— Você quebrou o nariz dela??- Catherine indagou com um sorriso enorme querendo rir da situação.

— Não quebrou… eu acho.

— Sara, você vai ser suspensa se ela te dedurar. E ela vai.

— Ela não tem como provar que fui eu.

— O posto não tem câmera do lado de fora?

— Tem, mas não funciona. Eu chequei enquanto ela esperava no carro e eu pagava. Só funciona a da caixa registradora.

Catherine soltou uma gargalhada.

— Eu daria tudo pra ver essa cena. O que foi que ela disse pra você partir pra violência?

Sara não quis contar, pois senão entregaria seu relacionamento com Gil. Catherine percebeu na hora.

— Relaxa, eu sei de vocês dois.

Sara olhou pros lados pra ter certeza que ninguém estava ouvindo.

— Ele te contou?

— E Gil me conta alguma coisa?! Descobri sozinha.

— Eu deixei muito na cara no dia da festa, não foi?

— Não foi tão na cara assim.- Sara suspirou e se sentou com seu café na xícara para beber. — E então? O que ela disse?

Sara contou tudo e Catherine abriu a boca, impactada.

— Eu realmente daria qualquer coisa pra ver isso.

***

Quase uma hora depois, quando Grissom já tinha voltado ao laboratório, Sofia foi seguindo ele até sua sala. Tinha ligado pra ele quando foi abandonada no posto, e teve que esperar ele e Nick passarem por ali pra lhe darem uma carona. E claro que contou a eles o que Sara havia feito. Óbvio que eles ficaram chocados e desacreditados.

— Você não vai fazer nada? Ela me agrediu!

— Sofia, eu acho pouco provável a Sara te agredir sem motivo.

Claro que Sofia não contou a conversa que tiveram, então sua história não foi muito convincente.

— Todo mundo sabe que ela é descontrolada…- ele a interrompeu.

— Não. Ela não é. E a menos que prove o que está dizendo, eu não posso fazer muita coisa.

Enquanto esperava, Sofia foi olhar as câmeras de segurança e de fato não tinha prova nenhuma contra Sara além de sua palavra.

Sofia bufou e seu curativo no nariz doeu.

— Ou você faz alguma coisa, ou eu conto pra todo mundo que vocês dois tem um caso e por isso você está defendendo ela.

Gil escondeu a surpresa muito bem e manteve a expressão serena, mesmo estando em pânico com a ameaça.

— Não sabia que você fazia ameaças.

— Não é uma ameaça. Eu estou te propondo um acordo.

— Que acordo?

Ela fechou a porta e chegou mais perto dele.

— Seja meu por uma noite e eu não conto nada.

Só podia ser brincadeira! Gil estava tão chocado que não conseguia nem rir.

— Está falando sério?- ela assentiu sorrindo já achando que ele ia aceitar. — Você só pode ter perdido o juízo.- o sorriso dela sumiu. — Sofia, eu não vou dormir com você. Que tipo de homem você acha que eu sou?

— O tipo que quebra regras, não é, Grissom?! Vocês vão se dar muito mal se o diretor descobrir.

— Não pode fazer isso.

— Eu posso e eu vou. A política do laboratório é bem clara. Só estou sendo correta.- Sofia estava séria, mas por dentro gargalhava de satisfação. — Sara não merece você.

— Eu decido quem merece ou não.- raramente ficava irritado, mas ela conseguiu essa proeza menosprezando Sara. — Agora, por gentileza, saia da minha sala.

— Você vai se arrepender!

Com a mão no nariz que ainda estava doendo, ela saiu da sala.