Pequenas gotas de uma chuva que se aproxima,

E ela é tão fria.

Fria e ao mesmo tempo confortável, reconfortante.

Me ansiando, desejando mais dela.

Mais e mais dela.

Ansiosa pela sua chegada acabo ficando parada no mesmo lugar, esperando que ela me alcance.

Porque talvez se eu me mover para um lugar mais distante, diferente eu a perca.

A perca por ter sido tão ansiosa e precipitada.

E eu estou tão cansada de perder. De me anteceder.

Só dessa vez.

Só dessa vez eu estarei esperando pela sua chegada, no mesmo lugar que eu percebi que possivelmente você chegaria em breve.

Esperando.

Esperando.

Ansiando.

Desejando.

Pela sua chegada.

Sem perceber eu começo a sorrir, um sorriso com uma risada triste no final.

Pela primeira vez eu esperei e nada aconteceu.

Como um sarcasmo nítido de que independente da minha escolha o resultado será o mesmo.

E ao me preparar para ir, a chuva começa a cair.

Como um presente agradável de que esse era o momento certo.

Me fazendo derramar lágrimas que eu não fazia mais ideia de que poderiam ainda sair de mim.

Lágrimas que se juntavam com a chuva que caia em mim.

Como se a chuva fosse toda dor que existia em mim, e independente do tempo que eu chorasse não seria o suficiente para tirar aquilo que estava há tanto tempo guardado dentro de mim.

A chuva e minhas lágrimas. Como uma só.

No fundo do meu peito eu sabia que depois desse dia, eu finalmente conseguiria ser feliz.

Finalmente poderia ser aquilo que eu sempre fingia ser, mas não conseguia ser.

Ser feliz.