Pokémon - Estrelas Cadentes escrita por Golden Boy


Capítulo 1
Esperança


Notas iniciais do capítulo

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Ayla se agachou e apertou o botão de sua primeira e única pokébola. Houve um brilho, e então uma forma física. 

— Eu sou Ayla, e sou sua… treinadora. Eu acho. Muito prazer. — ela sorriu da melhor forma que pôde e estendeu sua mão na direção do pokémon.

O pokémon pássaro gorjeou, e com um bater de asas pousou na cabeça da menina. Ela recuou a mão e olhou para cima, se sentindo estúpida por propor um aperto de mãos para um Swablu. 

— Bem… eu pensei num nome pra você. Mas agora me pergunto se você já não tem um nome. 

As asas de algodão do pokémon pareciam nuvens, e eram macias ao toque. Ayla o tirou de sua cabeça e ele pareceu gostar do contato físico, esfregando seu rosto — que também era seu corpo — no antebraço de sua treinadora. 

— Swaaa — cantou o pokémon.

— Eu pensei em Misty, que tal?

O Swablu fez um pio agudo, que Ayla interpretou como um som de desgosto.

— Ah, você é um menino.

— Swablu, swa. — concordou o pokémon.

— Que tal Nimbus?

O pokémon gorjeou, e assim ficou decidido seu apelido. Agora, ela só precisava de algumas pokébolas e estaria pronta para começar sua jornada. Bufou, sabendo que após gastar quase vinte e dois mil PokéDólares para comprar Nimbus, não restaria quase nenhum dinheiro para comprar pokébolas.

Ela poderia ter se inscrito no programa da Liga para ganhar um dos pokémon iniciais da região, mas sua idade era quase uma garantia de falha. Ela já tinha catorze anos, e dizem por Kalos que cada ano após os dez diminui sua chance pela metade.

Se não fosse a pequena herança que sua mãe deixara, ela estaria perdida. Estava apostando tudo nessa jornada, e apesar de todos os seus amigos de Vaniville terem dito que era parte do luto, ela acreditava que não. 

O grande problema de se preparar financeiramente para essa aventura é que Ayla não faz ideia dos custos. Ela pesquisou preços, sim, mas são tantas variedades de PokéDex e pokébolas que ela não faz ideia de quanto gastar. Vale mais a pena acampar ou dormir apenas em Centros Pokémon? Tirar uma licença de treinador e pagar o seguro ou ir na cara e na coragem? Quantas pokébolas levar? Quanta comida levar? 

Eram perguntas demais e poucas respostas online. Ela mandou uma mensagem para Lucien, seu amigo de infância que havia saído no ano anterior para uma jornada, e marcaram de se encontrar uma semana depois. A semana havia se passado, e o dia do reencontro era amanhã.

Ao descobrir o problema de Ayla, a maioria das pessoas faz as mesmas perguntas. Querem saber se ela sabe de que cor é o céu, qual é a cor das roupas que está vestindo ou se ela sabe a cor dos próprios olhos. Ela sabe, é claro. Talvez não o tom exato de todas as camisas que carrega consigo, mas conseguia diferenciar as amarelas das pretas. Sabia que seu cabelo era claro e o de sua mãe, escuro. 

Sabia que seu Swablu era azul, mesmo sem ter perguntado a ninguém. Talvez fosse uma daquelas coisas que simplesmente sabemos, mesmo sem memória de termos aprendido. 

Lucien nunca havia feito nenhuma pergunta daquele tipo. 

Ela aproveitou para ir até o Centro Pokémon, pois agora com seu primeiro pokémon ela podia fazer uso das acomodações para treinadores.

Tinha poucos treinadores naquele dia específico, e ela aproveitou para se acomodar no saguão enquanto um check-up era feito em seu Swablu. Alya respirou fundo, para relaxar, e se sentiu sobrecarregada com tudo aquilo. Ela estava sozinha no mundo pela primeira vez desde que saíra do útero, e isso era assustador. Com Nimbus ela estava começando uma nova… família. 

Ela ouvira histórias e entrevistas sobre como os pokémon de um treinador são como uma família, e ela queria isso. Queria essa companhia. Precisava, até.

— Em que está pensando? — a voz era de um menino jovem, com sotaque Johtoense. 

Ayla ergueu a cabeça e encontrou os olhos de Lucien no meio do caminho. Sorriu.

— Não é nada.

— Se fosse realmente nada, você não estaria com essa cara de Growlithe molhado! — Lucien colocou as mãos no quadril da forma mais performática possível. Seu cabelo agora tinha mechas coloridas desbotadas, e para Ayla pareciam do mesmo tom de cinza que seus olhos claros. Ele olhou por cima do ombro, como se algo tivesse chamado sua atenção no balcão, e depois se voltou à amiga. — Imagino que você tenha mesmo seguido com a ideia de conseguir um pokémon, já que está aqui.

— É. Foi meio caro, mas consegui. 

— E qual escolheu?

— Um Swablu. A criadora disse que é perfeito para iniciantes. — Lucien conteve uma risada com a mão. — O que foi?

— Não é nada, é só que sua ingenuidade é gostosa de ver.

Ayla franziu as sobrancelhas e quis saber o porquê daquele adjetivo ter sido usado.

— Swablu é um péssimo pokémon para iniciantes. Eles tem um gênio horrível! E demoram para evoluir, ainda por cima.

Ayla fez uma careta.

— Pois o Nimbus não é nada disso. Quer dizer, talvez ele demore a evoluir, mas ele é um amor!

Lucien sorriu. 

— Relaxa. É só um… estereótipo. Tenho certeza de que o Nimbus está em boas mãos.

Nesse momento, a luz acima do balcão acendeu e um aviso sonoro indicou à Ayla que Nimbus estava pronto para sair. Ela foi até lá com Lucien, pegou a pokébola de seu Swablu e então se deu conta de que não fazia ideia dos custos de um check-up. Ela mergulhou a mão em sua bolsa e seu amigo pousou a mão em seu antebraço, impedindo-a.

— Você sabe que é de graça, né?

+++++   

Depois de quase três horas procurando pela tal loja que Lucien jurava-que-era-nessa-esquina-mas-deve-ser-logo-ali-na-frente, eles chegaram. Era um edifício quadrado, de um andar apenas, que se misturava com os prédios residenciais da rua. 

Dentro, dezenas de prateleiras com tecnologias encaixotadas e uma parede inteira apenas com diferentes tipos de pokébolas. Foi para lá que Ayla correu, com Nimbus aconchegado em sua cabeça. Se as garrinhas dele não estivessem presas entre os cabelos encaracolados da menina, ele teria caído.

Os olhos dela brilharam com tanta variedade, e ela se imaginou levando uma de cada.

— Lucien, você acha que essa daqui é muito cara? Ela combina perfeitamente com o Nimbus!

— Essa é uma Quick Ball, feita para capturas rápidas de pokémon que costumam fugir. Além disso, o Nimbus já tem uma pokébola. — O garoto parou por um instante — Ele tem, não tem?

— Tem. — Ayla confirmou. — Mas essa aqui é mais bonita! Eu não posso trocar ele de pokébola?

— Só se você soltar ele e depois recapturar…

— Então é isso que eu vou fazer!

— Mas e se ele fugir?

— Ele não vai fugir. Olha pra ele — Ayla apontou com as mãos para o pokémon em sua cabeça, completamente confortável.

Lucien ergueu os braços, derrotado.

— Certo. Então você vai levar uma Quick Ball e quantas Ultra Balls? — continuou, com cinco esferas de cor escura com um U claro desenhado. 

— Essas aí não são caras?

— São as melhores!

— Ah, mas eu provavelmente nem vou capturar muitos outros pokémon. Talvez mais um, pra fazer companhia pro Nimbus, e um do tipo água pra me carregar pelos rios e lagos…

— Ayla, leva Ultra Balls. Sério. É um investimento que vale a pena. Mesmo que você só leve uma ou duas. — Lucien deixou que a ingenuidade de Ayla quanto a necessidade de capturar mais de três pokémon fosse corrigida no futuro, e insistiu apenas no que achava que conseguia vencer na discussão.

Ayla pegou uma pokébola com o desenho de uma gota e uma com o desenho de um coração.

— Essa é azul, certo? — perguntou ela, ignorando o conselho de Lucien.

— Sim. — confirmou, monocórdio. 

— E essa vermelha?

— Não, essa é rosa.

— Perfeito! Então vou levar essas três. Essa para recapturar o Nimbus, essa pro meu futuro pokémon de água e essa pro meu futuro tipo fada!

— Olha, só essas três devem custar o mesmo preço de dez pokébolas normais, ou cinco Ultra… e essa rosa é feita para capturar pokémon do sexo oposto ao do seu pokémon, não para tipo fadas e… — alertou, mas Ayla já estava longe da parede de pokébolas. 

— Eles têm tradutores por aqui? Eu gostaria de entender o que o Nimbus está dizendo.

O pokémon piou ao ouvir seu nome. 

— Nessa loja não, mas em Lumiose com certeza. Eles são caros, sabia?

— Ah, tudo bem. Você me empresta o seu então. 

Lucien levou a mão ao peito, indignado.

— E o que faz você pensar que eu tenho um?

— Você treina há quase um ano, já deve ter derrotado um zilhão de ginásios e ganhado um monte de dinheiro. 

O menino piscou, parado. 

— Eu só tenho duas insígnias, e gastei todo o meu dinheiro em roupas novas depois que um Wurmple comeu todas as minhas. 

— Então você não é rico e vai pagar por tudo que eu escolher aqui? — dramatizou a menina.

— Não. — Lucien deu de ombros. — Desculpe.

+++++

Ayla comprou as pokébolas que tinha escolhido, uma PokéDex do modelo mais em conta que tinha por lá e um pacote de ração para pokémon voadores. Com isso, ela estava oficialmente zerada de dinheiro. Felizmente, dormir no Centro Pokémon era grátis para os treinadores e eles tinham café da manhã. 

Eles foram para o campo de batalha no parque da cidade e lá Lucien mostrou seus pokémon.

— Um Kakuna e um Metapod? 

— É. — Lucien encolheu os ombros. — Gold e Silver. 

— Você é treinador há um ano. E só tem dois pokémon do tipo inseto?

— Algum problema? 

— Você não tem um pokémon do tipo água! Nem do tipo voador, pra levar você pros lugares! 

— E daí? Pokémon não são ferramentas, sabia?

Ayla parou por um segundo, visivelmente abalada.

— Eu sei. Não foi isso que eu quis dizer…

— Relaxa. Você só não gosta deles porque não os conhece ainda. Gold, Silver, por que não damos um caloroso oi para a Ayla?

O Metapod, Silver, saltou no colo da garota e a abraçou da melhor forma que podia.

Gold, o Kakuna, preferiu ficar agarrado na perna de Lucien. Completamente imóvel. 

Como uma pedra.

— O Gold é antissocial. Não é nada pessoal.

Ayla eventualmente colocou a mão no Metapod, e até acariciou ele. 

— Ele é menos nojento do que eu esperava. — O pokémon do tipo inseto grunhiu seu nome, insultado. — Sem ofensas. — Ayla se virou para Lucien, que tentava loucamente afastar Gold de sua calça para ver se ele estava ou não comendo o tecido. Ele gritava sobre aquela ser a única calça boa dele. — Lucien

— Sim? — respondeu ele, após pegar o Kakuna em seus braços e respirar aliviado ao ver que não havia buraco algum em sua calça além dos costumeiros.

— Onde fica o ginásio mais próximo?

— Vejamos… — ele olhou ao redor — aqui em Aquacorde não tem nenhum, mas tem um em Santalune, há alguns quilômetros daqui. É do tipo inseto, então você não deve ter problemas se treinar um pouquinho.

— Certo. E você sabe de quanto é a recompensa?

— Deve ser a padrão, de 1,920$.

— Tudo isso?! — Ayla se levantou rápido, o que fez Nimbus reclamar. Ela se desculpou baixinho com o Swablu, mas continuou de pé. Silver estava grudado em sua blusa, e ela apoiava-o com seu braço. — Só por derrotar uma pessoa numa batalha pokémon?

— Ayla, isso não é nada! A batalha pela quinta insígnia é  19,500$ de prêmio. E além disso quando você perde também tem que pagar o treinador que te derrotou.

Os olhos da menina brilharam. 

— Se pela primeira insígnia é 1,920$ e pela quinta é 19,500$... — Ayla parou os olhos num ponto fixo e fez uma conta rápida, multiplicando isso e depois aquele somado… 

— O circuito total, se considerarmos uma progressão aritmética… quanto o segundo ginásio dá de prêmio?

— Uns 3,000$, se me lembro bem.

— E é constante o crescimento?

— Eu não faço ideia do que você esteja falando.

— Se for constante, cada insígnia aumenta uns 60% ao prêmio. Isso daria… 

Lucien olhou para Nimbus, que estava acordado e interessado na conta louca que Ayla estava fazendo. Lucien se perguntou se os pokémon sabiam matemática enquanto pegava Silver do colo da garota.

Ayla levantou a cabeça com um sorriso estampado.

— Duzentos mil. — declarou. — O circuito completo de ginásios, as oito insígnias, dá duzentos mil PokéIenes.

Ela pegou Nimbus de sua cabeça e sorrindo, começou a girar e saltar. Lucien resolveu que também não explicaria a dificuldade de se vencer um líder de ginásio, ou a dificuldade de treinar pokémon antes deles estarem prontos para vencer batalhas importantes. Aquelas eram coisas que ela iria aprender sozinha, no tempo certo.

Foi um fim de tarde agradável, com direito a um piquenique com as sobras de mantimentos que Lucien tinha em sua mochila e água grátis dos bebedouros do parque.

— Posso fazer uma pergunta? — pediu o menino. O sol havia há pouco se posto; Ayla fez que sim com a cabeça. Estava deitada na grama, com Nimbus aninhado em seu colo. Sua mão direita afagava a cabeça do pokémon, e a esquerda estava jogada ao lado do corpo. — Por que você quer tanto ganhar dinheiro? Você… tá passando por necessidade? Sua mãe está bem?

Ayla sentiu seu estômago se retorcer. A última coisa que ela queria falar era sobre sua mãe. Mas sabia que era justo contar a Lucien, afinal ele estava ajudando-a com tudo aquilo.

— Ela morreu.

Silêncio. Lucien não teve coragem de quebrá-lo, por mais que seu mecanismo de defesa estivesse com uma piada engatilhada. Ele não esperava aquela resposta, e não sabia como confortar Ayla.

— Faz um mês. — continuou. — E eu vou também. Quero dizer, todo mundo morre, é claro, mas eu sei mais ou menos quando. O motivo de eu não enxergar cores. É uma doença genética, alguma coisa sobre os lóbulos occipitais. Em breve, talvez um ano ou dois, eu vou perder a visão. E depois todo o resto vai parando de funcionar, também. — Lucien pegou a mão esquerda de Ayla e apertou. Era o conforto que ele podia proporcionar, e a única reação que conseguiu ter. — Eu já me conformei. Tá tudo bem. Eu só… queria conhecer as coisas antes. Ver o mundo. Fazer mais amigos. Treinar pokémon… o dinheiro é pro tratamento, na verdade. 

— Desculpe por ter perguntado. Eu não sabia.

Ayla deu um sorriso simpático, sem olhar para ele.

— Eu ia ter que contar uma hora ou outra. É bom que você saiba logo. 

— É estúpido eu perguntar isso, mas… não tem cura?

— Não. A da minha mãe ficou controlada por quase trinta anos, mas eu não dei essa sorte. Meu caso já está avançado, por alguma ironia trágica do destino.

Nimbus estava com os olhos semi abertos, prestando atenção naquilo. Ele não entendia todas as palavras, mas o contexto deu a ele certeza do assunto. Sua treinadora estava doente.

— Acho que eu acabei com o clima do piquenique! — ela limpou os olhos com a mão que antes estava envolvida por Lucien, e se levantou tomando cuidado para segurar Nimbus enquanto subia. Ela o colocou em sua cabeça, como quem põe um chapéu, e sentiu as garras dele segurando seus fios de cabelo. Então, olhou para seu amigo. — Vamos voltar para o centro pokémon? Amanhã eu quero que você me acompanhe até o tal primeiro ginásio. Depois você pode ir. — Ela imaginava que ele iria. Depois de todo aquele despejo de informações mórbidas, ninguém em sã consciência escolheria ficar.

+++++

Foi naquela noite que Ayla percebeu quão estressada ela estava. Ela tomou um banho e deitou na cama de seu quarto alugado no centro pokémon, e chorou. Aproveitou que Nimbus estava na pokébola, e abafou seus soluços no travesseiro.

Ela não queria aquela vida. Queria nascer de novo, como outra pessoa. Uma vida normal, longa e chata. 

Como é injusto o mundo, ela pensava. Mas não ia desistir. Ia até o fim, porque era isso que ela tinha prometido para sua mãe. 

Lucien bateu três vezes na porta e esperou. Suas pernas balançavam de animação, e seus dedos estavam ocupados com um brinquedo para crianças ansiosas. 

— Ayla? — chamou. Estava sorrindo, por que teve uma ideia. Uma daquelas ideias loucas que quase nunca dão certo, mas aquela tinha tudo para dar. 

Do outro lado da porta, a garota se limpou da melhor forma que pode e girou a chave. Lucien entrou como um raio e jogou uma pilha de papéis na cama. Colocou seu laptop, que estava antes embaixo de seu braço, na mesa de cabeceira e finalmente se sentou.

— O que é tudo isso? — perguntou, entre uma fungada e outra, enquanto pegava uma das folhas de papel. Algo sobre uma estrela cadente, datado de cinquenta anos atrás. Em outra folha, a imagem de um pokémon com uma cabeça em formato de estrela e fitas penduradas em cada uma das três pontas. 

— Você não vai morrer, Ayla. Nem perder a visão. Talvez até comece a ver cores! 

— Hoje é o feriado internacional de dar falsa esperança pra doente terminal, por acaso?

— Não! Hoje é o dia de dar esperanças verdadeiras para a doente terminal! — corrigiu o menino. — Seus problemas serão resolvidos por esse carinha — apontou para a foto do pokémon com cabeça de estrela. — Jirachi!

— Jirachi?

— É! Ele realiza desejos.

— E por que ele realizaria o meu?

— Por que ele não realizaria o seu? Você mesma disse, você é uma doente terminal. Essas coisas abrem portas!

— Mesmo que isso fosse verdade, aqui diz que Jirachi só acorda uma vez a cada cinquenta anos. 

— Querida amiga, por favor leia a data deste jornal. — Lucien deu duas cutucadas no papel que estava na frente dela, com a imagem de uma estrela cadente. 

Ayla abriu um sorriso.

— É de quarenta e nove anos atrás.

— Bingo! Só precisamos juntar dinheiro para ir encontrá-lo. Temos quase um ano pra isso! É mais que suficiente! 

— Encontrá-lo? Onde?

— Hoenn.

— Hoenn?! Isso é do outro lado do mundo!

— Você mesma disse que queria viajar! Não disse? 

— Disse, mas…

— Então pronto! Nós vamos pra Hoenn! 

— O plano é…

— Na-na-ni-na-não. O plano, por hoje, é agradecer ao seu melhor amigo de mechas azuis por ter encontrado uma solução. Amanhã a gente pensa nos detalhes.

E foi o que eles fizeram. Ayla nutriu uma pequena esperança de que aquilo poderia dar certo, mas sabia que provavelmente não daria. Ela soltou Nimbus no quarto, e Lucien soltou Gold e Silver, e eles pularam na cama e gritaram até a enfermeira-chefe vir reclamar do barulho.

Ayla já teve sua dose de curas milagrosas enquanto cuidava de sua mãe. Suco de Berry feito por Shuckle, chifre de Pinsir, pó de tungstênio, videntes, mais de cinquenta Chanseys diferentes e quase uma dezena de outros tratamentos alternativos.

Mas por algum motivo, ela não tinha jamais confiado em nenhum daqueles. Mas nesse, sim. Algo tão bobo, como um desejo, mas que agora parecia ser sua única esperança.


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