Não poderia ser, era o que ela ponderou, considerou.

Só que realmente aquele dia era diferente e especial, pois era justamente quem ela pensava que era, que estava a olhando com um sorriso no rosto. Haru.

Haru era nada mais nada menos que o autor de poesia e ex-integrante da banda que ela mais amava.

Ainda tentando se recuperar do riso sem fim que tinha dado, secando as lágrimas de seus olhos, percebeu que não era um delírio de sua imaginação fértil. Era realmente o Haru, o escritor das poesias que ela mais amava e das músicas que ela volte e meia escutava e cantarolava.

Quando percebeu que era ele, sem pensar duas vezes acabou dizendo o nome dele com uma felicidade que todos a sua volta poderiam notar.

— Haru – ela dizia sem acreditar que poderia ser ele, ainda secando os olhos que estavam marejados.

O que pegou ele um pouco de surpresa pois não considerava que ela pudesse conhecê-lo já que não era alguém famoso ou tão conhecido pelas mídias sociais. Mas isso não o desencorajou ou intimidou, e o seu sorriso ainda permaneceu como do mesmo jeito que tinha quando virou na cadeira para olhar para ela.

— Olá – disse ele ainda sorrindo. Mesmo não tendo o que dizer, não sentiu a necessidade de virar para frente e ignora-la agora.

— Eu fui na Bienal do livro em que você deu autógrafo, mas eu estava tão nervosa que acabei não dizendo nada com nada. – ela acabou dizendo sem exitar, ainda sorrindo. Estava feliz por reencontra-lo dessa maneira tão espontânea e casual, pois pensava consigo mesma volte e meia, que nunca mais teria a oportunidade de vê-lo novamente.

Ao mencionar a Bienal, os pensamentos de Haru tomaram grande surpresa e felicidade por perceber que essa pessoa para quem estava olhando até então, tinha se disposto a ir no evento ter um autógrafo dele. Entre tantos autores fantásticos que tinha naquele dia, no qual ele estaria presente, aquela pessoa para quem ele estava olhando decidiu dedicar um pouco do seu tempo para ir vê-lo.

Um pensamento agradável, que fez com que o interesse anterior que o despertava, apenas para olhar quem seria a pessoa da gargalhada que o fazia sorrir espontaneamente, se tornasse agora em algo que ele não conseguia identificar, mas que o impulsionava a querer conversar com ela, principalmente em descobrir a razão do nervosismo dela dizer ter sentido no dia da Bienal.