As crônicas da Raposa e do Dragão escrita por marrymarilia


Capítulo 17
Descanso antes da missão (+18)




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— Vamos, Eloy! Desaprendeu a lutar na minha ausência? - Iduna berrava para o discípulo enquanto ele tentava encaixar um golpe em Van. - Não, está abrindo a guarda pelo lado direito, preste atenção! - Eloy leva mais um golpe e acaba por cair no chão. Van estende a mão para ajudá-lo a levantar, mas ele simplesmente se levantou e correu para longe do campo de treinamento. A meio-kitsune perguntou a seu discípulo. - Van, o que deu no Eloy?

— Não sei, mas ele está assim a alguns dias, logo depois que você saiu para sua última missão. Ele parece mais distraído e desconcentrado. Sempre treinávamos juntos, mas ele passou a querer treinar com outros recrutas e eu não entendi porque. - Van relatou a situação.

— Eu vou atrás dele. – Iduna seguiu a direção que o garoto tomou, ela saiu do campo de treino, seguiu pelo mercado em direção ao refúgio. Quando chegou no quiosque central, tentou adivinhar para onde ele teria seguido e foi para a cerejeira centenária. Ela se aproximou devagar e encontrou o garoto atrás da cerejeira, sentado nas raízes, com cara fechada e envergonhada.

— Me deixa em paz. – O garoto disse ao olhar para a mestra.

— Qual é o problema, Eloy? Você está desconcentrado, disperso e não quer treinar com o Van.

— Quem te contou isso?

— Foi o próprio Van. Ele está preocupado com você.

— Preocupado... comigo? – O garoto humano ruborizou e quase esboçou um sorriso, mas se segurou. Iduna entendeu o que se passava.

— Ah. Já entendi, agora tudo faz sentido.

— Hã?! O que?! Não é nada disso! Quero dizer, o que você entendeu? – Eloy falava, desconsertado. A meio-kitsune se sentou ao seu lado.

— Quando eu era criança, eu tinha um amigo de infância chamado Sado. A gente aprendeu a lutar junto, eu era bem melhor do que ele. No ano em que íamos entrar no ensino médio, nas férias de verão antes do início das aulas, ele viajou com os pais durante todas as férias, não nos vimos por 2 meses e quando as aulas começaram, ele havia mudado. Não sei exatamente o que era, mas ele estava mais alto, mais forte e muito mais bonito.

— O que essa história tem haver comigo. – Eloy perguntou impacientemente.

— Tem que o que aconteceu comigo está acontecendo com você agora.

— O que aconteceu com você?

— Eu me apaixonei pelo meu melhor amigo. – Eloy ficou extremamente sem graça e com o rosto tão vermelho quanto era possível.

— Não seja ridícula! Eu não estou apaixonado por ninguém! – O garoto tentava convencer.

— Eu sei que está porque está agindo do mesmo jeito que eu agi na época. Eu não entendia meus sentimentos naquele período. Ele voltou a treinar comigo e eu me distraía com ele e perdia as lutas. Eu era grossa com ele sem motivo, achava que se demonstrasse meus sentimentos seria uma fraqueza. Eu fui me afastando dele e afastando ele de mim. Até que um dia ele parou de treinar no dojo do meu avô e começou a namorar uma colega da nossa classe. Eu fiquei arrasada, mas não demonstrei pra ninguém. Não havia ninguém que eu pudesse culpar além de mim mesma. – Iduna fez um afago fraternal na cabeça de Eloy. – Encare seus sentimentos e tente entende-los, se não eles te dominam e podem te levar para um caminho de arrependimento.

— Para você é fácil falar. Está saindo com um cara que gosta de você, é bonito e ainda é chefe da guarda. - Iduna ficou desconsertada em como o jovem humano sabia daquela informação, sendo que ela e Lance estavam juntos, oficialmente, a menos de um dia.

— Espera, como você sabe disso?

— É meio que o assunto do QG, todos os guardiões estão comentando. O Matheus disse que é a maior fofoca desde que a Huang Hua começou a namorar com a Evelyn. – Iduna ficou sem graça por um momento, não imaginava essa repercussão tão exagerada a respeito do seu relacionamento. Mas deixou seu desconforto de lado para retomar o assunto inicial.

— Não é só porque eu estou com alguém que eu não te entendo, eu tive a sua idade, e não faz tanto tempo assim. Se você precisa de um tempo para reorganizar seus sentimentos, posso te treinar separado do Van. Mas fique ciente que ele pode conhecer outras pessoas e se interessar por elas. - A observação da mestra fez o garoto fazer uma careta.

— Não precisa separar os nossos treinos. Já me sinto um pouco melhor depois de conversar com você. Vou tirar o resto do dia de folga, se não se importar. - Eloy se levantou e seguiu seu caminho. Iduna acompanhou o jovem rapaz com o olhar, recordando amores da juventude.

Após a conversa, seguiu para o salão principal, era hora do almoço e estava bem movimentado.  Ela reparou alguns olhares, mas tentou fingir que não era com ela. Pegou um prato e sentou em um canto mais tranquilo do refeitório. Quando já estava finalizando o prato, Lance apareceu no salão e foi sentar junto dela.

— Não vai comer? – A meio-kitsune perguntou.

— Eu já comi mais cedo, eu estava te procurando. A Huang Hua quer falar com a gente sobre uma missão nova. – Enquanto falava, o dragão segurou a mão de Iduna, entrelaçando os dedos, quase inconscientemente.

— Outra missão grande? Acabamos de voltar de uma complicada e já vamos cair em outra. – A jovem lamentava.

— Como pode saber se é uma missão complicada?

— A Huang Hua só entrega missões pessoalmente quando são complicadas.

— Você tem um bom ponto. Mas essa vai levar um tempo de preparação. Alguns dias, eu acho.

— Não sei se isso me deixa mais preocupada com a missão ou aliviada por ter tempo para descansar. Mas enfim, melhor não deixar a Chefe esperando. – O casal levantou da mesa juntos e seguiu para a sala do conselho afim de tomar ciência da próxima missão. Iduna sentiu alguns olhares sobre eles, mas tentou ignorar novamente. Ao entrar na sala, já havia várias pessoas esperando. Huang Hua autorizou a entrada e Lance e Iduna se aproximaram dos demais, iniciando o comunicado.

— Bom, parece que todos chegaram. Eu os convoquei aqui porque chegou ao conhecimento da guarda uma situação muito grava no reino de Yaqut.

— Espera, mas a cidade não estava vazia? – Karen se manifestou.

— Era o que nós acreditávamos, mas parece que a 9 meses ela foi repovoada por caravanas de mercadores. Recebemos informações de que, diferente dos mercadores da época de ouro da cidade, esses negociam coisas “incomuns”. É um mercado negro, em resumo. Mas antes esse fosse o problema. – Todos se entre olharam imaginando o que de tão grave poderia ser. – Como vocês sabem, locais de comércio costumam ter grande movimentação de pessoas e grande circulação de dinheiro. Muitos negócios adjacentes surgem ao redor de mercados, como restaurantes, tabernas, hotéis e, é claro, bordeis. A informação que recebemos é que o bordel mais frequentado da cidade está usando humanos para “atender” os fregueses. E que seria contra a vontade deles. – Alguns suspiros de surpresa se misturaram com murmúrios de indignação.

— Esse bordel está fazendo humanos de escravos sexuais. É isso que está dizendo? – Erika disse, com indignação na voz.

— Infelizmente sim.

— Isso é repugnante. – Karen afirmou.

— Por isso chamei todos vocês aqui. Essa será uma missão de resgate. As informações dão conta de 7 mulheres e 2 homens presos nesse bordel. E dada a situação delicada que enfrentaremos, quero que essa missão seja realizada majoritariamente por mulheres. – Huang Hua aponta para seu grupo que consistia em Iduna, Erika, Karen, Mayuri, Evelyn, Huang Chu, Nevra e Lance. – Nevra irá porque conhece bem a cidade, assim como Karen, e Lance irá como proteção extra. Vocês sairão daqui a uma semana, e sua chegada coincidirá com um festival que os mercadores costumam comemorar, acredito que será a ocasião perfeita para o resgate, a cidade ficará lotada e vocês fingirão ser mercadores. É uma missão muito delicada e não pode haver erros. - Todos assentiram seriamente. - Muito bem, estão dispensados, descansem e preparem-se para a viajem. - Todos saíram da sala em silencio, pensativos sobre a missão que teriam pela frente. Seria bem complicada e de fato delicada, como apontado por Huang Hua.

— Essa missão já está me estressando desde já. - Iduna desabafava com Lance encostados na parede em um canto do corredor. - Eu queria poder ir agora.

— Eu imagino o quanto isso deve afetar você, mas temos que planejar tudo com cuidado, como a Huang Hua disse, não pode haver erros. - O dragão tentava acalmar a jovem.

Enquanto isso, alguns guardiões passavam por eles, observando de rabo de olho e cochichando baixinho. A meio-kitsune já não conseguia disfarçar o incômodo e isso não passou despercebido por Lance.

— Está incomodada com as pessoas fofocando pelos cantos sobre nós, não é?

— Está tão na cara assim?

— Não muito, mas eu já estou pegando o jeito de ler suas expressões.

— Eu só não entendo porque nós somos um assunto tão interessante para o QG.

— Acho que boa parte da culpa é minha. Eu não tive namoradas nesses anos que passei como chefe de guarda, e não culpo ninguém além de mim mesmo por isso. É difícil se interessar por alguém com um histórico como o meu. E sempre que tinha alguém de fora do QG que se interessava por mim, alguém contava sobre meu passado e a pessoa desistia. Ter alguém que esteja comigo com minha história pregressa é de causar espanto nas pessoas e gerar comentários. Está arrependida? - Ele perguntou em tom de brincadeira, mas no fundo temia a resposta.

— Eu estou qualquer coisa agora, menos arrependida. - Iduna abraçou Lance, lhe dando um beijo.

Ao terminar, observou olhares nada discretos fitando o casal. Aquilo já havia enchido a paciência da jovem que simplesmente segurou a mão do dragão e foi puxando-o consigo a passos largos e ele seguiu sem entender para onde iriam. Ela seguiu para seu quarto e quando ambos entraram ela bateu à porta com força.

— Pelo menos aqui eu sei que não vão ficar observando a gente. - Iduna disse olhando para a porta, mas quando se virou para Lance, viu um sorriso travesso no rosto dele. Ele se aproximou lentamente, cinturando a jovem com suas mãos e conduzindo-a até encostar na porta. Ele a beijou com desejos e as mãos que seguravam sua cintura, subiram pelo ventre dela, por dentro da blusa que usava. A ideia inicial da meio-kitsune era apenas fugir dos olhares dos demais, mas vendo a situação que se desenrolava, sabia como aquilo acabaria. E estava ansiosa por isso.

Enquanto as mãos de Lance subiam pela sua barriga, as mãos de Iduna procuravam as amarras da armadura para tirar todo o metal do corpo que ela desejava. Ela conseguiu desatar os nós das amarras e um som de metal atingindo o chão ressoou pelo quarto. Também tirou a camisa que ele usava por baixo da carapaça de metal, expondo a pele morena de seu peito. A jovem se deteve um momento para admirar o corpo do amado e se afastou delicadamente dele, indo para o meio do quarto e ficando de costas. Ela tirou a camiseta e o top que usava juntos, bem devagar, revelando as costas nua e as curvas que a roupa de treino escondia. Não se virou completamente para Lance, virou apenas o rosto com um sorriso lascivo, como quem dizia ‘vai só ficar olhando?’. Ele entendeu o recado e se juntou a Iduna, abraçou-a por trás, indo com as mãos direto nos seios e beijando o pescoço dela. A meio-kitsune deu um suspiro com os toques do dragão, que quis ouvir mais da voz dela. Ele desceu uma das mãos pelo ventre e entrou por dentro da calça, chegando entre as coxas. Quando ele tocou na pele úmida, a jovem deu um gemido alto, segurando seus braços com força. O rapaz continuou com o movimento, cada vez mais rápido e ela continuou gemendo, cada vez mais e apertando o braço dele com as mãos, tentando lidar com as sensações. Uma sensação muito boa percorreu seu corpo e as pernas já a não sustentavam direito. Lance percebeu que Iduna havia chegado ao seu limite, então a carregou nos braços e a deitou na cama, deitando-se junto a ela, observando assim os seios, que ainda não havia visto diretamente. Enquanto ela recuperava o fôlego, o dragão alisava sua barriga e seios com as pontas dos dedos.

— Você é linda. – Lance disse com uma voz sussurrada. Eles se olharam por alguns minutos, trocando afagos e carícias, mas sem dizer nada.

Iduna puxou o rosto de Lance para si com delicadeza, lhe dando um beijo cheio de desejo. Uma das mãos dela agarrou os cabelos dele, soltando as mexas do prendedor que ele usava. A outra desceu pela barriga do rapaz, chegando na calça e continuou descendo, puxando o tecido no processo. Ele a ajudou a tirar o que restava de roupa nela também e logo ambos estavam despidos. Iduna quis conduzir a situação e colocou o rapaz deitado na cama enquanto ela ia por cima dele, beijando-o e encaixando o membro dele na sua entrada. Ela parou o beijo e olhou no rosto do rapaz, estudando suas feições, então desceu seu quadril sobre o dele bem devagar, fazendo cada momento durar o máximo possível. A cada centímetro adentrado, o prazer de ambos se multiplicava e eles gemiam um para o outro sem pudor. A meio-kitsune empurrava seu corpo contra o dele em movimentos repetitivos, cada vez mais rápidos, enquanto arranhava de leve o tórax do dragão. Ele passeava suas mãos pelas coxas, cintura, tronco e seios de sua parceira. Novamente a sensação de prazer percorreu todo o corpo de Iduna, fazendo seus movimentos ficarem mais irregulares. Lance percebeu, mas ele ainda não estava satisfeito, então a abraçou e a colocou de baixo de si. Começou a se lançar contra ela, mais forte e mais intenso. A jovem tentava lidar com uma nova onda de prazer que começou em seu corpo, cravando as unhas nos fortes braços que a seguravam. Quando finalmente o rapaz chegou ao orgasmo, Iduna já estava desfalecida, suas pernas tremiam e ela não conseguia dizer nada, apenas abraçou Lance e adormeceu. Logo depois ele também pegou no sono, enquanto observava o rosto sereno dela enquanto dormia. A tarde passou sem que eles vissem e quando o sol havia acabado de se pôr, Iduna despertou acordando Lance no processo.

— Bom dia. – Disse ele com ironia. Ela riu e respondeu.

— Bom dia. – O estômago dela deu um ronco alto. – Acho que estou com fome.

— Pela hora já devem estar servindo o jantar.

— Não estou a fim de ver todos me observando, ainda me incomoda.

— Então espera um pouco que eu pego algo pra nós. Já me olharam torto por tantos anos que nem ligo mais. – Lance se vestiu rapidamente e saiu do quarto, depois de uns 20 minutos, voltou com uma refeição para ambos e o casal se serviu. Conversaram sobre coisas cotidianas e ao final do jantar, Iduna confessou.

— Você foi incrível, nunca tinha sentido esse prazer com outra pessoa.

— Você também foi maravilhosa. Seu corpo é fantástico – ele disse, abraçando a jovem e colocando seu rosto no pescoço dela – e seu cheiro, eu amo o seu cheiro.

— Você fica comigo essa noite? – Iduna perguntou sem rodeios.

— Eu não sairia daqui nem que minha vida dependesse disso. – Lance disse, beijando a amada e recomeçando o prazer que tinham um pelo outro.

Os próximos dias seriam tensos, preparativos para a missão de resgate e a própria missão que exigiria muito dos guardiões. Lance e Iduna sabiam perfeitamente disso e quiseram aproveitar os poucos momentos de paz que teriam antes da tempestade que se aproximava.


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