Serenade of Flames escrita por EnigmaticPerfection


Capítulo 2
O Circo das Relações Públicas




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Ter a própria empresa às vezes implicava em não ser dona de si e tomar todas as decisões.

Felicity se deu conta disso após aquela reunião com seu conselho. Os resultados de sua viagem foram ótimos, e ela ficou contente com mais uma etapa cumprida rumo a consolidar seu nome na indústria. Porém sua empolgação murchou como um balão de aniversário quando lhe disseram que, embora a empresa estivesse deslanchando no mercado, ainda não era muito conhecida. O que faltava era colocá-la no mapa. Visualmente. Era construir a imagem.

E construir a imagem da empresa significava conferir a Felicity uma imagem pública.

O que não a agradou.

Do ponto de vista crítico e profissional, entendia a lógica, claro. Mas isso não significava que não estava irritada. O que menos gostou foi a falta de controle. Parecia uma decisão que tomaram por ela e não ela que tomou por si. E detestava isso. Principalmente porque ela fundou a empresa, ela era a dona, a chefa.

Então disse que iria pensar. E isso implicava em ela pensar num jeito de construir sua própria imagem. Uma de suas melhores amigas trabalhava com jornalismo e uma de suas antigas colegas de turma do MIT acabara de se tornar sócia majoritária conglomerado de comunicação CatCo. Umas capas de revistas importantes, talvez umas palestras em universidades e apresentações no TED...

Mesmo assim, os saltos de Felicity batiam forte no chão enquanto rumava de volta para seu escritório, cada passo pesado exalando sua irritação. Já não bastava ontem com tudo, hoje tinha vido trabalhar para espairecer e agora essa.

Felicity era uma pessoa alto astral, conhecida por seu jeito fofo e gentil, pela falta de filtro cérebro-boca. Mas nas raras vezes que perdia paciência, era uma tempestade de raios. Impiedosa. Então, sim, hoje tinha motivo para a frustração. Tudo o que queria era voltar a trabalhar em seus afazeres.

Passou batida por seu Jerry Conway, seu Assistente Executivo, com quem ela já teve uma conversa sobre não reservar assentos de avião na janela – e especialmente não ao lado de brutamontes estúpidos, adicionou mentalmente, mas, coitado, isso não era algo que seu eficiente funcionário pudesse controlar.

Entrou em seu escritório obstinada, sentou na cadeira e tirou o computador do standby. Na caixa de entrada, um e-mail novo destoava dos outros. A palavra chef foi o que captou seus olhos. O remetente era um e-mail de RP de uma emissora de TV e o assunto, Chef Por Um Dia “Parabéns! Você foi pré-selecionada para a nova temporada.

Felicity riu.

“Ai, ai, estava precisando disso,” comentou consigo mesma.

Alguém deve ter se enganado, mandado para o e-mail errado. Ou então era um spam ou golpe. Porém Felicity não tinha habilidades mundanas de computador e seu e-mail tinha proteções cuidadosas contra esse tipo de coisa. Se passou por seus filtros, devia significar algo.

Embora não fizesse sentido algum.

Felicity Smoak detestava mistério e precisava resolvê-los. Algo lhe dizia para não ignorar esse.

A risada morreu em seus lábios, um franzido surgiu em sua testa. Curiosa, clicou na mensagem. O corpo do e-mail era padronizado, mostrando seus dados corretos e confirmando o recebimento de sua inscrição dela após a indicação de Iris West e Caitlin Snow. Ela tinha sido pré-selecionada para participar num episódio da nova temporada de Chef Por Um Dia, um programa de culinário onde pessoas que não eram muito habilidosas na cozinha teriam um dia de aula exclusiva com um chef famoso. Aquela temporada era diferente porque a chef celebridade McKenna Hall, que comandava o programa havia três temporadas, se afastou temporariamente e assim cada episódio teria um chef diferente. O final do texto dizia que a produção entraria em contato para mais detalhes.

Ela já tinha ouvido falar do programa, criado e filmado ali em Starling City, principalmente pelo componente de caridade. O programa beneficiava alguns programas sociais focados em culinária. Um deles, que oferecia abrigo e novas oportunidades para mulheres sobreviventes de relacionamentos abusivos, violência doméstica e violência sexual, a empresa de Felicity também apoiava.

Era sério.

O que tornou tudo sério foi ver o nome de suas duas melhores amigas. Ou talvez ex-melhores amigas dali em diante.

Oh.

Felicity cogitou homicídio pela segunda vez naquela semana.

Uma sensação de traição subiu dentro de si e cutucou seu peito. Outra escolha que lhe foi roubada. As duas maquinadoras! Inscreveram-na num programa para gente que não sabia cozinhar sem seu consentimento. Era a mais pura verdade no caso de Felicity, e ela agradecia todo dia por ter um trabalho que a permitia comprar tanto delivery, mas mesmo assim! Como elas ousavam?

Felicity grunhiu, segurando-se para não bater com os punhos no teclado. As três tinham combinado de se reunirem hoje na casa de Caitlin. Felicity não disse nada, resolveu guardar tudo. Por sorte teria vinho envolvido porque precisaria de muito vinho.

Seu humor feroz amenizou conforme o resto do dia foi passando e sua paixão pela tecnologia a tomou.

Ao voltar para casa, seguiu direto para o banheiro de sua suíte. Tomou banho e trocou a roupa de trabalho, um vestido verde esmeralda e saltos bege, por calça jeans, um suéter colorido, um casaco cor de vinho e botas. Na ida para a casa de Caitlin, sua frustração voltou com força total. Manteve uma fachada descontraída quanto tocou a campainha do apartamento.

Iris já estava lá e as duas a cumprimentaram como sempre, com abraços apertados e beijos na bochecha. Felicity devolveu de forma rígida, e não sabia dizer se elas perceberam ou não. Logo estava sentada na poltrona da sala de estar, Caitlin e Iris no sofá, uma garrafa de vinho já aberta. Elas conversaram sobre seus respectivos dias.

“Recebi um e-mail interessante hoje. De um programa chamado Chef Por Um Dia,” Felicity revelou com uma expressão falsamente descontraída. As duas logo perceberam e o que era para ter sido reações positivas foram reações cautelosas.

“E aí?” Iris ousou perguntar após longos e tensos segundos com silêncio pairando no ar.

Felicity tomou um gole do vinho. O tinto seco era meio forte e amargo e desceu com vontade por sua garganta. Ótimo. Coragem líquida. Era o que ela queria mesmo.

“Como vocês ousam?!” explodiu. “Vocês agiram pelas minhas costas! Pior, me inscreveram num circo onde eu vou ser a atração principal!”

Felicity, Caitlin e Iris se entenderam de primeira, clicaram de um jeito que Felicity não tinha vivenciado antes. Elas se conheceram pouco depois que Felicity se mudou para Starling após a graduação. Tinham um relacionamento leve, divertido, sempre apoiando umas às outras. Elas eram suas rochas, dando-lhe a impressão de que se conheciam desde que eram garotinhas. Por isso o incômodo.

“A gente queria fazer algo por você,” Iris se defendeu, mas sua voz não tinha a convicção de sempre. “Diversas vezes você manifestou frustração genuína por não saber se virar na cozinha. Meio que virou uma piada de bom gosto entre a gente. Me deparei com o anúncio do programa e resolvemos te surpreender e te inscrever. Esse programa é tão bom e divertido. Sem contar que a chef McKenna é maravilhosa.”

“Eu sei disso, mas seu eu quisesse mudar de ideia, eu que teria que ter decidido. Não me incomoda a inscrição, me incomoda que vocês me deixaram de fora de algo sobre a minha vida!”

A mágoa nos rostos das amigas era genuína.

“Você está certa,” Caitlin aquiesceu, reconhecendo o erro. “Achamos que seria uma brincadeira legal, mas não foi o que aconteceu. A gente devia ter consultado você antes.”

“Acho que a gente se empolgou porque apareceríamos na televisão também,” Iris adicionou, a voz carregada de arrependimento.

“Bom, vão ter que achar seus quinze minutos de fama sem mim,” Felicity disparou. A acidez em sua voz fez Iris enrijecer no sofá. Uma ponta de arrependimento lhe passou. Talvez tivesse sido demais.

Mesmo com motivo, esses últimos dias não vinha se sentindo ela mesma e não gostava disso.

“E também a gente achou que você iria gostar porque ajudaria projetos sociais genuínos e que têm um impacto real e interessante no mundo,” Iris adicionou tentativamente.

“Desculpa mesmo, amiga.”

“É. A gente sente muito de verdade. Nunca foi nossa intenção magoar você.”

“E a piada de eu não saber cozinhar é nossa. Porque somos amigas.”

“Felicity, não saber cozinhar é uma característica sua. Muita gente também não sabe. E você não é menos por isso. Pelo contrário, faz você do jeitinho que você é e a gente te ama assim. Não tem que mudar nada.”

Podia ser uma tentativa de puxar seu saco e aliviar o clima tenso. Porém nem Iris nem Caitlin eram bajuladoras. Felicity sentiu a sinceridade em suas palavras. Ela afundou na poltrona confortável, a briga tendo saído de si, e tomou mais um gole do líquido escuro.

“Parece que essa é a norma do dia. Construir minha imagem pública. Meu conselho compartilha de opinião semelhante.”

“Bem, você e sua empresa estão crescendo,” Caitlin comentou com cautela, receando a reação da outra. “Seu nome já sussurrado pela cidade com respeito graças a Forbes. Você quer ser referência na sua área, então seu nome vai ser conhecido e sua imagem também. É inevitável.”

Era mesmo. Felicity queria causar um impacto real no mundo e para isso teria que ser reconhecida.

“Que droga.” Ela soltou um som entre um bufo e um suspiro. O programa era exatamente o tipo de publicidade que seu conselho sugeriu.

Não. Ela não podia considerar aceitar essa maluquice.

➶➴

A produção do programa previsivelmente não demorou a ligar para o escritório de Felicity. Então a chefe de Relações Públicas da empresa invadiu sua sala do alto de seu terninho vinho e scarpins pretos altos.

Felicity achava que Dinah Drake devia ter sido policial. Ela não era de papo furado, ia direto ao assunto. Fosse bom, fosse ruim, Dinah dizia tudo no mesmo tom brutalmente honesto de sempre. Seus olhos treinados sempre se fixavam em seu objeto de foco de forma intimidadora que convidava as pessoas a revelarem seus segredos mais sombrios. Era uma profissional exímia e não ficava tentando embelezar a situação com Felicity. Ela era um pastor alemão, feroz mas extremamente leal.

Felicity gostava dela.

Dinah a adorava.

“Não vou aceitar,” afirmou com veemência assim que Dinah parou em frente a sua mesa. Nem teve o trabalho de desviar o olhar dos monitores do computador onde revisava o relatório de um novo projeto.

“Oi chefinha, como vai? Estou ótima, Dinah, obrigada. Você? Ah, sabe, trabalhando duro e arrasando no mundo que nem você.”

“Não vou aceitar.” Felicity ignorou o sarcasmo da amiga/empregada.

“Felicity! Por que não?” Era a primeira vez que via Dinah surpresa e com uma espécie de empolgação. “É puro ouro. Eu poderia fazer coisas incríveis com isso! E a empresa precisa trabalhar em sua imagem.”

Claro que toda essa palhaçada de publicidade foi incitada por Dinah. Felicity revirou os olhos. Se Dinah não fingia em sua frente, ela também não o faria.

“Desculpa se não estou a fim virar uma piada nacional.” Felicity estremecia só de imaginar os memes.

“Que piada o quê! É um programa que todo mundo ama, super descontraído. Pensa só. É um jeito de você se aproximar do público. A grande CEO bem-sucedida cozinhando.”

“A grande CEO bem-sucedida que não sabe cozinhar,” Felicity corrigiu, desviando o olhar do trabalho pela primeira vez. A irritação já borbulhava dentro de si, aquecendo a cada segundo.

Nunca esteve tão sem paciência e irritada quanto nos últimos dias. Era algo tão... não ela.

“Pessoas não sabem cozinhar. Pessoas também não sabem fazer códigos e algoritmos e toda essa parte de inovação tecnológica como você,” Dinah argumentou. “O país inteiro vai se identificar com você, e não só por causa da habilidade culinária, mas porque você é um amor de pessoa. A perfeita mistura de fofa e foda.”

Ouvir a palavra fofa da boca de sua RP durona era uma experiência extraterrestre.

“A questão é que eu quero ser reconhecida pelo meu trabalho como CEO, não por causa de um programa idiota de comida.” A voz de Felicity mudou, abandonando o tom afiado e ganhando tons de vulnerabilidade enquanto revelava seu maior problema com tudo isso. O programa era só um subterfúgio, mas o cerne da questão permanecia. Ela não queria que as pessoas se focassem nela, queria que se focassem em seu trabalho. A empresa era seu maior sonho concretizado.

“Oh Felicity... Eu sei.” O tom de Dinah também mudou, mostrando que ela realmente entendia. O mundo executivo ainda desdenhava de mulheres que tinham poder. Felicity não deu duro para não atingir seu objetivo. “Mas quando você começou isso sabia que seria a face da empresa. Você é a Smoak Tech. As pessoas simpatizando com você vão simpatizar com a empresa também. Sem contar que a veia humanitária do programa. Se você não fizer pelo espetáculo, faça pelo menos por isso.”

E assim Dinah atingiu algo dentro de Felicity. Uma parte de si, maior do que ousava admitir, lhe sussurrava que dar as costas ao convite era dar as costas à filantropia. E como alguém que passou por dificuldades em boa parte da vida, ela se recusava.

Mas que merda.

“Podia ser pior, não é. Podia ser um escândalo de verdade, tipo uma investigação por fraude financeira, um esquema de corrupção interno revelado, uma invasão aos nossos servidores, que nem o enredo de um filme de ação ruim e genérico...”

“Não podia ser pior porque não tem lado ruim nisso. Só você que está vendo. Você já é uma subcelebridade. Aceite isso e controle a narrativa. Ou melhor, deixe que eu a controle. Você gerencia a empresa, eu gerencio a imagem da empresa. Só pense nisso.”

“Eu já pensei e devo ter ficado maluca. Tá, eu vou nessa porcaria.”

Dinah bateu palmas uma vez, um brilho ambicioso enchendo suas feições. “Maravilha! Deixa que eu cuido de tudo...”

Não,” Felicity interrompeu imediatamente. “Quer dizer, sim. Cuide de tudo, mas quero ser informada de cada detalhe. Chega de surpresas.”

“Pode deixar, chefe.”

Assim que Dinah partiu, Felicity decidiu que faria o mínimo necessário para o episódio. Os dias passaram, e sua determinação permaneceu dura como aço. Pela primeira vez em sua vida, ela não faria esforço. Tanto que a única coisa que sabia era o nome do chef que seria seu parceiro no dia. Ela não se importava com este homem, com sua aparência, não queria saber por que ele era famoso ou se já tinha ido ao seu restaurante - se ele tinha algum em Starling. Só olhou rápido para o nome quando o pacote de preparação chegou dias depois, depois enfiou os papéis para o fundo da gaveta inferior em sua mesa. Nunca tinha ouvido falar dele, mas não era como se fosse uma grande conhecedora do mundo da gastronomia.

“Srta. Smoak?” Jerry bateu à sua porta perto da hora do almoço. Desde o primeiro dia que o contratou Felicity tentava fazê-lo chamar por seu primeiro nome. Um ano se passou e até agora nada.

“Sim, Jerry?”

“Suas melhores amigas estão no saguão querendo vê-la. Disseram que o almoço é por conta delas.”

“Deixe-as subir.”

“Ótimo. Vou sair para almoçar também.”

“Bom almoço, Jerry!”

“Pra você também, chefe.”

Iris e Caitlin vieram armadas de um pedido de desculpas que incluía comida. Uma parte que Felicity apreciava muito. Aproveitou os poucos minutos enquanto as meninas subiam para pausar o trabalho do momento e deixar o computador em modo de espera. Em seguida, afastou-se da escrivaninha e rumou para a mesa no canto que servia tanto para pequenas reuniões quanto para almoço no escritório. Logo Iris e Caitlin entraram com sacolas.

Oiii! Surpresa!” Iris anunciou enquanto Caitlin fechava a porta.

“Trouxemos almoço do seu restaurante italiano favorito,” a outra melhor amiga adicionou.

As recém-chegadas largaram as bolsas no sofá que fazia parte do conjunto de assentos no centro do escritório. Felicity se levantou e as cumprimentou com abraços. Elas se acomodaram na mesa e pescaram as embalagens das sacolas. O cheiro delicioso de comida italiana encheu a atmosfera, provocando um protesto de alegria no estômago de Felicity. Não tinha percebido o quão faminta estava, o que era normal quando se perdia no mundo de zero e uns.

“Felicity, a gente quer pedir desculpas de novo. Você ficou bem chateada e não foi o que a gente queria,” Iris disse.

“Eu sei,” Felicity falou lançando-as um sorriso doce e reconfortante enquanto puxando em sua direção sua salada e seu prato principal. Tinha perdoado as duas há um bom tempo. Então explicou de novo o motivo que a fez ser tão contra a ideia.

“Faz todo sentido, e a gente devia ter previsto isso,” Caitlin disse. “Desculpa de verdade.”

“Tudo bem. Águas passadas, não é o que dizem?” Ela deu a primeira garfada. A explosão dos sabores quase a fez gemer. Estava longe de ser a louca saudável, e Deus sabia que sua ingestão de vegetais não era como deveria ser, mas havia algo na salada do Vaccari que a fazia querer cantar uma ode aos pepinos.

Na verdade, Felicity descobriu que realmente adorava vegetais por causa do Vaccari e do bar de saladas a duas ruas do prédio da Smoak Tech. Mas ela obviamente preferia o Vaccari por motivos de carboidratos.

“Enfim, os esforços de vocês funcionaram.” Felicity revirou os olhos. “Então se preparem e arranjem um dia de folga porque vocês vão participar do programa comigo.”

As expressões de espanto nos rostos delas eram cômicas. Felicity não conteve uma risadinha. Ainda bem que já tinha engolido ou teria engasgado de uma forma bem vergonhosa. “É, eu aceitei.”

“Yay! É claro que estaremos lá.”

“Inclusive a produção já mandou o pacote para preparação. Aparentemente o nome do chef que vai participar comigo é Oliver Queen,” explicou após engolir mais uma garfada.

Os olhos de Iris se arregalaram ainda mais e o garfo parou a meio caminho de sua boca.

“Vocês o conhecem?” Felicity perguntou, franzindo o cenho.

“Você não?” Caitlin devolveu surpresa.

“Uh, não. Eu não assisto canais de culinária nem procuro saber quem são os chefs dos locais que eu vou.”

“Ele nem tem um programa.”

“Oliver é um dos chefs mais famosos de Starling e super conhecido no meio da gastronomia, tanto que tem estrelas Michelin. Ele é o chef proprietário do Archers, meu restaurante favorito da cidade sem dúvidas. Ele recentemente abriu um em National City. A fama dele vem porque ele é super reservado,” Iris falou antes de colocar mais uma garfada na boca.

“Parece que temos fãs aqui,” Felicity provocou.

“Não exatamente. Eu conheci ele porque lá na prefeitura entrei em contato com o projeto social dele. Sabe a cooperativa de hortas urbanas nos Glades? Então, ele é um dos maiores apoiadores. Inclusive o Archers usa alimentos colhidos lá. Super frescos e orgânicos.”

Felicity conhecia o projeto. Era realmente impressionante. Reuniu a região mais pobre de volta à cidade, oferecia oportunidades e trabalho digno a pessoas desfavorecidas e, claro, oferecia comida de qualidade, que abastecia vendedores locais e movimentava bem a economia local. Tinha um impacto real na classe da população de baixa renda, não era só um meio de gentrificação. Não conhecia Oliver, mas já sentiu uma onda de admiração por ele.

“Ele tem uns artigos e capas de revistas de culinária por aí. Ele pode ser reservado, mas não é uma entidade obscura,” Caitlin ofereceu enquanto colocava mais molho de mostarda e mel em sua salada.

“Não,” Felicity disse prontamente. “Eu só aceitei porque o programa vai apoiar causas filantrópicas. E também porque vai tirar meu conselho do meu pé. Não foi pelo programa em si muito menos Oliver Queen. Não significa que eu queira estar lá.”

“Uma pena.” Iris abriu um sorriso malicioso. “Eu sigo ele no Instagram. Ele praticamente não usa, mas o pouco que tem é o conteúdo. O Chef Queen não é só talentoso, mas gostoso pra caralho também. Tem gente que é um pedaço de mal caminho. Ele é o mal caminho inteiro.”

Caitlin concordou com um aceno de cabeça e adicionou, “Ele não é só a sobremesa. Ele é um menu de cinco pratos inteiro.”

 “Meu Deus.” Felicity resistiu à vontade de bater com a cabeça na mesa. Claro que tinha que ter algo a mais para sua melhor amiga se comportar daquele jeito. “Suas taradas.”

“Iris, você tem noção de que a gente vai conhecer Oliver?” Caitlin se virou para a amiga, o tom maravilhado.

Iris ficou boquiaberta, como se só tivesse se dado conta disso agora. Seus olhos brilharam de animação.

“Meu Deus,” a CEO repetiu. “Socorro. Já me arrependi da decisão.”

Tudo o que esse programa não precisava era de suas amigas babando no chef.

Tudo se encaminhava para um desastre completo.


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Notas finais do capítulo

Pelo visto essa fic vai pra frente hehe Brigadão pelos comentários e continuem! Vejo vocês neles ;)



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