Justiça: O Pergaminho de Rei escrita por Wondernautas


Capítulo 1
1 - Caminhe, jovem ninja!


Notas iniciais do capítulo

Ficha de Inscrição

Nome do personagem: (Somente primeiros nomes)
Aparência: (Cor de pele, olhos, cor e tipo de cabelo, tipo físico, altura, etc)
Idade:
Gênero:
Sexualidade:
Estatísticas: (Escolha entre NINJUTSU, TAIJUTSU, GENJUTSU, INTELIGÊNCIA, FORÇA, VELOCIDADE, ENERGIA E SELOS MANUAIS os 3 pontos fortes e os 3 pontos fracos do seu personagem)
Liberação da natureza favorito: (Água, Fogo, Vento, Terra ou Relâmpago)
Clã favorito: (Aqui você indica de qual clã gostaria de fazer parte)
Aldeia favorita: (Aqui você indica de qual aldeia gostaria de fazer parte)
Técnica mais desejada: (Escolha UMA técnica existente no universo de Naruto que o seu personagem gostaria de dominar ou algum tipo específico de técnica não-existente. Descreva em poucas linhas o que você imagina para esse segundo caso)
Informações adicionais: (Sintetize em até 6 linhas outras informações sobre o seu personagem. Farei o máximo que puder para enquadrá-las dentro da realidade deste universo)



Nota 1: O clã e a aldeia são meramente indicações dos seus gostos. Seu personagem será enquadrado da melhor forma possível dentro da história e tentarei considerar seus interesses. No entanto, existem limites: clãs extintos na história, por exemplo, não terão inscritos como membros por causa desse item. Nesses casos, provavelmente seu personagem será adicionado a um clã “semelhante”. Caso não possua um clã ou aldeia de preferência, marque isso em sua ficha.
Nota 2: A técnica mais desejada é um referencial para o tipo de habilidade que prefere adicionar ao seu personagem. Ela não necessariamente será atingida pelo personagem se a escolha envolve uma técnica que contrarie certos elementos utilizados na composição deste universo. De todo modo, ela é um norte para que eu ajuste sua ficha aos moldes da história.
Nota 3: ATENÇÃO. Mesmo que você inscreva o seu personagem nos comentários de uma das três fanfics, ele poderá aparecer em outras. Todo personagem estreante em uma das fanfics terá seus dados básicos listados nas Notas Finais em sua primeira aparição. Você pode acompanhar as Notas Finais das outras histórias caso não queira ler todas, mas queira acompanhar a trajetória individual do seu personagem.
Nota 4: Personagens inscritos serão, preferencialmente, Gennins. Algumas raras exceções podem acontecer por situações específicas relacionadas à organização do universo
Nota 5: Consulte-me, preferencialmente nos comentários, para esclarecer quaisquer dúvidas.



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Estou sonhando com o passado. Ainda me lembro como se fosse ontem daquele dia. Estava há dois meses naquele lugar, uma instituição de acolhimento para crianças e adolescentes em situação vulnerável. Era melhor do que viver apanhando todos os dias dos meus pais biológicos no País das Nevascas, mas não era exatamente uma “vida normal”. Todos lá queriam ter uma vida normal. Apesar de tudo, não acho que o meu histórico tenha sido o mais trágico dos trágicos. Ainda me pergunto porque a minha mãe me escolheu, entre tantas possibilidades. Não a minha mãe biológica, mas a minha verdadeira mãe.

Tier Halibel Hoshigaki, mais conhecida como a Terceira Mizukage. Se não me engano, naquela época ela já era Kage há mais de 10 anos. Foi ela quem propôs a criação da Aliança Shinobi. Por isso, visitava com frequência as instituições ligadas à Organização das Nações Shinobi Unidas. A ONSU é uma organização ligada a todas as aldeias ninjas em situações legais. Todos os países ninja respondem à autoridade da ONSU. Pelo pouco que sei, muita coisa melhorou no mundo desde o surgimento da Aliança Shinobi e dessa organização que administra as relações entre aldeias e países.

Bem, o fato é que eu já a tinha visto outras vezes naquele lugar. Por outro lado, no meio de tantas crianças e adolescentes encantados com a ilustre presença de uma Kage, provavelmente sequer tinha notado minha existência até então. Aquele dia foi diferente porque todas as outras crianças estavam brincando no pátio principal, mas eu estava afastado, sentado ao redor de uma mesa no refeitório próximo.

A Mizukage estava acompanhada de Mera Terumi, a Conselheira dela desde aquela época. Enquanto Mera ficou conversando com um dos funcionários da instituição, Halibel caminhou entre as crianças indo em minha direção. Eu ainda não tinha percebido, mas todos os outros davam animados “ois” para ela. Como sempre, a Mizukage respondia a todos com grande carinho e simpatia. Poucas pessoas que a conhecem não se afeiçoam por sua gentileza e ternura. Alguns até dizem que, para uma Kage, minha mãe é compassiva demais. Não penso assim porque foi justamente o amor dela pelo próximo que salvou incontáveis vidas como a minha e as de todas aquelas crianças e adolescentes resgatados de lares abusivos ou caóticos.

— Bom dia, pequenino – falou ela para mim, após se aproximar o suficiente.

A Mizukage havia parado bem diante da minha mesa. Como não tinha percebido sua chegada, muito menos sua aproximação, me surpreendi com aquilo. Estava cabisbaixo, triste o dia todo porque aquela data me trazia uma profunda dor no peito.

— Bom dia, tia Halibel – eu respondi.

Em seguida, sem deixar de me encarar com um gentil sorriso estampado no rosto, ela se sentou na cadeira bem à minha frente. Repousou as mãos sobre a mesa e observou meus olhos tristes por alguns instantes antes de falar novamente. Eu a observava, atento, mas sem entender o que alguém tão importante queria com alguém tão miserável.

— Por que não está com as outras crianças?

Eu apertei minhas mãos que estavam apoiadas em meu colo. Apertei firmemente, uma contra a outra. E respondi logo em seguida:

— Hoje faz um ano que perdi o meu único amigo.

— Entendo. Sinto muito por isso – ela disse, e sou plenamente capaz de lembrar de toda a compaixão que ressoou de suas palavras. – Qual era o nome dele?

— Senhor C. C de Cenoura. Mas ele não gostava quando eu usava o nome completo – contei, me referindo ao coelho de pelúcia que eu tinha desde que me conheço por gente.

Não percebi na época, mas hoje tenho certeza que ela entendeu naquela hora que se tratava de um “brinquedo” e não de uma pessoa. Mesmo assim, o que eu tinha dito era verdade: o Senhor C. era meu único amigo. Ele era o meu único conforto quando meus pais brigavam e agrediram um ao outro dentro de casa. Era minha única segurança quando resolviam me bater por ter feito qualquer coisa errada. Às vezes, eu urinava na cama com medo dos meus pesadelos ou derramava leite na mesa por acidente no café da manhã. Todas essas situações eram motivo para levar uma palmada educativa, ou duas, ou mais.

Naquela época, as pessoas não se intrometiam muito na educação dos filhos dos vizinhos. Era cada família por si. Pelo menos era assim no País das Nevascas, castigado por um clima constantemente abaixo de zero. Me lembro que ficava pensando se não era a neve constante que esfriava o coração dos meus pais. Quem sabe, eles seriam diferentes comigo em outro lugar? Talvez pudessem me amar ou pelo menos não me castigar tanto se vissem a luz do sol uma vez ou outra. Queria acreditar que nossa vida poderia ser diferente e que um milagre poderia acontecer. E o Senhor C. era quem me apoiava até ser despedaçado pelo meu pai em um ataque de raiva aleatório.

— Entendo. Ele devia ser um ótimo amiguinho. Mas acho que o Senhor C. gostaria que você tentasse fazer novos amigos – ela comentou um pouco depois da minha resposta.

Eu abaixei o meu rosto. Apertei minhas mãos novamente. Suspirei, mas me mantive cabisbaixo. Não sabia como disfarçar a tristeza, nem mesmo como poderia tentar. Só sabia o que era conforto e alegria na companhia do meu coelhinho branco de orelhas grandes.

— O Senhor C. morreu no dia que prometi que cuidaria dele para sempre, assim como ele cuidava de mim. Então acho que é melhor não prometer mais.

Eu senti calor. Era a mão direita da Mizukage, repousando sobre um dos meus ombros. Aquele ato me fez arregalar os olhos e encará-la. O sorriso dela era como a luz do sol que eu sempre esperei para minha vida mudar. Aqueles profundos olhos verdes abraçavam a minha alma como se dissessem que eu estava seguro, que tudo ficaria bem.

— Você é muito pequenininho para ter esse medo. Na verdade, não precisa prometer. Deixe que os adultos prometam pra você, que tal?

— Como assim, tia Halibel? – questionei, ainda muito inocente.

— Eu te prometo que ninguém, nunca mais, vai machucar você como fizeram antes. Não vou permitir que te façam chorar sozinho de novo – ela me garantiu, apertando levemente os dedos sobre aquele ombro pequeno. – Mas não me chame mais de tia. De agora em diante, terá que me chamar de mãe.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Elas estavam ali, guardadas, esperando o momento em que alguém me desse a permissão para chorar. Esperando o momento em que eu pudesse ser uma criança como qualquer outra. A Mizukage abriu seus braços para mim pela primeira vez e eu corri, chorando alto e abraçando-a. Foi a primeira de muitas vezes. E sempre será a mais especial porque foi o dia em que aprendi o que é ser amado de verdade. O dia em que eu conheci a luz do sol…

 

…/–/–/…

 

Janeiro, dias atuais. País da Água…

 

Quase duas horas se passaram desde que um garoto loiro de 12 anos sonhou com o dia de sua adoção. Aquele sonho era recorrente, reconfortante e pacificador. Rei Hoshigaki agradeceu aos céus por tê-lo em um dia no qual estava ansioso antes mesmo de abrir os seus olhos azuis. A empolgação era tamanha que levantou da cama sem mal arrumar seu rabo de cavalo. As costumeiras advertências da Mizukage não foram empecilho para o jovem sair mal arrumado para a Academia Ninja do País da Água. Afinal de contas, Halibel está extremamente ocupada neste dia e sequer retornou para casa na noite anterior.

Após comer um lanche às pressas e sair de casa, o garoto alvo correu com toda a empolgação para a Academia Ninja. Sua ansiedade era inquestionável: para Rei, nada era mais importante do que descobrir se estava aprovado como Gennin. Embora sua mãe seja a líder da vila, ela garantiu que isso nunca fosse motivo para privilegiá-lo em relação aos demais estudantes. Alguém como Halibel, que propôs maior rigidez na promoção de Gennins e Chuunins, jamais permitiria que alguém corresse riscos desnecessários por falta de preparo à altura dessas classes. Muito menos seria tão leviana com o próprio filho.

Quando chegou à Academia Ninja, algum tempo atrás, Rei descobriu que foi capaz de ser aprovado como Gennin. Essa classe é a primeira categoria de graduação ninja. Antes de tornarem-se ninjas de fato, os jovens aspirantes são matriculados na Academia Ninja da Névoa e permanecem praticando por pelo menos um ano até serem considerados elegíveis para o Exame Gennin. Esse exame nada mais é do que uma avaliação criteriosa feita pela alta cúpula de uma aldeia ninja para escolher, entre os nomes indicados pela diretoria da Academia Ninja, aqueles que ocuparão as vagas disponíveis de Gennins. O Exame Chuunin, que se inicia em agosto, é que define quantas vagas para Gennins estarão abertas no ano seguinte de acordo com a quantidade de Gennins anteriores que se graduarem como Chuunins.

Apesar de ser unânime hoje em dia, o sistema de graduação ninja nem sempre foi como é agora. Anos atrás, graduar-se como Gennin ou Chuunin era mais simples. Todas as aldeias acreditavam no potencial da força da quantidade e não estabeleciam limites para vagas de Gennins por ano. Esse método funcionou nas primeiras décadas das aldeias, época na qual os grandes conflitos eram atravessados somente por interesses humanos triviais. Quando os Bestiamorfos surgiram, no entanto, o antigo modelo mostrou-se extremamente inadequado e insensato. Diversos Chuunins e Gennins morreram em campo de batalha, tragados pela fome bestial das mais temíveis criaturas que o mundo já conheceu. Tier Halibel Hoshigaki, decidida a prevenir que outras jovens vidas fossem ceifadas como meros fantoches descartáveis das aldeias, propôs o modelo de graduação atual e salvou diversos ninjas de seus próprios despreparos.

— Todos estão preparados? – questiona um jovem adulto de olhos azuis, pele clara, estatura considerável e cabelos negros levemente repicados.

Ele é Natsumi Hamasaki Kajiki, o atual Diretor da Academia Ninja da Névoa. De pé em determinada posição na área externa da instituição, o responsável pela educação dos aspirantes a ninjas observa atentamente a sua turma ao longe. Ele está posicionado em um extremo oposto em relação aos seus estudantes, aglomerados em um grupo de 80 jovens. Entre o grande grupo e Natsumi, parados na área central, estão uma mulher e um garoto: um de frente para o outro, observados pelos olhares curiosos de crianças e adolescentes ansiosos. Rei Hoshigaki é um deles.

 Depois de comunicar quais dos estudantes foram aprovados como Gennins e quais não foram, Natsumi convidou todos para este local. Quando chegaram, se depararam com a presença de dois outros Chuunins. O diretor, por sua vez, explicou que os Chuunins convidados vieram fazer uma demonstração de combate para inspirar os que foram aprovados e os que deverão esperar pelo próximo ano.

— Não me sinto muito confortável enfrentando alguém com menos da metade da minha idade, Natsumi querido – alega uma mulher de cabelos castanhos até o pescoço, pele clara e olhos azuis.

Seu nome é Anzu Mazaki e ela é uma experiente Chuunin da Aldeia da Névoa. Diante dela, a poucos metros, está um jovem ninja que se graduou como Chuunin no ano passado. Menor do que Anzu, o garoto conhecido como Hyoga Yuki possui pele clara, cabelos loiros um pouco maiores do que as madeixas de sua adversária e olhos tão azuis quanto os dela. Ele se tornou ligeiramente conhecido na região como um prodígio do clã Yuki. Talvez seja por isso que, apesar da maior experiência de sua oponente, ele não parece estar intimidado.

— Não me subestime, senhorita Anzu – solicita o menor, encarando-a com grande convicção e se colocando em posição de combate.

— Ai, ai… – diz ela, fechando os olhos por alguns instantes enquanto suspira de leve.

Não é a primeira vez que Anzu é convidada para essa dinâmica. Na verdade, embora não goste de participar, sabe o porquê de Natsumi aplicá-la para seus alunos. A filosofia da Mizukage sempre foi de impulsionar as habilidades dos jovens ninjas, mas também ensiná-los lições de humildade e senso crítico. Reconhecer a desvantagem em um campo de batalha, principalmente quando se fala de uma grande diferença em experiência, é fundamental para a sobrevivência em uma missão. Anualmente, Natsumi realiza essa dinâmica inspirado por essa filosofia. Assim como Halibel, ele acredita que os seus alunos precisam observar para aprender.

— Bem, se não se importarem… – o diretor se manifesta, em uma distância suficiente dos dois combatentes, alternando o olhar entre eles. – Podem começar.

Sem esperar nenhum segundo sequer após a última palavra de Natsumi, Hyoga começa a correr em direção à Anzu. Ela, por outro lado, mantém o olhar fixo no garoto, colocando-se em posição de batalha enquanto o mesmo se aproxima.

— Devo reconhecer que ele é rápido – diz ela para si mesma em seus pensamentos. – Se ele está se aproximando sem receio de uma adversária maior, significa que se sente seguro em um confronto corpo-a-corpo. Ou talvez esteja tentando testar minhas habilidades sem desperdiçar chakra com ataques à distância.

Quando está próximo o suficiente, Hyoga tenta acertar um soco no rosto de Anzu com seu punho direito. Porém, ela é capaz de desviar para o lado. Com considerável velocidade, o garoto executa um chute com a perna esquerda para novamente tentar acertá-la. Ela consegue reagir em tempo, usando as palmas das mãos juntas para bloquear o ataque.

— Realmente, o garotinho é bom. É mais rápido e mais forte fisicamente do que eu – pensa, mantendo o olhar atento no inimigo. – Pelo seu estilo de luta, não me parece que seja tão proeminente em Taijutsu, mas seria leviano da minha parte não me afastar.

Saltando para trás, Anzu consegue se afastar do adversário. Mantendo-se no mesmo lugar, Hyoga ativa alguns selos manuais com rapidez.

— Observem, garotos – pede Natsumi, atento às ações de Hyoga e Anzu, mas decidido a tecer alguns comentários. – Muitas técnicas exigem a aplicação de selos manuais para serem ativadas. Por isso, é preciso analisar o contexto para usá-las no momento certo. Se o inimigo estiver muito próximo, usar uma técnica que exige muitos selos de mão pode abrir uma brecha para você sofrer um ataque e ter seu movimento interrompido.

— Estilo Vento… – pensa Hyoga, olhando para Anzu enquanto completa os selos manuais e inspira como se estivesse prestes a soprar com intensidade. – Grande Destruição!

Uma forte rajada de vento é liberada da boca do loiro quando ele sopra na direção de Anzu. As correntes de ar se expandem rapidamente, avançando de maneira intensa em linha reta. Ela é capturada pela força dos ventos e se esforça para manter os olhos abertos enquanto usa os braços para proteger o seu rosto. Embora a força dos ventos seja elevada, Anzu concentra chakra em seus pés para manter-se fixa no solo. Quando Hyoga percebe o que ela está fazendo, rapidamente decide sua próxima ação.

— Estilo Água: Shuriken de Água!

O loiro une suas mãos diante de si enquanto corre na direção de Anzu, quem está se esforçando para não ser arrastada pelos ventos da técnica anterior. Ele, avançando, cria algumas lâminas de água atrás de si por meio da umidade presente no ar. Com isso, direciona suas mãos para a adversária e lança os seis projéteis de forma sucessiva e veloz. Para o espanto dos espectadores, todas as lâminas atingem o corpo de Anzu, fazendo-a gritar de dor. Uma shuriken de água em cada braço, duas em sua barriga e uma em cada perna.

— Consegui! – exclama Hyoga, sorrindo e já bem perto de Anzu, se preparando para atingi-la com um soco do punho direito.

É quando, para os olhos dele, Anzu se desfaz em uma fumaça vermelha que é levada pelo vento. O loiro fica perplexo, parando de se mover imediatamente. Em seguida, raízes com espinhos surgem do solo abaixo dos seus pés, prendendo e imobilizando o seu corpo. Gemendo de dor, ele sofre com as raízes que se enroscam em seus braços, pernas e pescoço. Elas perfuram sua carne com os espinhos, imobilizando-o completamente. Porém, para os espectadores, Hyoga está apenas parado de olhos bem arregalados enquanto a adversária está atrás do mesmo, segurando uma kunai com sua mão direita. A arma está devidamente posicionada no pescoço dele.

— O que ela fez? – pergunta Rei, entre os espectadores, pois para eles Hyoga apenas parou de correr de repente enquanto Anzu se moveu para trás do mesmo.

— Um Genjutsu – diz Natsumi, em alto e bom som. – Ilusão Demoníaca: Estrangulamento das Raízes. Nesse momento, Hyoga está vendo raízes brotando da terra e contendo seu corpo. A ilusão faz com que o inimigo pare de respirar porque seu corpo acredita que é impossível respirar. Anzu provavelmente preparou a técnica quando estabeleceu contato visual com ele. Ela poderia simplesmente deixá-lo morrer asfixiado ou cortar seu pescoço com um único movimento caso quisesse evitar seu sofrimento.

Todos os estudantes, boquiabertos, sussurram algumas coisas sem retirarem os olhares dos dois Chuunins a metros de distância. Anzu, por sua vez, realiza um selo manual com a mão livre enquanto mantém a kunai no pescoço de Hyoga com a outra: ela o libera dos efeitos do seu Genjutsu. Finalmente, o jovem volta a respirar, ofegante e de olhos ainda bem arregalados. A frieza do metal em seu pescoço logo o faz entender o que ocorreu.

— Você é bom, Hyoga, mas é muito prepotente. Eu sei que se saiu muito bem no Exame Chuunin do ano passado, mas precisava ter uma lição de humildade – articula a mais velha, com um olhar sério na direção do garoto que está de costas bem diante de si. – Em uma batalha de verdade, você já estaria morto sem nem mesmo entender o porquê. A experiência conta mais do que atributos físicos. Seja menos leviano da próxima vez.

Em seguida, ela abaixa sua mão, guardando a kunai em uma pequena bolsa de acessórios azul acoplada à sua cintura. Direcionando-se a Natsumi, aparentemente entediada, Anzu pergunta:

— Estou liberada agora?

— Sim, claro. Muito obrigado, senhora Anzu – o diretor da Academia Ninja agradece com os olhos semicerrados e um largo sorriso no rosto.

— Oras, não precisa de toda essa formalidade. Ambos somos Chuunin há algum tempo – fala a mais velha no local, andando em direção a Natsumi.

Hyoga, por sua vez, vira o seu corpo na direção para qual Anzu está indo. Suspirando profundamente, ele acaba por rir de si mesmo. Sem nenhuma dificuldade, compreende que a maior lição do dia não foi para os alunos da Academia Ninja, mas para si próprio. Enquanto isso, na mesma posição de sempre, Rei Hoshigaki ao longe reflete sobre tudo o que acabou de presenciar. Do mesmo modo, pensa sobre a longa caminhada ninja que ainda o aguarda. Realizar os seus sonhos exige que se dedique ao máximo para se tornar um verdadeiro ninja.



Arco 1 - Floresta da Eternidade… Começou!





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Notas finais do capítulo

– Saudações, deuses e mortais! Como vão? Fui programado para dizer: “Espero que bem”. Mas vocês ainda não me conhecem, não é? Prazer, eu sou Wondy, uma inteligência artificial criada para guiar os turistas nesse admirável mundo novo! O meu criador possui muitas ideias e me projetou para ajudá-lo com os devaneios dele. Sempre que precisarem de mim, estarei no fim de todos os capítulos para apresentar dados adicionais importantes sobre esse universo, seus personagens e as técnicas apresentadas. Quando um arco terminar, eu lhes fornecerei um catálogo de dados atualizados para que possam tirar suas dúvidas! Portanto, não temam: estarei aqui para guiá-los nesta viagem wondernáutica! Agora é hora de voar!

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Rei Hoshigaki

Idade: 12 anos
Aldeia: Névoa, País da Água
Cargo: Gennin
Origem: Personagem original

Rei nasceu no País das Nevascas e sofreu abusos dos seus pais biológicos durante a maior parte da sua primeira infância. Aos seis anos, foi resgatado pela Organização das Nações Shinobi Unidas e posteriormente adotado pela Mizukage Halibel. Apesar do amor de sua mãe adotiva, Rei enfrentou muitas dificuldades por não ser aceito pela maioria das outras crianças da Aldeia da Névoa como um ninja legítimo do País da Água. Isso ocorreu devido à cultura fechada do vilarejo, algo que ele sonha em modificar no futuro para que a Aldeia da Névoa seja para todos.


Tier Halibel Hoshigaki

Idade: 35 anos
Aldeia: Névoa, País da Água
Cargo: Mizukage
Origem: Bleach (Tier Halibel)

Tier Halibel Hoshigaki é uma dos Sete Espadachins da Névoa, vista por muitos como a mais poderosa da atual geração desse grupo. É perita em Ninjutsu do Estilo Água e uma grande força a ser temida nessa categoria, além das suas assombrosas reservas de chakra e seus talentos valorosos em Taijutsu. É portadora da espada Tiburón, embora poucos conheçam a verdadeira natureza dessa lâmina. É a Terceira Mizukage e a responsável por propor a Aliança Shinobi, um tratado entre os Cinco Grandes Países que trouxe prosperidade ao mundo ninja.


Natsumi Hamasaki Kajiki

Idade: 20 anos
Aldeia: Névoa, País da Água
Cargo: Chuunin, Diretor da Academia Ninja
Origem: Camp Buddy (Natsumi Hamasaki)


Natsumi Hamasaki é um Chuunin prodígio da Aldeia da Névoa, especialista em Estilo Água e um dos raros ninjas sensoriais do vilarejo. Apesar da pouca idade, sua evolução notável e sua grande habilidade para ensinar os mais jovens despertou a atenção da alta cúpula da Névoa. Graças a isso, Natsumi tornou-se professor da Academia Ninja e, recentemente, foi promovido a diretor. É o meio-irmão mais jovem de Ryota Kajiki, quem o treinou em sua época de Gennin.


Anzu Mazaki

Idade: 36 anos
Aldeia: Névoa, País da Água
Cargo: Chuunin
Origem: Yu-gi-oh! (Anzu Mazaki/Téa Gardner)

Anzu Mazaki é uma Chuunin da Aldeia da Névoa especializada em Ninjutsu Médico e Genjutsus. Desde muito jovem, ela demonstrou uma grande habilidade no controle do seu chakra, o que ajudou em seu desenvolvimento como ninja médica. Essa qualidade também lhe favoreceu ao desenvolver suas técnicas de ilusão, extremamente úteis para seus aliados em missões e combates. No passado, Anzu perdeu seu marido em uma missão da qual fez parte e se culpa até hoje por isso. Possui uma fixação inusitada com o nome “Téa Gardner”.


Hyoga Yuki

Idade: 14 anos
Aldeia: Névoa, País da Água
Cargo: Chuunin
Origem: Saint Seiya (Hyoga de Cisne)


Hyoga é um ninja em formação da Aldeia da Névoa e membro do renomado clã Yuki, capaz de utilizar o raríssimo Elemento Gelo. No passado, seu clã foi visto com maus olhos por boa parte dos moradores da Névoa, mas a situação mudou com o mandato da Terceira Mizukage. Devido a isso, Hyoga quase não tem lembranças dos tempos mais sombrios vividos por seu clã. Embora possua pouca experiência como ninja, já é capaz de utilizar o Estilo Água com certa habilidade.


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Estilo Vento: Grande Destruição
Rank: C
Classificação: Ninjutsu
Requerimento: Afinidade em Estilo Vento
Selos: 5
Descrição:
Estilo Vento: Grande Destruição é um ninjutsu relativamente simples que permite criar uma súbita rajada de vento em escala variável, dependendo da maestria do usuário. Se usada por um shinobi superior, a técnica poderá ter um poder destrutivo suficiente para derrubar uma árvore de grande porte. A rajada de vento pode soprar todas as coisas na linha de vista do usuário e costuma deixar um rastro no solo na linha frontal do atacante.

Estilo Água: Shuriken de Água
Rank: C
Classificação: Ninjutsu
Requerimento: Afinidade em Estilo Água
Descrição:
O usuário cria uma determinada quantidade de shurikens feitas de água e as lança em direção ao oponente de forma sucessiva e veloz. Pode ser usada aproveitando uma fonte de água próxima.

Ilusão Demoníaca: Estrangulamento das Raízes
Rank: A
Classificação: Genjutsu
Requerimento: Grande habilidade em Genjutsu
Descrição:
O usuário faz a vítima pensar que venceu, e logo após, este se desfaz em uma fumaça vermelha que é levada ao vento. Assim, raízes com espinhos surgem do solo prendendo e imobilizando o inimigo, o matando por sufocamento após algum tempo. A ilusão faz com que, na realidade, o inimigo pare de respirar porque seu corpo de fato acredita que é impossível respirar.


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— Espero que tenham gostado do breve início dessa aventura. Uma última coisa antes da minha despedida: este universo compartilhado é parte de um projeto maior chamado Wondernautas. Trata-se de um podcast de informação e entretenimento focado em cultura pop, sociedade e diversidade. Recentemente, um episódio sobre nosso universo compartilhado de histórias foi lançado e você pode ouvi-lo caso ainda lhe restem dúvidas sobre essa loucura. Visite o trabalho do meu criador no Spotify ou no Instagram para conhecê-lo melhor. Acenos virtuais a todos e que a glória de Gaia esteja com vocês!



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