Um Reino de Monstros Vol. 3 escrita por Caliel Alves


Capítulo 22
Capítulo 4: Entre colossos - Parte 5




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O troll limpava a sola do pé com a lâmina da sua katana de aspecto vítreo. A lâmina negra emanava um brilho metálico com matizes prateados. Ele olhou para a estrada. Pelo tempo, ou seus discípulos haviam destruído os inimigos ou os seus adversários estavam jogando cartas e se divertindo.

— Oh, demora viu, a gente manda dois onis fazer o trabalho de um troll e dá nisso.

— Você não precisa esperar mais, eu irei derrotá-lo agora.

Sobre os dois pilares de rochas magmáticas, o mago-espadachim o desafiava empunhando a sua nova espada. Titã Cubo soltou o seu sorriso rascante.

— Truotruotruo, eu vejo que a fama de Z parece ser verdadeira, em uma semana ele conseguiu fazer uma espada bastarda. Mas mesmo uma lâmina afiada na mão de um camponês não passa de um graveto.

— Ora, seu...

Saltando de onde estava, Tell ergueu a espada com as duas mãos e desfechou o corte.

Para surpresa do seu oponente, ele não pôde se esquivar, pois, já estava paralisado, havia sido pego na Prisão da Sombra de Saragat.

— Acaba com ele, garoto...

Os olhos de Titã Cubo se estreitaram, ele fincou a katana no chão e gritou:

— Jardim de Pedra!

Centenas de estalagmites surgiram a sua volta, criando uma imensa parede de rochas.

O conjurador teve que recuar. O jovem ricocheteou nas pedras e também retrocedeu.

— Droga!

— Não consigo pegar esses brutamontes com a minha melhor conjuração.

Cabum, esse som cortou o ar e ecoou pelas montanhas. Entocada atrás de alguns rochedos, Letícia lançava uma verdadeira chuva de granadas.

O segundo-sargento não conseguiu escapar ou se proteger das explosões a tempo. As granadas de fósforos costumam queimar sem parar, e haviam sido jogadas inúmeras delas.

A alquimista se agrupou junto com os rapazes e esperou as chamas baixarem.

— Duvido que alguém consiga manter-se de pé com um ataque desses.

— Não se precipite, sua herege. Se lembre que não conhecemos as suas verdadeiras habilidades, Tell no primeiro encontro nem lutou com ele.

— Olhem!

Saindo da cortina de chamas, o monstrengo sorria. Sua armadura marmórea estava intacta. O capacete era largo e comprido na parte de trás. Sua couraça era cheia de desenhos em baixo relevo, a máscara de batalha tinha um formato grotesco. As ombreiras eram largas e quadrangulares.

Toda ela tinha a aparência de ter a peculiar configuração de escamas. Um avental era atado a uma cintura com um cinto, e tudo isso feito de pedra esculpida.

— É só isso que vocês têm pra mim?

Glup, esse foi o único som ouvido. O inimigo empunhou a sua katana e disse:

— E lá vou euuuuuuuuu.

A corrida foi tão rápida e pesada que o mago-espadachim não teve tempo de fugir, e os dois começaram uma fenomenal troca de espadadas.

Clang, a lâmina do garoto acertava a armadura de pedra do troll, e no mesmo instante o corte se regenerava.

Mas isso é impossível! A própria armadura se regenera sozinha, mas tudo acontece sem qualquer energia mágica.

O jovem foi chutado pelo troll. O garoto rolou pelo chão e se chocou numa rocha.

É agora, ele tá indefeso...

— Trollagem.

No mesmo instante, o monstro se transformou num grandioso sólido geométrico, e desafiando as leis da física, rolou como se fosse uma bola na direção de Tell.

— Morra, garoto...

— Deusa, atenda a minha prece... Raer Umbrátil.

A onda de energia sombria acertou Titã Cubo em cheio, mas o mesmo continuou a atacar. O mascarado aumentou a potência do ataque, mas o outro girou mais rápido.

— Letícia, ajuda aqui!

— Tá, espera...

Droga, o que é que eu poso fazer com alguém com uma magia tão forte? Já sei!

— Transmutação Aquosa – Rafa.

Todo o solo em volta do troll se transformou em água, uma enorme lagoa para ser mais exato. Em pouco tempo, o monstro estava aquaplanando no lago. Flush, quando mais ele tentava girar, mais afundava sobre a água.

— Hahaha, tá parecendo até um pedalinho.

— Com essa velocidade e o grande contato que ele tem com a superfície da água, não poderá mais usar a Trollagem.

Titã Cubo desfez a sua forma cúbica e voltou a ser o temível troll novamente. Ele estava encharcado e furioso.

A alfonsina desfez a transmutação para que pudesse continuar a luta.

— Mas que moleca desgraçada, tô todo molhadinho, truotruotruo.

O monstrengo preparou um golpe e atacou o trio.

O mago-espadachim também, mas a alquimista o impediu de avançar mais.

— Ainda não!

Quando o segundo-sargento estava no meio do caminho, uma explosão aconteceu no chão e o troll foi atingido por uma descarga elétrica. Quando o corpo dele tombou no chão, novas explosões aconteceram.

— Uoooooooorgh! Sua maldita...

Tell e Saragat não sabiam o que estava acontecendo até que os choques pararam.

A armadura do samurai estava aos frangalhos, à ausência da proteção revelou uma criatura de pele enrugada e amarronzada, ele tinha uma musculatura avantajada. Os cabelos eram longos e desgrenhados, duas presas saíam de uma bocarra de lábios grossos e ressecados. Os dedos e pés terminavam em garras grosseiras.

— Eu lancei a transmutação junto com diversas poções Jitter. Quando quebradas, elas provocam descargas elétricas. São muito usadas por alquimistas como minas terrestres. Quando desfiz a transmutação, elas ficaram escondidas na superfície da terra, só esperando o peso de Titã Cubo para acioná-las.

Os alfonsinos engarrafam um raio, que povo perigoso!

— Tell, aproveite logo e purifique-o...

— Acredito que não dá mais tempo, Saragat.

Levantando-se do chão como se nada tivesse acontecido, o troll alisava o ombro direito.

— Mas que coisa eletrizante, não?

O trio ficou perplexo, nada parecia derrubar o monstro. O segundo-sargento sorriu satisfeito com os olhares esbugalhados em sua direção. Sua armadura tinha se regenerado.

— Olha, rapaziada, esse é o segundo round... Chega de pegar leve com vocês.

Os receosos heróis sacaram as suas armas e apontaram na direção de Titã Cubo.


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