Homenzinhos verdes, cara escrita por Viih Slytherin


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meu proletário! Como estão nessa gloriosa manhã?
Como prometido, a fanfic para o dia 7, Halloween. Escrevi isso para a semana Sterek 2022 do Tumblr.
Acho que ficou bem divertido, eu gostei bastante de escrever.

Espero que gostem.



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Derek soube que sua noite de paz havia ido para o ralo quando ouviu o elevador de seu prédio funcionar seguido do som inconfundível da risada de Stiles. 

O homem suspirou, largando o livro que lia ao lado de seu travesseiro, se levantando para ir até a porta, deixando-a aberta antes mesmo que o elevador parasse. Suspirou novamente quando avistou a figura de Stiles sendo amparada por Scott e Allison. 

― O que ele fez dessa vez? ― Derek perguntou antecipando qualquer saudação, notando o estado alterado do garoto. ― Ele andou bebendo? 

― Não ― respondeu Scott enquanto entrava e deixava o amigo cair deitado no sofá. ― Allison e eu estávamos indo na casa dele porque combinamos de sair comprar as fantasias de Halloween, e o encontramos tentando ligar o Jipe com a chave de casa ― continuou. ― Ele parecia bêbedo enquanto resmungava alguma coisa sobre homenzinhos verdes. 

― Maldito homenzinho ― Stiles murmurou do seu lugar no sofá, agarrando uma almofada gasta e a apertando como se a estrangulasse. ― Extraviando as minhas meias... 

― Vê! ― Indicou Scott. ― Ele realmente parece bêbado, mas não cheira a álcool. Nem a drogas ou qualquer coisa diferente. 

Derek inspirou fundo o cheiro de Stiles, não notando absolutamente nada diferente além de seu característico odor de sempre. 

― Eu acho que ele pode ter sido enfeitiçado ― Allison disse. ― Olhe para ele! 

Stiles agora rolava no sofá ainda apertando a almofada entre as mãos, até que um movimento em falso o fez ir ao chão com um barulho seco seguido de mais resmungos. 

― Stiles não usaria drogas ― Scott falou. ― Nem qualquer tipo de poção, ou sei lá, que ele não soubesse exatamente para que serve e o que provoca. 

Scott estava certo, Derek ponderou. Stiles podia ser um adolescente hiperativo que não fechava a boca nem mesmo quando sua vida dependia disso, e as únicas drogas que ele usava eram seus próprios remédios de TDAH. E ele também não era de beber, ainda mais considerando o fato de que era menor de idade e filho do xerife da cidade. 

O garoto referido ainda permanecia no chão agarrado a almofada, e estando Derek o mais próximo dele, acabou por ser o objeto de auxílio de sua escalada até estar novamente em pé. 

Derek tentou ignorar o fato de o garoto estar agora se agarrando em sua perna na tentativa de se levantar, e tampouco fez qualquer movimento para o ajudar no processo, mas o som indignado que saiu de sua garganta ao sentir Stiles se agarrar em sua bunda foi inevitável. 

Agarrando-o pelo colarinho, Derek o pôs em pé, soltando um rosnado do fundo de sua garganta, recebendo um sorrisinho afetado em troca. 

― Bela bunda, Sourwolf ― disse o garoto, sem parecer incomodado. 

Ao sentir ser levantado um pouco mais pelo colarinho, Stiles levou as mãos ao peito alheio como apoio, espalmando-as ali não intencionalmente, mas não se impediu de apreciar o ato, deixando seus olhos vidrarem no local, podendo até mesmo sentir a vibração sob suas palmas quando Derek rosnou mais alto dessa vez. 

Stiles riu afetado e levantou as mãos em rendição quando Derek intensificou seu aperto, o trazendo para mais perto e rosnando novamente. 

― Tudo bem, minhas calças podem ou não ter ficado mais apertadas agora. 

Revirando os olhos, o Hale soltou seu agarre e empurrou Stiles de volta para o sofá, onde este se acomodou, resgatando a almofada do chão. 

― O trouxemos aqui porque pensamos em falar com Deaton sobre isso, mas ele está fora para uma convenção e não atende o telefone ― Scott recomeçou. ― Então achamos que por conhecer melhor o sobrenatural, você poderia saber o que houve com ele. 

Derek olhou para o jovem esparramado no sofá se atrapalhando com o fecho de seu agasalho e bufou, voltando a encarar os outros adolescentes. 

― Eu certamente não sei o que pode ter acontecido ― Derek falou, notando a esperança murchar nos rostos alheios. ― Mas talvez Peter saiba. 

― Você pode falar com ele? ― Scott perguntou. ― Mesmo que eu não confie no cara, é melhor do que deixar Stiles desse jeito. 

― Eu vou falar com ele ― Derek declarou. ― Mas como Peter não gosta de ter outras pessoas em casa, é melhor eu ir sozinho e vocês ficarem de olho em Stiles. 

O mais velho então pegou as chaves do carro e saiu, esperando encontrar o tio em casa. 

Assim que a porta se fechou atrás de Derek, Stiles levantou a cabeça, como se fosse atraído pelo som. Levantou-se e caminhou pela grande sala, chegando sorrindo até a mesa que abrigava a tv e o novo sistema de som que haviam convencido Derek a comprar para as noites da matilha. Stiles, sorrindo divertido, ligou o rádio e ajustou o volume para o máximo antes de colocar uma música qualquer. Seguindo o ritmo animado, balançou os braços acima da cabeça, mexendo com o corpo sem se importar com os protestos de Allison e Scott para que baixasse o volume. 

― Stiles! ― Scott reclamou, com os ouvidos sensíveis cobertos com as mãos, enquanto sua namorada desligava o aparelho. 

― Minha música, cara ― Stiles reclamou em um tom ofendido, enquanto levava a mão de volta ao rádio. 

Scott foi rápido em segurar o pulso alheio antes que alcançasse o botão de ligar, recebendo um olhar indignado como resposta. 

― Stiles, você não pode colocar uma música nessa altura ― reclamou, afrouxando seu aperto. ― Os vizinhos podem chamar a polícia, você sabe que eles já acham suspeito o suficiente um bando de adolescentes frequentarem regularmente a casa de um homem adulto ex procurado. 

Stiles bufou uma risada e foi se sentar no sofá novamente. 

― Meu pai é o xerife ― murmurou. ― Ele não vai me prender. 

― E você não acha que já o meteu em problemas o suficiente por isso por uma vida? 

Stiles somente bufou, cruzando os braços sobre o peito enquanto encarava o chão. 

Ele colocava seu pai em problemas no trabalho por conta de sua impulsividade? Colocava. Ele se arrependia disso? Todos os dias. 

Stiles se odiava sempre que acabava em alguma encrenca que requeria que seu pai se envolvesse para livrar sua bunda hiperativa de problemas. E chagava a ser quase fisicamente doloroso quando seus problemas refletiam em seu pai. Stiles contava os dias para que a gota d’agua transbordasse o copo e ele fizesse realmente algum estrago na carreira tão duramente batalhada do xerife, ou pior, que o fizesse perder o emprego de vez. Ou o estressasse tanto que ele acabasse tendo um AVC ou um infarto. 

Ele era um péssimo filho. Tudo o que fazia era praticamente correr de braços abertos para confusões, e quando não o fazia, a própria confusão ia atrás dele. Não era de propósito, mas ele não podia evitar. 

Scott e Allison encararam o Stilinski em silêncio por longos minutos, até que se tornou tedioso. Ele somente havia ficado sentado em silêncio desde o sermão sobre o rádio, e Scott temia que seu caso houvesse piorado de vez. 

Seus pensamentos acerca de seu amigo se esvaíram quando sentiu o toque suave de Allison sobre seu braço, descendo pelo antebraço até alcançar a mão, entrelaçando seus dedos e o puxando para se levantar. 

― O que acha de subirmos rapidinho enquanto Derek não volta? ― Perguntou baixinho, dirigindo um olhar de esguelha para Stiles. ― Temos tido tão pouco tempo ultimamente com meu pai em cima, e ele não vai sair daí tão cedo, pelo jeito. 

Scott ia negar, mas uma olhada para a expressão pedinte no rosto da namorada foi o suficiente para que ele abandonasse qualquer pensamento responsável e a seguisse rapidamente escadas acima até o quarto reservado aos membros da matilha, mas mantendo os ouvidos atentos em Stiles, até que a garota eventualmente se tornasse seu foco principal sem ele nem mesmo perceber. 

Stiles encarou em silêncio o casal subir as escadas, suspirando cansado ao se ver sendo deixado de lado tão descaradamente. Mas não podia realmente culpá-lo, pois quem iria querer ficam com ele ali quando havia uma namorada bonita querendo atenção? 

Stiles riu afetado imaginando o que aqueles dois estariam fazendo na casa de Derek, e como o lobisomem ficaria se sentisse o cheiro depois que eles fizessem. Provavelmente rosnaria e faria sua melhor expressão de lobo azedo de sempre. 

Algum tempo olhando para os escassos móveis do loft de Derek deixou Stiles entediado o suficiente para que começasse a fuçar nas coisas, e então se entediar disso também. Depois de mexer nas coisas da mesa da tv, folhear o livro de Derek e se deitar em sua cama só para bagunçar os lençóis, Stiles partiu para a cozinha, fazendo um rápido sanduíche com o que encontrou na geladeira, e então abafou uma risada ao rabiscar “ração de cachorro” na lista de coisas a comprar no mercado, sentindo-se muito divertido por isso. 

Quando terminou de comer, e ficando sem ter o que fazer, Stiles decidiu que seria legal dar uma volta por aí, antes que ele pudesse ouvir o que seus amigos faziam no andar de cima. Era quase dia 31, e ele adorava ver as decorações de Halloween. Tateou então os bolsos de sua calça, frustrando-se ao não encontrar as chaves de seu jipe, então arriscou até mesmo em procurar as chaves do camaro de Derek, mas ao não encontrar nada, resignou-se em sair a pé. 

Caminhou em silêncio e encontrou seu jipe estacionado em frente ao prédio, mas bufou irritado ao ver que todas as portas estavam trancadas. Voltou a caminhar enterrando as mãos nos bolsos, andando sem ter um rumo fixo. 

Sua mente enevoada mal registrou o vento frio outonal que soprava, mais concentrado em todo o brilho e decorações criativas que as pessoas colocavam em frente as suas casas. Havia muitos esqueletos em todas as situações possíveis, fantasmas clássicos e bruxas, e em uma casa ele viu algo que parecia ser o jardim de alguém transformado em um cemitério. E haviam abóboras, é claro, montes de abóboras. 

Aboboras de todos os tamanhos e entalhadas com toda a sorte de rostos, algumas delas iluminadas com velas ou luzes, e Stiles queria chegar mais perto para ver. As abóboras, depois dos doces e fantasias, eram sua parte favorita do dia das bruxas, e ele adorava entalhá-las ou fazer receitas com elas. 

Ele caminhou pelo jardim da casa de alguém, aproximando-se da lateral da varanda onde havia um trio de abóboras alaranjadas brilhando com uma luz suave, mas antes que ele pudesse pegar uma delas, acabou tropeçando em um esqueleto falso semi enterrado, o que o fez rolar pela grama até estar com o rosto no chão, encarando o quintal dos fundos da casa. O que ele viu lá o fez até mesmo ignorar a dor da queda ou a sujeira das roupas, pois um canteiro de abóboras lhe era sempre impressionante, pois sempre conseguia as suas no mercado. 

Se levantando com pressa, o menino riu feliz ao correr até o canteiro, observando que os donos da casa tinham um quintal bem grande, tendo até mesmo um pequeno lago de peixes ao fundo. 

Os ramos com suas folhas grandes espalhavam-se por um bom espaço do terreno, várias abóboras laranja prontas para serem colhidas ainda presas por seus cipós. 

Havia tantas abóboras que eles não dariam falta de uma, pensou Stiles, rindo. Então ele analisou as plantas, escolhendo uma pequena de perto do lago, mas como não sabia como se colhia uma abóbora, decidiu simplesmente puxá-la do pé, não contando que a resistência do caule seria suficiente para fazê-lo tropeçar para trás, e quando ele finalmente cedeu, mandou Stiles diretamente de bunda dentro do laguinho de peixes. 

O menino estava questionando sua sorte enquanto se levantava, mas se sentia feliz demais com seu pequeno prêmio laranja em mãos para se incomodar com as roupas encharcadas. Porém quando ouviu o cachorro da casa começar a latir e uma comoção soar de dentro, mesmo fora de si ele sabia que deveria correr. 

Gargalhando enquanto corria abraçado com a abóbora, Stiles continuou até a exaustão, parando no parquinho da praça ao perceber que ninguém o seguia. Como já era noite, o lugar estava vazio de crianças, restando apenas alguns adultos e jovens, que não demorariam em ir para casa também. 

Sentindo o calor da adrenalina deixar seu corpo, Stiles se abraçou, só então lembrando-se de suas roupas molhadas, que só contribuíam para o frio que sentia. 

 

—______________ 

 

Quando Derek retornou da casa de Peter, foi para encontrar o loft aparentemente vazio, mas ele estranhou o fato, pois o jipe de Stiles continuava estacionado na rua lá embaixo. 

Ao atentar seus ouvidos, sentiu a raiva se apoderar de si, subindo as escadas de dois em dois degraus até chegar ao andar dos quartos. Abrindo a porta com mais força do que o necessário, ele revelou a cena de Scott e Allison profundamente entretidos um com o outro, para dizer o mínimo. 

― Onde está Stiles? ― Rugiu, obtendo um prazer pessoal ao ver o casal se assustar enquanto se separavam rapidamente. ― Vocês não deveriam ficar de olho no seu amigo? 

― O que você quer dizer, cara? ― Scott balbuciou, levantando-se da cama. ― Ele está lá embaixo no sofá. 

― Não, não está! ― Derek exclamou, passando a mão nervosamente pelo cabelo. ― Vocês deveriam tomar conta dele, mas não conseguem ficar nem cinco minutos sem estar nas calças um do outro! 

― Calma, ele deve estar por aí ― interveio Allison, tentando acalmar o ex-alfa. 

― Você é o alfa ― Derek rosnou para Scott, ignorando a garota. ― Deveria cuidar da sua matilha! 

― Eu cuido da minha matilha! ― Respondeu Scott. ― Mas Stiles não é da matilha, ele é humano! 

― Matilha não se resume ao sobrenatural, e você saberia disso se fosse um bom alfa. 

Rosnando uma última vez para o casal, Derek desceu as escadas com pressa, voltando ao carro para sair a procura de Stiles. 

Deixando as janelas abertas para melhor captar a trilha de cheiro do garoto, Derek rodou por algumas ruas, quase perdendo a esperança de encontrar o jovem humano quando sentiu um cheiro mais forte, algo como o cheiro de Stiles misturado a suor e peixe. Seguindo o rastro, ele logo chegou à praça da cidade, onde estacionou o Camaro para seguir a pé. 

Ele não precisou andar muito para encontrar Stiles. A figura sentada sozinha encolhida em um dos balanços era inconfundível, então Derek se aproximou com um suspiro de alívio. 

― Stiles ― chamou. ― Por que você saiu? 

― Der Bear ― o menino respondeu, virando-se para olhar o homem que andava em sua direção. ― Eu tenho uma abóbora! 

Derek franziu o cenho encarando o jovem Stilinski que alegremente estendia em suas mãos uma abóbora laranja. 

― Onde você arrumou isso? ― Questionou, franzindo o cenho. ― Me diz que você não roubou isso de alguma casa. 

― Eu não roubei de uma casa ― respondeu, parecendo orgulhoso de si mesmo. ― Eu colhi do quintal de uma casa! E então eu caí na água. Quem tem lagos em casa? 

Derek já havia notado o estado ensopado das roupas do garoto, mas só agora reparava o quanto ele tremia de frio. 

― Vamos embora ― chamou, estendendo a mão para ajudar Stiles a se levantar. ― Precisamos aquecer você antes que morra de frio. 

Aceitando a ajuda, Stiles se pôs de pé, ainda abraçando sua pequena abóbora com orgulho. 

― Está tudo tão colorido ― Stiles notou enquanto andavam de volta ao carro, olhando as casas por perto. ― Você sabia que a bandeira LGBT tem só seis cores? Mas o arco-íris tem sete! O que a sétima cor fez de tão homofóbico para ficar de fora? 

Derek balançou a cabeça, não querendo dar corda à tagarelice habitual de Stiles. 

― Eu deveria comprar uma bandeira LGBT ― murmurou o garoto, nem um pouco desencorajado pela falta de resposta de Derek. ― Meu pai ainda não acredita que eu sou bi. Talvez eu deva comprar a bandeira bissexual. 

Quando finalmente chegaram ao carro, Stiles ainda tremia de frio em suas roupas molhadas, então aproveitando que as ruas estavam vazias, Derek tentou fazer com que ele as tirasse, a fim de lhe emprestar sua jaqueta seca. 

― Ei, ei ― Stiles protestou quando Derek fez menção de puxar sua camiseta. ― Se quer tirar minhas roupas, me pague um jantar primeiro. 

― Eu só estou tentando aquecer você ― Derek resmungou entredentes. ― Você pode colaborar, ou morrer congelado. 

― Se você soubesse o quanto você me deixa quente ― Stiles riu sem sentido, puxando por ele mesmo sua camiseta para fora de seu corpo, aceitando alegremente a jaqueta que Derek lhe entregava. ― Agora eu estou cheirando a lobo azedo. 

Após finalmente conseguir convencer Stiles a entrar no carro, Derek fechou as janelas e ligou o aquecimento, aproveitando para ligar para Scott e dizer que encontrara o garoto. 

― Peter disse o que pode ter acontecido com ele? ― Scott perguntou através do telefone. ― Ele concordou em ajudar? 

― Ao que parece ― Derek começou ―, a culpa é de duendes. 

― Duendes? ― Stiles perguntou, parecendo alarmado. ― Ah cara, meu plano de saúde não cobre duendes. 

― Tem certeza? ― o alfa perguntou à Derek. 

― Stiles havia dito que homenzinhos verdes sumiam com as meias dele ― o homem falou, ignorando os choramingos de Stiles. ― E Peter disse que por conta do Halloween, certas criaturas podem ficar mais travessas, o que explicaria as meias perdidas. 

― Malditos homenzinhos ― Stiles resmungou, apertando a mão em punho. 

― Mas por que eles amaldiçoariam Stiles? As travessuras não deveriam ser só sumir com as coisas? 

― Eles atacam quando se sentem ameaçados ― Derek falou. ― Talvez Stiles tenha feito algo para aborrecê-los. O que você fez com os homenzinhos? 

Stiles franziu o cenho por um minuto, ainda aparentemente irritado com o sumiço de suas meias. 

― Eu chutei a bunda de um deles quando consegui alcançar ― ele riu orgulhoso, batucando a abóbora em seu colo. ― Devia ter roubado as meinhas deles também. 

― Cara, por que você fez isso? ― Lamentou Scott. ― O que fazemos agora? 

― Como não sabemos quanto tempo ele pode ficar desse jeito, o melhor é pedir desculpas aos duendes. 

― Será que só isso vai funcionar? 

― Os duendes são criaturas orgulhosas, segundo Peter ― informou Derek, passando a mão pelo cabelo. ― É nossa melhor aposta. 

― Certo, nos encontramos na casa do Stiles, então. 

Encerrando a ligação, Derek se voltou para Stiles, que cutucava o cabo verde da abóbora em seu colo. 

― Stiles ― chamou. ― Você precisa pedir desculpas para os duendes. 

― Por quê? ― O menino fez beicinho. ― Não fui eu que escondi as meias deles. 

― Porque eles amaldiçoaram você ― resmungou de volta o homem. ― Se você se desculpar por chutar a bunda deles, talvez eles façam você voltar ao normal. 

― Maldição? Tenho certeza que meu plano de saúde não cobre isso também ― choramingou Stiles, se jogando para trás no banco. ― Essa coisa de sobrenatural tá me saindo muito cara. 

― Que tal você pedir desculpa? Assim ninguém precisa ir no hospital. 

― Mas eles são os errados ― cruzando os braços, Stiles voltou a fazer bico. ― Eles deviam pedir desculpas. 

Derek suspirou exasperado, tentado a deixar Stiles parecendo um bêbado até o efeito passar sozinho, porém ele se sentia mal ao ver Stiles fora de seu normal. 

― Você se desculpa por chutar um deles ― propôs Derek ―, e eles se desculpam retirando a maldição, o que acha? 

― Eu não gosto de ser amaldiçoado ― murmurou o garoto. ― Tá bom. 

Tendo finalmente chegado a um acordo, o lobisomem ligou o carro e dirigiu com pressa até a casa dos Stilinski, encontrando Scott e Allison esperando na porta. 

― Stiles ― saudou o alfa. ― Você está bem? Por que você está molhado? 

― Olha o que eu tenho! ― Exclamou o menino em resposta. ― Olha a abóbora que eu mesmo colhi! 

― Primeiro as desculpas ― Derek censurou, cruzando os braços. ― Depois você conta seu furto de abóboras. 

― Mas eu não queria falar com duendes... ― resmungou Stiles, de frente para Derek que franzia suas sobrancelhas irritado. Cutucando com o dedo indicador entre elas, Stiles ignorou o rosnado baixo que o lobisomem emitia. ― É muito estranho que elas sumam quando você está todo lobão. 

― Stiles... ― começou Scott. 

― Ei Scott, sabia que eu sou um criminoso em muitos países? 

― Por roubar abóboras? 

― Não! ― Respondeu alegremente o garoto. ― Por ser bissexual! Porque eu gosto de garotos e garotas... Porque garotas são quentes... E garotos são quentes... Por que o Derek é tão quente? 

― Acredito que o resto da frase seja “por que todo mundo é tão quente”? ― Allison falou. 

― Mas o Derek é mais quente do que todo mundo ― o garoto respondeu, não notando o vermelho que tomava conta das orelhas do homem citado. 

― Stiles! ― Derek reclamou, pegando o garoto pela parte de trás da gola da jaqueta, o virando em direção à porta. ― Peça desculpas aos duendes. Agora. 

Entrando na casa que Scott já havia destrancado, já que ele ficara com as chaves, Stiles tropeçou alguns passos para dentro, hesitante. 

― Hm, duendes? ― Chamou. ― Senhores duendes? E senhoras? Me desculpem por ter chutado o traseiro de vocês, mas eu estava irritado por causa das meias. 

Stiles assustou-se quando um homenzinho de chapéu longo e curvado praticamente materializou-se em sua frente, tendo no rosto uma expressão irritada e os bracinhos cruzados. 

― Eu ia devolver as meias ― o sujeito falou com a voz esganiçada. ― Não precisava partir para a violência. 

― Me desculpe então ― pediu novamente. ― Mas você pode ficar com as meias se retirar a maldição. 

― Eu não quero suas meias fedidas. 

― Mas... a maldição... 

― O que você tem aí? ― O duende perguntou, olhando para os braços de Stiles. ― Parece bom. 

― É minha abóbora! ― Stiles exclamou, abraçando o fruto para longe dos olhos do duende. 

― Stiles! ― Ele pode ouvir Derek rosnar de sua posição ainda na entrada. 

― Tudo bem ― Suspirou o jovem. ― Você pode ficar com ela se retirar a maldição. 

― Feito. 

Stiles piscou quando o duende estalou os dedinhos, sumindo junto com a abóbora. Por um momento ele pensou que nada havia mudado, mas logo seus pensamentos enevoados foram se organizando novamente. 

― Cara ― ele expirou, esfregando a mão na testa. ― Isso foi estranho. Eu furtei uma abóbora! Tomara que os donos não deem queixa, isso seria difícil de explicar pro meu pai. 

 

—______________ 

 

Era a tarde do dia seguinte quando Derek ouvir alguém bater na porta do loft. Ele se surpreendeu por um momento ao encontrar Stiles parado sem jeito na entrada, por um momento se preocupando de que o garoto estivesse novamente enfeitiçado. 

― Ei Derek ― o jovem saudou. ― Vim devolver sua jaqueta. Eu teria lavado ela, se soubesse como lavar couro sem acabar estragando tudo. 

― Está tudo bem ― Derek falou, pegando a jaqueta que lhe era estendida. ― Você está bem? 

― Sim. Eu vim agradecer também ― Stiles mordeu o lábio por um momento, olhando para seus pés antes de voltar a encarar o homem em sua frente. ― E me desculpar. Por, você sabe, tudo o que eu disse, do jeito que eu disse. 

― Não se preocupe ― tranquilizou. ― Você estava meio fora de si. 

― Mas não significa que eu realmente não quis dizer aquilo ― Stiles gaguejou. ― Quer dizer, não do jeito que eu disse, sabe. 

Derek assentiu, e por um tempo ninguém disse nada. Encostando-se no batente da porta, o lobo observou o menino nervoso. 

― Eu acho que lhe devo um jantar? ― Falou, mais parecido com uma pergunta, vendo a expressão de Stiles se transformar em questionamento. ― Você disse que se eu quisesse tirar sua camisa eu tinha que te levar pra jantar? 

― Você quer tirar minha camisa? ― Stiles se atrapalhou. ― Quer dizer, quer me levar pra jantar? 

― Se você quiser ― Derek falou, mudando o peso do corpo de um pé para o outro. ― Podemos sair e comprar uma abóbora nova pra você, e depois passar naquele restaurante italiano? O que acha? 

Stiles sorriu olhando a expressão incerta no rosto de Derek antes de responder.

― Eu adoraria. 


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Notas finais do capítulo

Lembrando que eu sempre posto minhas fanfics no Ao3, Spirit, Nyah! E Wattpad.

Tenho mais algumas fanfics Sterek e Steter também, caso queiram dar uma olhada é só procurar no meu perfil, e sempre estou trabalhando em algo novo, então sintam-se à vontade para seguir caso queiram ser notificados quando eu postar alguma coisa ♥

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