Roderick e seus doze irmãos escrita por Wi Fi


Capítulo 2
Relativamente funcional


Notas iniciais do capítulo

Olá para os leitores que chegaram até aqui!
Aqui vai o segundo capítulo da história. Como expliquei, o capítulo anterior nos apresentou a Fionna nos dias de hoje, e agora vamos ver pela primeira vez a infância dos pequenos Donne (alguns deles, pelo menos).



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1554

 

 Era um dia de verão bonito do lado de fora do castelo, mas os cinco irmãos Donne não tinham motivo para aproveitar o bom tempo.

Estavam na antessala do quarto dos pais, todos vestidos de preto – Fionna, Blair, Finley, Roderick, e até a pequena Griselda. O silêncio tomava conta do castelo, como se todo mundo ali prendesse a respiração em simultâneo. Não conseguiam olhar nos olhos uns dos outros. A sala não era assim tão grande, mas os cinco irmãos sentados à mesa mais se sentiam como náufragos numa ilha deserta. Os criados que ocasionalmente entravam para lhes trazer alguma coisa desapareciam rapidamente, quietos.

Lady Elinor tinha sido enterrada uma semana antes.

As crianças compreendiam aquele fato de maneiras diferentes. Fionna já tinha quatorze anos, e não era a primeira vez que se deparava com a morte. Ela era efetivamente a única adulta da casa naqueles últimos dias, mandando os irmãos se lavarem e vestirem as roupas de luto, e confortando-os quando choravam.

Roderick não se lembrava se a vira chorar ou não. As lembranças daqueles tempos eram muito vagas, borrões atrás de borrões.

Lembrava-se da mãe brincando com eles, numa tarde. Ora pegava Roderick no colo, ora Griselda – os outros eram demasiado grandes para aquelas brincadeiras – e os rodopiava em seus braços. Griselda ria até ficar vermelha. Roderick dava cambalhotas no chão quando a mãe finalmente o pousava, e corria atrás de Finley. Fora naquele mesmo dia que ela tossira sangue pela primeira vez.

Depois disso, foi tudo de mal a pior. Elinor tivera febres altas, e logo o conde Ewan proibira os filhos de visitá-la, com medo de que também adoecessem. Roderick se lembrava do pai chorando durante os jantares, infinitamente mais vazios com a ausência de Elinor. Fionna tentava confortá-lo, segurando sua mão, mas o conde logo pedia desculpas e desaparecia.

Quando ela finalmente morreu, não foi um choque. Todos estavam a espera daquilo. Foi um empregado que teve que dar a notícia às crianças – Ewan se recusara a deixar o corpo da esposa até o anoitecer.

Naquela última semana, desde que puseram o corpo da condessa em seu túmulo, mal tinham visto o pai. Ewan era como um fantasma, só se fazendo presente quando interagia com o resto das coisas terrenas – empurrando a cadeira de sua escrivaninha, raspando a pena numa carta, dando inúmeros goles em sua taça de vinho. Se dirigia alguma palavra aos filhos, era num sussurro curto, que não voltava a repetir.

Então ali estavam as cinco crianças, sentadas à pequena mesa onde agora faziam suas refeições, esperando que o pai chegasse para poderem jantar. Griselda e Roderick tinham que se sentar em almofadas para alcançar a mesa. Finley estendeu um braço para pegar um pão da travessa, mas antes que completasse a ação, Fionna deu-lhe um tapa na mão.

— Ai! – reclamou o menino.

— Não devemos comer sem o pai – Fionna disse com firmeza.

— Por que não? Estou cheio de fome.

— É falta de educação, Finley – Blair concordou, sua voz doce quase inaudível.

— Por quê?

— Porque o pai é o conde. E nosso pai – respondeu Fionna – Ninguém mais está se comportando mal, só tu.

— Eu já disse, eu estou com fome— insistiu o garoto.

Ele moveu-se novamente para pegar o pão, e mais uma vez, Fionna o interrompeu, com um tapa mais forte na mão criminosa.

Para com isso— repreendeu ela, erguendo-se um pouco na cadeira para parecer maior.

Não és a minha mãe.

A tensão era tão intensa que quase dava para ver. Finley encarava Fionna com raiva, seus olhinhos negros semicerrados e cobertos pela sua franja loira. Blair balançou a cabeça, e se encolheu em seu assento. Griselda não ouvia nada do que se passava, distraída demais com sua boneca. Roderick também sentia a briga se aproximando, e decidiu cobrir sua cabeça com um guardanapo para não ver nada.

— Não sou a nossa mãe, mas sou a mais velha aqui, então eu é que mando – Fionna disse, cruzando os braços.

— Tu não podes dizer nossa mãe— Finley esbravejou – Ela não era tua! Só nossa.

Blair soltou uma exclamação.

Finley, que feio! Isso não se diz!

— Eu digo o que quero! – o menino gritou de volta – E nenhuma de vocês manda em mim!

— Tá bem, mas pede desculpas pelo que disseste à Fionna – Blair insistiu.

— Não vou. Eu não disse mentira nenhuma. Além do mais, ela que matou a mãe dela, por que ela devia ter a nossa mãe para ela também?

Num piscar de olhos, Fionna tinha ficado de pé puxado a cadeira de Finley para trás. O garoto estava no chão, e sua irmã mais velha lhe deu uma bofetada no rosto.

Nunca mais digas isso!— berrou – Nunca mais!

Blair tapara a boca com a mão, sem saber o que dizer. Roderick ergueu o guardanapo de seu rosto, para espiar a confusão. Griselda continuava brincando de boneca.

Finley erguia os braços para se defender do próximo golpe quando o conde Ewan entrou. A tapeçaria ao lado da porta balançou um pouco quando ele a bateu atrás de si, vendo o que se passava com os filhos.

O que diabos estão fazendo? – o conde gritou.

Fionna imediatamente pulou para longe do irmão e arrumou a postura, pronta para se defender.

— Pai, não sabes o que ele disse…

— Não me interessa o que ele disse, não podes fazer isto com teu irmão! – Ewan respondeu, puxando os dois malfeitores pelos braços – Vão os dois para os seus quartos. Não quero saber de discussões.

Finley tentou se debater, mas não adiantou de nada. Foram os dois empurrados para o corredor, onde uma criada os levou embora.

Confusão resolvida, o conde sentou-se pesadamente em sua cadeira, apoiando a cabeça em uma das mãos, esfregando a testa de olhos fechados. Blair rapidamente mudou-se de lugar, sentando-se entre Roderick e Griselda, para ajudar a menina a comer. Ewan não se moveu por algum tempo, mas não protestou quando os filhos começaram a comer sem ele.

Roderick estava muito orgulhoso de já conseguir comer sopa sem derrubar tudo em cima dele. Lembrava-se de que a mãe ficara muito feliz quando ele fizera sua primeira refeição sem bagunça. Ele sorriu pensando nela, mas depois viu sua cadeira vazia, e teve vontade de chorar. Segurou as lágrimas, porque sabia que iria irritar o pai. Ele puxou a manga do vestido de Blair.

— O que queres, Rod? – ela perguntou.

Ele não respondeu nada, só segurou a mão dela. Blair entendeu, e fez-lhe um afago na cabeça, distraindo-se momentaneamente de Griselda.

Foi esse o seu erro.

Livre da irmã que a alimentava constantemente, Griselda voltou a pegar na sua boneca de pano. Depois de alguns instantes olhando para ela, perguntou:

— Cadê a mamãe?

Blair largou de Roderick e tentou tirar a boneca da irmã.

— Griselda, ainda não acabaste de comer a sopa – disse apressadamente, voltando a pegar na colher.

 - Não! – a menina puxou a boneca para longe – Eu quero a mamãe!

 - A mamãe foi embora, Gris – Roderick respondeu baixinho.

 - Quando ela volta?

Roderick segurou o choro de novo, mas dessa vez não conseguiu. Algumas lágrimas escaparam, mas ele as limpou rapidamente. Homens não ficam chorando por aí, Finley lhe disse uma vez, isso é coisa de meninas e criancinhas. Em sua própria cabeça de seis anos, Roderick e seu irmão eram homens. Tinham que se mostrar fortes para as irmãs.

Blair continuou tentando enfiar a colher de sopa na boca da irmã, sem sucesso.

— A sua mãe não vai voltar, Griselda – foi o conde Ewan que quebrou o silêncio – Ela está morta. Morte é para sempre.

— Para sempre? – repetiu Griselda, confusa.

— É. Para sempre. Já falamos sobre isso.

Roderick e Blair fecharam os olhos, antecipando o que ia acontecer. Os olhos de Griselda se arregalaram, ela fez um bico, e abriu o berreiro, chorando aos soluços. O conde suspirou e levantou-se rapidamente, indo para a porta mais longe da mesa, que levava para o quarto propriamente dito.

— Blair, cuide da tua irmã. Ou leve-a para Fionna, ela saberá o que fazer – disse, antes de entrar no outro cômodo e desaparece.

Blair pegou a menina no colo, desajeitadamente.

— Gris, o que foi que eu disse? Não podes falar da mamãe perto do papai – ela resmungou, enquanto tentava acalmar a irmã com carinhos – Vamos, vamos encontrar a Fionna.

As duas saíram da sala, deixando Roderick sozinho com sua sopa fria.

 

1568

 

Os insetos zumbiam ao redor deles, enquanto boa parte do calor do dia se esvanecia com o pôr do sol. Roderick e Fionna estavam sentados no jardim do castelo, nas mesas e cadeiras de pedra do pequeno pátio. Uma garrafa de vinho estava quase vazia na mesa, enquanto uma outra, ainda fechada, os aguardava aos pés de Fionna. Os irmãos bebiam de suas taças de vinho, observando o céu e o bosque ao redor.

Fionna estava inteiramente vestida de preto. Tinha se tornado viúva três semanas antes, e como a tradição ditava, ela vestiria seus trajes de luto por um mês inteiro. Estavam em silêncio fazia um bom tempo quando viram o pai sair do bosque, seguindo a trilha que existia ali havia séculos.

Ao passar por eles, Lorde Ewan mal reparou nos filhos; não lhes dirigiu nenhuma palavra e seguiu reto, de volta para o interior do castelo.

— Eu achei que ele ia ficar no quarto o dia inteiro – observou Roderick, após um gole.

— Nah, todo ano ele sai. Pelo menos uma vez, para ficar sozinho no bosque – Fionna respondeu, brincando com o copo – Para chorar sem ser visto.

— É como se estivéssemos a ver uma aparição…

Fionna emitiu um chiado, fosse de desgosto ou desdém, Roderick não sabia dizer. Ela escorregou um pouco na cadeira, esticando as pernas e cruzando os braços.

— Não é horrível que a Elinor morreu no verão? – resmungou Fionna - Era um dia tão bonito. Não faz sentido alguém morrer num dia assim.

— Por que já não a chamas de mãe? – Roderick perguntou, de cenho franzido.

— Do que estás a falar?

— A chamaste de Elinor agora. Por que não a chamas de mãe? Sempre a chamaste, quando era viva.

Fionna deu de ombros.

— Eu sei lá. Eu tenho outra mãe. Chamar as duas de mãe deixa as coisas confusas.

Roderick assentiu, e brincou um pouco com o seu copo, girando-o entre os dedos, segurando-o pela borda.

— Pensas muito nela? – perguntou.

— Em quem?

— Na tua outra mãe.

— Na minha mãe de verdade.

— Elinor foi tua mãe de verdade.

Ela suspirou.

— Eu sei. E é claro que eu penso na minha outra mãe. Especialmente depois que me casei – Fionna respondeu – Quando eu estava tentando engravidar… eu pensava nela, e como ela morreu para que eu nascesse. E ficava aterrorizada.

— Nem posso imaginar – Roderick murmurou, olhando para o rosto da irmã, à procura de algum sinal de lágrimas.

Fionna suspirou, desviando os olhos.

— Se eu fosse metade da mulher que Elinor foi, eu ficaria feliz. Ela me amou tanto, mesmo quando não tinha dever nenhum de fazer isso. Ela fazia tanto por nós cinco – continuou – Eu acho que seria uma péssima mãe.

— Por que dizes isso?

— Porque eu não seria capaz de trocar a minha vida pela de um filho. Eu simplesmente não sei se amaria alguém a este ponto.

Fionna se remexeu um pouco, e acabou com seu copo de vinho. O aniversário de morte de Elinor era sempre um dia triste no meio do verão. Roderick pensava na mãe com carinho, mas suas lembranças dela se tornavam mais nebulosas a cada ano que passava. Fionna tinha ainda mais azar – tinha duas mães mortas para chorar.

— Sabes que eu a vi, não sabes? – a irmã disse, depois de alguma reflexão – Vi a Elinor, pouco antes dela morrer.

Roderick sentiu um nó formar-se em sua garganta, e um frio tomou conta de sua barriga, apesar do calor do dia.

— Como? – ele murmurou.

— Numa tarde perto do fim, deixaram a porta entreaberta, e eu fiquei a espiar – Fionna continuou – Nem parecia ela mesma. Estava delirando. Não sei dizer se ela sabia o que se passava. Estava com tanta febre… nem reconhecia o pai. Mas eu a ouvi falar. Queres saber o que ela dizia?

Roderick considerou a pergunta por algum tempo, o frio na barriga apenas aumentando. Não queria misturar a imagem de sua mãe, doce e feliz, com a imagem dela moribunda num verão infernal. Mas a curiosidade falou mais alto.

— Conta-me – pediu.

Fionna respirou fundo.

— Nossos nomes. Era só isso que ela dizia, o tempo todo, “Fionna, Blair, Finn, Rod, Gris, Fionna, Blair, Finn, Rod, Gris”. Às vezes trocava a ordem – disse Fionna, melancolicamente – Não me surpreenderia se foram essas suas últimas palavras.

Naquela pose, com o cabelo ruivo a cair pelo rosto amargurado, Fionna lembrava demasiado o pai. Parecia um mau presságio.

Roderick não sabia o que sentir. Quase ficava feliz de saber que Elinor ainda pensava neles, apesar de seu estado deteriorado.

— Tudo foi ladeira à baixo depois que a mamãe morreu – Rod suspirou – O pai nunca mais foi o mesmo.

— Nem nós, Roderick – comentou ela – Nem nós. Achas que o Finley teria feito o que fez se ela ainda estivesse viva?

O rapaz ficou novamente pensativo, ajeitando-se desconfortavelmente em sua cadeira. Deu um peteleco para expulsar um inseto de cima da mesa.

— O Finley nasceu ruim. Não te lembras de como ele nos chateava, desde novo? A mamãe não teve influência nenhuma nisso.

Ficaram em silêncio de novo, cada um olhando para um lado, evocando memórias de quando eram crianças felizes que corriam por aquele jardim.

— Achas que o pai morreria por algum de nós? – Roderick finalmente perguntou.

Fionna deu de ombros novamente.

— Isso não é esperado dos pais. Das mães sim.

— O pai se importa tanto conosco que nem se incomoda com mandar vocês todas se casarem com estranhos – Roderick resmungou, irritado – Achas que ele vai arranjar um casamento para mim também?

— Não. Pelo menos, não agora, ele já me teria dito algo sobre o assunto – sua irmã respondeu, e depois, acrescentou com um sorriso – Mas antes de encontrares uma noiva vais ter que raspar esta tua cabeleira.

Roderick passou a mão pelos cachos loiros rebeldes que cobriam sua cabeça, e agora, desciam até quase os ombros.

— Ei, eu gosto do meu cabelo comprido. O que tem de mau?

— Pareces um maluco. Lembra-te que ficaste seis meses sem cortar o cabelo depois que a mãe morreu?

— Eu tinha seis anos. Eu não sabia que precisava que me cortassem o cabelo.

— Eras tão baixinho e gorducho, só se via a tua barriga e o cabelo. Lembra-te que a mãe te chamava de leitãozinho?

— Lembro. O pai dizia que ia me cobrir de especiarias e me jogar no forno. Depois faziam cócegas na minha barriga até eu implorar que parassem.

Os irmãos agora gargalhavam. Deviam estar mesmo embriagados, fosse de vinho ou nostalgia. Quando voltaram ao normal, Fionna suspirou com pesar.

— Eu queria que esses dias voltassem. Não tínhamos problemas de verdade – ela disse.

— Não até a mãe morrer.

— É. Não até a mãe morrer.

O sol já estava bastante baixo no horizonte. A pele dos irmãos adquiria um tom azulado com o desvanecer do dia, e o céu era tingido com um degradê de laranja-escuro, roxo e negro.

O zumbir dos insetos se intensificou, bem como o chirriar das corujas e o uivo de outros animais que eles não sabiam identificar, como se estivessem a dizer aos dois que já era hora de se irem embora, que agora já era o tempo dos animais, e não dos homens. O vento se fez notar também, assoprando para trás os cachos loiros de Roderick, e o véu fúnebre de Fionna.

— É estranho pensar que eu já passei mais tempo da minha vida sem ela do que com ela – Roderick filosofou, não dando nenhuma atenção aos crescentes gritos da natureza ao seu redor – Quer dizer, tu tiveste mais tempo com a mãe do que eu. É estranho colocar isso em perspectiva assim. Até te pareces com ela.

Fionna ergueu uma sobrancelha.

— Pareço? Como?

— É o jeito como falas conosco - os irmãos mais novos, quero dizer. Pareces bastante maternal às vezes.

— Não sou maternal. É só que não confio em vocês para fazerem nada sozinhos – Fionna zombou.

— Se é assim que queres ver as coisas…

— Apesar disso, acho-te um adulto relativamente funcional, Rod.

— Ora, muito obrigado – ironizou Roderick.

Fionna riu baixinho e finalmente levantou-se de sua cadeira, levando consigo seu copo vazio, e parando para bagunçar a cabeleira do irmão. Roderick ergueu os olhos para ela, avaliando se estava tonta demais para caminhar, mas ela parecia bem.

— Foi bom conversar contigo – disse Fionna, muito solícita – Conseguimos nos distrair deste dia tão desagradável. Obrigada, irmão.

— Sempre às ordens – respondeu Roderick, sem fazer menção de se mover dali.

— Vens comigo?

— Não. Acho que fico aqui mais um tempo. O bosque é muito bonito de noite.

— Sei. Vou deixar-te com a garrafa fechada então, só não faças nada de estúpido. Boa noite, Roderick.

— Boa noite, Fionna – ele despediu-se, e quando ela já estava a meio do caminho de volta para o castelo, acrescentou – Não te percas nas escadas!

— Vá à merda! – retrucou Fionna, sua voz já distante.

Roderick deu um meio-sorriso e esticou-se para apanhar a garrafa de vinho que tinha ficado ao lado da cadeira de sua irmã.

Relativamente funcional— ele murmurou para si mesmo.

Fazia quatorze anos desde que Elinor havia morrido. Eles haviam mudado tanto, sem que ela pudesse acompanhá-los.

Roderick abriu a garrafa com os dentes e bebeu direto do gargalo enquanto caminhava para o cemitério. Passou as próximas horas em frente ao túmulo da mãe, contando-lhe, entre goles amargurados de vinho, tudo o que tinha se passado desde sua última visita, no ano anterior.


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Notas finais do capítulo

Eu particularmente gostei muito de escrever esta última parte, com eles mais velhos. Adoro a Fionna também no geral. O que vocês acharam?