O desastre da calça escrita por Daphne Di Angelo


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Isso tava guardadinho para ninguém ver mas ai eu pensei por que eu to guardando isso para os outros não verem? Bem foi meu modo de superar o ocorrido então por que não fazer as outras pessoas rirem também...



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E foi assim que a minha sexta-feira começou, 10 de dezembro de 2021, acordei cedo como todo dia de semana, tomei banho, troquei de roupa, uma bata branca com uma calça de couro azul escuro nova que eu estava apaixonada e meu salto plataforma verde água comprado na última semana. Maquiei, tomei café, tudo normal. Vim de carro para o trabalho cantando as músicas da rádio e prestando atenção no nada, cheguei no prédio entrei, subi para o terceiro andar onde organizei e limpei a minha mesa antes de me sentar abrir os programas que uso todos os dias, e-mail, RODES, drive… Apaguei os e-mails de promoção, aviso e outros desnecessários, levantei enchi a garrafinha de água e fui ao banheiro, retornei a minha mesa onde peguei os documentos que eu tinha que revisar, localizar e jogar fora nada de mais, tudo normal como todos os dias, nove horas chegou em um piscar de olhos, hora do café. Desci com todos, com calma nas escadas por causa do salto, cheguei me servi de um copo de café, não quis pão, me sentei na mesma cadeira, na mesma mesa, tudo igual quando minha colega de trabalho chama, “Sua calça tá rasgada na bunda”, a minha alma deixou o meu corpo, eu só conseguia pensar COMO ASSIM??… “E não é um rasgo pequeno” continuou ela para o meu terror. Eu gelei na cadeira, levei minha mão a bunda, senti o rasgo lá, enorme, um rasgo que não dava para disfarçar, um rasgo que deixou duas metades da calça presas por meros fios de pano, um rasgo no meio da minha bunda, em um dia de trabalho, no meio do refeitório lotado, e eu sentada na frente da única mulher que sabia, tendo passado por vários caras na hora de me servir, o medo, a raiva da calça ter se deteriorado naquele momento, início do dia, nada que eu pudesse fazer e então a próxima pergunta “Você tem uma blusa de frio?” É um dia que começou com os seus 20°C mais ou menos, céu aberto e azul, nenhum vento para acalmar o calor que estava para aumentar, uma nova onda de pânico se apoderou de mim neste momento e eu respondi, quase chorando, “Não!” A próxima pergunta também veio óbvia, “Sua irmã tem uma blusa de frio?” Sim, ela tem, neste calor alarmante mas como todos os dias no ano ela tem pelo menos duas blusas de frio com ela, minha colega se levantou foi atrás da minha irmã e conseguiu um moletom para que eu amarrasse na cintura, um moletom que veio com um aviso “Ela falou que vai te xingar depois.” Amarrei a blusa na cintura, e comecei a voltar para o meu dia. Subi, fui ajudar no meu andar, fui levar uma documentação no segundo onde me perguntaram por que eu estava com uma blusa de frio amarrada na cintura naquele calor, não tinha muito o que responder, um acidente parecia ainda pior, então fui sincera minha calça rasgou. “Mentira!” vieram as exclamações, “Como assim? Rasgou muito?” veio a pergunta, “Tem uma costureira ali na rua de cima!” Veio o que parecia ser a solução. Subi, peguei minha carteira, meu celular e esperei para que meu pai aparecesse para informar onde eu pretendia ir, “Por que precisa ir lá?”, “Por que você acha que eu estou com uma blusa de frio amarrada na cintura?” “Rasgou?” “Muito”. E meu desespero crescendo, e a conversa sem fundamento, sem pontos, rápida, “Espera um pouco” Eu não queria esperar, eu tinha uma calça rasgada no meio da bunda, com uma blusa de frio tampando. Ele abriu o armário dele, achou uma sacola, alcançou uma calça jeans e me entregou. A calça vestiu como se fosse minha desde sempre. Escondi a calça rasgada na bolsa, e segui com o dia, não antes de meu pai falar "Ninguém vai notar a mudança”. Acontece que todos notaram a mudança, mas pelo menos eu não tive que ficar com a calça rasgada pelo resto do dia.


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