sorriu com doçura para o Sexto Hokage enquanto ele a encarava, até que pegou o livro na prateleira.

— Pode levar. – Ele a entregou.

Ela o olhou surpresa e logo sorriu entusiasmada...

— É sério? Muito obrigada, senhor Hokage! – Ela se virou para a esquerda. - Vamos, filho!

Uma criança que estava distraída em outra parte da biblioteca veio correndo e ao se aproximar, Kakashi arregalou os olhos. Era um menino com aproximadamente 6 anos, e ele usava uma máscara idêntica a que Harumi usava no passado para se disfarçar de Akira.

A mãe e a criança saíram apressadas, era notável o entusiasmo da mãe com o livro e Kakashi continuou estático observando-os.

                                                 …

Depois de alguns minutos, ele seguiu para o seu escritório. Harumi já estava um pouco distante e, após não sentir mais que ele estava perto, a criança que estava com ela desapareceu em fumaça e ela se virou, olhando na direção em que Kakashi seguia de costas. Ela o observou por um tempo, até que seus olhos marejaram...

— Kakashi Hatake... – Ela sussurrou.

(Cena do Capítulo 2)

Naquele mesmo dia, Harumi, com seu disfarce de Yuna, estava usando Ninjutsu médico para obter o diagnóstico de um paciente...

— Você teve uma melhora significativa de ontem para cá! Estou muito feliz com sua recuperação! – Ela tirou as mãos dele estando com um lindo sorriso.

— Então, quando poderei ir para casa, doutora? – O homem de aproximadamente 25 anos perguntou.

— Bom...

Ela foi interrompida com a porta se abrindo e Sakura entrou no quarto.

— Olá, Yuna! Como ele está? – Sakura se aproximou.

— Olá, Sakura! Ele teve melhoras significativas desde ontem e tudo indica que poderá receber alta ainda hoje. – Ela piscou para o paciente que sorriu para ela.

Sakura sorriu com doçura...

— Então a cirurgia foi mesmo um sucesso. – Ela suspirou com satisfação. - Estou muito orgulhosa de você!

Yuna sorriu...

— Devo tudo isso a você, Sakura.

— Você se esforçou muito e tudo isso é mérito seu. – Sakura tocou o ombro de Yuna, que sorriu com doçura.

Yuna havia se tornado uma grande aliada de Sakura e seguia aprendendo com a mesma.

Sakura observou um relógio na mesa de cabeceira do paciente.

— Acho que podemos fazer uma pausa. Que tal um chá? – Ela disse com um leve sorriso.

— Ótima ideia!

As duas saíram do quarto do paciente.

                       …

Harumi ficou na Vila da Folha por mais alguns dias. Além de sua rotina no hospital estando disfarçada, em suas horas vagas, ela observava a torre Hokage. Desde que viu Kakashi, ela estava confusa com os sentimentos que foram acordados dentro de si.

Dias depois…

Tsunade estava em um bar enquanto bebia Saquê estando distraída, até que uma voz familiar soou atrás dela.

— Não acha que está muito cedo para beber, Tsunade?

Ela se assustou e logo olhou para trás, vendo Harumi, que a olhava estando com uma de suas sobrancelhas arqueada.

— Harumi?! O que está fazendo aqui?

Harumi sorriu e caminhou até o outro lado da mesa, se sentando de frente para Tsunade.

— Sentiu minha falta?

Tsunade cruzou os braços como uma rabugenta…

— Você não me deu tempo para isso.

Harumi sorriu sutilmente e Tsunade a observou por alguns segundos.

— E então, você o viu? 

Harumi ficou séria de repente e logo suspirou…

— Que tal mais um dia de apostas? – Ela desviou o assunto.

Tsunade ficou intrigada por alguns segundos, até que sorriu.

— Ótimo!

Depois de um dia inteiro envolvidas com apostas, Tsunade e Harumi voltaram para a pousada onde se hospedaram.

(Cena do Capítulo 3)

Quando já era noite, Tsunade foi até um dos quartos da pousada onde estava hospedada, mas não era o seu. Ao entrar naquele quarto, ela avistou alguém de costas, olhando pela janela. Ela fechou a porta e a observou por alguns segundos...

— Hum, mesmo que eu possa imaginar o porquê você tenha ficado assim desde que voltou da Vila da Folha, preciso lhe perguntar...

— Sim... eu me lembrei. – Ela disse em um tom baixo.

Tsunade se surpreendeu.

Aquela pessoa, aquela mulher com lindos cabelos castanhos, fechou os olhos e, ao fechá-los, lágrimas desceram pelo seu rosto.

                                            …

— Então… me diz, como você morreu? Essa dúvida me atormenta já a muito tempo, Harumi. – Tsunade a olhou com tristeza.

Harumi ficou pensativa e, depois de alguns segundos, ela enxugou as lágrimas e se virou de frente para Tsunade.

— Me perdoe, Tsunade. Eu só consegui me lembrar de Kakashi e do quanto ele foi importante para mim, mas o resto, continua sendo um completo mistério.

Tsunade suspirou entristecida.

— Entendo.

Agora…

                     Escritório do Hokage 

Kakashi continuava tenso e suspirou, fechando os olhos.

— É realmente intrigante que mesmo estando aqui você não consiga se lembrar de tudo. – Ele disse.

Harumi suspirou entristecida.

— Eu acredito que a dor que você sente está relacionada a perda de sua família e está havendo alguma confusão interna que te faz pensar que está relacionada a mim. – Kakashi complementou.

Ela ficou pensativa por alguns segundos.

— Talvez eu sinta a dor de ter morrido e te deixado aqui. 

Kakashi a olhou em silêncio por alguns instantes, até que suspirou ao se lembrar do quanto doeu ter perdido ela.

— Se baseando nessa ideia, não há mais porque se sentir assim. Você está de volta, Harumi, e eu estou aqui.

Ela o olhou com carinho e sorriu.

— É, você tem razão, senhor Hatake!

Ele sorriu com os olhos.

— Bem, eu tenho que terminar de revisar esses relatórios, mas convido-a para um passeio pela Vila mais tarde, o que acha? Assim você poderá se lembrar dos tempos em que éramos parceiros de missões. 

Harumi se surpreendeu.

— É-Éramos parceiros de missões? 

Kakashi novamente sorriu com os olhos.

— Os melhores de nosso tempo!

Harumi continuou surpresa, até que sorriu com entusiasmo.

— Isso é fantástico! Eu fui treinada pela Quinta Hokage e fui parceira de missões do Sexto Hokage. ISSO É DEMAIS! – Ela disse em um tom alto e com euforia, mas logo se assustou por se lembrar que ninguém podia saber que ela estava ali, no escritório do Hokage. - Opa! – Ela tapou a boca com as duas mãos. - E-Eu me esqueci. – Ela coçou a cabeça e sorriu envergonhada.

Kakashi não conseguiu se conter e deu risada de sua reação exagerada.