Alguém para compartilhar a vida. escrita por Adnoka


Capítulo 1
Alguém para compartilhar a vida.




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O bom de estar no interior de uma cafeteria é poder observar lá fora como a vida passa e é assim que estou agora.

Tive um dia cheio, me sentar aqui e tomar meu “americano” é tudo que eu quero.

Recentemente tenho vindo bastante aqui, e por ser sempre tudo muito igual, me traz paz e paz é tudo que eu preciso.

Não tenho muito com quem conversar, e me pego sempre muito sozinha, aproveito sempre que estou aqui para usar tudo ao meu redor como parte do meu processo criativo, então com meu laptop aberto e meus papéis de rascunho sempre continuo meus poemas.

Olho para fora por um momento e vejo vir em direção a cafeteria um belo rapaz, ele some da minha vista quando escuto a sineta da porta do café tocar e com isso ele entra.

Ele é alto, sua postura é elegante e os traços do seu rosto parecem ter sido esculpidos pelos próprios anjos de tão perfeitos. Ele tem um cabelo cumprido castanho o que o deixa ainda mais charmoso e posso dizer, sexy.  Sobrancelha e olhos castanhos seguem uma linha perfeita que o deixam com um olhar profundo e penetrante, dono de uma boca perfeita, lábios grossos muito bem desenhados, posso dizer tranquilamente que esse rapaz é a coisa mais linda que eu já vi em toda minha vida.

Ele entra, se encaminha para o caixa e faz seu pedido e mais uma vez me encanto, mas agora por sua voz que é suave e gostosa de ouvir.

Depois de tantos devaneios percebo que o estou encarando quando ele olha na minha direção, fui pega, desvio o olhar como se nada tivesse acontecido, ele pega seu café e senta a algumas mesas a minha frente. Ainda posso vê-lo, admira-lo, o que me desperta uma imensa vontade de escrever sobre ele e sem me demorar começo em um de meus papéis de rascunho:

“Você adentrou meu campo de visão e no meu olhar eu te prendi: imagem, tempo, cada detalhe seu passando por mim.

Quero poder te olhar como a uma obra de arte, observar sua história, te sentir de forma abstrata.

Quero poder te ouvir como a uma música, apreciar sua melodia, ler sua letra e dançar você até a última marcação.

Que nada sobre você me escape, e que mesmo sem tê-lo por perto desejo que tudo em você possa viver em mim.

Quero te ouvir falar, admirar, segurar sua mão, olhar em seus olhos e me perder assim como agora estou perdida em você.”

Termino meu rascunho, coloco data, hora e uma anotação “para o moço da mesa enfrente a minha no coffee-stars” para manter o registro da minha inspiração e levanto meu olhar para vê-lo novamente e lá está. Consigo sentir meu coração acelerando e tudo que eu queria era poder estar com ele, mas já está ficando tarde e então começo a arrumar minhas coisas pra ir embora, junto de forma desajeitada meu novo rascunho aos demais fazendo com que eles se misturem e o coloco em um envelope e quando me levanto ele também se levanta o que me faz pegar minhas coisas e acelerar minha saída dali pois não quero que ele perceba que eu o estava encarando de novo.

Está frio aqui fora, vou a passos rápidos processando a imagem daquele moço... e me lembro do que escrevi, um rascunho sobre ele, um poema sobre alguém que eu jamais veria novamente.

Agora em casa, já aquecida, me sento perto da janela que dá de vista com o mundo lá fora e abro o laptop para voltar a escrever...

Volto ao meu trabalho e percebo que estou escrevendo para ele novamente, ele me inspirou, e com um profundo choque entendi que de fato provavelmente eu nunca mais o veria e isso me doeu. Eu só o olhei uma vez, por um breve instante, mas meu desejo era poder olhar para ele por todo resto da minha vida.

Esse meu jeito “romântica incorrigível” sempre me causou tristezas profundas então tinha decidido não mais me apaixonar, mas era impossível não se perder depois de contempla-lo.

Com certeza ele não me notou quando olhou em minha direção, ele parecia imerso em seus próprios pensamentos, como se nem estivesse ali.

E com todos aqueles pensamentos pairando em minha mente acabo pegando no sono.

Um novo dia começa e hoje decido que não quero escrever pois estou com muita coisa na cabeça, preciso de um tempo então decido sair um pouco.

Acabo indo a uma livraria que tem um café bem aconchegante mais no centro da cidade, (eu disse que não escreveria hoje, mas nada me impede de ler um pouco).

A livraria-café me traz uma sensação maravilhosa de estar onde pertenço, fiz umas comprinhas de uns livros que estava querendo, comprei meu americano e me sentei em um lugar da livraria que tem uns “sofás de canto” que torna o lugar especialmente calmo, coloquei meus fones de ouvido e comecei a ler meu romance, o quão clichê isso pode parecer eu não sei, mas estou como em um abraço, me sinto feliz.

Não sei quanto tempo se passou, estou muito envolvida na leitura, porém quando levanto meu olhar do livro em um determinado momento a uns dois lugares de distância eu o vi, sentado praticamente de frente para mim.

Ele também estava lendo, daqui não consigo ver qual livro, mas sua expressão estava fixa, completamente envolta em sua leitura ele demonstrava todo o interesse em saber o rumo do que lia em cada traço de seu rosto perfeito e eu que estava antes tão calma e tranquila em meu momento de leitura, me via agora em um turbilhão de pensamentos, emoções e sentimentos afinal, qual a chance de isso realmente estar acontecendo? Qual a chance de estarmos novamente no mesmo lugar?

Não posso ficar assim, preciso me conter, vou voltar a ler como se não o tivesse visto, e é isso.

Volto minha concentração para a leitura, mas não demora muito sinto uma presença parando bem ao meu lado.

Olho para cima e meu corpo desfalece, se eu não estivesse sentada certamente cairia agora mesmo. Eu o olho dentro dos olhos pela primeira vez e a sensação que tenho é que todo o resto do mundo sumiu, não existe nada mais além da imagem dele diante de mim.

Ele acena para que eu tire meus fones e eu o faço sem hesitar.

— Com licença, eu estava sentado bem ali e notei que já te vi em algum lugar, não sei se estou enganado, mas era você ontem no coffee-stars né?

Preciso me controlar, ele está mesmo falando comigo... melhor, ele está afirmando que também me viu ontem.

— Sim, eu estava lá, também o vi.

Meu coração vai sair pela boca então eu institivamente semicerro meus lábios de forma rápida e ele demonstra se divertir com aquilo sorrindo gentilmente. E que sorriso maravilhoso que ele tem, seu sorriso ilumina qualquer escuridão.

— Posso me sentar aqui? — Ele pergunta gentilmente.

— Claro, fique à vontade. — Tento parecer natural, mas estou a ponto de ter um troço.

— Tome — Ele me entrega um envelope que tira de sua mochila — guardei isso pra você.

Eu pego o pacote de suas mãos nitidamente surpresa quando percebo que aquele pacote eram os meus rascunhos de alguns poemas que estava fazendo. Como estavam com ele?

— Minha nossa, obrigada. — Não tenho nem o que dizer.

— Não por isso, você saiu da cafeteria ontem e o deixou cair. Tentei te entregar ontem mesmo, mas quando eu saí você já havia sumido. — Seu sorriso gentil ainda estampava o rosto dele.

— Ah, estava muito frio então apressei o passo até em casa. Mas nossa obrigada mesmo por guarda-lo para mim, são de certa forma bem importantes os papéis aqui dentro. — Olho para ele pra ver se descubro se ele os viu, se sim, eu morreria de vergonha pois são rascunhos, inacabados e imperfeitos, mas como a forma que sempre fecho meu envelope está igual acredito que ele não tenha mexido em nada aqui.

— Eu imaginei, por isso os guardei, pois, queria eu mesmo te entregar. Eu não mexi no envelope não se preocupe eu não poderia invadir assim, mas confesso ter ficado curioso quanto ao seu conteúdo, pois notei que você escrevia quando estava em direção a cafeteria, e depois na mesa a frente.

Ele me viu antes mesmo de entrar na cafeteria, me viu escrever... e eu que gosto de observar as pessoas do lado de fora, fui observada enquanto estava lá dentro.

— Hum, sim são meus rascunhos, eu realmente escrevo.

— Interessante, o que você costuma escrever? — Ele parece de fato interessado.

— Geralmente poemas, nada muito interessante, estou em um projeto e aqui estão minhas ideias. — Balanço o envelope para ele.

— Ideias que você deixou cair. Parecia nervosa ao sair, desculpe me intrometer ainda mais, mas aconteceu algo ontem?

Aconteceu você! Era a única resposta verdadeira.

— É...  as deixei cair, na verdade me distraí inesperadamente ontem, mas você as pegou pra mim, meu herói. — Falo sorrindo, brincando, para retribuir de alguma forma toda sua gentileza.

— Se distraiu... deu para perceber. Eu te salvei, mas agora preciso ser salvo.

Deu pra perceber? Aí, ele realmente me viu o encarando ontem?

— Precisa ser salvo? Como posso ajudar nisso?

— Me deixe ler seus rascunhos, eu amo poemas e me interessei por serem seus.

Ele é tão cativante, envolvente, se eu não tomar cuidado ele levará de mim tudo que quiser e até mais.

— Mas eu não os mostro a ninguém, morro de vergonha moço.

Ele abre um largo sorriso.

— Moço? — Diz quase em uma gargalhada — que fofa, tudo bem, minha culpa por não me apresentar antes. Me chamo Hyunjin e você é a?

Ele me chamou de fofa, mas ele era completamente fofo mesmo sendo sexy também.

— Kimmy. — Falo muito sem graça por ele ter me chamado de fofa.

— Até seu nome é fofo, muito prazer Kimmy.

— O prazer é todo meu Hyunjin. — E de fato era.

— Bom, agora que sabemos nossos nomes, tenho uma proposta a fazer. — Ele fala de forma estimulante, como se tivesse tido uma ideia genial.

— Estou ouvindo. — E com medo.

— Vamos sair daqui? Já estamos aqui a um bom tempo. Minha proposta é: vamos até o coffee-stars onde nos vimos pela primeira vez e lá você me deixa ler pelo menos um de seus rascunhos. Um apenas, é o que te peço.

Ele realmente vai insistir nisso, e como que eu vou negar isso a ele? Ele os guardou para mim, e além do mais ele é completamente irresistível.

Respiro fundo para ele ver que estou ponderando sobre seu pedido.

— Tááá okay. Eu topo. Mas deixo avisado que será apenas um mesmo, tudo bem?

— Tudo, eu concordo com seus termos.

— Está bem então.

— Então vamos? — Ele se levantou e fez um gesto cavalheiro acenando para irmos.

— Sim, vamos.

Durante o caminho conversamos um pouco sobre alguns assuntos aleatórios, e sobre nossas vidas também, era fácil falar com ele, ele me ouvia atentamente, e eu fazia o mesmo quando era ele quem estava falando.

Antes de chegar à cafeteria passamos em frente em uma floricultura e ele parou de súbito.

— Espere aqui um pouco. — Disse e logo se virou para entrar na floricultura.

Eu o esperei, meus pensamentos estavam absortos no Hyunjin, ele veio até mim de forma tão naturalmente correta, e nós dois estávamos tão ligados mesmo a pouco tempo nos falando que pensei por um momento estar sonhando e antes que meu pensamento se concluísse ele dá leves toques no meu ombro para que eu me vire.

Me viro e a imagem mais linda de todas se monta na minha frente: O Hyunjin segura em suas mãos uma rosa linda como ele, uma rosa cor-de-rosa.

— Para você, espero que goste.

Tem como não amar? Talvez eu me arrependa muito de deixa-lo entrar assim na minha vida, mas ele é como se fosse um sonho real para mim. Estava acontecendo aqui e agora.

Muito timidamente peguei a rosa de sua mão.

— Impossível não gostar Jinnie. — Falo com toda ternura que consigo expressar, e ele parece ficar satisfeito.

— Do que me chamou? — Ele disse em um tom tranquilo.

— Aí... — Fecho meus olhos e abaixo minha cabeça com vergonha por tê-lo apelidado.

— Por favor não ache nem por um instante que eu não amei ouvi-la me chamando assim, só perguntei para que você dissesse novamente.

— Jinnie, acho que o momento me tomou e simplesmente saiu, me desculpe.

— O que eu acabei de dizer “Kimmie”? — Ele também me apelidou.

— Okay, tudo bem. — Estou muito sem jeito na frente dele e ele sabe disso.

Ele me pega pela mão e eu me assusto com sua ação, mas ele a segura firme.

— Tudo bem andarmos assim?

— Se é o que você quer, eu quero também.

— Perfeito. — Ele sorri e voltamos a caminhar.

Eu me apaixonei por ele antes mesmo dele vir falar comigo, mas ali segurando sua mão eu percebi que tudo entre nós estava apenas começando apesar da forma rápida em que caminhamos nessa estrada.

Chegamos à cafeteria, ele me pergunta o que quero e me pede para ir sentar enquanto ele faz o pedido.

— Dois americanos por favor. — Ele fala de forma divertida enquanto olha para mim que o olho de volta com um sorriso estampado.

Eu já estava ali, não poderia mais voltar atrás. Estou toda derretida por ele.

— Aqui está, aproveite seu café.

— Muito obrigada. — Sigo sorrindo.

Ele sorri de volta.

— Você é tão linda.

— Não, não sou! E estou parecendo uma boba, eu sei disso.

— Não parece, você sorri e me derrete em um instante, eu não consigo me recompor.

Como assim eu o derreto? É só isso que ele tem feito comigo desde que o vi pela primeira vez.

Eu apenas o encaro. Tudo isso é bom demais, e eu estou feliz.

— Bom, não pense que vai me enrolar. Quero ler um rascunho seu, já decidiu qual vai me dar para ler?

Ele não esqueceu, mas eu já havia me esquecido.

— Huum, vamos ver... Topa um “jogo”?

— Jogo? Me explica o que está pensando.

— Está bem, escuta: Vou tirar todos os meus rascunhos do envelope, você vai fechar os olhos e eu vou começar a coloca-los um a um sobre a mesa até que você diga “pare” e o que estiver sido colocado por último na mesa será o que vai ler. Topa?

— Uau, você conseguiu deixar isso ainda mais interessante Kimmie, claro que topo, vamos fazer isso.

— Está bem, feche seus olhos e não trapaceie, apenas sinta quando quiser que eu pare eu pararei.

— Combinado, e só pra você saber você fica ainda mais apaixonante assim.

— Assim como?

Ele apenas sorri para mim, mas não me responde.

— Vamos logo quero ver qual será minha escolha.

Tiro os rascunhos todos do envelope, ele me olha sem conter sua excitação, ele realmente quer ler um rascunho meu.

— Está pronto?

— Estou.

Ele fecha seus olhos olhando para ele só consigo pensar que ele fica ainda mais lindo assim, e voltando a mim eu começo a ir colocando os papéis sobre a mesa um a um. Ele vai respirando fundo, balançando sua cabeça como se ouvisse uma música só dele e eu vou me sentindo sortuda por vê-lo assim.

— Pare.

Sua voz cortou meus pensamentos e eu parei imediatamente.

Ele abriu seus olhos e me fitou por um momento.

— Pode me passar o escolhido.

Pego o papel sem olhar qual era e entrego a ele que começa a ler aparentando muito entusiasmo com tudo aquilo.

Ali em sua frente eu estava notavelmente nervosa, nunca mostro meus rascunhos para ninguém, ele foi o primeiro a ver um em toda minha vida. Estou completamente vulnerável a este momento.

Ele termina de ler e passa mão na parte mais abaixo do papel.

— Você data seus rascunhos?

— Sim, é um habito que tenho para registrar o momento exato da minha inspiração, dato e coloco algum comentário sobre. Essa que pegou é de quando?

— O mais interessante é para quem. — Ele disse como se estivesse adorando aquilo.

Nesse momento eu gelei, em minha mente a lembrança do que escrevi para ele ontem aqui mesmo onde estamos agora veio com tudo a minha mente e me sinto encolher de vergonha, pois por conta do horário eu sabia que ele e eu éramos os únicos clientes da cafeteria.

— De todos os seus rascunhos eu escolhi justamente o que você fez para mim.  — Ele fala evidentemente satisfeito.

Eu já não tinha mais o que fazer, fui pega e nem posso reclamar afinal a ideia do “joguinho” foi minha.

— Eu só não vou mais conseguir te encarar agora, como vê posso tranquilamente me enfiar no primeiro buraco que eu vir e nunca mais sair de lá.

— Eu não sei por que, pois o que eu li agora me fez me apaixonar ainda mais por você. — Ele falava sério.

— Se apaixonar ainda mais? — Não consigo assimilar isso sem que ele confirme.

— Sim, ainda mais, suas palavras me fizeram entender que um olhar pode transformar tudo, e ler o seu olhar sobre mim me transformou em alguém que agora apenas quer ser o melhor para você.

— Que lindo isso. — Eu ainda estou muito tímida.

— Sei que pode parecer cedo demais para você, mas eu estou te amando Kimmie e isso pode até ser um exagero, mas não há nada que eu possa fazer, se o amor é tudo, para mim não há mais nada que não seja nós.

— Eu também estou te amando Jinnie.

Talvez meu universo esteja brilhante graças a você.

Sorrio pra ele, esse amor que se forma a cada instante me faz quere-lo ainda mais por toda a eternidade.

Terminamos nosso café, e saímos de lá para caminharmos juntos um pouco e no caminho nos deparamos com um parque no estilo itinerante todo iluminado e decidimos entrar lá.

Após andar um pouco compramos sorvetes e paramos em um ponto bem bonito do parque que tem a vista para um lago que também está iluminado.

— Já está acabando seu sorvete?

— Uhum, — Falo de boca cheia — e você?

— Já acabei, estou te esperando.

Termino meu sorvete, ele deve já querer ir embora.

— Prontinho, podemos ir se qui...

Ele me toma em seus braços e me beija.

Nosso beijo se conecta num encaixe perfeito, tem todo tipo de emoção passando por nós dois nesse momento, estamos juntos, apaixonados e tudo naquele beijo parecia ser o certo.

Ele com suas mãos grandes me envolvia e me levava para mais perto dele e eu me entregava sem pensar, me envolvia em seus braços e o seguia para um beijo com ritmo lento, intenso e cheio de ternura.

Ele vai diminuindo mais o ritmo do beijo e eu o sinto sorrindo com seus lábios ainda nos meus.

Você sabe que não vou conseguir mais deixar você em paz né?

— E quem disse que é o que quero? Por favor não me deixe mais.

— Não vou, vamos viajar para algum lugar perto da galáxia, vamos voltar e ir para todo lugar.

Eu sorrio com esses devaneios do Jinnie, afinal parece que eu encontrei alguém igual a mim (romântico incorrigível) alguém para compartilhar a vida.

Estamos agora abraçados olhando as luzes, as estrelas, e ele fica me fazendo carinhos e dando beijinhos no meu pescoço, enquanto eu acaricio seus braços e quando ele se aproxima bem dou beijos em sua bochecha.

— Kimmie.

— Hum.

— Eu quero sempre poder ouvir você, sempre! Compartilhar com você até mesmo suas preocupações. Quero estar sempre ao seu lado se assim você quiser.

— É tudo que mais quero Jinnie, que você esteja comigo e eu com você, da mesma maneira, na mesma sintonia, andar lado a lado com você, e tenha certeza, não só nas boas coisas, mas em todas elas eu estarei aqui pra você.

Ele fita o nada por um instante sem dizer uma só palavra e então dispara.

— Ainda temos tempo? Quero te levar a um lugar.

—  Temos sim, não tenho pressa pra voltar.

— Que bom, vem comigo.

Ele me leva novamente a cafeteria.

— O que viemos fazer aqui de novo?

— Calma você já vai saber.

Ele segurando minha mão entra novamente acena pro atendente e avisa que vai subir o que me deixa intrigada poios não sabia que havia um segundo andar ali.

Subimos, ele retira umas chaves do bolso e abre uma porta que dá para um “salão”.

— As damas primeiro.

Ele faz um gesto cavalheiro e eu entro seguida por ele que ascende a luz.

A visão que tenho me emociona, é uma mistura de estúdio de dança com ateliê muito íntimo, vê se que não vão muitas pessoas ali.

Eu olho tudo atentamente. A barra de ballet de um lado, as pinturas de outro, cada pintura linda que eu mal consigo me mexer tamanha beleza.

— Gostou? — Ele pergunta meio tímido.

— Sim é lindo aqui, são lindas as telas, — Percebo a assinatura nas telas — e são suas!? — Falo levando as mãos a boca — Jinnie são perfeitas!

Ele fica nitidamente tímido, mas entusiasmado com a minha reação.

— Você me mostrou algo que nunca havia mostrado a ninguém então quis fazer o mesmo por você.

— Uau, obrigada, nem sei o que dizer na verdade. Este salão é seu?

— Sim é, a cafeteria lá em baixo também.

— O que? — Não acredito — então meu lugar favorito no mundo é seu?

— E o meu é você! — Ele fala em um tom de voz suave.

E com isso ele me beija novamente.

Não sei se por estarmos a sós agora este beijo vem com mais intensidade, mais intimidade, ele simplesmente me estonteia com a vontade que vem pra me beijar, nos misturamos em um só e como em uma dança ele me pega e me levanta me levando para um sofá que tem ali enquanto ainda nos beijamos.

Eu estou perdendo o controle — Ele fala de forma ofegante.

Eu também estou, e por mais que queiramos decidimos mesmo sem falar nada que por hora o melhor é diminuir o ritmo, então eu o abraço, e beijo sua testa.

— Vamos olhar suas pinturas?

— É éé.. vamos.

Nós dois sorrimos.

— Eu fiz um poema para você, você vai pintar uma tela para mim? — Pergunto curiosa e desejando que a resposta dele seja positiva.

Te desenhar agora será meu trabalho diário, até que eu consiga transmitir sua real beleza em uma tela minha, é uma promessa.

Ele me deixa completamente sem ação, tudo nele é perfeito e suas palavras são ainda mais perfeitas.

— Você disse em seu poema pra mim que gostaria de me ter como uma música e me dançar, você falava sério? — Ele me encara com um olhar curioso e romântico, o que me faz pensar no que ele está querendo com isso.

— Acredito que neste caso não de um modo literal, eu nem sei dançar — E enquanto o respondo percebo que novamente ele me põe tímida.

— Então vai aprender comigo.

— O que? Não! Eu morro de vergonha.

— Não precisa ter vergonha amor, sou sua música lembra? Venha e me dance.

Ele me puxa novamente para ele, coloca meus braços envolta de seu pescoço o que me faz perceber como ele é realmente mais alto que eu e isso me balança, começamos a nos mexer, juntos, em um balanço ritmado por ele.

E depois de ficarmos por um bom tempo ali, juntos como se não houvesse mundo lá fora eu me toquei que já era bem tarde.

— Preciso ir para casa.

— Tem certeza? Nós podemos ficar aqui, fique tranquila, deixo você dormir no sofá e me ajeito em algum canto.

Ele, todo lindo na minha frente quase me convence a ficar.

— Moro bem perto daqui então tudo bem, eu posso ir. —Tento com toda minha foça resisti-lo e confesso que não é nada fácil.

— Sem mim não vai a lugar algum. Eu levo você.

Descemos as escadas, e a cafeteria já foi fechada por hoje.

— Viu só já está mesmo tarde.

— O que é uma pena, pois não queria me despedir. — Ele fala em um tom manhoso que me derrete inteira.

— Não faz assim, podemos nos ver amanhã.

— Claro que nós nos veremos amanhã, não duvide disso.

Saímos e vamos caminhando até onde moro e quando chegamos sinto o peso de nossa breve despedida.

— Você precisa mesmo ir?

— Sim, e você também deve descansar. — Falo me aproximando dele — teremos muito tempo para todos os momentos que nos aguardam.

— Eu sei, mas sinto que sem você ao meu lado eu morrerei.

E enquanto ele me diz essas palavras ele me toma em um beijo apaixonado.

Estamos na frente da minha casa, e o beijo que ele me dá cheio de emoção me faz querer chama-lo para subir comigo, ele passa sua mão pelo meu rosto e depois me abraça forte.

— Não se preocupe, faremos tudo no tempo certo, quero que quando for a hora seja inesquecível para nós dois em todos os sentidos.

— Com certeza será. — Falo o abraçando mais uma vez antes de nos despedirmos.

— Preciso salvar seu contato para poder falar com você antes de dormir. — Ele fala um tom firme, mas de forma fofa e vendo-o falar assim me apaixono ainda mais.

— Verdade, me deixe colocar meu número no seu celular.

Salvo meu número em sua agenda e devolvo seu celular.

Ele me abraça novamente, está realmente difícil para nós nos despedirmos.

— Entre, vou ficar olhando você subir. — Ele fala ainda abraçado a mim em um suspiro.

— Está bem. — Eu tento ser firme.

Dou um selinho nele que faz um último carinho em minha cabeça, me viro e entro.

Enquanto subo penso que este foi um dos melhores dias da minha vida, pois ao que parece finalmente encontrei no Hyunjin o amor que tanto esperava.


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Notas finais do capítulo

Há quem diga que ele ja havia lido os rascunhos da Kimmy, mas eu garanto que não.
Espero que tenham curtido a fic tanto quanto eu curti escrevê-la.



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